quarta-feira, dezembro 05, 2018

Sete motivos para você não se tornar professor

Não à toa esse é o motivo número um, a principal razão que afasta jovens de seguir carreira na educação. É de conhecimento até do mundo mineral que o professor é muito desvalorizado. A discussão de hoje vai girar bastante em torno desse tópico, podendo soar meio redundante, confesso. Por enquanto, quero mostrar que essa desvalorização pode ser dividida em três eixos: de salário, de significado e de sentido.
Professor ganha mal, ganha muito mal. Tanto faz se trabalha na rede pública ou particular de ensino, os salários costumam ser ridículos. O piso salarial nacional para os professores, reajustado todo ano (conforme lei nº 11.738 de 16 de julho de 2008), está nesse ano de 2017 em R$ 2 298,80, para uma jornada de 40 horas semanais. Segundo dados divulgados pelo INEP(Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) em junho de 2017, na rede federal de ensino, que tem a melhor remuneração do país, o professor recebe em média R$ 48,55 por hora de trabalho. Contudo, menos de 1% dos professores da educação básica recebe mais do que 3500 reais por mês. A rede particular é a que tem o pior salário da categoria, pagando em média R$ 16,24 por hora trabalhada.
O professor leva muito trabalho pra casa. Ele tem provas a corrigir, diários de classe a preencher, relatórios de desempenho dos alunos, pesquisas, lições, projetos. Ele precisa preparar as aulas previamente, os planejamentos, as sequências didáticas. O professor elabora avaliações, prova mensal, prova bimestral, prova de recuperação, outra prova de recuperação, trabalho de recuperação, pesquisa de recuperação, prova substitutiva, prova de segunda chamada. Não raro passa noites em claro trabalhando, finais de semana e feriados. Não possui muito tempo para a família e para os amigos. E nem sempre é compreendido. Leia maishttps://medium.com/ciencia-descomplicada/sete-motivos-para-voc%C3%AA-n%C3%A3o-se-tornar-professor-757acbdccde6

Spaceballs


Spaceballs foi lançado no ano 2000. Foi o sexto volume da coleção Fantástica, organizada por Cesar T. Silva e Marcelo Simão Branco, ambos editores do zine Megalon.
O título da história é uma referência à música homônima do Pato Fu. Para quem não conhece, Spaceballs é uma letra pacifista sobre pessoas com seus longos cabelos que atravessam o universo. Eles não têm a glória da guerra porque simplesmente não acreditam na guerra. Isso me levou a refletir sobre como a ficção-científica, em especial a space opera, é militarista. Até mesmo Jornada nas Estrelas, uma série pacifista, tem militares como protagonistas.
O editor apresentou assim o livro: “Nesta edição a ação vai para o espaço, literalmente. Um grupo de revolucionários hippies sequestra uma astronave e, sem usar de qualquer organização hierárquica, conseguem lubridiar todo o aparelho repressor do estado totalitário que domina o mundo em sua realidade. Uma história bem ao gosto dos leitores que apreciam a aventura no estilo agradável e bem desenvolvido de Gian Danton”.
A coleção Fantástica foi um marco na ficção-científica brasileira. Em formato de bolso, edição praticamente artesanal, custava 20 reais a assinatura com todos os números. Foram iniciativas como essa que seguraram a FC nacional em uma época em que as editoras tinham banners nos quais se lia: “Não aceitamos originais de ficção-científica, fantasia e terror”.

O conhecimento jornalístico

Recentemente, o jornalismo tem sido visto como uma importante forma de adquirirmos conhecimentos sobre o mundo. Tanto que muitas pesquisas na área de história, por exemplo, têm sido feitas tomando por base dados coletados por jornais. Na área de história, especificamente, tem estado em moda a chamada história do cotidiano, que é uma aproximação do conhecimento jornalístico. No Brasil, o mais famoso representante dessa nova corrente, Eduardo Bueno, autor da coleção Terra Brasilis (editora Objetiva) é um jornalista.
         O principal teórico do jornalismo como forma de conhecimento é o catarinense Adelmo Genro. Ele parte de três categorias criadas por Hegel para explicar o que é o jornalismo e sua diferença da ciência. Para Hegel, havia três categorias de conhecimento: o singular, o particular e o universal.
         O singular trata daquilo que o fato ou objeto de estudo tem de diferente dos demais. O particular vê esse fato pelo que ele tem de semelhante com uma categoria de coisas e o universal se interessa por suas semelhanças com uma categoria ainda maior. Assim, um homem é singular pelo que tem de diferente de todos os outros. É particular porque ele participa de uma determinada categoria, como uma família, uma profissão, ou mesmo uma nação. E é universal porque faz parte do gênero humano.
         Para o singular, interessa o homem específico, com características que o fazem diferente de todos os outros.
         O conhecimento filosófico interessa-se apenas pelos universais. O conhecimento científico oscila entre o particular e o universal. O conhecimento jornalístico trata do singular.
         Diante de um homem que se suicidou, o jornalismo vai tratar da singularidade do fato. Quem era ele? Que método ele utilizou para se matar? Quando ocorreu a morte? Por que ele se matou? Onde? A ciência, ao contrário, vai interessar em perceber o que o fato tem de semelhante a outros? Outras pessoas já se mataram na região? O que elas tinham em comum? É possível identificar algum traço coincidente que possa ser usado para explicar o fato (por exemplo, todos era desempregados)?
         No livro A Viagem do Descobrimento, Eduardo Bueno fala da chegada dos portugueses ao Brasil sob um ótima do singular. Enquanto para a ciência normal interessa o que esse fato representa no contexto das grandes navegações, o livro vai se preocupar com as singularidades dessa viagem. Um exemplo: os portugueses passaram quase um mês no Brasil, ao lado de um rio, e não há registro de que tenham tomado um único banho.
         Por outro lado, o jornalismo cumpre um importante papel: o de divulgar as descobertas e teorias científicas. A característica do jornalismo de universalização do público faz com que conhecimentos que eram opacos até mesmo para cientistas de outras áreas, se tornem facilmente compreensíveis.
         Esse papel do jornalismo ganha destaque diante das críticas que especialmente Edgar Morin tem feito à especialização da ciência.

A árvore das ideias

Eu e Bené Nascimento, hoje Joe Benett, formamos durantes muitos anos uma das mais conhecidas e duradouras duplas dos quadrinhos nacionais. Na verdade, nós só paramos de colaborar um com o outro quando Bené começou a trabalhar para os EUA, e ficou sem tempo para nossos projetos em conjunto. Mesmo assim, de tempos em tempos ele me procurava para fazermos algo em conjunto. Mas quando os prazos da Marvel ou da DC começavam a apertar, ele voltava ao que dava dinheiro.
Nós tínhamos um método próprio de criação que lembra muito a parceria entre Stan Lee e Jack Kirby. O Bené aparecia quase todas as manhãs lá em casa. Como ele é enorme, ocupava quase todo o meu pequeno quarto, de modo que preferíamos ficar na frente da minha casa, debaixo de uma árvore da vizinha. E o Bené lembrava de uma lanchonete em Nova York que ficou famosa por ser o lcal em que Kirby e Lee criaram a maior parte de suas histórias, e dizia: “Um dia essa árvore também vai ficar famosa. Vão colocar uma placa aqui dizendo: Aqui Gian Danton e Bené Nascimento bolaram suas melhores histórias”.
Nós ficávamos lá debaixo da árvore, discutindo detalhes das HQs. Quando terminávamos, Bené ia para casa e depois me trazia um rafe sobre o qual eu colocava o texto e os diálogos. No começo ele, mais experiente, sempre dominava a criação e eu me limitava a dar alguns toques, a pedir algumas modificações. Com o tempo, fui ganhando domínio da linguagem e passei a dar mais idéias. O ponto alto desse processo foi na história “Noir”. Nós estávamos chateados com o conservadorismo dos editores de terror no Brasil. Enquanto o mundo lá fora pegava fogo com as histórias de terror sofisticadas de gente como Alan Moore (Monstro do Pântano) e Neil Gaiman (Sandman), no Brasil ainda se fazia terror nos moldes da década de 1960. Havia até uma regra implícita de que o protagonista sempre deveria virar monstro ao final da HQ de terror. Isso era feito com o objetivo de surpreender o leitor, mas mesmo o leitor mais obtuso, depois de ler três histórias, logo sacava a estrutura.
Outra estrutura era mostrar alguém muito mal, que era castigado por suas vítimas que voltavam do túmulo para se vingar. O quadrinista nordestino Luiz Eduardo já havia feito uma crítica disso na história “Mais do Mesmo”, e nós também queríamos expressar nossa revolta com essa camisa de força.
Então um dia eu sonhei com uma história completa. Quando acordei fiz um rafe e coloquei o texto. O Bené gostou tanto que seguiu rigorosamente o rafe. Na HQ eu mostrava um personagem que era, obviamente, John Constantine, andando por uma rua. À medida em que ele andava, apareciam monstros clássicos que eram eliminados da forma mais simples possível. Na verdade, para eliminá-los, Constantine usava apenas sua enorme sorte. Um vampiro, por exemplo, era atropelado por um carro. Ao final, ele encontrava com outro personagem, que mostrávamos na penumbra, mas dava para perceber que se tratava de Monstro do Pântano, e eles conversavam num papo que ecoava uma crítica ao terror clássico.
Surpreendetemente, essa história foi publicada na revista Mephisto, terror negro, uma das revistas mais conservadoras da época.
Uma outra exceção ao processo criativo da copa da árvore foi a história “Noir”, coincidentemente publicada também na revista Mephisto. O Bené tinha recebido um roteiro do editor, mas não gostou, achando o desenvolvimento óbvio demais. Estávamos discutindo isso no ônibus, quando o Bené me disse:
- Quer saber? Não vou ilustrar esse roteiro! Vamos criar outra coisa e mandar para eles! E vamos criar agora!
E assim começamos a conversar sobre como seria a história. Bené queria que ela tivesse um clima noir. Eu lembrei de um filme que tinha esse clima e que sempre esteve na minha relação dos 10 melhores: Coração Satânico, de Alan Parker.
Coração satânico tinha uma estrutura na qual um detetive procurava por um homem desaparecido. À medida em que a investigação avança, ele vai vendo todos os seus informantes sendo mortos. No final, ele descobre que o homem que ele procura é ele mesmo e o cliente é na verdade Lúcifer, para quem ele havia vendido a alma.
Imaginamos uma situação assim, mas com um contexto de vampiros, já que vampiros eram um tema clássico e, imaginávamos, iria agradar os editores. Assim, um detetive investigava assassinatos em séries cometidos por um vampiro e, ao final descobre que ele é o assassino.
Essa história foi barrada pelo Diretor de arte, Dagoberto Lemos, assim que chegou na editora. Ele argumentou que o desenho do Bené estava muito sujo e a história era incompreensível. Quem nos salvou foi a editora, Neuza de Castro Luz, que bateu o pé e foi falar com o dono da editora. Sua aposta valeu a pena: a revista, que antes vendia 40% da edição, pulou para 70% naquele número.
É um desses casos explicados pela teoria dos paradigmas: como não era da área, Neuza não percebeu que nossa HQ não se encaixava no terror anos 60, típico de revistas como Calafrio e Mephisto.

As aventuras do pequeno Xuxulu


terça-feira, dezembro 04, 2018

Para ler o Pato Donald


No início da década de 1970, um pequeno e divertido livrinho, publicado no Chile, caiu como uma bomba no mundo dos quadrinhos infantis. “Para Ler o Pato Donald”, de Ariel Dorfman e Armand Mattelart, foi escrito num período em que o governo de Salvador Allende se debatia para sobreviver às pressões do imperialismo norte-americano.
     A idéia de Dorfman e Mattelart era justamente denunciar a ideologia imperialista que dominava as aparentemente inocentes histórias infantis de Disney.
     A primeira descoberta dos autores foi com relação à vida familiar. Não há nenhum vínculo familiar direto nas histórias de Pato Donald e Companhia. Todos são tios ou sobrinhos de alguém.
     Recentemente um desenhista espanhol descobriu uma HQ, escrita e desenhada por Carl Barks (o criador do Tio Patinhas e de boa parte dos personagens de quadrinhos da Disney), em que aparecem os pais de Donald. Tudo indica que essa história foi escondida por Disney, que queria que os personagens se identificassem com ele (Disney tinha dúvidas se era um filho legítimo e se considerava órfão).
     Além de não ter laços familiares diretos, os personagens são movidos apenas pela ambição do dinheiro. Não há relações de amizade desinteressada, apenas relações comerciais.
     O amor de Margarida, por exemplo, é exemplificado na conversação abaixo, reproduzida no livro:
Margarida: Se você me ensina a patinar esta tarde, darei uma coisa que você sempre desejou.
Donald: Quer dizer...?
Margarida: Sim... A minha moeda de 1872.
Sobrinho: Uau! Completaria nossa coleção de moedas, Tio Donald!
     O exemplo demonstra que nas histórias da Disney as relações são sempre de interesse e quase sempre interesse financeiro.
     No mundo de Disney, Patópolis representa os EUA e todos os povos não americanos são mostrados de forma depreciativa.
     Os povos não civilizados, metáfora do Terceiro Mundo, são como crianças. Afáveis, despreocupados, ingênuos, felizes, têm ataques de raiva quando são contrariados, mas é muito fácil aplacá-los com quinquilharias. Aceitam qualquer presente, até mesmo os seus próprios tesouros. Alguns fazem artesanato. Não os compre, aconselham Dorfman e Mattelart, poderá consegui-los gratuitamente mediante algum truque.Desinteressados, esses povos bárbaros entregam todas as suas riquezas em troca de qualquer bugiganga, seja um relógio de um dólar ou bolhas de sabão.
     Embora seja muitas vezes agente do imperialismo, Donald é também vítima desse mesmo imperialismo.
     O Tio faz e desfaz dele e obriga-o a viajar às regiões mais longínquas do planeta e jamais o recompensa satisfatoriamente.
     Alguns estudiosos posteriores se perguntaram porque Donald não se rebela contra a tirania do Tio. A resposta é simples: ele tem esperança de um dia herdar a riqueza de Patinhas.
     Da mesma forma, a América Latina tem a esperança de se tornar um país desenvolvido. Criou-se até a expressão países em desenvolvimento para expressar essa vontade.
     Mas o Tio Patinhas nunca morre. Aliás, é bastante provável que ele sobreviva ao sobrinho, pois é sempre Donald que se arrisca nas missões perigosas.
     Criticado por muitos e elogiado por outros tantos, o trabalho de Dorfman e Mattelart deixou frutos, influenciando toda a pesquisa latino-americana de comunicação.
     Muitos pesquisadores se debruçaram sobre os jornais, as revistas, a televisão e cinema e demonstraram o quanto essas mídias estão impregnadas de ideologia imperialista.
     Quanto aos autores, tiveram trajetórias opostas. Mattelart voltou para a Europa, tornou-se um “pesquisador sério” e aparentemente rejeitou seus primeiros escritos.
     Dorfman exilou-se nos EUA na época do ditadura Pinochet, tornando-se um autor de teatro, cinema e literatura. Seus escritos são sucesso de público e de crítica. O filme “A Morte e a Donzela”, com roteiro de Dorfman, é uma das obras-primas do cinema norte-americano da década de 90.
¨Para ler o pato Donald¨ começou a ser seriamente questionado por pesquisadores quando se descobriu que os autores haviam alterado as falas de alguns quadrinhos. Além disso, entrevistas feitas com Carl Barks mostram que, provavelmente, o conteúdo ideológico de direita tenha mais a ver com as convicções do desenhista do que com pressões patronais. Barks odiava Karl Marx.

Feliz Natal!!


Brasil é o país que menos valoriza professores, diz estudo; China lidera

RIO - Um estudo conduzido em 35 países para avaliar o status dos professores na sociedade mostrou que o Brasil é o que menos os valoriza, enquanto a China lidera no reconhecimento aos educadores.
Intitulada Global Teacher Status Index 2018 (ou índice global de status do professor, em tradução livre), a pesquisa foi realizada pela Varkey Foundation, ONG fundada pelo indiano Sunny Varkey em 2010, com o objetivo de melhorar os padrões de educação para crianças carentes. Leia mais

Falta de médicos afeta 45% da rede municipal de Saúde

Rio - Quase metade (45%) das unidades de saúde municipais do Rio sofre com a falta de médicos. E os próprios profissionais contribuem para este quadro, de acordo com o Tribunal de Contas do Município (TCM), que vistoriou 80 centros municipais de Saúde, clínicas da família e policlínicas, no ano passado. Os técnicos descobriram que em 40% dos locais visitados havia divergências entre a escala do dia e o total de profissionais trabalhando. Muitos assinavam o ponto antecipadamente ao dia de expediente e outros não marcavam o cartão há meses ou até anos seguidos. Leia mais

A geração que salvou Hollywood


No final da década de 1960, Hollywood vivia o seu pior momento. Poucos filmes faziam sucesso, muitos estúdios estavam em vias de fechar e o sistema que perdurou durante décadas se revelava um beco sem saída. A venda de ingressos, que em 1946 era de 78,2 milhões de dólares por semana, caíra para 15,8 milhões e estava ladeira abaixo.

Esse sistema permitia, por exemplo, a existência de um diretor quase cego, como Norman Taroug, de Canções e Confusões, com Elvis Presley. Os diretores eram funcionários de luxo que estava no setapenas para garantir que os atores ficassem nos lugares certos quando a câmera começasse a filmar. A maioria dos diretores não podia nem entrar na sala de projeção para ver o corte final.

Era também uma situação que dificultava a inovação. Só dirigia um filme quem já tivesse dirigido um filme. A média de idade nas equipes técnicas era de 60 anos. 

Foi justamente nesse período que um grupo de diretores jovens, a maioria amigos, revolucionou a indústria de cinema, com equipamentos novos, mais leves, e a vontade de fazer as coisas de maneira totalmente diferente. 

É a história desses revolucionários que Peter Biskind conta no livro Como a geração sexo, drogas e rock'n'roll salvou Hollywood (Intrínseca, 2009, 520 págs.). Biskind é editor-executivo da revista Premiere e editor-chefe da American Film, sendo um famoso crítico de cinema. 

O autor conta a história dos filmes, diretores, roteiristas, produtores e atores que formaram a chamada Nova Hollywood usando uma narrativa deliciosa, que vai pulando de um personagem para outro, conforme eles se encontram. Embora vivessem uma guerra de egos, a maioria desses astros eram amigos, ou tão amigos quanto Hollywood permite. Spielberg, Scorsese e Coppola frequentavam as festas na casa de Brian De Palma. George Lucas servia comida nas recepções na casa de Copolla e tinha com ele uma relação pai-filho, inclusive nos seus conflitos... 

David Newman, analisando o sucesso de Bonnie e Clyde, filme roteirizado por ele, diz que os personagens foram mortos não porque roubavam bancos ("Ninguém gostava da porra dos bancos"), mas por serem revolucionários estéticos. E provavelmente por colocarem na tela o conflito de gerações que caracterizou toda a década de 1970 e todo o cinema do período. 

A mudança estética proposta por Bonnie e Clyde não ficou apenas nas películas, mas em todos os aspectos. Na nova Hollywood, executivos, diretores e produtores trocavam ternos e gravatas por calças boca de sino, colares, cabelos compridos, barba e sandálias. Também mergulhavam nas drogas ― qualquer droga que estivesse na moda, até gás do riso.

Bert Schneider e Bob Rafelson são exemplos disso. Donos da BBS, a mais importante produtora do período, eles pareciam ter caído de outro planeta, mesmo estando ligados à Colúmbia, o mais conservador dos estúdios. Na BBS, as secretárias passavam a maior parte do tempo enrolando baseados para os visitantes. 

Poucos filmes sintetizaram, tanto no resultado final quanto na produção, o melhor e o pior da década quanto Sem Destino, de Dennis Hopper.

Hopper era um bad boy odiado pelos estúdios. Costumava ir às festas e, quando via um produtor, o ameaçava perguntando por que não estava dirigindo nenhum filme. Era violento (batia na mulher) e vivia à base de drogas e álcool. Mesmo assim, o ator Peter Fonda o chamou quando teve a ideia de fazer um filme sobre motoqueiros que atravessam o país depois de conseguirem muito dinheiro vendendo cocaína.

Como ninguém queria patrocinar, eles procuraram a BBS, que na época se chamava Raybert. "Esse cara é louco pra caralho, mas eu acredito totalmente nele, e acho que faria um filme brilhante para nós", disse Peter.

Os produtores deram 40 mil dólares de teste para que a dupla filmasse o carnaval de Nova Orleans. A reunião da equipe reuniu um monte de gente cabeluda, todos sentados no chão. Eles não tinham iluminador. Uma garota que não tinha nenhuma experiência na área se ofereceu. "Você quer fazer isso mesmo? Tô curtindo! Você vai iluminar o filme!", responde Hopper, sem se preocupar com o fato de que o iluminador é um dos técnicos mais importantes da equipe.

Eles não tinham roteiro e ninguém sabia exatamente o que filmar, só sabiam que se tratava de uma viagem de ácido. O diretor mantinha consigo sempre duas armas de fogo e gostava de gritar com a equipe, lembrando que o filme era dele. Numa cena no cemitério, Dennis insistiu para que Peter Fonda subisse no colo de Nossa Senhora e falasse sobre o seu relacionamento com a mãe, que havia se suicidado há pouco tempo. Fonda aceitou, mas nunca mais perdoou o diretor e a partir daí virou praticamente um inimigo público do mesmo. 


Além de diretor, Dennis fazia Billy e Peter fazia o Capitão América. O terceiro papel, de um advogado que se junta à dupla, deveria ser interpretado por Rip Torn, mas depois de uma briga com o diretor em que os dois quase se mataram, acabou sendo substituído por Jack Nicholson, no seu primeiro papel importante. Em meio a brigas pela autoria do roteiro e muita droga, as filmagens acabaram sendo feitas, mas o filme não ficava pronto. Dennis Hopper era um péssimo montador e não conseguia diminuir para menos de 4 horas. Tiveram que pagar-lhe uma passagem de férias para Laos. Quando voltou, ficou furioso ao descobrir que tinham diminuído seu filme para uma duração normal ("Você arruinou meu filme! Você transformou meu filme num programa de TV!", gritou ele), mas não matou ninguém, de modo que Sem Destinoestava finalmente pronto para as salas de cinema.

Mesmo assim, a Colúmbia não queria lançá-lo. Só depois do sucesso no festival de Cannes o estúdio resolveu colocá-lo no circuito. Foi um sucesso estrondoso. O filme custou apenas 501 mil dólares e faturou 19 milhões. 

Os donos de estúdios ficaram estarrecidos com a possibilidade de fazer filmes baratos que iriam faturar alto. Qualquer um que aparecesse com uma ideia diferente ganhava a possibilidade de realizar o seu projeto. Se alguém aparecesse querendo fazer um filme sem imagens, eles provavelmente aceitariam. 

Foi esse esquema que permitiu o surgimento de nomes como Francis Ford Coppola, William Friedklin, George Lucas, Bob Rafelson, Martin Scorsese, Hal Ashby, Robert Altman, Brian De Palma e Peter Bogdanovich e criou um sonho que duraria quase uma década antes de ser soterrado pela cocaína e pelos orçamentos descontrolados, já que os diretores, longe da ditadura dos produtores, gastavam até não poder mais e chegavam a se dar o luxo de passar o dia se drogando enquanto toda a equipe esperava para filmar ou mandar vir comida da Itália num jatinho enquanto filmavam na selva. 

É essa história que Peter Biskind conta com maestria em Como a geração sexo, drogas e rock'n'roll salvou Hollywood, provavelmente um dos melhores livros sobre o cinema norte-americano e seus bastidores.

Capitã Marvel | Trailer 2 Legendado

Cerca de 150 escolas estão sem aulas por falta de professores no Rio

A falta de professores é o que adia o início do período letivo em escolas na rede municipal de educação do Rio. Pelo menos 150 escolas do município estão sem aulas por falta de docentes nesta semana, segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ).

No início do mês, o secretário municipal de educação, Cesar Benjamin, admitiu, nas redes sociais, que a cidade do Rio tinha perdido 2.287 professores nos últimos 12 meses, e que iria tentar ampliar ese número através de convocações de professores concursados. No entanto, o secretário afirmou que pediu a contratação de 1.685 docentes, mas recebeu autorização para contratação de 500. Leia mais

segunda-feira, dezembro 03, 2018

Feliz Natal!


O conhecimento artístico

Flash Gordon antecipou várias tecnologias, como o forno microondas
Mais recentemente, alguns autores têm destacado a existência de um outro tipo de conhecimento, o artístico. Entre eles, Silvio Zamboni, Doutor pela ECA/USP e responsável pela distribuição de bolsas na área de artes do CNPQ. Silvio publicou um pequeno, mas valioso livro no qual caracteriza as especificidades do conhecimento artístico.
         Para ele, o conhecimento artístico seria fruto da intuição e nasceria no hemisfério direito do cérebro, no inconsciente.  Como trata de questões inconscientes, a arte teria a possibilidade de perceber verdades que permanecem ocultas para a ciência. Não é à toa que psicológicos como Carl Gustav Jung  e Freud se debruçaram sobre obras de arte para descobrir verdades sobre a mente humana.
         Da mesma forma, sociólogos e antropólogos têm usado a arte de determinado período para compreender como funcionava a sociedade daquela época. Talvez seja mais interessante entender a sociedade norte-americana da década de 50 através dos filmes produzidos naquela época do que pelas pesquisas científicas e objetivas realizadas no período.

         O conhecimento artístico tem influenciado, inclusive, a metodologia científica. Em alguns países já são aceitos, em projetos de pesquisas, hipóteses intuitivas. 

O enígma de Kaspar Hauser

Kaspar Hauser foi uma criança achada em uma praça de uma cidade da Alemanha cuja história mudou a maneira como os estudiosos viam o ser humano e a educação.
Aparentemente de origem nobre, ele teria sido abandonado por sua mãe nas mãos de um homem que não sabia como criá-lo e o prendeu em uma cela, dando-lhe apenas água e pão todos. Como o alimento e a bebida eram colocados lá enquanto ele estava dormindo, Kaspar passou anos sem nenhum tipo de contato humano. Aos 15 anos, o homem que o adotou resolveu dispensá-lo e deixou-o no centro de Nuremberg com uma carta e um livro de orações.
Para os moradores tratava-se de um enigma: ninguém sabia de onde ele viera ou como chegara ali. O rapaz não sabia andar, praticamente não falava, não se sentava, não sentia medo, não sabia rir ou chorar e só comia pão e bebia água, recusando qualquer outro tipo de alimento. Kaspar não sabia nem mesmo distinguir sonho de realidade. 
Houve quem acreditasse que se tratava de alguém com problemas mentais, mas Kaspar Hauser aprendia facilmente quando era ensinado. Aprendeu a tocar piano e até escreveu sua auto-biografia.
Seu caso demonstrou que muitos de nossos comportamentos que parecem inatos, como o medo, o choro ou o riso, são na verdade aprendidos e abriu caminho para boa parte da antropologia moderna. Também influenciou a pedagogia ao mostrar que o ser humano aprende a todo instante, em contato com os outros.
O caso deu origem ao filme O enígma de Kaspar Hauser, de Werner Herzog, de 1975.
Herzog faz mais do que contar a história do garoto abandonado. Seu filme é uma metófora do processo de aprendizado humano. A cena em que Kaspar é abandonado na praça, por exemplo, é emblemática: ele fica lá, parado, incapaz de agir, de sair do estado em que o deixaram. Por outro lado, um boi, amarrado a uma árvore, tenta se libertar. Sem contato humano e sem aprendizado, Kaspar é menos que o boi. Ou seja: sem educação não somos nada.
Em outra cena, já na cidade, a imagem de Kaspar em suas dificuldades ganha contraponto com o bebê da família, que já sabe chorar para pedir alimento à mãe.
Por outro lado, Herzog utliza o caso para criticar a sociedade e as cegueiras dos paradigmas, como quando um professor propõe para Kaspar um enigma lógico e este o soluciona de maneira criativa, mas não convencional, de modo que o professor "não pode aceitar aquela resposta".
O enígma de Kaspar Hauser é um filme lento, em certo sentido até difícil, mas essencial para todos aqueles que queiram entender a natureza humana. Filme obrigatório para estudantes de licenciaturas e professores.

O livro dos cinco anéis




Miyamoto Musashi foi o mais célebre samurai. Conseguindo sua primeira vitória em duelo aos 13 anos, Musashi nunca foi derrotado. Aos 30 anos, após vencer Sasaki Kojiro, um dos mais hábeis samurais da época, Musashi passou por uma grande mudança espiritual. Recolheu-se para buscar o significado mais profundo da luta das espadas. Para isso ele começa a meditar e a praticar pintura e caligrafia.
Aos 60 anos, escreve para seu discípulo um livro contendo seus ensinamentos e seu estilo, Niten Ichi Ryu. Essa obra, chamada o livro dos cinco anéis, se tornou um dos mais importantes livros de estratégia do Japão.
A obra foi publicada em edição bilíngue (português-japonês) em 2010 pela editora Conrad. É uma linda edição, com ilustrações e textos explicativos nas bordas.
O livro é interessante tanto para entender a cultura japonesa quanto para entender a estratégia de guerra. Segundo musashi, os mesmos princípios usados para derrotar um único homem podem ser usados para derrotar 10 milhões de inimigos. Para ele, um dos princípios básicos é que um guerreiro deve entender não só de batalhas, deve conhecer e dominar várias artes, não só a militar. Daí porque ele se dedicou a aprender pintura e caligrafia, por exemplo. Nesse sentido, o livro já era, naquela época, uma ode contra a hiper-especialização. Quanto mais amplo o conhecimento de alguém, maior a chance dele se destacar naquilo que é sua especialidade.
Muito da filosofia de Musashi vem do zen-budismo e podemos notar isso nos trechos em que ele recomenda saber reconhecer o tempo certo da ascensão e declínio de todas as coisas. Ou quando ele afirma que tanto no cotidiano quanto nos momentos de luta o espírito deve permanecer inalterado, alerta, perfeitamente tranquilo e equilibrado: “Nunca se permita paralisar, conserve o espírito sempre livre, mas de prontidão. Mesmo com o corpo relaxado em situações de repouso, mantenha o espírito alerta e, quando o corpo estiver agitado, o espírito deve permanecer tranquilo”.
O autor orienta a conhecer o ambiente em que se dará a luta e usá-lo a seu favor: por exemplo, colocar-se na posição de combate com as costas voltadas para o sol, ou de houver um fogueira, com as costas voltadas para a fogueira.
Um dos capítulos mais interessantes do livro, fundamento básico da estratégia de guerra é aquilo que ele chama de “pressionar contra ao travesseiro”. A técnica consiste em nunca deixar que o adversário comande seus movimentos: “É fundamental, a qualquer custo, subjugá-lo à sua vontade (...) O importante na estratégia militar é neutralizar as ações úteis do oponente e permitir as inúteis”.
São dicas que nitidamente têm aplicação não só na guerra, mas no marketing, no marketing político ou qualquer outra situação em que uma pessoa ou organização se deparada com algum tipo de adversário.  

domingo, dezembro 02, 2018

Por que a docência não atrai

Sim, o professor é fundamental para a sociedade e exerce um trabalho importante, nobre, gratificante e de muita responsabilidade. Mas, não, obrigado, não queremos ir para a sala de aula. É isso que diz a maior parte dos jovens brasileiros hoje. O trabalho é mal remunerado e o docente é confrontado pelos alunos, esquecido pelo governo e desvalorizado pela sociedade. Na pesquisa da Fundação Victor Civita (FVC) e da Fundação Carlos Chagas (FCC), apenas 2% dos estudantes do terceiro ano apontaram a Pedagogia ou algum tipo de Licenciatura como primeira opção de carreira.

Esse resultado bate com o panorama dos maiores vestibulares do país. De acordo com o Censo da Educação Superior de 2009, Pedagogia, Licenciaturas e outros cursos ligados à formação de professores têm uma relação candidato/vaga bastante desfavorável. O maior vestibular do país, promovido pela Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest), oferece 109 opções de cursos. E a graduação em Pedagogia no campus de São Paulo está na 90ª posição - no de Ribeirão Preto, é ainda pior: 92ª. Licenciaturas e disciplinas da Educação Básica são ainda menos procuradas pelos jovens. Leia mais

Clássicos revisitados – Monstros noir


O segundo volume da coleção Clássicos Revisitados uniu dois assuntos diversos: monstros e policial noir. Para quem não conhece, o noir é um gênero policial surgido nos EUA que se diferenciava do tipo dedutivo (característico da Inglaterra) ao apresentar detetives durões, narrativa sarcástica, violência, femmes fatales etc. Eu escrevi a história “Frankstein Noir”, desenhada pelo amigo JJ Marreiro.
O roteiro já era repleto de referências, desde aos romances noir à literatura de H.P.Lovecraft.
Mas o desenhista acrescentou muito mais, a começar pela página de abertura, que emula a capa de um pulp fiction da década de 1930, com chamadas de capa e até preço. Marreiro também recheou a história de easter eggs (novamente, para quem não conhece o termo easter egg significa ovo de páscoa e é a brincadeira de esconder numa histórias referências visuais para serem encontradas pelo leitor da mesma forma que crianças encontram ovos na brincadeira de páscoa), principalmente na sequência da danceteria, na qual aparecem diversos personagens de quadrinhos, cinema e até artistas. 
Confira abaixo alguns previews e easter eggs espalhados pela história: 






Mister Bean e a comédia


Aristóteles dizia que a comédia é a imitação das pessoas inferiores. Enquanto a tragédia mostraria pessoas superiores, cujo comportamento era louvável, a comédia mostraria pessoas cujo comportamento é reprovável. Portanto, rimos daquilo que reprovamos. Mas o comportamento reprovável muda de cultura para cultura. Um exemplo perfeito disso é o seriado Mister Bean, um dos maiores sucessos da TV britânica.
Além da ótima atuação de Rowan Atkinson, que nos faz rir sem dizer uma única palavra, há um outro fator que fez com que os ingleses se deliciassem com o seriado: o caráter do protagonista.
Mister Bean é alguém que quer sempre levar vantagem em tudo, que encontra sempre um jeitinho diferente para fazer as coisas. Se está no café da manhã de um hotel, quer comer mais que os outros hóspedes (e, na pressa de levar vantagem, acaba comendo ostras estragadas). Ao invés de contratar um serviço de entrega para levar seu sofá novo, ele o coloca acima do carro, o que acaba se revelando um desastre. Se perde o elevador, faz questão de atrasá-lo para que os que estão dentro demorem a chegar a seus andares.
Os episódios têm quase que um padrão fixo: Mister Bean geralmente tenta “dar um jeitinho em algo” ou levar vantagem em uma determinada situação e, invariavelmente, se dá mal – o humor surge exatamente dessa dinâmica.
É sintomático que Mister Bean seja uma série inglesa. Na Inglaterra, seguir as regras e pensar no bem comum é considerado o correto. Por isso Mister Bean se torna risível para os britânicos: ele é a pessoa que sempre tenta levar vantagem.

Aí vemos a diferença cultural entre Brasil e Inglaterra: aqui o comportamento risível é justamente o oposto: rimos do “otário”, daquele que parece ingênuo por não querer tirar vantagem das situações. O herói na grande maioria das vezes é o malandro, o que dá um jeitinho. É a lei de Gerson. 

sábado, dezembro 01, 2018

Por dentro da farra dos médicos fantasmas nas unidades controladas por OSS

O Hospital Estadual Roberto Chabo (HERC), em Araruama, tem o perfil de média e alta complexidade com emergência regulada, atendendo toda a população referenciada da Região da Baixada Litorânea do Rio de Janeiro em trauma, terapia intensiva adulta, pediátrica e neonatal, emergência neurocirúrgicas, ortopedia, medicina interna e cirurgia geral.
São 99 leitos. Apesar da importância na rede de saúde da região, de nada vale toda a estrutura da unidade se a gestão dos profissionais e das pessoas é precária.
O HERC é gerido por uma Organização Social de Saúde (OSS) – a ISG (Instituto Sócrates Guanaes) – e ficou conhecido em 2013 por protagonizar uma reportagem do SBT sobre a chamada “farra dos médicos”.
Duas reportagens mostram médicos saindo do HERC logo após baterem o ponto. Até um vereador, eleito com o slogan “Médico do Povo”, foi flagrado bancando o médico fantasma. Leia mais

Conhecimento filosófico

A filosofia trata de objetos que não podem ser medidos ou aferidos. Ela se interessa por questões como: O que é felicidade? Qual o sentido da vida?  Como podemos levar nossa vida de uma maneira moralmente correta?
O filósofo não precisa observar ou medir aquilo sobre o qual está produzindo conhecimento. Como medir a felicidade? Como pesar o sentido da vida? Diante da impossibilidade de usar instrumentos de medição ou observação, o filósofo usa apenas a lógica e a razão.
A filosofia trata de questões universais. Ao perguntar como o homem pode ser mais feliz, a filosofia quer saber como toda a humani-dade pode se tornar mais feliz, e não uma pessoa específica.
Algumas questões que antes eram filosóficas, com o desenvol-vimento de instrumentos de pesquisas (lentes, microscópio, telescópio) tornaram-se científicas. É o caso de questões sobre a origem do universo, sobre do que são feitas as coisas ou sobre como surgiu a vida.

A arte fantástica de Mozart Couto


Mozart Couto foi um talento revelado pela editora Grafipar, no final da década de 1970 e se tornou um dos principais nomes dos quadrinhos brasileiros. Com seu traço influenciado por artistas como Frank Frazzetta, ele brilhava especialmente em histórias de fantasia.