sexta-feira, março 16, 2007


Consegui com amigos algumas preciosidades: os desenhos animados de Jornada nas Estrelas, Planeta dos Macacos e Flash Gordon. Todos foram produzidos pela Filmation, a mesma que depois ficaria famosa com os desenhos de He-mam e She-ha.
A Filmation conseguia ser particularmente irritante quando queria fazer desenhos humorísticos. Alguns devem se lembrar de pelo menos umas três séries em que os personagens andavam duros e tocava uma musiquinha repetitiva de fundo, algo como íon íon íon...
Mas era uma boa produtora de desenhos mais sérios, especialmente de Ficção-científica.
O desenho de Flash Gordon é relativmente fiel à série de Alex Raymond, o que talvez seja um defeito. Flash Gordon é uma space opera, um tipo de ficção que se sustentava com um perigo a cada tira e um monstro a cada semana. Aprofundamento de personagens ou tramas mais elaboradas, nem pensar. A série da Filmation pega exatamente esse clima juvenil de catarse em que um herói vence todos os perigos e ainda conquista todas as moças bonitas que passam pela sua frente. Uma única mudança estranha é o visual da filha do vilão Ming. Nos quadrinhos ela é uma gata com saias esvoaçantes semi-transparentes. Nos desenhos ela parece um protótipo de She-ha.
Em Flash Gordon eles repetem à exaustão uma cena em que o herói corre na direção da câmera. Ela obviamente foi feita com uma técnica em que se filma atores e depois se desenha em cima, o que dá um ar realista. Ficou tão bom que depois eles repetiram a mesma cena em He-man e Tarzan, só mudando os personagens e o fundo.
Bem melhor é a série animada de Jornada nas Estrelas. Produzida pelo mesmo pessoal que fazia a série live-action, ela tem todos os elementos do original, mais o charme da animação. Há epsiódios pavorosos, como O vulcano infinito, que lembra muito um episódio da série original, o cérebro de Spock. Na história, seres vegetais raptam spock para cloná-lo em tamanho gigante e transformá-lo numa espécie de campeão da paz na galáxia. Lamentável. Mas também há bons episódios, como Perdido no esquecimento, que explora a infância de Spock e suas dúvidas sobre seguir mais sua origem vulcana ou humana. Há episódios divertidos, como O computador humorista, ou Mais pingos, mais problemas e outros mais críticos como A mágica de Megas-tu. Outros são muito criativos, como Paralelos, em que a Enterprise vai parar em uma dimensão em que tudo é ao contrário.
No final, entre mortos e feridos, salva-se todos. Pelo menos para os fãs.
Infelizmente o desenho só teve 22 episódios produzidos. As histórias, apesar de algumas concessões, eram adultas demais para crianças e os adultos não tinham costume de assistir a desenhos animados. Também pesou negativamente o fato de que a série foi transmitada em horário ruim, de manhã, na hora do trabalho, quando os fãs não podiam assistir.
Ainda não assisti ao desenho do Planeta dos Macacos. Quando assistir, digo aqui o que achei.
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