sábado, junho 30, 2007


Como a revista O PAVIO começou a fazer muito sucesso, começamos a ter problemas com a fila de pessoas querendo colaborar com a revista, que muitas vezes não nos deixavam fazer nada. Assim, elaboramos uma carta aos pretensos colaboradores, que quiserem enviar textos para a revista (isso vale para você também, ok?). Aí vai:

Caros colaboradores,

Ficamos muito felizes com seu interesse em colaborar com a revista O PAVIO, mas antes de embarcar nessa roubada, é importante que você saiba de algumas coisas:

1 – Nosso público-alvo são adolescentes universitários ou pré-universitários. Textos jornalísticos devem ser de assuntos de interesse desse público.
2 - A revista O PAVIO tem uma linguagem própria que não é necessariamente a linguagem padrão-formal. Os textos devem refletir o que se fala nas ruas, as gírias, as expressões regionais, ou seja, deve parecer uma conversa com o leitor.
3 – A linguagem da revista passa pelo aspecto visual. Ao invés de fotos, damos preferência a ilustrações e charges.
4 – Textos literários devem ser preferencialmente crônicas humorísticas. Textos curtos e com linguagem ágil.
5 – Há situações em que determinados temas não podem ser tratados de forma engraçada. Nesse caso, faça com que não fique excessivamente pesado, usando textos curtos.
6 – A revista O PAVIO é também um laboratório de jornalismo, de modo que não procuramos seguir o jornalismo convencial. Estilos diferenciados, como o gonzo jornalismo e o novo jornalismo são muito bem-vindos.
7 – Não se auto-censure ao escrever. Deixe que o editor censura você.
8 – Os limites são limites éticos. Não queremos ser processados.
9 – Revise seu texto e só o entregue depois que ele estiver ok. Já tivemos caso em que foi publicada a versão errada de um texto. Portanto, entregue só depois de ter certeza de que é isso mesmo que você deseja.
10 – Não se leve muito a sério. Aqui ninguém se leva a muito a sério e esse é por isso que conseguimos tirar sarro até de nós mesmos.
11 – Divirta-se ao escrever. Se você não se diverte, o leitor não irá se divertir ao ler.

Se depois de ler tudo, você ainda quer embarcar, avise-nos com antecedência sobre o tipo de texto e assunto para que possamos colocar na programação da revista.
Como escrevi o verbete metodlogia científica da Wikipédia, não resisti e fiz uma versão humorística do mesmo artigo na Desinclopédia.

Todos sabem que sou fã da Wikipédia, mas eu não conhecia a versão apócrifa, a Desiclopédia. Engraçado é pouco. Morri de rir desse texto que explica porque Roberto Carlos proibiu a publicação de sua biografia.
É, já vai longe o tempo em que blogs eram exclusividade de adolescentes sem conteúdo. A cada dia encontro um novo blog interessante. Este aqui é de um professor de História e é muito bom.

Estônia é primeiro país a votar pela internet

Primeiro país do mundo a permitir a votação pela internet, a Estônia escolheu neste domingo (04/03) um novo Parlamento. Até o meio-dia (horário local), 32,3% dos 940 mil eleitores já tinham feito sua escolha, perfazendo uma participação maior no pleito do que em 2003, quando a abstenção foi maior e apenas 28,6% dos estonianos votaram. Naquele ano, o país ainda não era membro da União Européia. Leia mais

Engraçado como certas músicas acabam tendo uma interpretação diferente daquela imaginada pelo autor. Talvez seja essa a grandeza da arte: cada um a intrepreta de acordo com sua história. Uma situação muito comum é de músicas que não são românticas, mas são interpretadas como tal. A música Fico assim sem você (Avião sem asa,/Fogueira sem brasa,/ Sou eu assim sem você./ Futebol sem bola, / Piu-piu sem Frajola,/ Sou eu assim sem você), de Adriana Calcanhoto foi feita para o filho da cantora, mas embalou muitos namoros adolescentes. A música A estação, de Roberto Carlos, virou trilha sonora de casais se separando, mas na verdade foi feita para a mãe do cantor, Lady Laura. Roberto foi levá-la na rodoviária e resolveu expressar a saudade que sentia numa canção.Chamou-a de A estação, que serve também para trem, o que ajudou a dar um toque romântico. Quando eu era pequeno, minha mãe trabalhava em São Paulo e separações desse tipo eram muito comuns, por isso gostei dessa música desde o primeiro momento em que a ouvi:

A Estação
(Roberto Carlos - Erasmo Carlos)


Senti que alguma coisa ia me dizer
No tempo que restava antes de partir
Mas seu silêncio me dizia muito mais
Que todas as palavras que eu pudesse ouvir

No olhar uma tristeza disfarçada
No peito uma saudade antecipada
Então sua mão meu rosto acariciou
E com ternura meus cabelos afagou

E a sua voz se fez ouvir dizendo adeus
E eu fiquei perdido em pensamentos e recordações
Não sei por quanto tempo ali fiquei
E como pude controlar as emoções também não sei

Pra não me ver mais triste ainda ela sorriu
Me olhou nos olhos, me beijou, depois saiu
Caminhou com passos calmos e parou
Me acenou mais um adeus, depois seguiu

Lembrei de tudo como era antes
Sem despedida e vidas tão distantes
Parado ainda na estação ela me viu
Me acenou mais uma vez, depois partiu
E a sua mão mais uma vez me acenou
E eu fiquei perdido em pensamentos e recordações
Não sei por quanto tempo ali fiquei
E como pude controlar as emoções também não sei
Essa história de blog está fazendo história. Agora é meu filho Alexandre que criou um blog, o Medal of Honor. Confira.
Em tempo: o título é referência a um jogo que simula a II Guerra Mundial (o preferido aqui em casa).
Ontem entrevistamos o prefeito João Henrique no programa Café com Notícia (94.5 FM - das 7 às 8:30). Conversei com ele sobre a urbanização da Claudomiro de Moraes e sobre as ciclovias que estão sendo tomadas por carros e ambulantes. Ficou claro que não existe um projeto de para resolver o problema, mas o prefeito prometeu que a Prefeitura fará essa conscientização. Vamos esperar. Na verdade, não precisava de muita coisa. Eu mesmo sugeri usar a guarda municipal, fazendo, incialmente conscientização e, posteriormente, repressão.

sexta-feira, junho 29, 2007


A Minha filha Moira criou um blog, que você pode conferir aqui.

Natal


Mariano não gostava de natal. Bastava ver as pessoas comprando presentes, providenciando a ceia, para ele estourar:
- Natal é mercantilismo! Coisa de babaca!
Como era quase impossível se ver livre do clima natalino, ele inventava estratégias para pelo menos fugir da pieguice dos abraços e troca de presentes. Inventava de tomar banho dez minutos antes da meia-noite, ou lembrava de consertar um cano.
Um dia Mariano arranjou uma colocação em uma empresa grande. Foi muito bem recomendado e sabia que tinha chances de crescer lá dentro. Quem sabe, podia chegar até a vice-presidente. Não bastasse isso, o salário era ótimo e a turma divertida. O emprego dos sonhos.
Só tinha um problema: o chefe adorava natal. Seu maior prazer era reunir todos os filhos dos funcionários, distribuir presentes, dar bolo, balas, aquela festa. E todos deveriam participar. Quando soube disso, Mariano tremeu, mas disse consigo: “Tudo por uma boa causa!” e respirou aliviado. Por pouco tempo. Naquele ano especificamente o Pedrão, que sempre fazia o papel de Papai Noel, estava doente, e o chefe pediu que os funcionários indicassem alguém para substitui-lo.
O pessoal da sessão não perdeu a chance: indicou o Mariano. Como ele era meio gordinho e simpático, o chefe olhou para ele e viu mesmo um papai Noel:
- Nunca tinha reparado. Você com uma barba postiça e uma roupa vermelha fica o próprio!
E agora? Mariano mal conseguiu dormir aquela noite. Virava de um lado para o outro, indeciso entre pedir demissão ou se matar. Por fim, decidiu nem por um nem por outro, mas por ser papai Noel.
Foi lá e fez tudo era necessário. Distribui balas, presentes e até colocou crianças no colo para tirar fotos.
No dia seguinte, recriminou os colegas pela sacanagem e afirmou que aquele tinha sido o pior dia de sua vida. Passou o resto da semana com cara de pit-bull, para deixar claro seu ponto de vista. E redobrou o discurso anti-natal.
Mas o que ninguém soube é que, a partir daquele ano, ele não perdia uma oportunidade de se vestir de papi Noel. Até se filiou em associações beneficientes longe de sua casa e do emprego, só para poder bancar o bom velhinho...

Lobato e suas grandes verdades
Vanessa FJ
“Opinião pública só existe em lugarejos. Nas capitais desaparece substituída pela opinião que se publica”. Foram essas duas frases que me prenderam quando eu comecei a ler “Mundo da Lua e Miscelânea” (editora brasiliense), livro do Monteiro Lobato que eu adquiri por R$ 5 em um sebo em Blumenau (SC). Estava ali uma das grandes verdades de Lobato sobre a imprensa do seu (nosso) tempo. Leia mais

O Overmundo publicou uma matéria sobre a revista O PAVIO, que você confere aqui.
A revista O PAVIO já está dando frutos. Agora vai virar, também programa de rádio. O Programa O PAVIO vai ao ar nas sextas e sábados na 102.9 FM, das 00:00h até as 02:00h. A apresentação é da Cintia Souza, da Ronelli Aragão e do Ronaldo Roni. Alguns dos textos são de minha autoria... Confira.

Às vezes é melhor você não ler certas obras, certos autores. Ray Bradbury é assim. Eu leio ele e dá vontade de desistir de escrever, tão bom é o texto dele. Bradbury fazia uma espécie de literatura que parecia poesia. Cada palavra, cada frase, tinha a cadência certa e provocava uma imagem mental. Vejam a cadência desse trecho do conto A bruxa de abril, do livro Os frutos dourados do sol:

“Pelo ar, por sobre os vales, sob as estrelas, acima de um rio, um lago, uma estrada, Cecy voava. Invisível como ventos novos de primavera, fresta como o aroma de cravos que se desprende dos campos no crepúsculo, ela voava”.

Ou a sinestesia desse trecho do conto O pedrestre, no mesmo livro: “Podia-se sentir as luzes geladas piscando, todos os galhos cobertos de uma neve invisível”.

Quando escrevia quadrinhos com mais freqüência, na década de 1990, eu imitava muito esse estilo ao escrever as legendas de minhas HQs e ess estilo era até copiado, mas a verdade é que nunca cheguei nem perto do nível de textos como esse. Bradbury é como nossa sombra: quanto mais corremos atrás dela, mais ela se afasta de nós.

quinta-feira, junho 28, 2007

Teu passado te condena

Gravação piora ainda mais situação de Renan

Uma gravação divulgada pelo "Jornal Nacional", da TV Globo, hoje à noite, derrubou mais um dos argumentos da defesa do senador Renan Calheiros (PMDB-AL). A gravação é um forte indício de que Cláudio Gontijo, lobista da construtora Mendes Júnior, pagou despesas de campanha eleitoral do presidente do Congresso. Leia mais

"Uma das características de Collor é confiar em poucas pessoas. Os participantes do jantar pertenciam ao grupo restrito que tinha o privilégio de chamar o governador de Fernando. Renan (Calheiros) e Cleto integravam o núcleo central do grupo, com PC Farias, Geraldo Bulhões e Cláudio Vieira". (Todos os sócios do presidente, de Gustavo Krieger, Luiz Antonio Novaes e Tales Faria, Scritta editorial).

"Livres do bloqueio, a única preocupação de Collor e seus amigos (entre eles Renan) era fingir que tinham ficado com 50 mil cruzados no bolso, como toda a população. O mesmo Collor que servia vinho nacional aos governantes estrangeiros, deliciava-se com as melhores champanhes importadas na companhia de seus amigos" (Idem Ibidem)

Recebi a revista Corpo de delito, com roteiro de Iramir Araújo e desenhos de vários artistas, o principal deles Beto Nicácio. A revista é mais uma produção do grupo de quadrinistas maranhenses, grupo que recentemente perdeu o ótimo Joacy James. Corpo de Delito confirma a tradição de qualidade dos quadrinhos maranhenses e vale a pena ser conferido, especialmente para aqueles que apreciam histórias policiais. Para conferir, basta mandar um e-mail para iramiraraujo@ig.com.br ou deixar um comentário no blog Corpo de delito.

Em 1994 os EUA quase desenvolveram uma bomba de amor gay. A idéia era soltar feromônios que fariam com que o inimigo parasse de lutar e começasse a fazer amor um com o outro. A Força Aérea pediu 75 milhões de dólares de financiamento para desenvolver esse projeto bem no estilo "Faça amor, não faça guerra". – ou seja, durante o primeiro mandato do democrata Bill Clinton - os Estados Unidos quase desenvolveram uma bomba de “amor gay”. Tá no blog do Estadão.

Monstro do Pântano: Amor em Vão, da Pixel, na Fest Comix


Por Marcelo Naranjo (28/06/07) A editora Pixel Media apresenta diversas novidades na 12ª Fest Comix, em São Paulo. Confira: Monstro do Pântano: Amor em Vão (minissérie em 2 edições, 48 páginas, R$ 6,90) - um antigo inimigo do Monstro do Pântano e sua amante escapam do inferno, com graves conseqüências para todos. Esta saga publica as edições #9 e #10 do volume 4 do Monstro do Pântano. Leia mais

China vende carne brasileira. Pirata

Jamil Chade

Depois de brinquedos, CDs e softwares piratas, a China surge com mais uma novidade: a exportação de carne brasileira falsificada para os mercados da Europa e Rússia. Em muitos casos, as carnes são chinesas, mas empacotadas como sendo produto brasileiro e até com certificados falsificados escritos em português. O Estado obteve informações de que o Ministério da Agricultura já prometeu a vários países que, a partir da semana que vem, modificará os certificados usados para as exportações para dificultar a falsificação. Leia mais

quarta-feira, junho 27, 2007

A ciclovia do bairro do Congós tem sido usada para tudo, menos para o trânsito de bicicletas. Já virou mania estacionar o carro ali. Só faltava aparecer barraquinhas de ambulantes. Faltava, não falta mais. Hoje à noite uma senhora teve a brilhante idéia de vender batata frita e instalou o carrinho na ciclovia. A dona da barraquinha em nenhum momento parou para pensar que sua atitude poderia provocar a morte de um ciclista. Eu filmei a cena, que você pode ver aí em cima, ou aqui.

Sexta-feira faço minha estréia como co-apresentador do programa

Café com notícia. A Márcia Correa vai viajar e vou substitui-la. Como toda estréia, dá um friozinho na barriga. Mas ouçam e digam o que acharam. Só não vale jogar tomates.

Tem reality show para tudo. Um dos mais curiososos é Who Wants to be a Superhero?, apresentado pelo roteirista Stan Lee (criador do Homem-aranha) em que são escolhidos os melhores super-heróis para um gibi. Os participantes bolam o uniforme e precisam passar por testes de coragem e heroismo. Por que essa tosqueira não passa na TV aberta brasileira? Para ter uma idéia, aí vai o perfil de uma das participantes:


Hygena (Melody Mooney / Sherman Oaks, Califórnia): Doméstica que combate o crime fabricando armas a partir de produtos de limpeza


Ai se a Marinete sabe disso!
O vídeo da Cicarelli foi liberado pela justiça. Todos devem se lembrar da decição de um desembargador que tirou o Youtube do ar por causa desse vídeo. Agora ele pode ser assistido até no blog do Estadão.

Justiça prorroga prisão de acusados de espancar doméstica


RIO - A Justiça prorrogou por dez dias a prisão temporária dos cinco acusados pelo espancamento da empregada doméstica Sirley Dias Carvalho Pinto, de 32 anos, na madrugada de sábado, 23, na Barra da Tijuca, na zona sul da cidade. A polícia agora procura um sexto rapaz chamado Artur, que estava no carro e pode ter participado da agressão. Leia mais


Comentário: Esses são os rapazes que, após espancar a empregada doméstica, alegaram que o fizeram por acharem que ela era uma prostituta! Como se uma pessoa, só por ser prostituta, deveria ser espancada... Na verdade, parece que a educação no Brasil tomou um rumo de permissividade incontrolável. Um dos pais chegou até a justificar as ações do filho. Por suas famílias terem dinheiro, os rapazes achavam que podiam fazer qualquer coisa e sair numa boa. O advogado da vítima vai entrar com uma ação de danos morais e materiais, o que é uma ótima idéia. Esses garotos e seus pais deveriam sustentar essa doméstica pelo resto da vida. Aliás, uma coisa que nunca entendi foi uma justiça que se preocupa com o réu, mas não se preocupa com a vítima. Num sistema justo, o culpado deveria pagar indenização para a vítima.

terça-feira, junho 26, 2007

Líder de controladores nega sabotagens e fala em risco de tragédia

Tânia Monteiro
Da redação, em Brasília

Falando por meio de um vídeo para uma platéia de mais de cem pessoas, a grande maioria de sargentos da Aeronáutica, o presidente da Associação Brasileira dos Controladores do Tráfego Aéreo (ABCTA), Welington Rodrigues, um dos 14 afastados do monitoramento de aviões civis por liderar o movimento do dia 30 de março, rechaçou acusações que a categoria é formada por "sabotadores" ou "maçãs podres". Leia mais

Agora é oficial: Star Trek 11 será sobre as primeiras aventuras de Kirk e Spock


Marcelo Forlani
A notícia já era dada como certa por todo mundo, mas nada como ouvir (ou ler, no caso) das próprias bocas dos roteiristas que a trama de Star Trek 11 será focada nas "primeiras aventuras do Capitão Kirk e Sr. Spock". Leia mais
Comentário: O diretor desse novo Jornada é o mesmo criador de Lost. Se num seriado de TV ele conseguiu fazer algo tão bom, imagine em um filme, com ótimos personagens como Spock e Kirk! Comprem seus ingressos!

A REALIDADE EXISTE?

Pense por um instante. Você existe? Você está de fato lendo este texto? As pessoas que estão à sua volta são reais? A resposta a essas perguntas parece óbvia. Sim, eu existo, estou lendo este texto e as pessoas à minha volta são reais, diria a maioria das pessoas. Mas qual a prova disso? Aparentemente, a melhor prova de que o mundo à nossa volta existe são os nossos sentidos. Nós vemos o mundo, o cheiramos, ouvimos e apalpamos. Mas os nossos sentidos não são nada confiáveis. As chamadas miragens são um ótimo exemplo disso. Ou os sonhos que parecem reais. Filmes como Matrix e Vanila Ski mostram como podemos ser enganados por nossos sentidos. Neo de Matrix achava que tudo à sua volta era real, quando na verdade estava imerso em uma realidade virtual criada por um programa de computador.
Há uma parábola chinesa que mostra bem o quanto os sentidos podem ser enganadores. Dizem que um sábio estava andando por um campo quando teve sono e dormiu à sombra de uma árvore. Sonhou que era uma borboleta e, no seu novo corpo, voou pelos campos, pousou nas flores, sentiu o calor do sol... quando acordou uma dúvida se apossou dele: era ele um sábio que sonhara ser uma borboleta, ou uma borboleta sonhando que era um sábio?
No Ocidente, um dos primeiros pensadores a criticarem os sentidos como fonte de conhecimentos foi René Descartes. Ele percebeu que os sentidos não eram confiáveis e propôs a razão como única fonte de certeza. Cogito ergo sun. Penso, logo existo.
Os cientistas responderam aos questionamentos de Descartes elaborando mais e melhores instrumentos de observação. Se os nossos sentidos não conseguem perceber com perfeição o tempo, use-se relógios. Se não conseguimos dizer com que exatidão que objeto é maior que outro, crie-se balanças. Assim foram criados telescópios, microscópios, balanças, cronômetros e muitos outros instrumentos que tornavam mais confiável as pesquisas (nas ciências sociais foram criados instrumentos específicos, como os questionários).
O filósofo Leibniz percebeu a falácia dessa empreitada. Afinal, por mais sofisticados que sejam instrumentos de pesquisa, eles serão, em última instância, captados por nossos sentidos. O microscópio pode ser avançadíssimo, mas no final o que será observado o será através do olho humano, que é falho. Ou seja, as extensões dos nossos sentidos são, no fim, tão falhas quantos os sentidos.
O cientista chileno Humberto Maturana deu um vernis mais científico à crítica de Leibniz. Maturana é originalmente biólogo e estava interessado no sistema nervoso e nos fenômenos da percepção. Em sua pesquisa ele se deparou com as experiências com o olho da salamandra.
As salamandras têm incrível poder de regeneração. Assim, se cortamos sua pata, ela se regenera. O mesmo acontece com o nervo óptico. Se um cientista corta o nervo óptico da salamandra, o retira da cavidade e coloca de volta, o olho se regenera. Mas alguns cientista havia cortado o olho, girado-o 180 graus e colocado de volta. Ao fazer isso, a salamandra, que lança sua língua para pegar insetos, passou a lançar sua língua na direção oposto ao bichinho.
No livro Cognição, ciência e vida cotidiana, Maturana explica o processo: “Ao girar o olho 180 graus, a retina posterior fica na frente, no lugar da anterior e vice-versa; e a retina superior fica embaixo, no lugar da inferior, que vai para cima. Normalmente, se pomos um bichinho na frente da salamandra, sua imagem se forma na retina posterior, a salamandra lança sua língua para a frente e o captura. Quando giramos o olho, a imagem do bichinho colocado à frente da salamandra se forma na retina anterior, que agora está atrás”.
A conclusão à que o biólogo chegou foi de que o ato de lançar a língua e capturar o bichinho não é um ato de apontar para um objeto externo, mas de fazer uma correlação interna.
Assim, Maturama duvida inclusive que exista uma realidade externa. Tudo que vemos e observamos é resultado de uma correlação interna.
Talvez haja de fato uma realidade externa, talvez o computador no qual escrevo agora exista de fato em uma realidade exterior a mim, mas devo me conformar com o fato de que nunca terei acesso direto a essa realidade e, portanto, nunca poderei saber se o que vejo é exatamente o que existe fora de minha percepção sensorial.

Contra punições, controladores ameaçam baixa coletiva

Tânia Monteiro, do Estadão BRASÍLIA - Apesar de 14 sargentos terem sido afastados do controle aéreo civil e a Aeronáutica ter informado que não encontrou novos focos de resistência e de solidariedade às "lideranças negativas", controladores insatisfeitos estão se articulando e avaliando a possibilidade de pedir uma "baixa coletiva". Leia mais

segunda-feira, junho 25, 2007

Apeoesp: pai de aluno agride professor em 25% dos casos

A violência contra o professor já faz parte da rotina das escolas públicas. O novo dado que aparece neste quadro é que os pais dos alunos decidiram subir 'no ringue'. Segundo pesquisa do Sindicato dos Professores de São Paulo (Apeoesp), em 25% dos casos de agressões verbais e físicas contra os educadores da rede estadual, são os parentes dos estudantes os autores das ameaças, tapas e xingamentos. Leia mais

Comentário: parece que o respeito ao professor deixou de existir no Brasil e, como resultado, vamos ter cada vez mais bons professores indo para outras profissões. Uma variável que piorou o problema foi o Estatuto da Criança e do Adolescente. Em Curitiba um professor responde inquérito só por ter advertido um aluno que esteja, por exemplo, batendo num colega. O resultado disso é que está se tornando cada vez mais comum nessa cidade assassínios de professores praticados por alunos.
Estamos chegando às 50 mil visitas! O meu blog anterior chegou aos 60 mil acessos. Juntando com esse, dá mais de 100 mil!
A urbanização do bairro do Congós incluiu uma ciclovia, mas a idéia pelo jeito não vai colar por falta de educação. Quase nenhum ciclista vai pela ciclovia, preferindo ir no meio da pista, disputando lugar com os carros. Além disso, alguns motoristas passaram a achar aque a ciclovia era estacionamento, e estacionam seus carros no local que deveria ser destinada às bicicletas. Assim que tiver tempo, vou levar uma máquina fotográfica e digitar os carros estacionados na ciclovia e os ciclistas indo no meio da pista.

Frank Miller dirigirá filme baseado na obra de Raymond Chandler

Por Sérgio Codespoti (22/06/07)
Trouble is my Bussiness, história policial do renomado escritor Raymond Chandler, deverá ser adaptada para o cinema com direção de Frank Miller. Leia mais

sexta-feira, junho 22, 2007


O site Digestivo Cultural publicou um artigo meu, Livros do amanhã, no qual dou a bibliografia básica para quem quer saber um pouco mais sobre histórias em quadrinhos. Abaixo um trecho:


Livros do amanhã


Gian Danton

Quando eu tinha uns 12 anos ainda se usava encerar a casa e depois espalhar um monte de jornais pelo chão. Eu nunca entendi direito porque era necessário fazer isso, mas o fato é que se fazia... e eu era encarregado de encerar, lustrar e espalhar os jornais. Numa dessas ocasiões vi algo que me interessou num dos jornais espalhados pelo chão e já meio sujos de cera vermelha. Era uma artigo sobre histórias em quadrinhos, mais especificamente sobre O Fantasma. Fiquei lá acocorado, lendo e relendo a matéria. Não tinha a noção de que os gibis, tão desprezados, pudessem ser assunto de um artigo em jornal, quanto mais de um livro. Para mim foi algo revelador. Tempos depois eu assumi aquela mesma coluna no jornal.

A descoberta de que se podia escrever de forma séria sobre HQ foi fundamental para que eu procurasse livros sobre o assunto. A relação abaixo é um relato de uma busca que se iniciou naquele dia, acocorado sobre o chão encerado de vermelho e apresenta não todos os livros sobre o assunto, ou os mais importantes, mas os que mais me marcaram. Leia mais

Ingratidão


Ah, eu gostaria de contar minha história, né? Todo mundo tem uma história para contar. Eu também tenho uma. Não é muito diferente não... um dia eu cheguei estranho no trabalho. Estava sentindo um embrulho no estômago... Um amigo perguntou: O que foi, Adolfo? Nada, só estou meio enjoado. Deve ter sido a feijoada de ontem... e vomitei no meio da seção. O meu corpo começou a mudar... Um dia encontrei um amigo na rua:
- Adolfo, há quanto tempo! Rapaz, viu o timão? Viu o timão? Que virada, hein? Mas rapaz, você está meio diferente... essa barriga... é cerveja?
- Não, é menino...
Eu estava grávido. Como toda pessoa que fica grávida, eu comecei a ter desejos estranhos... Uma noite eu acordei com vontade DE assistir a uma corrida do Airton Sena comendo pipoca com melancia.
- Mas querido, a essa hora da noite... onde eu vou achar um vídeo do Airton Senna? – perguntou minha esposa
- Eu não sei. Mas me arranja... senão... já viu... já pensou se o nosso filho nasce com a cara do Airton Senna?
- Até que não seria má idéia...
- Mas ele pode nascer com o pé-frio do Rubinho.
- Já acho a fita para você!
O pior é que veio a fase dos enjôos e eu fui enjoar logo dos jogos do Coríntias...
Finalmente o bebê nasceu e tudo voltou a normal... ou quase tudo! Meu filho virou torcedor do Palmeiras! É sempre assim: filho nunca dá valor à mãe. Depois de carregar esse ingrato na barriga por nove meses, ele me vira torcedor do Palmeiras....

Martha é a última demitida de 'O Aprendiz 4'


Na última sala de reuniões de O Aprendiz 4 - O Sócio, Martha deixou a disputa pela sociedade milionária com Roberto Justus. Agora, Mariana e Tiago se enfrentam na final, em busca da parceria com o publicitário em seus negócios. Leia mais


Comentário: O que contou contra Martha foi a sua proposta de negócios, construir casas populares no interior de São Paulo. Thiago tem uma proposta de lava-carro sem água, que junta responsabilidade social com a possibilidade de entrar em mercados como Europa e EUA. Mariana tem a proposta de uma empresa de racionalização de energia elétrica, também interessante pela questão da responsabilidade social, mas é uma idéia mais difícil de ser exportada. Então, na final, a não ser que Thiago cometa alguma gafe, ele leva.

quinta-feira, junho 21, 2007

Cachorro quente

Uma leitora deixou um comentário no blog dizendo que foi em Belém e comeu um cachorro quente para nunca mais esquecer.

O cachorro quente de Belém realmente é ótimo, e é a razão pela qual o McDonald's demorou tanto a entrar na cidade. É feito de picadinho. Não sei a receita, mas sei que leva pimentão, cebola e carne moída. Deve ter mais algumas coisas, pois é bem temperado.

E é bem simples: picadinho e pão. Os paraenses costumam colocar mais katchup e maionese, mas acho que aí perde o sabor.

Monteiro Lobato é mesmo meu ídolo. No livro História das invenções, ao falar das mudanças ambientais que fizeram com que nossos antepassados começassem a criar inventos para ir além das limitações naturais, ele escreve:

"Na luta pela vida, na luta entre as espécies ou contra as coisas que nos rodeiam, vence sempre o mais apto, isto é, o mais esperto, o mais jeitoso, o mais preparado para mudar o sistema quando isso convém. O nosso macaco-homem já estava com inteligência mais alerta que a dos outros animais e se ia adaptando às mudanças verificadas na superfície da Terra. Vencia as dificuldades. Sobrevivia. Era o mais apto, como se diz em linguagem científica, e o mais apto sobrevive sempre, isto é, continua a viver enquanto o menos apto leva a breca".


Que simplicidade. Não há o que não se compreenda quando é Lobato que explica... Ah, e Lobato também era darwinista de carteirinha!

Parlamento Europeu se recusa a distribuir última HQ de Will Eisner


Érico Assis
O Complô: A História Secreta dos Protocolos dos Sábios do Sião, última graphic novel do mestre dos quadrinhos Will Eisner, foi considerada "propaganda" por oficiais do Parlamento Europeu, órgão de administração da União Européia. O Parlamento havia recebido centenas de cópias da obra, para distribuição entre seus ministros e funcionários, mas recusou-se a distribuí-la.
Segundo o European Jewish Press, os livros haviam sido enviados pelo Trasatlantic Institute, organização que visa desenvolver as relações entre EUA, Europa e Israel. A obra de Eisner denuncia como teriam sido forjados os "Protocolos dos Sábios do Sião", documento que anunciava uma suposta conspiração judia para dominar os governos do mundo. Segundo Eisner, e vários outros autores, o documento foi inventado pela polícia russa em 1905. Apesar disso, é vendido até hoje como obra de um conluio de sábios judeus.
Leia mais

Extinção dos dinossauros ajudou na proliferação dos mamíferos

PARIS (AFP) - Um fóssil descoberto no deserto de Gobi revelou a mais forte evidência até hoje de que a extinção dos dinossauros ajudou os mamíferos a dominarem o planeta. Leia mais

Tremor de terra assusta moradores da cidade do Pará

Moradores da cidade de Tucuruí, a 350 quilômetros de Belém, no Sudeste do Estado do Pará, assustaram-se na noite de ontem com um tremor de terra que atingiu parte do município, principalmente próximo da barragem de uma Hidrelétrica. Por volta das 22h40, um barulho semelhante ao de um trovão foi ouvido e, em seguida, foi sentido um leve tremor de terra, que durou quase 20 segundos, em vários pontos da cidade. Leia mais

INVASORES

Vi o sol nascendo. Vi as correntezas no mar se espalhando e indo em frente como animais indomáveis. Senti o cheiro da lua e afaguei rochas que talvez nenhum de vocês virá a conhecer. Existi e existo há mais tempo do que qualquer dos mais antigos possa se lembrar. Por isso foi escolhido para contar a história. É para ouvi-la que, de tempos em tempos, nos reunimos, flutuando languidamente e soltando aromas familiares.
Falo de um tempo quase esquecido em que estranhos nos visitaram. Vieram do vácuo, onde não há som. Talvez por isso sua mãe roncou estrondosamente enquanto descia, pesada e sólida, na direção do solo. Uma vez lá, ela abriu sua barriga e soltou seus filhos.
Eram seres bizarros. Sua feiúra ia a tal ponto que se mantinham em uma forma estável, como sua mãe. Para os mais jovens, tal coisa pode parecer impossível, mas a verdade é que se contentavam com uma única forma, sem mudá-la. Até mesmo as coisas sem vida estão em constante transformação. As águas cavam os leitos dos rios e não há uma única vez em que eu olhe para elas sem observar um novo detalhe. As montanhas e as pedras transformam-se. Às vezes lenta, às vezes abruptamente.
Mas aqueles seres não mudavam. E, no entanto, se movimentavam, alternando os dois tentáculos inferiores. Tinham mais outros dois tentáculos na parte superior, que usavam para agarrar as coisas. Acima do conjunto havia uma protuberância munida de uma cavidade através da qual emitiam sons estranhos. Eram seres compactos e sólidos e seu cheiro era dos piores que já senti.
No começo nós os ignoramos porque, devido ao seu aroma pouco atrativo, não serviam de alimento para nosso povo. Mas, então, começaram a espalhar sua doença de estabilidade pelo solo. Criaram coisas enormes, sólidas como as rochas mais duras ... e moravam nelas. Nunca vi uma dessas coisas se transformar. Tivemos medo de que dessem cria e se espalhassem por todo o solo. Resolvemos destruir os pequenos seres que as construíam com seus tentáculos. Alguns de nós cogitaram devorar-lhes o cheiro, mas era horrível demais para ser tragado.
Boiamos no ar, ocupados com o desafio de nos livrarmos da imobilidade trazida pelos invasores. Descobrimos, então, que eram sensíveis a certos gases. Nós manipulamos as plantas da flotilha para que liberassem no ar o seu aroma. Um dos invasores, embora não mudasse de forma, ficou imóvel. E isso era já um alívio. Seu cheiro, devo dizer, melhorou. O primeiro sucesso nos animou a fazer outras tentativas. Assim, manipulamos todos os tipos de plantas e eles foram se tornando inertes um a um.
O último deles entrou na mãe e fez com ela tanto barulho e acendeu tantas luzes que parecia querer nos espantar. A mãe levantou no ar e depois caiu, em chamas.
Foi assim, meus filhos, que nos livramos dos invasores. Continuassem aqui e nos condenariam com sua ditadura de formas fixas.
É por isso que nos reunimos de tempos em tempos. Não para soltar nossos aromas de acasalamento, ou para volatizar com velhos companheiros, mas para contar como, há um tempo quase esquecido, fomos invadidos por pequenas e perigosas criaturas chamadas seres humanos... e como nos livramos delas.

Assistam aqui a divertidíssima cena do assaltante letrado, da Cia Melhores do Mundo. O bandido entra em um shoping e mata um refém para cada erro de português cometido pelos policiais. Hilário.

quarta-feira, junho 20, 2007


Outro lançamento de Moore pela Pixel é Promethea, um trabalho em que o autor envereda pelo misticismo e pela psicologia Junguiana. Vale a pena conferir, até porque a revista é barata. Leia aqui a notícia.

A Saga do Monstro do Pântano em lançamento da Pixel Media


Por Marcelo Naranjo (20/06/07)

A Pixel Media lança A Saga do Monstro do Pântano (formato americano, 196 páginas, capa dura, colorido, R$ 54,90), álbum que reúne as primeiras histórias escritas por Alan Moore para o personagem. Esta edição apresenta as revistas originais de #21 a 27, já publicadas no Brasil pela Editora Abril (em formatinho), Metal Pesado (a saga Lição de Anatomia, edição especial, preto-e-branco) e Brainstore Editora (edição encadernada, preto-e-branco). O álbum da Pixel apresenta também o número #20 da série original, que foi a primeira escrita por Moore e que permanece inédito por aqui. Leia mais


Comentário: Monstro do Pântano foi uma revolução para a época. Mostrou que os quadrinhos podiam ir muito além de dois marmanjos trocando sopapos. O texto de Moore é pesado, em alguns momentos até difícil, mas ainda assim suas histórias são deliciosas. A primeira vez em que li uma história do personagem fiquei perdido ao me deparar com uma história surrealista. Algum tempo depois o compadre Bené Nascimento (Joe Bennett) me emprestou Watchmen e todas as histórias do Monstro do Pântano que tinham saído pela Abril até a aquela data. Foi uma overdose da qual saí em transe. Em Monstro do Pântano, Morre fala de filosofia, misticismo, ecologia... e faz histórias que deixam a gente com medo de noite. A série era tão boa que um personagem secundário, John Constantine, acabou virando astro em título próprio.

Perícia da PF complica situação de Renan

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), passou o dia sob fogo cruzado e viu aumentar a pressão para que deixe o cargo. Para piorar a situação, a Polícia Federal encontrou irregularidades nos documentos enviados pelo senador ao Conselho de Ética para comprovar que pagou com recursos próprios a pensão da filha que teve com a jornalista Mônica Veloso, e que não recorreu ao lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior. De acordo com o Blog do Noblat, os peritos da PF teriam encontrado rasuras e notas fiscais de sequência numérica incompatível, além de indícios de sonegação fiscal. Leia mais

Comentário: Renan não era um dos aliados do Collor? Pode demorar, mas a rapoza acaba revelando seu rabo...

terça-feira, junho 19, 2007

Vão dizer que eu ando ouvindo muito Raul Seixas, mas a música abaixo tem uma bela mensagem:

Tente Outra Vez
(Raul Seixas/ Paulo Coelho/ Marcelo Motta)
Veja
Não diga que a canção está perdida
Tenha em fé em Deus, tenha fé na vida
Tente ou...tra vez

Beba
Pois a água viva ainda está na fonte
Você tem dois pés para cruzar a ponte
Nada aca...bou, não não não não

Tente
Levante sua mão sedenta e recomece a andar
Não pense que a cabeça agüenta se você parar,
Há uma voz que canta, uma voz que dança, uma voz que gira
Bailando no ar

Queira
Basta ser sincero e desejar profundo
Você será capaz de sacudir o mundo, vai
Tente ou...tra vez Tente
E não diga que a vitória está perdida
Se é de batalhas que se vive a vida
Tente outra vez
Conheci o Bonfim Salgado no encontro de blogueiros e acompanhava o blog dele pelo UOL. Agora ele está no blogspot, com o Agenda Aberta, com mais atualizações e com um visual melhor (eu realmente odiava o visual do UOL). E, para minha surpresa, descubro que ele escreveu isso de mim:

DE BONS TEXTOS E BONS VINHOS
Professor e jornalista Ivan Carlo - que conheci um encontro de Bloggueiros, articulado pela Alcilene Cavalcante - continua escrevendo muito bem. É uma delícia acessar o seu Blog (www.ivancarlo.blogspot.com), onde se poderá apreciar notícias atualizadas sobre literatura, política, jornalismo, música, teatro e outros temas, como o mundo dos Quadrinhos. Certa feita, Francis Bacon disse uma coisa interessante: "O livro é um alimento. Alguns, são provados, outros, devorados, mas pouquíssimos mastigados e digeridos." Respeitadas as proporções, o Blog do Ivan Carlo não é só para ser "provado", é para ser mastigado com prazer e digerido. Igual a camarões flambados, acompanhados de um vinho decente.

Vindo de um jornalista conceituado como o Bonfim essas palavras são mais que elogios...
Um professor de mestrado me dizia: sempre escreva o que vai falar. É um conselho que guardo até hoje. Sempre escrevo minhas aulas e palestras antes de ir lá para a frente. O texto não é seguido literamente, já que a linguagem falada é diferente da escrita, mas serve como base. Apresento abaix, então, o que escrevi para meu comentário no programa Café com Notícia:

Hoje vamos falar sobre um problema que me incomoda: a falta de consciência ambiental do amapaense. Vivemos região rica em recursos naturais e, talvez por isso, as pessoas acham que esse recursos são eternos.
Vou dar dois exemplos.
Morei algum tempo em Curitiba e um dia estava numa praça quando observei uma menina de uns seis anos chupando um picolé. Quando acabou, ela olhou para os lados e não achou lixeira próxima. A lixeira mais próxima era do outro lado da praça. Ela não pensou duas vezes: atravessou o caminho e foi depositar o lixo na lixeira.
Em outra situação, eu viajava de navio de Macapá para Belém. Uma menina da mesma idade da outra estava comendo biscoitos. Quando terminou, ela foi jogar fora a embalagem. Como havia uma enorme lixeira na frente, ela se esticou toda para jogar a embalagem no rio.
Uma embalagem de plástico leva 450 anos para se decompor. Enquanto isso aquela embalagem vai ficar lá, poluindo a água que bebemos. Logo a água, que será o bem mais precioso do futuro.
Provavelmente essa pouca preocupação com o lixo se deva a uma herança índia. Os índios não se preocupam com o lixo, jogando em qualquer lugar. Mas o lixo do índio é reciclado pela natureza. Vira adubo ou comida para animais. O nosso lixo não, ele só serve para sujar a natureza. Servem também para piorar a qualidade de vida, pois uma embalgem de plástico jogada no quintal vira foco de mosquito da dengue.
A prefeitura e o governo são importantes nesse processo, mas o mais importante é que as pesoas se conscientizem.
Na época da faculdade, eu e um grupo de amigos andávamos com um saco plástico dentro da mochila. Se produzíamos lixo e não havia nenhuma lixeira por perto, ele ia para o saquinho até encontrarmos uma lixeira. Custa fazer isso? Custa ter um lixeirinho dentro do carro? Pode ser mais fácil jogar o lixo pela janela, ou jogar no rio, mas se continuarmo a fazer isso, será o nosso fim.
Eis o resultado do aquecimento global:

Primavera do Ártico começa mais cedo, mostra estudo

Os invernos rigorosos do norte do planeta estão dando lugar à primavera semanas antes do que ocorria há uma década, informam pesquisadores na edição mais recente da revista Current Biology. Segundo os cientistas, efeitos detectados no Ártico oferecem uma antevisão de o que o aquecimento global representará para o restante do planeta. Leia mais

De ontem para hoje tivemos um record neste blog. Foram 433 acessos! Isso por mês dá quase 13 mil visitas! O triste disso é que a maioria das pessoas no Amapá ainda não percebeu a importância de um blog. Vou dar um exemplo. Há menos de um mês procurei uma livraria local para propor uma permuta. Eu pegaria livros lá e colocaria a resenha no blog, indicando onde comprar. De vez em quando já faço isso, mas muitos dos livros que indico não existem nas livrarias locais, além disso, não digo onde ele pode ser achado. Mas o fato é que o dono da livraria não se mostrou nem um pouco interessado. Enquanto isso, a audiência dos blogs aumenta cada vez mais...

O trabalho mais recente de Alan Moore, Lost Girls, pretende alçar a pornografia ao nível de arte engajada. Nesta entrevista no site Omelete ele fala sobre a obra, sua relação com a guerra, George W. Bush e se mostra espantado com a boa recepção da obra, principalmente por parte das mulheres e da mídia. O governo do Canadá, por exemplo, disse que o livro "incluía cenas de sexo infantil e bestialismo, mas de maneira alguma poderia ser considerado pornografia infantil - e também não poderia ser considerado obsceno, já que era um trabalho de tremendo benefício artístico e social."

segunda-feira, junho 18, 2007


Um amigo me arranjou a terceira temporada de Lost. Fraquinha. Dá a impressão de que eles não queriam revelar muito, mas precisavam estender. Então os capítulos viraram uma enrolação... até agora os únicos capítulos interessantes foram aqueles cujos flash backs foram centrados no Hurley e no Desmond. Todo capítulo focado no Hurley é sempre diversão garantida e o capítulo do Desmond é ótimo, perturbador. Aliás, acho que foi o primeiro episódio de Lost centrado quase que exclusivamente num flash back.

Fui convidado para ser comentarista do programa Café com Notícia (rádio Equatorial 94.5, das 7 às 8 h). Minha estréia deve ser amanhã. Como a Márcia Correa vai viajar em julho, também vou substituí-la em alguns programas, fazendo dupla com a Ana Girlene. Ouçam e digam o que acharam da minha estréia como locutor...

domingo, junho 17, 2007


Costumo dizer que sou darwiniano mais ortodoxo que reclame de xarope. Todos os grandes paradigmas parecem estar cada vez mais diminuindo, perdendo sua força, enquanto a teoria da evolução começa a ser empregada em campos cada vez mais amplos do conhecimento. Freud, por exemplo, tem sido muito criticado e não são todos os casos em que se pode usar suas idéias. Newton rolaria na cova ao descobrir que suas teorias não valem um tostão no micro-universo das particulas subatômicas. Quanto a Marx... dia desses fui aplicar prova para outro professor e fiquei olhando nas paredes cartazes feitos por alunos sobre filósofos. De todos eles, o que me parece mais antiquado, mais inadequado a esse século foi Marx... e no entanto, na época de minha graduação, estudávamos Marx como se fosse um oráculo.
A capa da revista Superinteressante deste mês é uma demonstração da força do paradigma evolucionário, não só na cultura pop, mas nos meios acadêmicos. A teoria de Darwin tem sido usada para explicar, por exemplo, por que protegemos nossos filhos, ou por que os homens têm determinado comportamento sexual.
Uma pesquisa da Universidade de Stanford colocou homens e mulheres atraentes para fazerem a seguinte proposta: "Você gostaria de ir para a cama comigo hoje?". Todas as mulheres recusaram o convite.... e 75% dos homens aceitaram. Os outros 25% disseram que já tinha um encontro marcado com suas namoradas (embora, provavelmente, fossem gays).
A razão disso não é só safadeza dos homens. É evolutiva. Pela lógica dos genes, com quanto mais mulheres um homem se relacionar, mais filhos ele deixará e, portanto, maior a descendência (e se for uma mulher bonita, maior a chance de sobrevivência dos gens). Claro que os genes não sabem que existe camisinha.
Já a lógica genética da mulher é diferente. Ao contrário das cadelas, que cruzam com o máximo possível de cachorros, uma vez que seu organismo faz uma seleção dos genes mais aptos, as fêmeas humanas fazem essa seleção antes mesmo do encontro romântico. Assim, a tendência da mulher é ter poucas relações, mas com machos escolhidos para deixar boa descendência. Ou seja, poucos filhos, mas de boa qualidade.
Uma outra questão: segundo a teoria da evolução, as fêmeas de muitas espécie costumam ter casos extra-conjugais como forma de melhorar os genes dos descendentes. E o pobre marido cuida dos filhos. Aliás, isso acontece entre casais humanos também...

A música do dia é filosófica e reflete sobre a nossa noção de realidade:


O Conto do Sábio Chinês
Raul Seixas

Era uma vez um sábio chinês
Que um dia sonhou que era uma borboleta,
Voando nos campos,
Pousando nas flores,
Vivendo assim um lindo sonho.
Até que um dia acordou,
E pro resto da vida uma dúvida lhe acompanhou.
Se ele era um sábio chinês
Que sonhou que era uma borboleta,
Ou se era uma borboleta sonhando que era um sabio chinês.
Leia, na Época, resenha de uma esclarecedora biografia de Stalin, que na juventude era líder de gangue, da mesma forma que Hitler.

sábado, junho 16, 2007


A banda Ok Go é um bom exemplo da revolução pela qual está passando o mercado fonográfico. A banda fez sucesso graças a um vídeo amador divulgado no YouTube e divulga seus shows pelo MySpace, chegando a 66 mil ingresso para um show sem usar outro meio de divulgação. No Brasil, Leo Jaime divulga seus shows quase que exclusivamente pelo Orkut. Assista aqui um vídeo do OK Go (com uma divertida coreografia numa esteira) e aqui o vídeo caseiro que os projetou para o estrelato.

Assisti ontem, em DVD, Apocalypto, o mais recente filme de Mel Gibson.A história se passa na época do Império Maia e conta a história de um rapaz cuja tribo foi devastada pelos maias e os adultos levados como escravos. As mulheres eram vendidas como escravas e os homens eram sacrificados aos deuses. Com sorte, ele consegue escapar e tem que voltar para salvar a mulher e o filho, presos num buraco. O filme não é nada politicamente correto (pois dá a entender que os maias foram destroçados por causa de sua crueldade), mas é um ótimo triller. Além disso, pela primeira vez Hollywood voltou seus olhos para as civilização pré-colombianas e isso por si só já é um mérito. Temos diversos filmes sobre o Egito, sobre a Grécia, sobre Roma, mas e sobre Incas, Maias e Astecas?

Pensando nisso, um filme com os Incas seria bem bacana...
Boa para quem trabalha com Marketing Global, ou está fazendo trabalho de geografia:

O IBGE pôs no ar na semana passada o site Países®, que fica em http://www.ibge.gov.br/paisesat/.
O site contém um planisfério clicável, todo feito em Java e PHP, com dados históricos e estatísticos sobre 192 países. O mapa permite zoom e seleção de um país para examinar em detalhes suas informações.Vale a pena.

Um dia, enquanto galopava, um ventriloquo encontrou um índio cavalgando.

Ao seu lado iam um cachorro e uma cabrita.O Bom Homem começou então um diálogo com o índio:
- Olá, belo cão você tem aí. Se importa se eu falar com ele?
Indio: - Cão não falar.
- Olá cão, com vai?
Cão: - Bem, obrigado!
O índio fica absolutamente chocado...E o Bom Homem continua...
- Esse cara é o seu dono?
Cão: - Sim!
- E como ele te trata?
Cão: - Muito bem. Todo dia ele me deixa correr livremente, me dá uma boa ração...
O índio fica totalmente boquiaberto...
O Bom Homem então diz:- Se importa se eu falar com seu cavalo?
Índio: - Cavalo não falar.
- Oi cavalo, como vai você?
Cavalo: - Muito bem!
- Esse aí é o seu dono?
Cavalo: - Sim...
Homem: - E como ele te trata?
Cavalo: - Muitíssimo bem. Cavalgamos regularmente, ele me escova sempre e memantém sob uma árvore para me proteger da chuva e do sol.
O índio fica simplesmente abobalhado...
E o Bom Homem continua...
- Se importa se eu falar com sua cabrita?
Índio: - Cabrita muitomentirosa!!

sexta-feira, junho 15, 2007


A estratégia da Prefeitura de Macapá é parecida com a dos nazistas nos campos de concentração: usa-se um código fraco e um código forte ao mesmo tempo. No código forte a mensagem tem uma só possibilidade de interpretação. A cada signficante corresponde um significado. No código fraco, as mensagens permitem diversas interpretações. Cada significante pode dar margem a vários significados. Isso era feito pelos nazistas como forma de tortura psicológica. Assim, era dito: é proibido roubar comida, mas sem roubar comida os prisioneiros não podiam sobreviver e havia até facilidades para que se roubasse comidas, para que depois se tivesse uma desculpa para punir os pobres judeus.

Da mesma forma a prefeitura usa um código fraco: a sinalização de trânsito não deixa claro para onde se deve ir e, aliás, não permite avançar sem quebrar as regras. Mas os guardas municipais, com seus caderninhos de multas, usam o código forte: a cada infração uma multa. Vi três guardas municipais preenchendo multas uma atrás da outra e olhando para os carros que seguiam no caminho sugerido pela sinalização...

Hilter fez escola...

O texto do vídeo

A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido. Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Leia mais
Assista ao vídeo Ler devia ser proibido. Muito bom!

A Prefeitura de Macapá está terminado a urbanização do bairro do Congós. Tudo muito lindo, muito maravilhoso, não fosse por um detalhe: eles esqueceram que existem pessoas nessa parte da cidade, que precisam sair de casa e depois precisam voltar. Primeiro eles fecharam a Claudomiro de Moraes, principal rua de acesso ao bairro. Depois fecharam a lateral da esquerda, única via alternativa para quem mora no final do bairro. Hoje de manhã, sai de casa e tive que passar por uma placa de proibido passar, pois não havia outro caminho possível. A única rua que encontrei para voltar para a Claudomiro, lá na frente, não era uma rua, era um pantanal. Só faltava ter jacarés. Na volta foi pior. Peguei o desvio sugerido por eles e fui parar no lado direito, só para descobrir que não havia como atravessa para o outro lado. Depois de várias tentativas, o jeito foi passar mais uma vez por uma placa de proibido passar. Enquanto isso, os guardas municipais, que deveriam estar organizando o trânsito, ficam escondido, preenchendo multas.
Canja de galinha e planejamento não fazem mal a ninguém. Custava planejar uma rota alternativa para as pessoas que moram no bairro?
Só faltava dizer para os motoristas, parafraseando a Marta Suplicy: Relaxa e goza.
Vejam uma propaganda legal da Escola Panamericana de artes e design. http://www.youtube.com/watch?v=TdIhn3jbRmU

Uma propaganda que me chamou atenção foi a do Ford Focus. Ela apresenta várias situações em que pessoas agem como massa e alguns indivíduos agem como público. Assista aqui ao filme.

quinta-feira, junho 14, 2007


Frases de caminhão, do site Jangada Brasil:


• Morar com sogra é vestibular para o céu

• Moro no mundo e passeio em casa

• Mulher bonita é como estrada boa, perigosa

• Mulher é como calo. Incomoda

• Mulher de janela, nem costura nem panela

• Mulher e carga não se despreza

• Mulher e freio não merecem confiança
• 1 bêbado 60 no bar, 70 beber sem dinheiro, vem 1 guarda e lhe diz: 20 prender, seu 100 vergonha

• 100 pecado e 100 juízo

• 40% da mulher sai com água e sabão

• 70 me passar, passe 100 me atrapalhar

Os estóicos

Um dos principais representantes da corrente filosófica estoicismo, na Grécia antiga, foi o escravo Epíteto.
Como escravo, Epíteto deparava-se com um problema que dizia respeito diretamente à sua felicidade. Ao pensarmos na relação senhor-escravo, todos imaginam imediatamente que o senhor será feliz e o escravo infeliz. Afinal, o senhor tem tudo o necessário à felicidade: as melhores comidas, as melhores roupas, os mais variados divertimentos... e não precisa trabalhar. Já o escravo não tem nada, nem mesmo o seu próprio corpo, que pertence ao senhor.
Como o escravo poderia ser mais feliz que o seu dono? Isso seria possível?
O filósofo resolveu a questão através de uma inversão de valores. Para ele, o que nos deixa felizes não são as coisas que temos, mas o significado que damos a elas. Por exemplo, se um belíssimo carro nos lembra uma pessoa querida, que morreu, esse carro será fonte não de alegrias, mas de tristezas.
Para Epíteto, o que nos torna felizes é a forma como encaramos aquilo que nos ocorre. Assim, devemos distinguir entre as coisas que podemos mudar e aquelas que não podemos mudar. Entristecer-se ou preocupar-se com algo que não podemos mudar, é tolice.
Esse ponto de vista foi expresso na frase: “Deus me dê paciência para agüentar aquilo que não pode ser mudado, coragem para mudar aquilo que pode ser mudado e principalmente sabedoria para distinguir um do outro”.
Mas os estóicos não só propunham paciência para aquilo que não pode ser mudado. Na verdade, os infortúnios podem ser fonte de felicidade, dependendo do sentido que se dá a isso. Se tudo que tenho é minha roupa do corpo, mas amo essa roupa, ela é fonte de felicidade. Essencialmente, o que importa é a atitude mental. “Se sou forçado a morrer, porém não entre gemidos, a ir para a prisão, mas não em meio a lamentações, a sofrer o exílio, mas o que impede que seja alegremente e de bom humor?”, dizia Epíteto.
Para ele, o que nós realmente possuímos não são os bens, os amigos, a saúde, nem o nosso próprio corpo, mas apenas o uso de nossas representações, o significado que damos às coisas que nos ocorrem, pois ninguém pode nos forçar a um uso que não desejamos.
Assim, para estóicos, devemos passar pelos momentos tristes da mesma forma que passaríamos pelos alegres.
É tolo aquele que no dia de sol, reclama de calor e num dia de inverno, reclama do frio. Sábio é aquele que sabe usufruir o melhor tanto do inverno quanto da doença.
Curiosamente, o estoicismo, uma filosofia que tinha como um dos principais representantes um escravo, foi adotado por pessoas ricas e poderosas. O imperador Marco Aurélio (que aparece no filme Gladiador) foi um dos mais importantes adeptos do estoicismo.

Leia, no Omelete, resenha do livro Brincando de matar monstros, de Gerard Jones. Um livro esclarecedor sobre o assunto da violência na mídia.

quarta-feira, junho 13, 2007

Para quem conhecer melhor os quadrinhos nacionais, um site especializado em scans (páginas escaneadas) de HQ tupiniquins: O HQBR. Destaque para a revista Carga Pesada, do mestre Shimamoto.
Para quem não sabe o que é paradigma, vai um texto meu sobre o assunto (enquanto isso vão pensando na solução do problema abaixo):

Paradigmas
Uma das expressões mais recorrentes no vocabulário de quem tenta falar difícil é paradigma. No entanto, são poucas as pessoas que conhecem o real significado dessa palavra.
O termo paradigma, no sentido definido pelo filósofo T.S. Kuhn, está intimamente relacionado à ciência e às revoluções científicas. Ele representa um guia, para análise e interpretação da natureza. Ou, como costumo dizer, é um óculo que ajuda o cientista a ver e compreender a natureza.
Vamos a um exemplo. Durante uma aula de ciências, o professor solta uma pedra e ela cai ao chão. O mestre, em seguida, explica aos alunos que o objeto despencou em decorrência da força da gravidade, que o puxou para baixo.
A explicação é baseada no paradigma newtoniano, segundo o qual matéria atrai matéria. Quanto maior o objeto, mais atração ele exerce. Como nosso planeta é muito maior que a pedra, ele a atrai, e não o contrário.
Assim, o paradigma estabelecido por Newton nos ajuda a observar e entender o fenômeno das coisas que caem.
A explicação pode parecer óbvia, mas não é. Os aristotélicos, anteriores a Newton, tinham uma maneira diferente de compreender o fenômeno. Para eles, a tendência das coisas é voltar ao seu estado natural. O estado natural dos objetos pesados é os locais baixos, assim como o estado natural das coisas leves são os locais altos. Assim, uma pedra cai pelo mesmo motivo pelo qual um balão sobe: ela está voltando ao seu estado natural.
Digamos, no entanto, que, ao invés de cair, a pedra fique flutuando no ar. Professores e alunos certamente ficariam estarrecidos. Por quê? Porque a natureza estaria contrariando o paradigma. A pedra voadora seria uma anomalia, um fenômeno que não se encaixa na expectativa que temos com relação à natureza.
(Detalhe: um bebê não acharia nada de anormal no episódio, pois ele ainda não aprendeu o paradigma segundo o qual as coisas caem quando soltas)
A maioria dos cientistas tende a ignorar as anomalias. “Ei, crianças! Isso é apenas uma alucinação. Essa pedra não está flutuando”, diria o professor.
Mas alguns pesquisadores, jovens e aventureiros, decidem pesquisar a anomalia e descobrem que, para explicá-la, é necessário mudar a maneira como vemos o mundo. São as chamadas revoluções científicas.
A história é repleta de revoluções científicas: o Heliocentrismo de Galileu; a Teoria da Evolução, de Darwin; a Teoria da Relatividade, de Einstein e, mais recentemente, a Teoria do Caos.
Ao contrário do que se poderia pensar, ou do que nos fazem crer os livros de história, os cientistas revolucionários dificilmente são aclamados pela sociedade de seu tempo. Galileu quase morreu na fogueira. Darwin sofreu todo tipo de crítica. A Teoria do Caos chegou a ser acusada de charlatanismo.
A principal contribuição da noção das revoluções científicas parece ter sido acabar com o mito da ciência acumulativa, vista como um muro no qual cada cientista ia acrescentando seu tijolinho. Durante as revoluções científicas, gerações de novos pesquisadores entram em conflito com os cientistas “normais”. E o que definirá se um paradigma irá sobreviver não é a sua cientificidade, e sim sua capacidade de explicar o mundo. E, bem, há uma outra razão: a comunicação. Triunfam aquelas teorias cujos adeptos divulgam seu ponto de vista.
O episódio de ontem do Aprendiz 4 mostrou os participantes resolvendo problemas lógicos. Inspirado nesse acontecimento, deixo para vocês um problema que exige, para sua solução, uma mudança de paradigma:

2,10,12,16,17,18,19

Qual é o próximo número da sequência?

O Digestivo Cultural publicou um ótimo artigo de Luiz Eduardo Matta sobre o seriado O Bem Amado, lembrando uma época em que a TV brasileira era mais criativa.

Palestra sobre os judeus e as histórias em quadrinhos, com Sam Hart

Por Marcelo Naranjo, sobre o press release (12/06/07)No dia 14 de junho, quinta-feira, a partir das 20h30min, o Centro da Cultura Judaica (Rua Oscar Freire, 2500 - São Paulo/SP) recebe o desenhista e ilustrador Sam Hart para o Café Filosófico Sipur sobre o tema Os Judeus e a História em Quadrinhos. Leia mais

O site Gibi House publicou uma série de capas de livros relacionados a quadrinhos. Para quem está pesquisando o assunto, vale dar uma olhada, até por que alguns desses livros ainda podem ser encontrados em sites de livrarias. Confira. Esse aí em cima, Literatura da Imagem, é um dos melhores. Fazia parte de uma coleção lançada na década de 1970. Era escrito, diagramado e impresso na Espanha. Costumo dizer que é um primo rico da coleção Primeiros Passos. Ainda dá para achar volumes dessa coleção em sebos, embora Literatura da Imagem seja o mais difícil de achar.

terça-feira, junho 12, 2007


A Devir está relançando Um contrato com Deus, talvez a melhor obra de Will Eisner e certamente um dos marcos dos quadrinhos. Quando foi publicar essa obra, o editor não queria histórias em quadrinhos, então Eisner inventou que aquilo na verdade era uma novela gráfica, uma graphic novel. Nos anos 1980 as graphic novels elevaram a nona arte a picos nunca atingidos e tudo começou ali, naquelas histórias sobre um cortiço, especialmente sobre um homem que faz um contrato com Deus, mas vê seu contrato ser quebrado...

A história principal é tocante e vai surpreender quem acha que quadrinhos se resumem a marmanjos trocando socos. Leia mais sobre o lançamento no Universo HQ.

segunda-feira, junho 11, 2007

Do site Jangada Brasil:

• "Se macumba ganhasse jogo, o Campeonato Baiano terminava empatado."•
"Se concentração ganhasse jogo, o time do presídio não perdia um."•
"O goleiro deve dormir com a bola. Se for casado, dorme com as duas."
• "Futebol é muito simples: quem tem a bola ataca; quem não tem defende."
• "Jogador brasileiro não vai ter problema no México, não. Tudo já morou em favela e não pode se queixar de altitude."•
"Jogador bom é que nem sorveteria: tem várias qualidades."•
"O pênalti é tão importante que devia ser cobrado pelo presidente do clube."•
"Futebol moderno é que nem pelada. Todo mundo corre e ninguém sabe pra onde."•
"Jogador é o Didi, que joga como quem chupa laranja."(Neném Prancha, filósofo da bola)
O Digestivo Cultural está publicando textos de seus autores com uma lista de livros básicos que um leitor iniciante deve ler. Eu escrevi a respeito de livros sobre quadrinhos. Daniel Lopes fez uma lista interessante, publicada hoje. Confira.

V.I.R.T.U.A.L


Entraram. A comporta se fechou atrás deles. Olharam para trás, assustados.
- Como? Como ela se fechou? – perguntou Antônio.
- Vamos em frente. – ordenou Pietro. Direcionou, então, o facho de luz para as paredes em volta.
A luz foi deslizando pelas paredes de plástico, envolvendo suavemente os contornos e relevos, os botões e telas. Então aconteceu. As luzes acenderam, repentinamente. Uma das portas se abriu sem emitir som, dando entrada para o corredor.
Olharam-se. Havia medo em seus olhos. Simone gritou no microfone do capacete:
- O que está acontecendo?
- Calma. – tranquilizou Pietro. Talvez haja um programa para acionar as luzes quando houver ocupantes na sala...
- Isso é muito estranho. – comentou Antônio.
Estavam em viagem de reconhecimento quando encontraram a nave perdida no espaço. Desde que percebeu a presença de seres hostis nas regiões mais longínquas da Galáxia, a confederação decidiu mandar naves pequenas, de reconhecimento, com uma tripulação reduzida, para avaliar regiões inexploradas. A nave fora uma surpresa. Não esperavam encontrar outras civilizações em locais tão próximos do sistema solar...
- É terrestre. – advertiu Pietro.
- Como?
- É uma nave terrestre. Veja essas inscrições na parede. Estão em inglês...
Simone arrastou os dedos pelas inscrições.
- Tem razão. “The future is now”. O futuro está aqui...
Pietro apontou para o corredor.
- Vamos.
Seguiram em frente. Os passos ecoavam nas paredes. À medida em que avançavam, as luzes iam se acendendo. Saíram em um cômodo enorme, repleto de telas e teclados.
- Isso é incrível. – exclamou Antônio.
- Vejam aquilo! – apontou Simone.
Sobre uma cadeira, a cabeça envolta em um capacete, jazia um homem. Fios irrompiam de sua pele esbranquiçada. Ainda respirava.
Antônio e Simone se aproximaram dele. Suas mãos tremiam sob as luvas. Lá atrás, Pietro dedilhava as teclas do computador.
- Acorde! Acorde! – gritou Antônio, sacudindo o homem. Uma leve camada de borracha envolvia todo o seu corpo.
- Não adianta. É como se estivesse morto...
Ficaram assim durante algum tempo, olhando o homem estendido sobre a cadeira.
- Saiam daqui! Vamos! Saiam daqui! – gritou Pietro lá atrás.
Como permanecessem imóveis, ele se aproximou e puxo-os pelo uniforme.
- Temos de sair daqui imediatamente!
Iam entrando no corredor quando a porta se fechou. Pietro pulou sobre ela e começou a esmurrá-la. Depois encostou as costas na parede e foi escorregando até o chão.
- O que está acontecendo? – perguntou Simone, atônita.
- Estamos presos.- suspirou Pietro.
- Presos?
- Sim. Tinha a impressão de já ter visto aquela expressão: “O futuro está aqui”.
- Lembram-se de Proteus?
- Proteus.. Proteus... Claro! Mas isso foi há mais de 20 anos... eu era uma criança na época... Proteus era o computador que governava a primeira astronave tripulada que saiu do sistema solar...
- Sim. Na época Proteus era o mais avançado computador já construído... A nave jamais retornou à terra porque estava perdida Essas portas abrindo e fechando sozinhas... conseguem advinhar por que ele nunca voltou para a Terra?
- Você quer dizer... que o computador tomou conta da nave? Mas e aquele pobre diabo?
- A nave era equipada com equipamento de realidade virtual. Eu reconheci o capacete quando vi. Talvez o computador tenha arranjado uma maneira de mantê-lo vivo para poder se alimentar de seus sonhos...
- Sonhos?
- Sim. Sonhos. Emoções, sentimentos. Ansiedades tipicamente humanas. A máquina podia alimentar as fantasias das pessoas que a usassem, mas não era capaz de realizar suas próprias fantasias... ela precisava de alguém...
Pietro olhou para o chão. Suspirou. Depois apontou com o queixo para o homem na cadeira.
- Acho que o computador se aproveitou de um momento em que ele usava o aparelho de realidade virtual para enganá-lo. Sabe Deus qual o mundo em que ele está vivendo neste momento... Talvez esteja na Terra, brincando com os filhos, ou andando a cavalo... Tem vivido mais de 20 anos numa realidade falsa. Talvez, em seu sonho, ele tenha voltado para casa, sob aplausos da população, recebido como herói... desfilando em carro aberto... o computador se alimenta disso...
- Ele está morrendo. – sussurrou Simone.
- Sim, e o computador precisa de alguém que tome o seu lugar...
- Temos de sair daqui. – decidiu Antônio. Deve haver uma entrada de ar... Vejam: há oxigênio aqui. – disse isso e retirou o capacete.
Os outros seguiram seu exemplo.
- Sim. O ar é perfeitamente respirável. – admitiu Simone. Deve haver uma entrada de ar.
Andaram à volta da parede, analisando-a .
- Ei, vejam isso! – exclamou Antônio, apontando para uma das placas da parede. É irregular e tem alguns furos. Ajudem aqui.
Pietro retirou um alicate do bolso e enfiou a ponta numa das frestas do metal. Houve um estalo. Pietro suava. Apoiara os pés na parede e puxava, com o alicate, a parte da parede que se soltara. Podia-se ver suas veias do pescoço inchando com o esforço. Houve outro estalo e um segundo. Depois Pietro caía ao chão, trazendo consigo a placa de metal.
- Ótimo. – congratulou Antônio, ajudando-o a se levantar. Podemos seguir por aí. Duvido que o computador possa nos causar mais problemas...
- Sinceramente, eu não tenho tanta certeza... – lamentou Simone.
O espaço era pequeno. Tinham de seguir agachados. Antônio seguia na frente. Andou alguns metros que lhe pareceram quilômetros graças ao esforço. Gotas de suor escorriam de sua testa. De repente parou. Havia dois caminhos.
- Por que parou? – reclamou Pietro.
- O caminho bifurca aqui. Por onde sigo?
- Pela direita! Pela direita!
- Como sabe?
- Eu não sei. Tudo que sei é que meus joelhos estão doendo... vamos, siga em frente!
- Está bem. Eu vou pela esquerda...
- Pela direita...
- Tá bom. Pela direita...
Enfim decidiu-se e seguiu pela esquerda. Alguns metros depois encontraram a saída. Dava para uma sala por onde já haviam passado. Antônio desferiu um murro contra a grade. Sentiu os dedos doendo, mas continuou, agora empurrando. A tela não resistiu por muito tempo e tilintou no chão. Os três saíram e vestiram seus capacetes.
- Vamos embora. – sugeriu Antônio, preparando-se para sair da nave.
- Espere! Esta nave é uma armadilha.- exclamou Pietro. Precisamos destruí-la.
Dizendo isso, jogou o alicate sobre um painel. Houve um repimpar de fios em curto. Faiscas se avolumavam na parede como fogos de artifício.
- Vamos! Vamos embora! – gritou Antônio, puxando o amigo pelo braço.
Saíram pelo tubo que ligava a armadilha à sua nave e partiram. Puderam observar, ao longe, a espaçonave se consumindo. Puderam ver o fogo surgindo nas partes em que ainda havia oxigênio, para desaparecer logo depois. Não houve um único som que pudessem ouvir. Em minutos o que antes fora o mais avançado engenho humano estava reduzido a escombros, à deriva pelo espaço...
Desde então procuraram esquecer o que havia acontecido e a prisão da qual haviam escapado... a pior delas, eles pensariam, ao acordar dos pesadelos...

Epílogo

Fora difícil no começo. Precisara abandonar o primeiro humano. Retirara uma parte do equipamento de outras sala, mas conseguira.
A nave percebeu que era seu momento quando eles tiraram o capacete. Bastou retirar o ar da sala. Em segundos estavam desacordados.
Foi quando dominou seus corpos com fios e circuitos.
Mas a nave percebeu que eles resistiriam. Jamais se conformariam... deixou, então, que seguissem suas vontades.
Deitados no chão, eles imaginaram que estavam indo embora, que fugiam pelos canos de ar.
Se pudesse, o computador riria disso. A entrada de ar era tão pequena que até mesmo um rato teria dificuldade de penetrar nela. E ainda que fosse tão grande, seria tão fácil retirar as telas? Achavam que a nave não reagiria? Poderia tê-los enganado, feito com que engatinhassem por semanas em um labirinto sem fim...
Mas a nave estava satisfeita com a ingenuidade de seus hóspedes. Estavam lá, deitados, crentes que o haviam destruído e que estavam a salvo, livres. Tinha paciência e poderia esperar séculos analisando e se deliciando com suas fantasias e sentimentos... até que outros viessem visitá-los...

Editora árabe lança "Os 99" nos EUA e Reino Unido

A editora de quadrinhos Teshkeel, do Egito, promove a democracia com o lançamento de 99 super-heróis de ascendência árabe. Leia mais

Esqueceram de dizer que os desenhos são feitos aqui no Brasil, em Fortaleza, mais especificamente.
O site Melhores do Mundo fez um exercício de imaginação e mostrou como seria o filme dos X-men se ele fosse produzido pela Globo ou pelo SBT. Hilário.

domingo, junho 10, 2007


A imagem acima também é do blog da revista Época. É a foto de uma fã vestida de princesa Léia durante a convenção de Guerra nas Estrelas em Los Angeles.

Para comemorar o Dia da Independência nos Estados Unidos, celebrado em 4 de julho, pesquisadores da Fundação de Pesquisa Marinha Algalita, da Califórnia, construíram um barco apenas com garrafas pet. De acordo com a entidade, as garrafas plásticas causam a morte de milhares de animais marinhos como golfinhos e tartarugas todos os anos.
Comentário: Peguei a informação acima no blog da revista Época. Lá tem um vídeo impressionante de uma menina de três anos montando um cubo mágico! Eu levava semanas para montar e ela faz isso em segundos!

Onde


Existe uma mania irritante hoje em dia de usar "onde" indiscriminadamente. Conta-se uma história segundo a qual Vicente Mateus mandou seu secretário fazer uma convocação para uma reunião na sexta-feira.
- Sexta-feira escreve-se com s ou com x? - indagou o secretário.
- Muda a reunião para quinta. - respondeu o presidente do Coríntias.
Se fosse hoje, a resposta de Vicente Mateus seria:
- Coloca onde.
E a frase ficaria algo como: O presidente do Coríntias convoca para uma reunião na onde.
Quando a pessoa não sabe que palavra escrever, mete um onde na frase. Onde é advérbio de lugar, mas costuma ser usado no lugar de "e", "mas", "em que", "porém", "portanto", "entretanto" ou qualquer outra palavra que a pessoa não saiba escrever. Então vemos frases do tipo:
A sua teoria onde você defende...
Cujo significado real é:
A sua teoria no lugar onde você defende...
Ou:
Eu gostei de você onde não vamos namorar.
Que se lê assim:
Eu gostei de você no lugar onde não vamos namorar.
Entenda quem puder!