Faz cinco anos que Chico Xavier morreu. Estava com 92 anos e faleceu em um domingo, horas depois de o Brasil ter conquistado a Copa do Mundo do Japão. Em meio à festa pelo título, o País rendeu tributo ao seu mais famoso médium. Entre as 100 mil pessoas que compareceram ao velório, estavam personalidades da tevê, da música e da política. Até hoje nenhum nome do espiritismo alcançou o mesmo status do atingido por Francisco Cândido Xavier. Nem poderia. Os líderes da religião são unânimes em afirmar: ele é insubstituível. Apesar disso, um médium de Brasília, Ariston Teles, diz incorporá- lo, algo contestado por um grupo de pessoas próximas a Chico Xavier, entre elas seu filho adotivo, Eurípedes dos Reis. Alegam não ter encontrado em Teles o conjunto de sinais secretos que o médium mineiro teria transmitido para que um dia pudesse ser reconhecido no pós-morte.
A polêmica não causa arranhões à doutrina. O que se poderia imaginar é que a religião sofreria um baque sem a presença de seu maior ícone. Mas não é isso que se vê. O espiritismo está ganhando seguidores. A Federação Espírita Brasileira (FEB) lembra que o último censo do IBGE, de 2000, apontava 2,3 milhões de seguidores da religião. Para a entidade, atualmente o grupo ultrapassa os três milhões. Isso entre os que se declaram espíritas. Quando se trata de simpatizantes, o número é dez vezes maior. São 30 milhões de homens e mulheres que buscam os centros espíritas. “Muitas pessoas vão atrás de cartas espirituais, mesmo sem se converter. E procuram as casas mais de uma vez, criando um sistema de comunicação regular”, conta a antropóloga Sandra Stoll, professora da Universidade Federal do Paraná e autora do livro Espiritismo à brasileira. Leia mais
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