Nesses muitos anos dedicados à educação (antes de ser professor universitário, lecionei várias oficinas nas áreas de quadrinhos e redação) tenho encontrado diversas crianças que apresentam uma inteligência superior à maioria da população. São os chamados superdotados.
Eles eram particularmente presentes nas oficinas de quadrinhos, pela própria característica desses tipos de cursos (serem rápidos, práticos e estimularem a imaginação) e a observação deles me revelou duas coisas: 1) a escola não sabe lidar com superdotados; 2) a quantidade de superdotados cujas habilidades não são aproveitadas pela sociedade é enorme.
As dificuldades para se trabalhar com superdotados começa já na identificação. Que tipo de teste pode ser aplicado para identificar superdotados? Durante décadas a principal resposta a essa pergunta era o teste de QI elaborado por Binet e Simon e atualizado por outros autores. Mas esse teste trabalha apenas com a inteligência lógico-matemática e lingüística, tendo pouca abrangência sobre outros tipos de inteligência. Guarrincha, por exemplo, era um gênio da inteligência sinestésico-corporal e espacial, mas certamente seria considerado medíocre em um teste de QI. Além disso, o teste não consegue identificar habilidades valorizadas em determinadas culturas (pescar, entalhar na madeira, caçar, liderar pessoas).
Outra maneira de identificar superdotados é através de testes que identifiquem comportamentos característicos de superdotados. Entre essas características, podem ser apontadas as seguintes: a criança superdotada anda e fala mais cedo, tem um vocabulário muito extenso para sua idade, expressa curiosidade a respeito de muitas coisas, relaciona informações adquiridas no passado com novos conhecimentos, concentra-se em uma única atividade por horas, tem senso de humor altamente desenvolvido (que muitas vezes não é compreendido pelos colegas), tendência a testar a autoridade, hábito de testar uma informação em várias fontes antes de aceitá-la.
A idéia de apresentar um questionário com essas habilidades aos professores e pedirem para eles identificarem quais alunos apresentam esses comportamentos é pouco aconselhável.
Em 1971 foi feita uma pesquisa que pediu aos professores para identificarem os 19 alunos de um colégio que tinham QI acima de 135. Nenhum dos alunos foi identificado. Em outra experiência, realizada nos EUA, foram dadas informações sobre personalidades históricas sem que as mesmas fossem identificadas para que os professores descobrissem quais eram os superdotados. Embora indivíduos como a dançarina Isadora Ducan e ex-presidente norte-americano Abraham Lincoln fossem identificados como superdotados, Albert Einsten (criador da teoria da relatividade e prêmio Nobel) e Thomas Edison (inventor da lâmpada elétrica) não foram considerados como tais.
Os dois estudos demonstraram que os professores são péssimos para identificar indivíduos com inteligência acima da maioria. Isso provavelmente por duas razões: a primeira é que a maioria dos professores tem inteligência muito inferior aos dos indivíduos habilidosos, a segunda é que os mesmos tendem a gostar de alunos com alta habilidade acadêmica, alta motivação e conformismo social, características nem sempre existentes em superdotados. Em outras palavras, os professores gostam dos alunos “certinhos”, o que quase nunca corresponde aos superdotados.
Da mesma forma, testes quantitativos aplicados a superdotados costumam ser muito pouco confiáveis. Isso porque o superdotado consegue facilmente perceber as respostas corretas e, devido a isso, pode se sentir tentado a manipular o resultado, dando a si mesmo uma nota menor do que deveria (para conseguir a aprovação dos colegas, por exemplo).
As observações não sistemáticas têm se revelado o melhor método para identificar superdotados.
Eles eram particularmente presentes nas oficinas de quadrinhos, pela própria característica desses tipos de cursos (serem rápidos, práticos e estimularem a imaginação) e a observação deles me revelou duas coisas: 1) a escola não sabe lidar com superdotados; 2) a quantidade de superdotados cujas habilidades não são aproveitadas pela sociedade é enorme.
As dificuldades para se trabalhar com superdotados começa já na identificação. Que tipo de teste pode ser aplicado para identificar superdotados? Durante décadas a principal resposta a essa pergunta era o teste de QI elaborado por Binet e Simon e atualizado por outros autores. Mas esse teste trabalha apenas com a inteligência lógico-matemática e lingüística, tendo pouca abrangência sobre outros tipos de inteligência. Guarrincha, por exemplo, era um gênio da inteligência sinestésico-corporal e espacial, mas certamente seria considerado medíocre em um teste de QI. Além disso, o teste não consegue identificar habilidades valorizadas em determinadas culturas (pescar, entalhar na madeira, caçar, liderar pessoas).
Outra maneira de identificar superdotados é através de testes que identifiquem comportamentos característicos de superdotados. Entre essas características, podem ser apontadas as seguintes: a criança superdotada anda e fala mais cedo, tem um vocabulário muito extenso para sua idade, expressa curiosidade a respeito de muitas coisas, relaciona informações adquiridas no passado com novos conhecimentos, concentra-se em uma única atividade por horas, tem senso de humor altamente desenvolvido (que muitas vezes não é compreendido pelos colegas), tendência a testar a autoridade, hábito de testar uma informação em várias fontes antes de aceitá-la.
A idéia de apresentar um questionário com essas habilidades aos professores e pedirem para eles identificarem quais alunos apresentam esses comportamentos é pouco aconselhável.
Em 1971 foi feita uma pesquisa que pediu aos professores para identificarem os 19 alunos de um colégio que tinham QI acima de 135. Nenhum dos alunos foi identificado. Em outra experiência, realizada nos EUA, foram dadas informações sobre personalidades históricas sem que as mesmas fossem identificadas para que os professores descobrissem quais eram os superdotados. Embora indivíduos como a dançarina Isadora Ducan e ex-presidente norte-americano Abraham Lincoln fossem identificados como superdotados, Albert Einsten (criador da teoria da relatividade e prêmio Nobel) e Thomas Edison (inventor da lâmpada elétrica) não foram considerados como tais.
Os dois estudos demonstraram que os professores são péssimos para identificar indivíduos com inteligência acima da maioria. Isso provavelmente por duas razões: a primeira é que a maioria dos professores tem inteligência muito inferior aos dos indivíduos habilidosos, a segunda é que os mesmos tendem a gostar de alunos com alta habilidade acadêmica, alta motivação e conformismo social, características nem sempre existentes em superdotados. Em outras palavras, os professores gostam dos alunos “certinhos”, o que quase nunca corresponde aos superdotados.
Da mesma forma, testes quantitativos aplicados a superdotados costumam ser muito pouco confiáveis. Isso porque o superdotado consegue facilmente perceber as respostas corretas e, devido a isso, pode se sentir tentado a manipular o resultado, dando a si mesmo uma nota menor do que deveria (para conseguir a aprovação dos colegas, por exemplo).
As observações não sistemáticas têm se revelado o melhor método para identificar superdotados.
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