quinta-feira, maio 29, 2008


Uma pesquisa recente, encomendada pelo Instituto Pró-Livro e feita pelo IBOPE, traçou um perfil do leitor brasileiro. A pesquisa descobriu que o brasileiro lê, em média 4,7 livros por ano. A maioria livros didáticos. Entre as pessoas que não estão na escola, a média ficou em 1,3 livros por ano. Os que mais lêm são os jovens. O público entre 11 e 13 anos chega a ler 8,6 livros por ano. De 5 a 10 anos, lêem 6,9 e de 14 a 17 anos o volume é de 6,6 livros por ano.

Esses dados batem com um texto que estou escrevendo sobre o assunto. Uma das razões desse desinteresse pelo livro está relacionado com o fato de o padrão de literatura, no Brasil, é Machado de Assis: livros voltados apenas para análise psicológica dos personagens, com pouquíssima ação. O que se salva são os autores infantis e juvenis, como Monteiro Lobato e Marcos Rey. Livros desses autores foram um prazer para gerações de leitores. Mas depois que a pessoa fica adulta, deve começar a ler livros ¨sérios¨, cujo modelo é Machado de Assis. É justamente aí que começa a cair o índice de leitura.

3 comentários:

Anónimo disse...

peralá,há um erro lógico nessa questão.
Existem muitos livros incluindo internacionais traduzidos que não são perfis psicológicos, isso não justifica média de leitura de 1,3 livros por ano.
O caso todo é adultos procuram auto-gratificação imadiata, acham que ler demanda muito tempo ( hoje em dia tudo é "tempo") e acham que estariam "disperdiçando a vida".
Muitos preferem encher a cara do que investir tempo na leitura de livros. Outros associam o ato de ler com trabalho e não com diversão. E outros acham que ler é um DOM que Deus dá e não um habito que a gente cultiva.
A maioria se supre de sua dose diaria de ficção através de novelas.

Meu Nome não é Jonnhy

Gian Danton/Ivan Carlo disse...

Sim, é verdade, existem muitos livros traduzido, com ênfase na narrativa. Mas eles falam de outras realidade e não têm o apelo de uma história que se passa em nossa realidade. Veja, as novels sempre fizeram sucesso no Brasil, mas só se tornaram um estouro de audiência, quando começaram a ser escritas no Brasil, sobre a realidade nacional. Além disso, falo da imagem passada, de que adulto deve ler literatura ¨séria¨e que essa é que é válida.

Anónimo disse...

Acho que me expressei mal. O que quis dizer há dezenas de livros brasileiros que não são perfis psicológicos.
Por exemplo, Jorge Amado parece uma prosa entre amigos, como se ele estivesse te contando uma fofoca ou um "causo", bem acessível e bem popular.
Erico Veríssimo e muitos contos de Guimarães Rosa são o que mais se assemelhariam a um "faroeste" genuinamente da terra.
Eles são clássicos, divertidos, bons E populares. Abordam temas importantes e muitos desses livros até já viraram filmes e novelas.
Mas acho que entendi o que quis dizer. É como nos Quadrinhos. Para o grande público tudo é a mesma coisa : personagens Infantis e Super-herois. Pra eles obras como Maus, From Hell e Contrato com Deus são rigorosamente a mesma coisa que Liga da Justiça, tio Patinhas e Turma da Mônica.
Sem Ofensa contra os leitores do Tio Patinhas, da Mônica ou da Liga da justiça, mas realmente, os três já são distintos entre si IMAGINE do MAUS por exemplo. É como comparar um filme de Charles Chaplin com Cidadão Kane só porque ambos são filmes e ambos são em preto-e-branco.
Eles são diferentes e tem seu valor. Mas para o publico, todos os quadrinhos são coisa de crianças e adultos bobões.
O que eu quis dizer é que, hoje o mercado de livros é tão segmentado que qualquer assunto que te mova, você vai encontrar um livro sobre isso.
Não é um elitismo o que faz as pessoas lerem 1,3 livros por ano. O elitismo existe, é verdade, e isso pode até afetar algum dos segmentos de leitores mas não todos.
Não é isso que faz as pessoas desistirem de ler. Quem gosta de ler, lê o que quer.

Meu nome não é Jonnhy