sexta-feira, outubro 31, 2008

Os trapalhões na Guerra dos Planetas

Na próxima quarta-feira, dia 5, o SESC Amapá comemora o dia do cinema nacional com um cicloe de palestras sobre o assunto. A Michele do SESC convidou eu, o Vasco e o Alexandre e combinamos o seguinte: o Vasco vai ficar com o cinema mais convencional, os grandes filmes, o Alexandre, com os filmes alternativos. Eu preferi falar sobre o cinema popular. Minha palestra vai se chamar Da boca-do-lixo aos trapalhões: o cinema popular no Brasil. Pesquisando sobre o assunto, encontrei esse vídeo dos Trapalhões, parte do filme Os Trapalhões na Guerra dos Planetas, o primeiro a constar com a presença do Zacarias.

A teoria dos Jogos

Criada no rastro da revolução científica que foi o surgimento da cibernética, a teoria dos jogos é um interessante recurso científico para a solução de conflitos. Criada por John Von Neumann e depois desenvolvida pelo prêmio Nobel John Nash (do filme Uma mente brilhante), essa teoria parte do princípio de que estamos, constantemente, jogando, seja na empresa, no casamento, ou na relação com os amigos.
Existem dois tipos de jogos: os de soma zero e os de soma dois. Nos jogos de soma zero, se uma parte ganha, a outra, obrigatoriamente, perde (-1+1= 0). Nos jogos de soma 2, os ganhos de uma parte revertem em ganhos também para a outra parte envolvida na contenda (1+1="2)."
Aparentemente, todos os jogos são do tipo soma zero. Em um jogo de xadrez, todo mundo joga para ganhar, o que significará a derrota de seu adversário. Em uma guerra, os países lutam para ganhar e, portanto, derrotar seus adversários. Assim, para a maioria dos pensadores antigos, a melhor estratégia em um jogo é procurar ter o maior ganho
individual.
As situações de jogo ganharam uma metáfora do famoso dilema do prisioneiro. Nesse dilema, dois bandidos são presos e colocados em selas separadas. Os policiais, então, fazem a mesma proposta para cada um deles:
1 -. se os dois ficarem quietos e não denunciarem seu companheiro, os dois serão libertados (nessa situação, os dois cooperam entre si).
2 - Se um deles denunciar o outro, mas o outro não o denunciar, o que denunciou ficará livre, enquanto o outro pegará um ano de detenção.
3 - Se os dois denunciarem um ao outro, ambos ficarão presos, juntos, por seis meses.
Na primeira situação, os dois cooperam entre si. Na segunda situação, um coopera e o outro não. Finalmente, na terceira situação, nenhum dos dois coopera. Detalhe: os bandidos estão em celas diferentes e um não sabe o que o outro fez.
O que você faria em uma situação como essa?
De todas as possibilidades, a segunda é sem dúvida a pior. Se eu coopero e o outro não, eu fico com todo o prejuízo e ele com todo o lucro.
A terceira opção também não é das melhores. Nesse caso, os dois não cooperam e dividem o prejuízo. Além de que, os dois na mesma cela, sabendo que um traiu o outro pode levar a algumas noites de sono.
A melhor opção seria, claro, os dois cooperarem. Mas é um jogo arriscado, pois se eu cooperar, o outro pode não cooperar e, como já vimos, essa é a pior solução.
A lógica nos diz que a melhor resposta seria não cooperar, ou seja, trair. Mas John Nash demonstrou que isso é válido apenas para jogos com uma única partida. Nos jogos com várias partidas, a melhor estratégia é começar cooperando e fazer depois o que o outro fez na partida anterior. Se ele cooperou, continuamos cooperando. Se ele traiu, nós o punimos traindo também. As estatísticas demonstram que essa é a estratégia que garante melhores resultados.
Na vida cotidiana, a maioria dos jogos é de várias partidas. As relações entre patrões e empregados, marido e mulher, colegas de classe, amigos, são sempre de várias partidas. O que a teoria dos jogos diz é se deve começar cooperando. Deve-se iniciar com boa vontade, cooperando, confiando na outra parte. Mas se a outra parte não cooperar, deve-se puni-la, não cooperando na partida seguinte.
Há algum tempo, Robert Axelrod organizou um torneio para testar a melhor estratégia diante do dilema do prisioneiro. Cada participante do torneio deveria criar uma programação com uma estratégia para ser jogada em 200 partidas. A ganhadora, chamada de TFT(Tif For Tat) tinha quatro regras bem simples, que podem ser usadas em partidas reais:
1 – Seja bacana. Nunca traia primeiro
2 – Seja vingantivo. Nunca deixe passar uma traição sem retaliar na mesma moeda no lance seguinte.
3 – seja generoso. Se o outro voltar a cooperar, volte a cooperar também.
4 – seja transparente. Deixe bem clara a sua estratégia.

quarta-feira, outubro 29, 2008

A cidade jóia da Amazônia


Todos que estão aqui há mais tempo concordam: Macapá já foi a cidade jóia da Amazônia. Hoje virou a cidade lixo da Amazônia. A cidade está imunda, como se pode ver na foto: ninguém apareceu para recolher o lixo este foi se acumulando até a praça se tornar uma lixeira pública. Até o cheiro se tornar insuportável. Agora, a eleição de Roberto Góes nos dá a esperança de que Macapá volte a ser a cidade jóia da Amazônia. Ele tem tudo a seu favor para fazer isso. Tem o apoio do Senador, do Governador, da Assembléia Legislativa, da Câmara dos Vereadores. Até do atual prefeito do João Henrique, que deve deixar a casa arrumadinha para que seu aliado político comece a mostrar trabalho desde o primeiro dia de governo. Com uma situação tão favorável, Roberto Góes só não faz um bom governo se não quiser. A nós, cabe ajudar, elogiando o que merece ser elogiado, criticando o que merece ser criticado e fazendo sugestões.

Então trago duas sugestões:

1 - Fazer um mutirão para limpar as praças públicas e consertar os brinquedos quebrados.

2 - Fazer, finalmente, uma rotatória na frente do CEAP. Recentemente mexeram lá, aumentando a pista e a situação se tornou ainda mais difícil para quem está saindo da faculdade. Não dou muito tempo para acontecer um acidente grave por ali. Para resolver o problema, só colocando uma rotatória ou um semáforo.


segunda-feira, outubro 27, 2008

Macapá comemora Dia Mundial da Animação


Amahã, 28 de outubro, o mundo comemora o "Dia Internacional da Animação" e, pela primeira vez, Macapá vai entrar nesse circuito. A parceria do Festival de Imagem-Movimento (FIM) e do projeto Univercinema (UNIFAP) traz para a "Estância das Bacabas" a mostra de curtas metragens de animação nacionais e internacionais que acontecerá simultaneamente nas outras capitais do Brasil. Além da mostra, será realizada pela manhã uma oficina de "Introdução às técnicas de animação" ministrada pelos bolsistas do Univercinema voltada, principalmente, para os alunos das escolas públicas.A idéia é promover esse tipo de audiovisual no estado incentivando novos talentos a realizarem idéias que, por enquanto, só andam aparecendo no papel. A projeção acontecerá no Auditório Multiuso da UNIFAP a partir das 19:30. O evento é totalmente gratuito!


Contatos:Alexandre Brito (96) 8118 35 10 e Augusto Tuto (96) 9117 59 27

É sempre bom comparar

Este final de semana estive em Marabá e Paraupebas ministrando um módulo de pós-graduação. Fiquei impressionado com o desenvolvimento dessas cidades. Desenvolvimento econômico e de infra-estrutura. Ruas asfaltadas (aslfato de verdade, não esse asfalto sonrisal que se usa aqui), praças limpas, semáforos nos cruzamentos. Aí fiquei me perguntando quando vamos ter uma Macapá assim. Quando vamos deixar de ser a cidade dos buracos? Quando as praças vão deixar de feder como lixeiras públicas? O novo prefeito diz que vai asfaltar 100 km de ruas por ano e que vai limpar a cidade. Esperamos que sim, caso não, vamos fazer nossa parte, cobrando...

A rede Visa tem lançado cartões personalizados com times de futebol, o que cria uma maior aproximação do produto com o consumidor que torce por um determinado time. Agora a moda é lançar cartões com personagens de quadrinhos. Veja a matéria no site do Universo HQ.

domingo, outubro 26, 2008

É o FIM!

O Alexandre Brito me mandou informações sobre o Festival da Imagem em Movimento, um evento importantíssimo e que, infelizmente, tem pouca visibilidade na mídia. Olha o e-mail dele:

FIM abre inscrições para sua 5ª edição
As mangueiras começam a dar frutos em Macapá. Para muitos esse é o primeiro sinal de que o ano está perto do fim. E no fim do ano nós, produtores independentes de vídeo, sabemos que em Macapá tem o FIM (Festival de Imagem-Movimento), esse ano indo para sua quinta edição.Mantendo o despojamento das duas versões anteriores, o festival permanece sem regulamento e sem tema específico, privilegiando a pluralidade de estéticas e tendo apenas uma chamada pública e aberta a todos que tenham trabalhos audiovisuais no Brasil e fora dele. Ano passado, em três dias de festival, foram exibidos quase 50 trabalhos vindos de vários lugares do globo com destaque para os realizados na Espanha, China e Índia. Esse ano, o desafio é ampliar o intercâmbio com todos que já participaram do FIM e conseguir contato com outros produtores.O FIM é um festival com inscrições permanentes, mas para que possamos finalizar o material com a programação em tempo hábil para divulgá-la com razoável antecedência, os produtores que desejarem participar do evento deverão postar seus trabalhos até o dia 27 de novembro de 2008, acompanhados da respectiva ficha de inscrição do festival.Então é isso.
FIM 2008, Qual é o melhor caminho? Inscrições. Enviar vídeo/filme em DVD para:FIM 2008, Qual o melhor caminho?
A/C Alexandre BritoAv. Diógenes Silva, 1098, Trem
CEP.: 68.900-310Macapá-Amapá
Contatos:Alexandre Brito: (96) 8118 35 10Augusto Tuto (96) 9117 59 27Email: imagem.movimento@gmail.com Sítio: www.imagemovimento.org

Dica de blog

Este blog recebeu a visita do Daniel Andrade, que gostou e linkou. O Daniel e a esposa são jornalistas e trabalharam na Folha do Amapá. O blog deles é muito interessante. Vale a pena principalmente pelas belas fotos. Clique aqui para conhecer.

quarta-feira, outubro 22, 2008

História dos quadrinhos

Asterix

Asterix é o personagem mais famoso dos quadrinhos europeus e um dos mais importantes do mundo. O herói gaulês foi criado em 1959, por René Goscinny e Albert Uderzo e desde então tem arrebatado legiões de fãs no mundo todo e estrelado desenhos animados e filmes de sucesso.
Goscinny é um filho de judeus ucranianos e poloneses. Ainda criança, mudou-se com os pais para a Argentina, onde começou a trabalhar com publicidade aos 17 anos. Em 1949 recebeu uma carta de um tio instalado em Nova York e foi para os EUA, onde trabalhou no mesmo estúdio que outros grandes artistas como Harvey Kurtzman, Will Elder e John Severin, que posteriormente viriam a criar a revista MAD.
Em 1950 conheceu dois quadrinistas europeus, Jijé e Morris, que lhe apresentaram o editor Georges Troisfontaines. Este, por cortesia, disse que ele passasse em Bruxelas para lhe mostrar seus trabalhos. Só não esperava que Goscinny fosse levar esse convite a sério. Três semanas depois, Goscinny desembarcou na Bélgica e Troisfontaines não teve outro remédio senão empregá-lo em sua editora, destinando-lhe a sucursal parisiense da editora. Lá, Goscinny conheceu Uderzo e os dois começaram uma rica colaboração. Goscinny tinha um texto humorístico genial e Uderzo era um grande cartunista. Essas características já se revelam em U-pah-pah, um índio americano que tem muitas das características que depois viriam a fazer o sucesso de Asterix.
Além de escrever para Uderzo, Goscinny colabora com vários outros artistas, como Morris na série Lucky Luke.
Em 1955, Uderzo, Goscinny e o roteirista Jean-Maria Charlier tentam criar um sindicato de quadrinistas para defender suas reivindicações. Ao saber disso, Troisfontaines demitiu os três, que, desempregados, resolveram criar uma nova editora, cujo carro-chefe seria a revista Pilot. Para o número de estréia, Goscinny e Uderzo criaram um simpático gaulês chamado Asterix, mas nem de longe esperavam que eles fizessem tanto sucesso.
Em 29 de outubro de 1959 surge o primeiro número da revista, trazendo o novo personagem e é um sucesso imediato. A história se passa no auge do Império Romano, quando toda a Gália foi dominada, toda não, uma única aldeia resiste e nela vivem Asterix e seu inseparável companheiro Obelix. O segredo dessa aldeia para resistir ao invasor é uma poção mágica que lhes dá força extrarodinária, preparada pelo druida Panoramix.
Goscinny exercitou toda sua verve cômica e seu pendor para trocadilhos, que abundam na história. Mesmo os nomes dos personagens são trocadilhos. Asterix vem de asterisco e Obelix vem de Obelisco. A dupla tem um cachorro de estimação, Ideiafix, que ganhou esse nome por tinha a idéia fixa de segui-los para onde quer que eles fossem. Na história, todos os gauleses têm nomes terminados em ¨ix¨, os romanos nomes terminados em ¨us¨ (Acendealuz, Apagaluz, etc).
O humor se dava principalmente através de situações que se repetiam, mas de modo diferente. Os romanos, por exemplo, estão sempre tentando conquistador a aldeia e sempre levando sopapos (¨Esses romanos são uns neuróticos¨, diz Obelix), Obelix , que caiu na poção mágica quando bebê, está sempre querendo beber um pouquinho da poção, os piratas sempre têm seu navio afundado quando encontram com os dois heróis... (em uma das histórias mais engraçadas, os próprios piratas destroem o navio ao encontrar com Asterix e Obelix), Automatix sempre reclama dos peixes de Ordenalfabetix, o que gera uma briga na qual se envolvem todos os integrantes da aldeia... e as histórias sempre terminavam num banquete com javali assado, com o bardo Chatotorix amarrado para evitar que cante uma de suas músicas insuportáveis. Além das histórias serem muito boas, elas representavam um sentimento nacional francês. Na década de 1950 o país perdia sua importância para a nova potência mundial, os EUA e Asterix acabou se tornando símbolo da resistência cultural francesa.

Estarei vivendo numa realidade paralela?


Ontem o prefeito de Macapá João Henrique declarou seu apoio ao candidato Roberto Góes. E o deputado Paulo José, presente na cerimônia, disse que João Henrique foi o melhor prefeito que Macapá já teve. Ei, será que estou vivendo em uma realidade paralela?
Para mim, parece que a cidade está um lixo. Aqui no Congós as praças estão fedendo tanto quanto uma lixeira, os bueiros estão entupidos de lixo até a boca ... sem falar das ruas cheias de buracos, do alfato sonrisal, que desmancha com a primeira chuva... Os brinquedos das praças estão todos quebrados...
Apesar disso, o Paulo José diz que João Henrique foi o melhor prefeito que Macapá já teve...
Como diz o José Simão, deixa eu aplicar o meu colírio alucionógeno pra ver se entendo alguma coisa...

Tem tira nova no site dos Exploradores do Desconhecido. A novidade é que agora as tiras serão em preto e branco, o que dá um ar mais nostálgico, lembrando mesmo as tiras de jornais. Essa é a boa notícia. A notícia ruim é que o Jean Okada, por motivos pessoais, vai abandonar o barco, por isso estou procurando outros desenhistas. A idéia é trabalhar com mais de um desenhista, para não sobrecarregar ninguém. Algum leitor deste blog se habilita?

terça-feira, outubro 21, 2008

Geração Coca-cola


O vídeo aí em cima fala um pouco de ideologia, mostrando a ideologia em propagandas. Parece ser um trabalho de escola. Interessante. A ironia da coisa é que no final, os alunos colocam uma propaganda do colégio onde estudam. Seria uma crítica disfarçada, ou ingenuidade?

O Ibope errou?

Uma questão que tem sido levantada nessa campanha é sobre o acerto ou erro das pesquisas do IBOPE. Um determinado candidato tem chamado as pesquisas do IBOPE de malucas e jornalistas têm apontado para ¨erros gritantes¨ do IBOPE na recente eleição em estados como o Rio de Janeiro, em que o instituto teria previsto a ida de Crivela para segundo turno, o que não aconteceu, tendo ido Fernando Gabeira para o segundo turno.
Quem não conhece metodologia científica geralmente não entende como funciona uma pesquisa de opinião, o que pode ocasionar equívocos.
Algo que poucos entendem é que nenhuma pesquisa que lide com seres humanos é exata. Ser humano não é como uma pedra, que obedece a leis absolutas. Pelo contrário, ele muda de atitude, de comportamento, de acordo com as suas necessidades, daí porque ser impossível fazer previsões definitivas. Uma professora, por exemplo, que diga que um aluno vai ser reprovado pode despertar nesse aluno a necessidade de estudar apenas para contrariá-la. Da mesma forma, um resultado negativo numa pesquisa pode fazer o candidato e seus correligionários redobrarem os esforços.
Assim, uma pesquisa nunca mostra dados definitivos. Ela mostra apenas uma tendência e seus dados devem ser lidos assim, como tendência.
Vejamos um exemplo que está sendo muito citado, o possível erro ¨gritante¨do IBOPE no Rio de Janeiro. A última pesquisa, divulgada pouco antes da eleição mostrava o candidato Marcelo Crivela (PRB ) com 19% das intenções de votos. Já Gabeira (PV) aparecia com 17% das intenções de votos. No final, Gabeira é que foi para o segundo turno, com pouco mais de 25% dos votos, enquanto Crivela teve 19% dos votos.
Só quem não sabe ler pesquisa é que poderia achar que o IBOPE errou. Na verdade, lendo as pesquisas do instituto, eu apostaria todas as minhas fichas no Gabeira.
A pesquisa tinha uma margem de erro de 3 pontos, para cima ou para baixo. Isso significa que Crivela estava em algum ponto entre 16% e 21%. Já Gabeira estava em algum ponto entre 14% e 20%. Ou seja, era um empate técnico.
Além disso, uma pesquisa nunca pode ser vista isoladamente. Ela deve ser lida na sua relação com outras pesquisas. Na pesquisa anterior, Gabeira tinha 10% das intenções de votos, enquanto Crivela tinha 25%. Ou seja, as pesquisas mostravam que Gabeira estavam em ascensão (de 10% para 17%), enquanto Crivela estava indo ladeira abaixo (de 25% para 19%). Um candidato que está subindo nas pesquisas tem a tendência de continuar subindo (Lucas Barreto chegou a afirmar que estava ganhando 2% do eleitorado por dia), enquanto um candidato que está caindo tem a tendência de continuar caindo. Como a pesquisa não foi feita no dia anterior à eleição, dava tempo tranquilamente de Gabeira chegar aos 25%. Assim, o resultado do primeiro turno no Rio de Janeiro podia ser deduzido a partir das pesquisas do IBOPE. Bastava uma leitura mais atenta.
Sabemos que existem sim, institutos de pesquisa de fundo de quintal, que fazem pesquisas cheias de falhas propositais, de variáveis intervenientes, como fazer pesquisa no reduto eleitoral de um determinado candidato. Mas não acredito que seja esse o caso do IBOPE, que costuma usar metodologia rigorosa em suas pesquisas, com amostras que refletem o universo dado pelo IBGE.
Claro que todo esse rigor não impede a existência de erro. Karl Poper, um dos mais importantes filósofos do século passado, dizia que é a possibilidade de erro que caracteriza a ciência. Por isso, pesquisas como as do IBOPE devem ser lidas como de fato são: como desenhos de tendências, e não como um espelho da realidade.

Confissões de super-heróis


O Omelete publicou uma ótima resenha do filme Confissões de super-heróis, sobre os atores que se fantasiam de super-heróis para tirar fotos com turistas na calçada da fama. Leia o texto clicando aqui.

Final de Watchmen será diferente


Érico Borgo

Algumas exibições-teste de Watchmen aconteceram nas últimas semanas nos Estados Unidos e as primeiras opiniões sobre o filme estão aos poucos surgindo. A Warner Bros tem tentado selecionar apenas pessoas que não conhecem a graphic novel de Alan Moore para ver como o filme se comporta entre o grande público, mas alguns fãs têm conseguido assisti-lo - e já começaram a reclamar. Leia mais

O homem do PAC

E a vida da vítima?

Sobre o sequestro de Santo André, a razão pela qual tudo terminou nessa tragédia é que, no Brasil, a vida de um sequestrador vale mais do que a vida da vítima. Por várias vezes o Lindemberg esteve sob a mira de uma sniper, mas o comandante da operação não deu ordem para atirar com medo de ser responsabilizado pela morte do rapaz. Aí deu no que deu: o Lindemberg fez o que sempre quis: matar a Eloá e atirar na Nayara. Quem viu o Fantástico percebeu o quanto as coisas são diferentes nos EUA: lá espera-se no máximo 24 horas. Depois disso a polícia invade ou mata o sequestrador.

segunda-feira, outubro 20, 2008


A revista da Turma da Mônica Jovem está na lista dos livros mais vendidos do jornal O Estado de São Paulo. A informação é do Universo HQ. Aqui em casa, a criançada adorou.

domingo, outubro 19, 2008

O rei do gueto

Em depoimento à polícia, a adolescente Nayara contou que Lindemberg se sentiu eufórico após dar um tiro na direção dos policiais. "Após o disparo ele começou a sorrir, passando a dizer que 'ele era o cara'", afirmou a estudante à polícia. Lindemberg, então, pediu que os policiais se dirigissem ao pátio. De acordo com Nayara, o seqüestrador teria achado essa conversa divertida e afirmado que os policiais haviam demonstrado medo dele. "Ao observar o isolamento do prédio, ele disse que era o príncipe do gueto, o cara que mandava no local", continuou a garota.
É o que eu falei... esse crime foi cometido por um sentimento de macheza, de ¨eu sou o cara¨. Conversando com o amigo Jefferson, dono da Caverna do Gibi, ele me contou que uma vez encontrou um chomem dando porrada na esposa num posto de gasolina. Aos lados os filhos, chorando com a cena. O bom e velho Caverna não teve dúvidas: foi lá e deu uma coça no indivíduo para ver se ele era mesmo macho. O cara, que antes estava muito valente, batendo na mulher, apanhou como uma mocinha...
Acho que faltou com esse Lindemberg alguém que fizesse isso com ele. Muito fácil bater e ameaçar mulheres, garotas, com uma arma na mão...
Aliás, a OAB vai entrar com uma representação contra o GATE por que os policiais bateram no Lindemberg quando invadiram o apartamento. Queriam o quê? Depois dele ter atirado nas duas reféns, atirado num policial e reagido à prisão, a OAB queria que o GATE pedisse por favor para ele se integrar, se não fosse incômodo?
Acho que muita gente está confundido as coisas. A vítima não é o Lindemberg. As vítimas são as duas garotas, as vítimas são os vizinhos, que não puderam sair de suas casas, as vítimas são as pessoas do bairro, que tiveram limitado seu direito de ir e vir, as vítimas são as crianças da escola cujas aulas foram suspensas com medo de uma bala perdida, as vítimas são todas as pessoas em São Paulo que precisaram da polícia, mas não foram atendidas porque uma quantidade enorme de policais estava lá em Santo André, tentando fazer com que o ¨rei do gueto¨ voltasse atrás na sua decisão de matar as garotas.
O Lindemberg? Ele é só um assassino covarde.

Dica para o próximo prefeito

Lula diz que não falta dinheiro para prefeituras, mas falta projeto

SÃO BERNARDO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste domingo, durante comício em São Bernardo do Campo, que não faltam recursos para as prefeituras brasileiras por parte do governo federal. Segundo Lula, o que falta é projeto factível. O presidente discursou no palanque do candidato petista a prefeito, Luiz Marinho, e afirmou que até 2010 haverá R$ 504 bilhões do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) a serem gastos pelo governo, descartando rever o planejamento por conta da crise financeira internacional. Leia mais

Sugestões para o novo prefeito - cultura


Eu gostaria de apresentar minhas sugestões ao novo prefeito, seja ele quem for. Começo com a cultura. O que tenho visto, por parte deste prefeito atual, é que existe uma visão deturpada do assunto. Para ele, cultura é apenas carnaval, e, pior, carnaval do Rio de Janeiro. Todos nós nos lembramos da fortuna que a Prefeitura e o Governo do Estado investiram na Beija-flor. O que isso trouxe de resultado para a cultura amapaense? Até mesmo em termos de turismo, qual foi o resultado? Quantas pessoas saíram da Sapucaí para vir conhecer a Cidade dos Buracos?

Creio que o novo prefeito deve investir em ações menos espetaculares e mais em ações que contribuam realmente para a arte em nosso estado. Um exemplo bom e barato foi o que aconteceu na Inglaterra, a partir da década de 1960. Nessa época foram instalados nas ecolas os Arts Labs. Era apenas uma sala nas escolas, mas era onde aconteciam oficinas, cursos e onde os jovens se reuniam para produzir filmes, vídeos, quadrinhos, literatura... O resultado disso: hoje a Inglaterra tem os melhores roteiristas de quadrinhos do mundo (como Alan Moore) e alguns dos mais populares escritores (como Neil Gaiman e J.K. Rowling). São pequenas ações que funcionam.

sábado, outubro 18, 2008

Eu, na versão Simpsons


A minha irmã Leila fez um boneco meu na versão Simpsons. Vejam como ficou (para quem me conhece, ficou parecido?)

A morte pede carona


A editora Abril está lançando a coleção Cinemateca Veja, uma coleção tão boa quanto a revista é ruim. O filme desta semana é A morte pede carona. Assisti esse filme quando tinha 15 anos e, embora eu tenha gostado muito, ficou marcado, para mim, como um filme adolescente. Agora, assistindo de novo, vejo que é uma obra-prima do suspense e um dos melhores filmes sobre psicopatas que já vi. O roteiro, escrito por Eric Red, foi inspirado na música "Riders on the Storm", do grupo The Doors sobre um assassino que pede carona. O que tem de genial é como Red consegue ir alongando a história. Quando achamos que a trama vai se resolver, ela vai se tornando mais e mais complexa.

Para quem nunca assistiu ao filme, é a história de um garoto que dá carona para um psicopata e, quando vai ser morto, o empurra na estrada. Ele continua normalmente a viagem, até ver um carro passar por ele com uma família. O desespero toma conta do rapaz ao descobrir que o psicopata está lá dentro, no banco traseiro, brincando com as crianças. Ao tentar avisar o motorista, ele quase bate num ônibus. A sequência em que o rapaz encontra o carro da família é uma aula de cinema. Um plano mais aberto mostra ele olhando para o vidro e depois a câmera dá um plano detalhe no tênis do garoto, com o sangue pingando nele. Genial. Se puderem, assistam!

Sequestro

Estou acompanhando com pesar essa história do sequestro em Santo André. Esse caso pode ser analisado dos mais diversos pontos de vista, sob todos é uma tragédia. A volta da garota que já tinha sido libertada parece ser o mais bizarro do caso todo. Pelas declarações do Coronel que comandou a operação, o Lindenberg era motivado por algo que a gente podia chamar de ¨sentimento de macheza¨. Ele queria mostrar que estava no comando, no controle.
Em todo caso, o Lindeberg desgraçou não só a família da namorada, mas também a sua família. Além das represálias da população, comuns nesses casos, há um agravante: o tráfico de drogas da região de Santo André teve grande prejuízo com a presença policial na cidade durante esses cinco dias. Os traficantes já prometeram se vingar do Lindenberg e de sua família.

sexta-feira, outubro 17, 2008

Marketeiro que não entende de pesquisa?


Estava olhando com mais detalhe a propaganda do candidato Roberto Góes, do PDT, que chama a pesquisa do IBOPE de maluca. Eles dão como exemplo o que aconteceu no Rio de Janeiro, em que o Ibope teria previsto a ida de Marcelo Crivela para o segudo turno, quando quem acabou indo foi Fernando Gabeira.
Vamos analisar essa situação. Gabeira tinha 17% das intenções de voto, Crivela tinha 19%, numa pesquisa com margem de erro de 3%. Isso significa que Gabeira e Crivela estavam empatados. Margem de erro, senhores marketeiros, margem de erro significa que os números reais podem variar para cima e para baixo. Além disso, havia uma tendência de queda na candidatura de Crivela. Ele já tinha caído de 24% para 19%. Por outro lado, Gabeira, que estava com 10%, havia crescido para 17%. Qualquer pessoa inteligente, olhando essa pesquisa, deduziria uma tendência favorável ao Gabeira. Qualquer marketeiro competente, lendo essas pesquisas, perceberia que o IBOPE indicava que Gabeira iria para o segundo turno.
Agora, o que me espanta é o Roberto Góes ir lá no Maranhã contratar um marketeiro que não sabe ler pesquisa. Não dava para contratar um marketeiro que tivesse noção mínima de como funciona uma pesquisa de opinião?

Pesquisa maluca?

Recentemente saiu uma pesquisa do IBOPE dando ao candidato Camilo Capiberibe 17 pontos de vantagem em relação ao candidato Roberto Góes. Esse fato não seria objeto de post neste blog, não fosse pela estratégia de campanha do candidato do PDT. Resolveram desacreditar o IBOPE. Na propaganda eleitoral na TV chamaram a pesquisa de maluca. Nos carros vidros dos carros passaram a escrever que a pesquisa foi comprada... O mesmo PDT que, na eleição para governador, distribuiu pelas ruas jornais aliados com o resultado da pesquisa do IBOPE segunda a qual Waldez Góes ia ser reeleito (o que, de fato, aconteceu).
Minha preocupação é que muita gente, sem noção de metodologia científica ou de como funcionam as pesquisas de opinião, pode acabar acreditando que a pesquisa do IBOPE é comprada ou maluca. Aliás, comprada, por quem, pela TV Amapá, que foi quem pediu a pesquisa?
O IBOPE tem metodologia rigorosa, o que não significa que os resultados vão ser sempre precisos. Afinal, estamos lidando com seres humanos, que mudam de opinião de uma hora para a outra. Além disso, toda pesquisa tem também uma margem de erro. Mesmo uma marge de erro pequena, como 2%, pode fazer a diferença. Se a pesquisa mostra o candidato X com 27% e o candidato Y com 25%, e, no final, o resultado da eleição for o candidato X com 28% e o candidato Y com 24%, embora a diferença seja grande, está dentro da margem de erro. Ou seja, nenhuma pesquisa é óraculo. Karl Popper já demonstrou que é característico da ciência a possibilidade de erro.
Em todo caso, o IBOPE, pelo menos no caso do Amapá, tem chegando bem perto do resultado real. Pesquisa que foi proibida pela coligação de Roberto mostrava um crescimento expressivo do Lucas Barreto na fase final da campanha.
Que os marketeiros de Roberto achem que a pesquisa está errada, é até compreensível, mas tentar argumentar que a pesquisa foi comprada é colocar em dúvida a seriedade de um instituto de pesquisa que vive de credibilidade, e da TV Amapá (que, aqui no estado é uma das poucas emissoras que estão fazendo um trabalho sério de cobertura das eleições), aí realmente a coisa se torna séria.
Toc toc toc... tem alguém aí?

Acidente

Ontem um carro capotou e ficou virado na pista, em plena Hamilton Silva. Passamos por lá justamente na hora em que estavam desvirando o veículo e registramos mais esse flagrante da violência do trânsito de Macapá.

quinta-feira, outubro 16, 2008

Dica de curso


O SEBRAE está oferecendo um curso de Gestão de Vitrine. O instrutor é o designer Dreiser Alencar. O curso vai acontecer de 20 a 24 de outubro, no Centro de Treinamento do SEBRAE. Informações e inscrições pelos números: Jucy 9115-7979/8129-8523Kelly 3312-2801Call Center: 0800 570 0800.



A Paramount divulgou as primeiras fotos do novo filme de Jornada nas Estrelas. O filme conta o início da franquia, com a juventude de personagens como Spock e Kirki. As primeiras fotos estão ótimas. Conseguiram o que parecia impossível: atualizaram os uniformes da geração clássica sem descaracterizá-los. Veja mais fotos no Omelete.

quarta-feira, outubro 15, 2008



No meu post sobre o Profissão Repórter, eu falei do gonzo jornalismo. Para que não sabe o que é, eu indico meu texto Propostas discordantes no jornalismo. (Na imagem, Hunter Thompson, o mais famoso representante do gonzo)

Círio

O Profissão Repórter, do Caco Barcelos já ultrapassou há muito tempo o Globo Repórter em termos de qualidade, de temas... e o de ontem foi um dos melhores já assisti. Foi sobre o Círio de Belém. Parece que o Caco andou lendo sobre gonzojornalismo, pois ele e sua equipe andaram fazendo a observação participante que caracteriza esse tipo de jornalismo. Em outras palavras, eles foram lá para o meio, acompanhar a procissão e sofrer no meio do povo. Muito bom.

Ainda sobre a campanha

Ainda falando em campanha política, a propaganda do Camilo, com os bailarinos ficou estranha... não dá para entender direito a letra da música e a frase final da bailarina ficou estranha, forçada.

Outra coisa que me incomodou: os dois candidatos têm jingles bregas, no estilo melody, pancadão ou que quer que chamem esse monstrengo. Deu saudades da época em que os jingles dos candidatos eram feitos pelos melhores cantores da terra, gente como Rambolde Campos e Zé Miguel. Fazia bem para os ouvidos.

Esqueceram de combinar

Um radialista que apóia Roberto Góes estava, dia desses, dizendo que a proposta do Camilo Capbiberibe de melhorar a merenda escolar era impossível, pois a prefeitura só recebe, do Governo Federal 22 centavos por aluno para a merenda. Passou quase meia-hora explicando direitinho porque essa proposta era impossível. Só esqueceu de combinar combinar com o Roberto, pois no dia seguinte o candidato do PDT apareceu na TV não só prometendo melhorar a merenda, como prometendo que vai ter merenda no período das férias.
Alguém aí já ouviu falar de comunicação integrada?

Feliz dia do professor


Tem gente que passa pela vida da gente e faz diferença. Professores, principalmente. Alguns professores me marcaram profundamente. De cabeça, posso lembrar de alguns: o jornalista Lúcio Flávio Pinto, que me mostrou que um conhecimento cultural sólido é essencial, em qualquer atividade.

Regina Alves, professora de redação jornalística, que praticamente não dava aulas expositivas: sua metodologia era praticamente toda baseada na orientação. Ela sentava com a gente e ia analisando o texto, frase por frase, parágrafo por parágrafo. É por causa dela que uso hoje uma metodologia parecida em minha aulas, colocando o aluno para produzir e orientando-o.

Talvez o meu melhor professor, verdadeiro ídolo, foi meu orientador de mestrado, Isaac Epstein, um senhor já idoso, mas com uma mente, uma criatividade e uma imaginação prodigiosas. Foi a primeira pessoa a publicar um livro sobre cibernética no Brasil e, na década de 1970 chegou a fabricar um computador com caixinhas de ovos, alfinetes metálicos e imãs. E um computador que aprendia, a Gabriela! A Gabriela só sabia jogar jogo da velha, mas começava perdendo, depois começava a empatar e, depois de um ponto, só ganhava ou empatava.

Foi também com o professor Isaac que descobri que o aprendizado não se dá apenas na sala de aula. Aprendi muita coisa com ele no refeitório da faculdade, durante o almoço. Também, ao lado de uma pessoa com conhecimento enciclopédico, cada minuto de convivência é um minuto de aprendizado...

Outro professor do mestrado que me influenciou muito foi simpático Jacques Vigneron, o único professor que já conheci que usava de fato as idéias da corrente não-diretiva da educação.

A professora Maria Ângela, durante muito tempo coordenadora pedagógica do CEAP, me ensinou muito sobre educação. Conviver com ela foi o mesmo que fazer uma pós-graduação em pedagogia...

Nesse dia dos professores, gostaria de deixar meus parabéns para o Lúcio Flávio Pinto, Regina Alvez, Isaac Esptein, Jacques Vigneron, a professora Maria Ângela e mais todos os colegas de trabalho da FAMA, CEAP e SENAC.

Para todos, os meus parabéns!

terça-feira, outubro 14, 2008

Posicionamento

Posicionamento é o lugar que o produto ocupa na mente do consumidor. As pessoas associam coisas e pessoas a palavras que representam o que essas coisas ou pessoas simbolizam. Em um mundo que tudo é valorizado pela sua simbologia, ter um bom posicionamento na mente do consumidor é um diferencial para qualquer marca ou produto. O posicionamento é tão importante que a Dove conseguiu aumentar em 33% as suas vendas apenas posicionando-se como produtos de beleza para mulheres de verdade.
É o posicionamento que diferencia o produto da concorrência e permite ao consumidor situa-lo em sua mente. Assim, enquanto a Coca-cola se posiciona como um refrigerante de qualidade, a Sukita se posiciona como um refrigerante jovem (lembram da propaganda do tio?).
Há uma regra básica de marketing, dada por All Ries, segundo a qual, se você não é o primeiro lugar em sua área, deve se posicionar fazendo o oposto do que faz o primeiro lugar.
Um exemplo: Nos EUA um pequeno banco se via sendo engolido pelos grandes bancos, até tornar possível uma grande virada ao mudar seu posicionamento. Enquanto o banco n. 1 se posicionava como aquele que tem mais agências, esse pequeno banco se posicionou como o banco em que você tem tratamento individual. Claro, os grandes bancos, pela sua própria estrutura gigantesca, não podem dar tratamento individual aos seus clientes. Mas um pequeno banco pode. Nele, o gerente sabe o nome de cada um de seus clientes.
Vamos colocar isso num esquema:

BANCO A – o maior banco do país.
BANCO B – o banco que cuida de você pessoalmente.

Um outro exemplo, agora no ramo das cervejas. A cerveja Brahma durante muito tempo foi segundo lugar em vendas com relação à Antarctica e era vista como uma cerveja popular, sem refinamento. Esse posicionamento mudou no final dos anos 90, quando lançou-se a campanha “A número um”. Ser a número um é ser a primeira, a com maior tradição, a com maior qualidade... Posteriormente, a Skol ganhou mercado posicionando-se como redonda (ao contrário da Brahma, que seria ¨quadradada¨)
No quadro abaixo podemos visualizar o posicionamento de algumas cervejas atualmente:

BRAHMA – a número um.
ANTACTICA - a boa
SKOL – a cerveja que desce redondo.
SKIN – a novidade

O exemplo acima mostra que, constantemente, o posicionamento de um produto já pode ser visualizado em seu slogan.
O posicionamento pode ser elaborado a partir dos atributos, da concorrência, em função do uso, do estilo de vida ou do histórico da empresa.
No posicionamento por atributos, verifica-se quais são as características do produto que podem ser importantes para o consumidor. Assim, um carro pode ser:

Confiável (Gol)
Luxuoso (Mercedes)
Feminino (Ford K)
Potente (Ford eco strada)
Econômico (Fiat Uno)

No posicionamento em função da concorrência, usa-se as deficiências do concorrente para trabalhar o posicionamento do produto. Esse posicionamento é particularmente aconselhado quando não se é líder de mercado.
Assim, a revista Veja se posiciona como indispensável (ou seja, todo mundo lê Veja, afinal ela é líder de mercado e a revista semanal com maior tradição) e a sua concorrente, a revista Isto é, aproveitando-se do fato de que, durante um período a Veja tenha ficado sob suspeita de ter aderido ao governo Collor, posicionou-se como independente.

No esquema:

VEJA – indispensável
ISTO É – independente

Da mesma forma, o SBT não pode brigar com a Globo pelo mesmo posicionamento (qualidade), afinal a Globo é reconhecida internacionalmente pelo seu padrão globo de produção. Mas ter um padrão alto de produção também representa algo feito para elite. Assim, o SBT se posicionou como uma TV popular.
O posicionamento também pode se dar pelas circunstâncias de uso de determinado produto. Assim, uma cerveja com baixo teor alcoólico pode se posicionar como a melhor para beber com a família.
Finalmente, o posicionamento pode se dar pelo estilo de vida.
Um carro, por exemplo, pode ser para pessoas esportivas (Pálio Adventure), ou para quem tem família grande (Ford Zafira).
Segundo Philiph Kotler, existem alguns fatores que interferem no posicionamento.
O primeiro deles é o atributo da marca. Depois, os benefícios que o consumidor tem ao consumir seus produtos. Depois, a personalidade do produto. Qual a personalidade que os consumidores associam ao produto? Ele é jovem ou respeitável? Sério ou divertido? Seguro ou aventureiro?
Outro fator é a imagem que o consumidor tem da empresa e das pessoas que trabalham lá. Dizem que um dia o presidente da IBM estava visitando o banco com o qual fazia negócios e viu um rapaz mal-vestido, barba por fazer e disse ao gerente do banco: “Como vocês deixam alguém tão mal vestido trabalhar aqui? “, ao que o gerente respondeu: “Ele não é funcionário nosso. É o boy da IBM, que veio pagar algumas contas”. A história mostra como a imagem que temos da empresa e das pessoas que trabalham nela interfere no posicionamento que formamos sobre um produto. A companhia aérea Gol vende a idéia de que é a companhia mais jovem do Brasil (de fato, é a mais recente das grandes empresas). Assim, todos os seus comissários são pessoas jovens e bonitas.
Finalmente um outro fator que influencia no posicionamento é a imagem que temos de seus consumidores. A Avon passou por sérias dificuldades no início dos anos 90 porque as pessoas associavam as consumidoras de seus produtos a pessoas velhas, de baixo nível de instrução e renda. Não era uma associação positiva e, para mudar isso, as propagandas insistiram muito em mostrar pessoas jovens e de sucesso. O mesmo ocorreu com as sandálias Havaianas. Na época em que o garoto-propaganda era o Chico Anísio, associavam-se os consumidores dessas sandálias a pessoas idosas e pouco poder aquisitivo. Hoje a percepção que se tem, graças a um bom trabalho de marketing, é exatamente oposta.

segunda-feira, outubro 13, 2008

A família Titã


Dia desses fizeram comigo uma das melhores entrevistas que já respondi. O tema era uma história em quadrinhos que fiz com o colega Joe Bennett e que já se tornou clássica: a Família Titã. Abaixo reproduzo uma parte do texto:


A Insólita Família Titã

A Insólita Família Titã não faz parte do Universo DC, mas foi inteiramente influenciada por alguns daqueles personagens – A Família Marvel. Entretanto, as aparências ficam apenas na inspiração, pois a trama, na verdade, é uma tragédia grega.

Criada em 1990 por Gian Danton e Joe Bennett, a Insólita Família Titã foi um tremendo sucesso entre os leitores brasileiros, que ainda nutrem a admiração, desejando até mesmo um remake. Leia o restante do texto clicando aqui.

Pessoal, estou impressionado. Há um mês anunciei aqui uma promoção para quem fizesse mais comentários. O prêmio seria a revista Prismarte conspirações. Por incrível que pareça, deu empate. A Lilian e o Sandro fizeram exatamente 16 comentários cada. O jeito vai ser dar um exemplar para cada. Parabéns aos dois!

História dos quadrinhos

O quadrinho europeu

A Europa sempre foi um re­duto das HQs de qualidade. Na década de 30, Hergé havia cria­do o Tin Tin e, com ele, a escola belga de quadrinhos. Mas o grande boom da oitava arte na Europa viria mesmo depois da II Guer­ra.
Na época da guerra, os italianos e alemães proibiram que fossem importados quadrinhos americanos, que poderiam incentivar os jovens a entrarem na resistência.
O desenhista Edgar Pierre Jacobs foi chamado para terminar uma história de Flash Gordon. Como não conhecia exatamente o personagem, fez modificações que depois levariam à criação dos personagens Blake e Mortiner, dois aventureiros que se envolvem em diversas situações perigosas e estranhas.
Surgiram vários outros heróis, seguindo a chamada linha clara (com um desenho limpo e elegante): Jijé fez, para a revista Spirou, o cowboy Jerry Spring, que influenciou toda a uma geração de personagens de faroeste.
Já estava ali, em Jerry Spring, a essência do quadrinho franco-belga: desenho limpo, detalhamento de cenários, muitos quadros por página e muita pesquisa. O autor chegou a viajar para os EUA e para o México, a fim de conhecer de perto o cenário no qual se passariam as histórias.
Em 1949, o editor Georges Dargaud adquiriu os direitos de publicação da revista Tintin na França, abrindo espaço para desenhistas locais. Com isso, os mercados francês e belga se aproximaram (a ponto de se tornarem uma só escola) e evoluíram muito.
Seguindo a linha de faroeste, mas com foco no humor, Morris criou um cowboy que viria a se tornar célebre: o cowboy Lucky Luke (conhecido por ser mais rápido que sua própria sombra). Ao visitar os EUA para fazer pesquisa para seu personagem, Morris conheceu Goscinny, um francês que migrara para o novo mundo e passara pela Argentina antes de ir para a terra de Tio Sam. Diante da qualidade do texto do amigo e do humor ferino, Morris convidou-o a escrever as aventuras de Lucky Luke. Mais tarde, em parceria com Uderzo, Goscinny viria a criar o mais importante personagem da escola franco-belga: o gaulês Asterix.
Outro personagem de sucesso desse início da HQ européia foi Alix, com histórias que se passavam na época do Império Romano e envolviam tramas muito bem elaboradas.
Uma curiosidade sobre os quadrinhos europeus é que as histórias são publicadas em revistas seriadas e depois unidas em álbuns de luxo, o que deu ao quadrinho europeu status de arte.

Compre o pack do desenho As aventuras de Tintin no Submarino.

Aprendiz universitário


A nova edição do programa O Aprendiz será voltada para o público universitário. O ganhador vai levar para casa Um milhão de reais e um emprego com salário de 10 mil reais por mês numa das empresas de Roberto Justus. Será que alguém do Amapá vai se candidatar? A pré-inscrição está sendo feita no site do programa.

Exploradores hackeados


O site dos Exploradores do Desconhecido, webcomics com roteiro meu e desenhos do Jean Okada, foi hackeado. O leitor entrava no site e logo era redirecionado para uma página de um grupo terrorista. Parece que estávamos fazendo muito sucesso e incomodando alguém... agora a página já está relativamente normal, embora a última tira tenha saído do ar. Mas essa foi a gota d´água para o Jean Okada, que está passando por problemas pessoais. Com isso ele, temporariamente, estará fora do projeto, de modo que estou procurando novos desenhistas. Alguém se habilita?

sábado, outubro 11, 2008

Música do dia



Oração ao Tempo
Caetano Veloso

És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo tempo tempo tempo...
Compositor de destinos
Tambor de todos os rítmos
Tempo tempo tempo tempo
Entro num acordo contigo
Tempo tempo tempo tempo...
Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo tempo tempo tempo...
Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Tempo tempo tempo tempo
Ouve bem o que te digo
Tempo tempo tempo tempo...

Escolhi para hoje uma bela canção sobre o tempo porque tempo é o que andou me faltando nas últimas semanas. Estava envolvido em um monte de projetos, revisando a diagramação da segunda edição do meu livro de metodologia, corrijindo provas, trabalhos e, principalmente, envolvido na produção de uma revista para a editora Escala sobre a escravidão. A revista deve ser lançada antes do dia da consciência negra (20 de novembro), de modo que eles tinham urgência. Para piorar, a pessoa que tinha ficado de fazer essa revista desistiu no meio do caminho, de modo que eles já me passaram aos 45 minutos do segundo tempo. Não teria conseguido fechar essa revista se não fosse a ajuda do jornalista e roteirista de quadrinhos Matheus Moura, do blog Toka di Rato.
Aliás, sempre gostei de fazer matérias de história, o que, provavelmente deve ter relação com meu fascínio sobre o tempo. Quando trabalhava como jornalista em Curitiba, os editores sempre me escalavam para matérias sobre história. Eu adorava pesquisar nos arquivos da biblioteca pública... (na época toda a coleção de jornais tinha sido microfilmada e era possível consultar jornais BEM antigos).

O amigo José Aguiar traz algumas novidades em seu blog. Zé é um dos principais ilustradores curitibanos e mostra em seu blog alguns de seus trabalhos mais recentes. Também vale dar uma conferida no texto dele sobre a única sessão curitibana do novo filme do Zé do Caixão. Para conhecer, clique aqui.

Em tempo: José Aguiar é o autor do álbum Quadrinhofilia, feito em colaboração com outros autores, eu, inclusive.

Che em quadrinhos

A editora Conrad está lançando a biografia de Che em quadrinhos, escrita pelo argentino Héctor Oesterheld e desenhada pelo uruguaio Alberto Breccia . Oesterheld é um dos melhores roteiristas de todos os tempos e foi essa biografia que fez com que ele fosse perseguido pela ditadura argentina. Leia abaixo o realese da editora:

Dentro da vasta bibliografia a respeito de Che Guevara, essa biografia em quadrinhos se destaca por sua beleza e por sua história trágica. Lançada originalmente em 1968 na Argentina, apenas três meses depois da morte do guerrilheiro nas selvas da Bolívia, teve papel essencial na popularização de Che como herói latino-americano.
Sua produção reuniu os dois principais nomes da história dos quadrinhos no continente: o roteirista argentino Hector Oesterheld e o desenhista uruguaio Alberto Breccia, mais o filho deste, Enrique. O sucesso foi estrondoso e imediato, mas deu início a uma terrível perseguição política aos autores.
Poucos meses depois de lançada, a editora que a publicara foi invadida, o estoque da obra e seu originais foram sequestrados e destruídos. Em 1973, o livro foi proibido. A perseguição culminou, em 1977, com a prisão, tortura e assassinato, pela Ditadura Argentina, de Oesterheld e suas quatro filhas. Uma história que chocou a Argentina e o mundo.
Em 1979, o jornalista italiano Alberto Ongaro fez uma reportagem sobre o caso Oesterheld e conseguiu falar com um oficial do exército argentino, que confessa: "Demos um sumiço nele, por ter feito a mais bela história de Che Guevara já escrita".
É uma obra-prima de texto e desenho. Ao ponto de levar o quadrinista norte-americano Frank Miller (de Sin City e Batman – O Cavaleiro das Trevas) a dizer que "a história em quadrinhos se divide entre antes e depois de Alberto Breccia".
Agora, pela primeira vez, esse clássico emocionante dos quadrinhos é publicado no Brasil. Em uma edição de luxo, a ser lançada na segunda semana de novembro.


Ps: Vou ver se consigo um exemplar para resenhar. Se conseguir, coloco minhas impressões aqui.

sexta-feira, outubro 10, 2008

O submarino está fazendo uma promoção de DVDs infantis, aproveitando o dia das crianças. São séries a preços muito baixos, com frete grátis. Também tem uma promoção do tipo compre dois boxes e ganhe um. Para dar uma olhada nas ofertas, vá no final desta página e clique no banner.

Censura

Um interessante documentário sobre a censura musical nos anos da ditadura militar.

Edgar Morin, as estrelas e os mitos

Edgar Morin é, talvez, o mais importante filósofo vivo. Suas idéias influenciaram os mais diversos campos de saber, da metodologia científica à educação. Um reflexo de sua importância é o surgimento, em várias universidades, de núcleos de pensamento complexo, grupos que pretendem repensar a forma como vemos a ciência e educação. Mas Morin é também um apaixonado pela sétima arte e, como não poderia deixar de ser, dedicou um livro à sua paixão. A Estrelas – mito e sedução no cinema pretende analisar e compreender o fascínio que os grandes astros de Hollywood exercem sobre seu público.
Morin parte da idéia de que o cinema é o atual difusor de mitologias.
É muito comum ouvirmos pessoas que usam a palavra mito como sinônimo de algo irreal, falso: “Isso é mito, não aconteceu de verdade”. Esse ponto de vista é equivocado. Os mitos são realidades psicológicas que vivem em nosso inconsciente coletivo. São como vírus de computador. Da mesma forma que um vírus precisa, para sobreviver, infectar outros computadores (através da internet ou de disquetes), os mitos precisam passar de uma pessoa para outra para continuarem existindo. Antigamente isso era feito através das narrativas orais. A tribo se reunia ao redor da fogueira e uma pessoa, geralmente um ancião, contava a história. Essa história apresentava ideais humanos de beleza, coragem, amizade, amor. Enquanto ouviam essas narrativas, os jovens entravam nelas e viviam como seus heróis. Ouvir histórias era como ter também um pouco das qualidades de seus ídolos.
O desenvolvimento da sociedade de massa tornou esse tipo de encontro para contar histórias uma raridade. As pessoas simplesmente não tinham mais tempo para esse tipo de coisa. Os mitos, então, encontraram uma outra forma de se difundir: os meios de comunicação de massa. Hoje os mitos podem ser encontrados em filmes, novelas, histórias em quadrinhos e até na internet.
Morin vai se preocupar em analisar especificamente os mitos cinematográficos.
Ele percebe que ao redor das estrelas se instala um culto (como aliás, havia um culto aos deuses antigos. Hollywood é o novo Olimpo). O culto aos atores toma às vezes caráter de religião. Há papas (presidentes de fã-clubes) e até cerimônias em que os fiéis entram em estado de êxtase, como se estivessem de fato em um ambiente religioso (basta lembrar a reação histérica das meninas nos shows do Beatles).
Da mesma forma que fiéis faziam oferendas aos deuses antigos e, em troca, faziam pedidos, os fãs fazem as mais diversas ofertas e os mais diversos pedidos para seus ídolos. Morin assinala alguns pedidos mais curiosos: o papel usado para limpar o batom da estrela, pedaço de chiclete mastigado, ceroulas autografadas, guimbas de cigarro, um pedaço do rabo de cavalo e até um cheque em branco para fazer supermecado.
As oferendas são igualmente estranhas: onze páginas com I Love you escrito 825 vezes; uma pulga que reconhece o nome da estrela... no Brasil são famosas as calcinhas que a senhoras jogam no palco durante os shows do cantor Wando...
Os fãs fazem de seus ídolos a razão de viver e, muitas vezes, interferem até mesmo em seu cotidiano. Morin conta a história de um ator que não cortou o bigode por pressão das fãs.
Outros sabem tudo sobre seus ídolos. Há uma história curiosa sobre isso, protagonizada pelo ator William Shatner, o Capitão Kirk, do seriado Jornada nas Estrelas. Ele estava em um programa de auditório quando uma pessoa da platéia lhe perguntou quantas ovelhas havia em sua fazenda. Shatner respondeu, ao que o outro retrucou: “Mentira, nasceu uma hoje”. Ou seja, o fã sabia mais sobre a vida de seu ídolo do que ele mesmo.
O roteirista britânico Alan Moore (autor das graphic novels Watchmen e V de Vingança) conta que certa vez recebeu um telefonema de uma amigo parabenizando-o pelo noivado da filha. A notícia já estava correndo a internet e a filha nem havia comunicado o noivado a Moore.
Também característico dessa situação são os fãs que não conseguem distinguir o ator do personagem. Essa situação pode ser tão sufocante que o ator Leonard Limoy chegou a publicar um livro, na década de 70, com o título Eu Não Sou Spock.
Mas qual é a origem psicológica dessa idolatria, às vezes doentia, aos mitos de cinema, TV e até do futebol?
Segundo Morin, a base está num processo de projeção-identificação. O fã se identifica com seu ídolo e, ao mesmo tempo, projeta nele seus desejos, o que ele gostaria de ter ou de ser.
Assim, uma pessoa de vida monótona se projeta em um personagem que vive em meio à ação e ao mistério. Uma pessoa recatada sexualmente se projeta em uma atriz de sexualidade exacerbada, como a Madona.
Na verdade, esse processo ocorre toda vez que assistimos a um filme. Nós escolhemos um personagem com o qual nos identificamos e “vivemos” com ele as situações ocorridas no filme. Quando ele corre perigo, nós corremos perigo junto com ele, quando ele ama, nós amamos junto com ele.
O ídolo é sempre um referencial para o seu fã. Ele se encontra acima dos mortais, em um Olimpo de beleza e perfeição.
Mas não basta a projeção. As estrelas precisam ser também um pouco humanas para que seu público possa se identificar com elas. O Super-homem é um belo exemplo disso. O herói era tão perfeito, tão olímpico, que era impossível se identificar com ele. Assim foi criado seu alter-ego, Clark Kent, um repórter tímido, que sempre é passado para trás por sua colega Lois Lane. Nós nos projetamos no Super-homem, mas nos identificamos com Clark Kent.
Segundo Edgar Morin, a Indústria Cultural se aproveita dessa necessidade do homem de se projetar em mitos e transforma isso em mercadoria. É a estrela-mercadoria.
A estrela vende tudo que tenha seu nome. A começar pelo próprio produto no qual ela está. Um filme com Tom Hanks é sucesso garantido de bilheteria. Uma novela com Tarcísio Meira é sucesso garantido.
Além disso, a estrela vende qualquer produto que se associe a ela. Adriane Galisteu vende sandálias, Pelé vende refrigerante, Xuxa vende batom. A figura da estrela agrega valor ao produto, pois, enquanto toma determinado refrigerante, o fã de futebol se identifica um pouco com Pelé.
Toda a estratégia de marketing das Havaianas tem como objetivo único convencer os consumidores que jovens atores globais usam essas sandálias.
Até a vida da estrela é um produto. Revistas como Caras, Quem e Contigo não vendem nada além da vida da estrela. Através de revistas como essas o leitor se identifica um pouco com seu astro, pois ele bebe café como todos nós, mas o leitor também se projeta, afinal a estrela não toma um café qualquer, e sim um capucino de 20 dólares a xícara.
Claro que a estrela só interessa para a Indústria Cultural enquanto estiver dando lucro. Uma estrela que não faz mais sucesso, que não vende mais produtos, é uma estrela morta. Nesses casos, é melhor a morte física. Estrela que morreram jovens ou em situações trágicas viram mito puro e se eternizam, pois é possível projetar qualquer desejo ou qualquer história em uma estrela morta. Renato Russo e Raul Seixas vendem muito mais discos hoje do que quando estavam vivos. Nesse sentido tem toda razão quem diz que Elvis não morreu. Para a Indústria Cultural ele ainda está mais vivo do que nunca.

quinta-feira, outubro 09, 2008

Dica de blog


Uma grande dica de blog é o Nova Hélade, que junta quadrinhos com mitologia grega. Confiram.
Uma pesquisa de opinião do IBOPE mostrou que Macapá tem o pior prefeito de capitais do Brasil. Não é para menos. A cidade está abandonada, as praças imundas. Caminhar pela praça da Claudomiro de Moraes, por exemplo, é o mesmo que caminhar por uma lixeira. O fedor é insuportável... (leia a notícia aqui)

Tem tira nova no site dos Exploradores do Desconhecido. Confira.

Vestida de vaca, mulher é presa por perturbar a ordem nos EUA

A polícia de Middletown (Ohio, EUA) deteve no último sábado (27) uma mulher acusada de perturbar a ordem fantasiada de vaca. Michele Allen, 32, havia sido contratada para promover um parque temático. No entanto, ela bebeu durante o expediente e saiu às ruas bloqueando o tráfego e perseguindo crianças, disseram as autoridades locais. Michelle ficará presa por um mês. Leia mais

Super-heróis distribuem comida aos mendigos de Nova York


Por Marcus Ramone (09/10/08)Se nos quadrinhos os super-heróis estão ocupados demais caçando seus próprios colegas de missão ou enfrentando outra infinita crise cósmica, suas contrapartes da vida real andam mais preocupadas em conferir à palavra heroísmo um de seus mais valorosos sentidos.Uma iniciativa do estudante universitário norte-americano Chaim Lazaros tem mostrado aos cidadãos de Nova York que ajudar os mais necessitados é uma tarefa que, além de resultar em profundas e recompensadoras transformações na personalidade dos seus praticantes, também pode ser algo bastante divertido.Lazaros criou a Superheroes Anonymous, uma entidade virtual que reúne amigos, conhecidos e quem mais quiser participar de patrulhas noturnas pela Grande Maçã com o objetivo de doar alimentos (mais precisamente sanduíches) aos mendigos que habitam praças e outros locais públicos da cidade.O detalhe é que todos os integrantes da equipe fazem a boa ação periódica vestidos de super-heróis - e nesse momento surge o Super-Homem, a Mulher-Maravilha, o Spirit e muitos outros criados pelos próprios membros. Leia mais
Ps: Como diz a matéria do Universo HQ, muita gente, ao invés de rir deles, poderia seguir-lhe o exemplo.
Ontem eu reproduzi um post de cinco anos atrás falando de uma tempestade que alagou Macapá. Curiosamente, ontem também chuveu muito forte, depois de um longo tempo de estiagem. Não sei se alagou a cidade, mas aqui em casa apareceram várias goteiras e tivemos que recorrer aos baldes...

quarta-feira, outubro 08, 2008

Cinco anos!

Esse texto foi publicado no final de 2003, depois de uma tempestade que alagou Macapá. Alguém lembra? Recordo que várias lojas do centro comercial tiveram prejuízos com mercadoria que foi molhada pela enchente. Nesse post eu contava um pouco do que aconteceu e perguntava se a prefeitura não iria fazer nada. Mal sabia eu que de lá para cá a situação só ia piorar. Hoje, com a cidade imundo e bueiros entupidos, uma chuva dessa provocaria um estrago ainda maior:

Na madrugada de quinta para sexta-feira Macapá teve a maior tempestade dos últimos 20 anos. Passei a noite acordado afastando os móveis das goteiras, enxugando as poças no chão... Ontem no CEAP os alunos me contavam relatos de quem teve a casa alagada. Uma aluna me falava de um vizinho que havia se mudado semana passada para uma casa mais baixa que a rua. Quando viu a água transbordando pela porta, só teve tempo de colocar a mulher e o filho no carro e fugir. Um aluno me dizia que a noiva, grávida, foi acordada pelo estouro de um transformador. A família dela passou a noite tentando desentupir a boca de lobo de um bueiro. As lojas do centro da cidade foram inundadas e hoje, segundo relatos, abriram as portas só para limpar o piso. É numa hora dessas que se vê a importância de não jogar lixo na rua. É o pequeno lixo, o papel de bala, a lata de refrigerante, a embalagem do biscoito que vai se acumular na boca de lobo e provocar uma inundação. Aqui no bairro do Congos não temos nem mesmo esgoto, de modo que não há bueiros entupidos. A sorte é que a água escorre para a área de ressaca, o famoso alagado. Mas essas áreas têm sido sistematicamente ocupadas nos últimos anos, o que nos faz pensar em conseqüências trágicas no futuro. Se as áreas de ressaca acabarem, os alagamentos serão inevitáveis. Para piorar, Macapá não tem bosques que possam segurar a água na época de chuvas (e diminuir a temperatura na época de calor). Em Curitiba, todos os bairros têm parques, que funcionam como esponjas na época da chuva. Com esse procedimentos simples, acabou-se com as enchentes. Já me disseram que no plano diretor do Macapá não há nem mesmo a previsão de criar esses parques. Preocupante.

terça-feira, outubro 07, 2008

Cinco anos


Amanhã completamos cinco anos! Abaixo o realease falando sobre o aniversário. Quem puder divulgar, eu agradeço:

Blog mais antigo do Amapá completa cinco anos
O blog Idéias de Jeca-tatu, o mais antigo do Amapá ainda em funcionamento, completa nesse dia 8 de outubro cinco anos de existência.
Na época em que o Idéias surgiu, os blogs eram na maioria diários virtuais, com pouco conteúdo de interesse público. A novidade introduzida por seu autor, o professor univerisitário Ivan Carlo Andade de Oliveira, foi justamente apresentar um blog com muito conteúdo, textos, contos, crônicas, análises, críticas, resenhas e links para notícias sobre os mais variados assuntos. O idéias foi, provavelmente, o primeiro blog amapaense a falar de temas como histórias em quadrinhos ou marketing.
Nesses cinco anos o blog já ganhou prêmios, como o destaque do Weblogger e já foi linkado por sites e blogs das mais diversas regiões do Brasil e do mundo.
Há dois anos, com as dificuldades técnicas apresentadas no provedor Weblogger, o blog migrou para o Blogspot, onde está atualmente no endereço http://ivancarlo.blogspot.com/.
Como forma de comemorar os cinco anos de existência, estão sendo republicados os textos mais antigos, o que permite ao leitor ter uma idéia da varieade de temas tratados.
Em tempo: o nome do blog é uma referência ao livro Idéias de Jeca Tatu, de Monteiro Lobato, no qual ele apresentava suas idéias sobre estética e literatura.

Top five do CQC



Ps: Alguém viu a cobertura que o CQC fez das eleições? Eles dando de presente para o Gabeira uma sunga foi impagável. Pena que o candidato não entrou na brincadeira...

O site Congresso em Foco está realizando uma votação para escolher os melhores deputados e senadores. Clique aqui e deixe seu voto. Só não vai votar no Ned Flanders, ok?

Saiba mais sobre o filme Watchmen


Por Sérgio Codespoti (03/10/09)Atenção, leitor: o texto abaixo contém informações sobre Watchmen, ainda inédito nos cinemas, e que podem estragar o prazer de assistir ao filme no futuro. No dia 1 de outubro alguns jornalistas foram convidados para assistir aproximadamente 30 minutos de imagens do filme Watchmen.Segue abaixo uma lista dos principais detalhes revelados. A seqüência inicial mostrará a morte do Comediante, mas com uma diferença, o espectador verá, em detalhes, o personagem - envelhecido, com 67 anos - sendo espancado por um invasor, que após a surra o arremessa pela janela. Leia mais

segunda-feira, outubro 06, 2008

Vertigo publica enciclopédia sobre 15 anos de seus quadrinhos


A Vertigo Encyclopedia, lançada no início deste mês nos EUA, é ao mesmo tempo um compêndio de tudo que a linha de quadrinhos adultos da DC publicou e uma comemoração dos 15 anos de existência do selo que destacou Sandman, Preacher, 100 Balas, Y: O Último Homem e várias outras HQs.Para destacar o lançamento, a editora DK Publishing produziu um mini-documentário sobre a Vertigo e a obra. Exibido originalmente em uma palestra na San Diego Comic Con, ele foi publicado no YouTube há poucos dias. Leia mais