sexta-feira, outubro 31, 2008
Os trapalhões na Guerra dos Planetas
A teoria dos Jogos
Existem dois tipos de jogos: os de soma zero e os de soma dois. Nos jogos de soma zero, se uma parte ganha, a outra, obrigatoriamente, perde (-1+1= 0). Nos jogos de soma 2, os ganhos de uma parte revertem em ganhos também para a outra parte envolvida na contenda (1+1="2)."
Aparentemente, todos os jogos são do tipo soma zero. Em um jogo de xadrez, todo mundo joga para ganhar, o que significará a derrota de seu adversário. Em uma guerra, os países lutam para ganhar e, portanto, derrotar seus adversários. Assim, para a maioria dos pensadores antigos, a melhor estratégia em um jogo é procurar ter o maior ganho
individual.
As situações de jogo ganharam uma metáfora do famoso dilema do prisioneiro. Nesse dilema, dois bandidos são presos e colocados em selas separadas. Os policiais, então, fazem a mesma proposta para cada um deles:
1 -. se os dois ficarem quietos e não denunciarem seu companheiro, os dois serão libertados (nessa situação, os dois cooperam entre si).
2 - Se um deles denunciar o outro, mas o outro não o denunciar, o que denunciou ficará livre, enquanto o outro pegará um ano de detenção.
3 - Se os dois denunciarem um ao outro, ambos ficarão presos, juntos, por seis meses.
Na primeira situação, os dois cooperam entre si. Na segunda situação, um coopera e o outro não. Finalmente, na terceira situação, nenhum dos dois coopera. Detalhe: os bandidos estão em celas diferentes e um não sabe o que o outro fez.
O que você faria em uma situação como essa?
De todas as possibilidades, a segunda é sem dúvida a pior. Se eu coopero e o outro não, eu fico com todo o prejuízo e ele com todo o lucro.
A terceira opção também não é das melhores. Nesse caso, os dois não cooperam e dividem o prejuízo. Além de que, os dois na mesma cela, sabendo que um traiu o outro pode levar a algumas noites de sono.
A melhor opção seria, claro, os dois cooperarem. Mas é um jogo arriscado, pois se eu cooperar, o outro pode não cooperar e, como já vimos, essa é a pior solução.
A lógica nos diz que a melhor resposta seria não cooperar, ou seja, trair. Mas John Nash demonstrou que isso é válido apenas para jogos com uma única partida. Nos jogos com várias partidas, a melhor estratégia é começar cooperando e fazer depois o que o outro fez na partida anterior. Se ele cooperou, continuamos cooperando. Se ele traiu, nós o punimos traindo também. As estatísticas demonstram que essa é a estratégia que garante melhores resultados.
Na vida cotidiana, a maioria dos jogos é de várias partidas. As relações entre patrões e empregados, marido e mulher, colegas de classe, amigos, são sempre de várias partidas. O que a teoria dos jogos diz é se deve começar cooperando. Deve-se iniciar com boa vontade, cooperando, confiando na outra parte. Mas se a outra parte não cooperar, deve-se puni-la, não cooperando na partida seguinte.
Há algum tempo, Robert Axelrod organizou um torneio para testar a melhor estratégia diante do dilema do prisioneiro. Cada participante do torneio deveria criar uma programação com uma estratégia para ser jogada em 200 partidas. A ganhadora, chamada de TFT(Tif For Tat) tinha quatro regras bem simples, que podem ser usadas em partidas reais:
1 – Seja bacana. Nunca traia primeiro
2 – Seja vingantivo. Nunca deixe passar uma traição sem retaliar na mesma moeda no lance seguinte.
3 – seja generoso. Se o outro voltar a cooperar, volte a cooperar também.
4 – seja transparente. Deixe bem clara a sua estratégia.
quarta-feira, outubro 29, 2008
A cidade jóia da Amazônia
Todos que estão aqui há mais tempo concordam: Macapá já foi a cidade jóia da Amazônia. Hoje virou a cidade lixo da Amazônia. A cidade está imunda, como se pode ver na foto: ninguém apareceu para recolher o lixo este foi se acumulando até a praça se tornar uma lixeira pública. Até o cheiro se tornar insuportável. Agora, a eleição de Roberto Góes nos dá a esperança de que Macapá volte a ser a cidade jóia da Amazônia. Ele tem tudo a seu favor para fazer isso. Tem o apoio do Senador, do Governador, da Assembléia Legislativa, da Câmara dos Vereadores. Até do atual prefeito do João Henrique, que deve deixar a casa arrumadinha para que seu aliado político comece a mostrar trabalho desde o primeiro dia de governo. Com uma situação tão favorável, Roberto Góes só não faz um bom governo se não quiser. A nós, cabe ajudar, elogiando o que merece ser elogiado, criticando o que merece ser criticado e fazendo sugestões.
Então trago duas sugestões:
1 - Fazer um mutirão para limpar as praças públicas e consertar os brinquedos quebrados.
2 - Fazer, finalmente, uma rotatória na frente do CEAP. Recentemente mexeram lá, aumentando a pista e a situação se tornou ainda mais difícil para quem está saindo da faculdade. Não dou muito tempo para acontecer um acidente grave por ali. Para resolver o problema, só colocando uma rotatória ou um semáforo.
segunda-feira, outubro 27, 2008
Macapá comemora Dia Mundial da Animação
Amahã, 28 de outubro, o mundo comemora o "Dia Internacional da Animação" e, pela primeira vez, Macapá vai entrar nesse circuito. A parceria do Festival de Imagem-Movimento (FIM) e do projeto Univercinema (UNIFAP) traz para a "Estância das Bacabas" a mostra de curtas metragens de animação nacionais e internacionais que acontecerá simultaneamente nas outras capitais do Brasil. Além da mostra, será realizada pela manhã uma oficina de "Introdução às técnicas de animação" ministrada pelos bolsistas do Univercinema voltada, principalmente, para os alunos das escolas públicas.A idéia é promover esse tipo de audiovisual no estado incentivando novos talentos a realizarem idéias que, por enquanto, só andam aparecendo no papel. A projeção acontecerá no Auditório Multiuso da UNIFAP a partir das 19:30. O evento é totalmente gratuito!
Contatos:Alexandre Brito (96) 8118 35 10 e Augusto Tuto (96) 9117 59 27
É sempre bom comparar
domingo, outubro 26, 2008
É o FIM!
FIM abre inscrições para sua 5ª edição
As mangueiras começam a dar frutos em Macapá. Para muitos esse é o primeiro sinal de que o ano está perto do fim. E no fim do ano nós, produtores independentes de vídeo, sabemos que em Macapá tem o FIM (Festival de Imagem-Movimento), esse ano indo para sua quinta edição.Mantendo o despojamento das duas versões anteriores, o festival permanece sem regulamento e sem tema específico, privilegiando a pluralidade de estéticas e tendo apenas uma chamada pública e aberta a todos que tenham trabalhos audiovisuais no Brasil e fora dele. Ano passado, em três dias de festival, foram exibidos quase 50 trabalhos vindos de vários lugares do globo com destaque para os realizados na Espanha, China e Índia. Esse ano, o desafio é ampliar o intercâmbio com todos que já participaram do FIM e conseguir contato com outros produtores.O FIM é um festival com inscrições permanentes, mas para que possamos finalizar o material com a programação em tempo hábil para divulgá-la com razoável antecedência, os produtores que desejarem participar do evento deverão postar seus trabalhos até o dia 27 de novembro de 2008, acompanhados da respectiva ficha de inscrição do festival.Então é isso.
FIM 2008, Qual é o melhor caminho? Inscrições. Enviar vídeo/filme em DVD para:FIM 2008, Qual o melhor caminho?
A/C Alexandre BritoAv. Diógenes Silva, 1098, Trem
CEP.: 68.900-310Macapá-Amapá
Contatos:Alexandre Brito: (96) 8118 35 10Augusto Tuto (96) 9117 59 27Email: imagem.movimento@gmail.com Sítio: www.imagemovimento.org
Dica de blog
quinta-feira, outubro 23, 2008
Último volume de O Melhor da Disney nas bancas
quarta-feira, outubro 22, 2008
História dos quadrinhos
Asterix é o personagem mais famoso dos quadrinhos europeus e um dos mais importantes do mundo. O herói gaulês foi criado em 1959, por René Goscinny e Albert Uderzo e desde então tem arrebatado legiões de fãs no mundo todo e estrelado desenhos animados e filmes de sucesso.
Goscinny é um filho de judeus ucranianos e poloneses. Ainda criança, mudou-se com os pais para a Argentina, onde começou a trabalhar com publicidade aos 17 anos. Em 1949 recebeu uma carta de um tio instalado em Nova York e foi para os EUA, onde trabalhou no mesmo estúdio que outros grandes artistas como Harvey Kurtzman, Will Elder e John Severin, que posteriormente viriam a criar a revista MAD.
Em 1950 conheceu dois quadrinistas europeus, Jijé e Morris, que lhe apresentaram o editor Georges Troisfontaines. Este, por cortesia, disse que ele passasse em Bruxelas para lhe mostrar seus trabalhos. Só não esperava que Goscinny fosse levar esse convite a sério. Três semanas depois, Goscinny desembarcou na Bélgica e Troisfontaines não teve outro remédio senão empregá-lo em sua editora, destinando-lhe a sucursal parisiense da editora. Lá, Goscinny conheceu Uderzo e os dois começaram uma rica colaboração. Goscinny tinha um texto humorístico genial e Uderzo era um grande cartunista. Essas características já se revelam em U-pah-pah, um índio americano que tem muitas das características que depois viriam a fazer o sucesso de Asterix.
Além de escrever para Uderzo, Goscinny colabora com vários outros artistas, como Morris na série Lucky Luke.
Em 1955, Uderzo, Goscinny e o roteirista Jean-Maria Charlier tentam criar um sindicato de quadrinistas para defender suas reivindicações. Ao saber disso, Troisfontaines demitiu os três, que, desempregados, resolveram criar uma nova editora, cujo carro-chefe seria a revista Pilot. Para o número de estréia, Goscinny e Uderzo criaram um simpático gaulês chamado Asterix, mas nem de longe esperavam que eles fizessem tanto sucesso.
Em 29 de outubro de 1959 surge o primeiro número da revista, trazendo o novo personagem e é um sucesso imediato. A história se passa no auge do Império Romano, quando toda a Gália foi dominada, toda não, uma única aldeia resiste e nela vivem Asterix e seu inseparável companheiro Obelix. O segredo dessa aldeia para resistir ao invasor é uma poção mágica que lhes dá força extrarodinária, preparada pelo druida Panoramix.
Goscinny exercitou toda sua verve cômica e seu pendor para trocadilhos, que abundam na história. Mesmo os nomes dos personagens são trocadilhos. Asterix vem de asterisco e Obelix vem de Obelisco. A dupla tem um cachorro de estimação, Ideiafix, que ganhou esse nome por tinha a idéia fixa de segui-los para onde quer que eles fossem. Na história, todos os gauleses têm nomes terminados em ¨ix¨, os romanos nomes terminados em ¨us¨ (Acendealuz, Apagaluz, etc).
O humor se dava principalmente através de situações que se repetiam, mas de modo diferente. Os romanos, por exemplo, estão sempre tentando conquistador a aldeia e sempre levando sopapos (¨Esses romanos são uns neuróticos¨, diz Obelix), Obelix , que caiu na poção mágica quando bebê, está sempre querendo beber um pouquinho da poção, os piratas sempre têm seu navio afundado quando encontram com os dois heróis... (em uma das histórias mais engraçadas, os próprios piratas destroem o navio ao encontrar com Asterix e Obelix), Automatix sempre reclama dos peixes de Ordenalfabetix, o que gera uma briga na qual se envolvem todos os integrantes da aldeia... e as histórias sempre terminavam num banquete com javali assado, com o bardo Chatotorix amarrado para evitar que cante uma de suas músicas insuportáveis. Além das histórias serem muito boas, elas representavam um sentimento nacional francês. Na década de 1950 o país perdia sua importância para a nova potência mundial, os EUA e Asterix acabou se tornando símbolo da resistência cultural francesa.
Estarei vivendo numa realidade paralela?
terça-feira, outubro 21, 2008
Geração Coca-cola
O vídeo aí em cima fala um pouco de ideologia, mostrando a ideologia em propagandas. Parece ser um trabalho de escola. Interessante. A ironia da coisa é que no final, os alunos colocam uma propaganda do colégio onde estudam. Seria uma crítica disfarçada, ou ingenuidade?
O Ibope errou?
Quem não conhece metodologia científica geralmente não entende como funciona uma pesquisa de opinião, o que pode ocasionar equívocos.
Algo que poucos entendem é que nenhuma pesquisa que lide com seres humanos é exata. Ser humano não é como uma pedra, que obedece a leis absolutas. Pelo contrário, ele muda de atitude, de comportamento, de acordo com as suas necessidades, daí porque ser impossível fazer previsões definitivas. Uma professora, por exemplo, que diga que um aluno vai ser reprovado pode despertar nesse aluno a necessidade de estudar apenas para contrariá-la. Da mesma forma, um resultado negativo numa pesquisa pode fazer o candidato e seus correligionários redobrarem os esforços.
Assim, uma pesquisa nunca mostra dados definitivos. Ela mostra apenas uma tendência e seus dados devem ser lidos assim, como tendência.
Vejamos um exemplo que está sendo muito citado, o possível erro ¨gritante¨do IBOPE no Rio de Janeiro. A última pesquisa, divulgada pouco antes da eleição mostrava o candidato Marcelo Crivela (PRB ) com 19% das intenções de votos. Já Gabeira (PV) aparecia com 17% das intenções de votos. No final, Gabeira é que foi para o segundo turno, com pouco mais de 25% dos votos, enquanto Crivela teve 19% dos votos.
Só quem não sabe ler pesquisa é que poderia achar que o IBOPE errou. Na verdade, lendo as pesquisas do instituto, eu apostaria todas as minhas fichas no Gabeira.
A pesquisa tinha uma margem de erro de 3 pontos, para cima ou para baixo. Isso significa que Crivela estava em algum ponto entre 16% e 21%. Já Gabeira estava em algum ponto entre 14% e 20%. Ou seja, era um empate técnico.
Além disso, uma pesquisa nunca pode ser vista isoladamente. Ela deve ser lida na sua relação com outras pesquisas. Na pesquisa anterior, Gabeira tinha 10% das intenções de votos, enquanto Crivela tinha 25%. Ou seja, as pesquisas mostravam que Gabeira estavam em ascensão (de 10% para 17%), enquanto Crivela estava indo ladeira abaixo (de 25% para 19%). Um candidato que está subindo nas pesquisas tem a tendência de continuar subindo (Lucas Barreto chegou a afirmar que estava ganhando 2% do eleitorado por dia), enquanto um candidato que está caindo tem a tendência de continuar caindo. Como a pesquisa não foi feita no dia anterior à eleição, dava tempo tranquilamente de Gabeira chegar aos 25%. Assim, o resultado do primeiro turno no Rio de Janeiro podia ser deduzido a partir das pesquisas do IBOPE. Bastava uma leitura mais atenta.
Sabemos que existem sim, institutos de pesquisa de fundo de quintal, que fazem pesquisas cheias de falhas propositais, de variáveis intervenientes, como fazer pesquisa no reduto eleitoral de um determinado candidato. Mas não acredito que seja esse o caso do IBOPE, que costuma usar metodologia rigorosa em suas pesquisas, com amostras que refletem o universo dado pelo IBGE.
Claro que todo esse rigor não impede a existência de erro. Karl Poper, um dos mais importantes filósofos do século passado, dizia que é a possibilidade de erro que caracteriza a ciência. Por isso, pesquisas como as do IBOPE devem ser lidas como de fato são: como desenhos de tendências, e não como um espelho da realidade.
Confissões de super-heróis
Final de Watchmen será diferente
Algumas exibições-teste de Watchmen aconteceram nas últimas semanas nos Estados Unidos e as primeiras opiniões sobre o filme estão aos poucos surgindo. A Warner Bros tem tentado selecionar apenas pessoas que não conhecem a graphic novel de Alan Moore para ver como o filme se comporta entre o grande público, mas alguns fãs têm conseguido assisti-lo - e já começaram a reclamar. Leia mais
E a vida da vítima?
segunda-feira, outubro 20, 2008
domingo, outubro 19, 2008
O rei do gueto
É o que eu falei... esse crime foi cometido por um sentimento de macheza, de ¨eu sou o cara¨. Conversando com o amigo Jefferson, dono da Caverna do Gibi, ele me contou que uma vez encontrou um chomem dando porrada na esposa num posto de gasolina. Aos lados os filhos, chorando com a cena. O bom e velho Caverna não teve dúvidas: foi lá e deu uma coça no indivíduo para ver se ele era mesmo macho. O cara, que antes estava muito valente, batendo na mulher, apanhou como uma mocinha...
Acho que faltou com esse Lindemberg alguém que fizesse isso com ele. Muito fácil bater e ameaçar mulheres, garotas, com uma arma na mão...
Aliás, a OAB vai entrar com uma representação contra o GATE por que os policiais bateram no Lindemberg quando invadiram o apartamento. Queriam o quê? Depois dele ter atirado nas duas reféns, atirado num policial e reagido à prisão, a OAB queria que o GATE pedisse por favor para ele se integrar, se não fosse incômodo?
Acho que muita gente está confundido as coisas. A vítima não é o Lindemberg. As vítimas são as duas garotas, as vítimas são os vizinhos, que não puderam sair de suas casas, as vítimas são as pessoas do bairro, que tiveram limitado seu direito de ir e vir, as vítimas são as crianças da escola cujas aulas foram suspensas com medo de uma bala perdida, as vítimas são todas as pessoas em São Paulo que precisaram da polícia, mas não foram atendidas porque uma quantidade enorme de policais estava lá em Santo André, tentando fazer com que o ¨rei do gueto¨ voltasse atrás na sua decisão de matar as garotas.
O Lindemberg? Ele é só um assassino covarde.
Dica para o próximo prefeito
SÃO BERNARDO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste domingo, durante comício em São Bernardo do Campo, que não faltam recursos para as prefeituras brasileiras por parte do governo federal. Segundo Lula, o que falta é projeto factível. O presidente discursou no palanque do candidato petista a prefeito, Luiz Marinho, e afirmou que até 2010 haverá R$ 504 bilhões do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) a serem gastos pelo governo, descartando rever o planejamento por conta da crise financeira internacional. Leia mais
Sugestões para o novo prefeito - cultura
sábado, outubro 18, 2008
Eu, na versão Simpsons
A morte pede carona
Sequestro
Em todo caso, o Lindeberg desgraçou não só a família da namorada, mas também a sua família. Além das represálias da população, comuns nesses casos, há um agravante: o tráfico de drogas da região de Santo André teve grande prejuízo com a presença policial na cidade durante esses cinco dias. Os traficantes já prometeram se vingar do Lindenberg e de sua família.
sexta-feira, outubro 17, 2008
Marketeiro que não entende de pesquisa?
Vamos analisar essa situação. Gabeira tinha 17% das intenções de voto, Crivela tinha 19%, numa pesquisa com margem de erro de 3%. Isso significa que Gabeira e Crivela estavam empatados. Margem de erro, senhores marketeiros, margem de erro significa que os números reais podem variar para cima e para baixo. Além disso, havia uma tendência de queda na candidatura de Crivela. Ele já tinha caído de 24% para 19%. Por outro lado, Gabeira, que estava com 10%, havia crescido para 17%. Qualquer pessoa inteligente, olhando essa pesquisa, deduziria uma tendência favorável ao Gabeira. Qualquer marketeiro competente, lendo essas pesquisas, perceberia que o IBOPE indicava que Gabeira iria para o segundo turno.
Agora, o que me espanta é o Roberto Góes ir lá no Maranhã contratar um marketeiro que não sabe ler pesquisa. Não dava para contratar um marketeiro que tivesse noção mínima de como funciona uma pesquisa de opinião?
Pesquisa maluca?
Minha preocupação é que muita gente, sem noção de metodologia científica ou de como funcionam as pesquisas de opinião, pode acabar acreditando que a pesquisa do IBOPE é comprada ou maluca. Aliás, comprada, por quem, pela TV Amapá, que foi quem pediu a pesquisa?
O IBOPE tem metodologia rigorosa, o que não significa que os resultados vão ser sempre precisos. Afinal, estamos lidando com seres humanos, que mudam de opinião de uma hora para a outra. Além disso, toda pesquisa tem também uma margem de erro. Mesmo uma marge de erro pequena, como 2%, pode fazer a diferença. Se a pesquisa mostra o candidato X com 27% e o candidato Y com 25%, e, no final, o resultado da eleição for o candidato X com 28% e o candidato Y com 24%, embora a diferença seja grande, está dentro da margem de erro. Ou seja, nenhuma pesquisa é óraculo. Karl Popper já demonstrou que é característico da ciência a possibilidade de erro.
Em todo caso, o IBOPE, pelo menos no caso do Amapá, tem chegando bem perto do resultado real. Pesquisa que foi proibida pela coligação de Roberto mostrava um crescimento expressivo do Lucas Barreto na fase final da campanha.
Que os marketeiros de Roberto achem que a pesquisa está errada, é até compreensível, mas tentar argumentar que a pesquisa foi comprada é colocar em dúvida a seriedade de um instituto de pesquisa que vive de credibilidade, e da TV Amapá (que, aqui no estado é uma das poucas emissoras que estão fazendo um trabalho sério de cobertura das eleições), aí realmente a coisa se torna séria.
Toc toc toc... tem alguém aí?
Acidente
quinta-feira, outubro 16, 2008
Dica de curso
quarta-feira, outubro 15, 2008
Círio
Ainda sobre a campanha
Outra coisa que me incomodou: os dois candidatos têm jingles bregas, no estilo melody, pancadão ou que quer que chamem esse monstrengo. Deu saudades da época em que os jingles dos candidatos eram feitos pelos melhores cantores da terra, gente como Rambolde Campos e Zé Miguel. Fazia bem para os ouvidos.
Esqueceram de combinar
Alguém aí já ouviu falar de comunicação integrada?
Feliz dia do professor
terça-feira, outubro 14, 2008
Posicionamento
É o posicionamento que diferencia o produto da concorrência e permite ao consumidor situa-lo em sua mente. Assim, enquanto a Coca-cola se posiciona como um refrigerante de qualidade, a Sukita se posiciona como um refrigerante jovem (lembram da propaganda do tio?).
Há uma regra básica de marketing, dada por All Ries, segundo a qual, se você não é o primeiro lugar em sua área, deve se posicionar fazendo o oposto do que faz o primeiro lugar.
Um exemplo: Nos EUA um pequeno banco se via sendo engolido pelos grandes bancos, até tornar possível uma grande virada ao mudar seu posicionamento. Enquanto o banco n. 1 se posicionava como aquele que tem mais agências, esse pequeno banco se posicionou como o banco em que você tem tratamento individual. Claro, os grandes bancos, pela sua própria estrutura gigantesca, não podem dar tratamento individual aos seus clientes. Mas um pequeno banco pode. Nele, o gerente sabe o nome de cada um de seus clientes.
Vamos colocar isso num esquema:
BANCO A – o maior banco do país.
BANCO B – o banco que cuida de você pessoalmente.
Um outro exemplo, agora no ramo das cervejas. A cerveja Brahma durante muito tempo foi segundo lugar em vendas com relação à Antarctica e era vista como uma cerveja popular, sem refinamento. Esse posicionamento mudou no final dos anos 90, quando lançou-se a campanha “A número um”. Ser a número um é ser a primeira, a com maior tradição, a com maior qualidade... Posteriormente, a Skol ganhou mercado posicionando-se como redonda (ao contrário da Brahma, que seria ¨quadradada¨)
No quadro abaixo podemos visualizar o posicionamento de algumas cervejas atualmente:
BRAHMA – a número um.
ANTACTICA - a boa
SKOL – a cerveja que desce redondo.
SKIN – a novidade
O exemplo acima mostra que, constantemente, o posicionamento de um produto já pode ser visualizado em seu slogan.
O posicionamento pode ser elaborado a partir dos atributos, da concorrência, em função do uso, do estilo de vida ou do histórico da empresa.
No posicionamento por atributos, verifica-se quais são as características do produto que podem ser importantes para o consumidor. Assim, um carro pode ser:
Confiável (Gol)
Luxuoso (Mercedes)
Feminino (Ford K)
Potente (Ford eco strada)
Econômico (Fiat Uno)
No posicionamento em função da concorrência, usa-se as deficiências do concorrente para trabalhar o posicionamento do produto. Esse posicionamento é particularmente aconselhado quando não se é líder de mercado.
Assim, a revista Veja se posiciona como indispensável (ou seja, todo mundo lê Veja, afinal ela é líder de mercado e a revista semanal com maior tradição) e a sua concorrente, a revista Isto é, aproveitando-se do fato de que, durante um período a Veja tenha ficado sob suspeita de ter aderido ao governo Collor, posicionou-se como independente.
No esquema:
VEJA – indispensável
ISTO É – independente
Da mesma forma, o SBT não pode brigar com a Globo pelo mesmo posicionamento (qualidade), afinal a Globo é reconhecida internacionalmente pelo seu padrão globo de produção. Mas ter um padrão alto de produção também representa algo feito para elite. Assim, o SBT se posicionou como uma TV popular.
O posicionamento também pode se dar pelas circunstâncias de uso de determinado produto. Assim, uma cerveja com baixo teor alcoólico pode se posicionar como a melhor para beber com a família.
Finalmente, o posicionamento pode se dar pelo estilo de vida.
Um carro, por exemplo, pode ser para pessoas esportivas (Pálio Adventure), ou para quem tem família grande (Ford Zafira).
Segundo Philiph Kotler, existem alguns fatores que interferem no posicionamento.
O primeiro deles é o atributo da marca. Depois, os benefícios que o consumidor tem ao consumir seus produtos. Depois, a personalidade do produto. Qual a personalidade que os consumidores associam ao produto? Ele é jovem ou respeitável? Sério ou divertido? Seguro ou aventureiro?
Outro fator é a imagem que o consumidor tem da empresa e das pessoas que trabalham lá. Dizem que um dia o presidente da IBM estava visitando o banco com o qual fazia negócios e viu um rapaz mal-vestido, barba por fazer e disse ao gerente do banco: “Como vocês deixam alguém tão mal vestido trabalhar aqui? “, ao que o gerente respondeu: “Ele não é funcionário nosso. É o boy da IBM, que veio pagar algumas contas”. A história mostra como a imagem que temos da empresa e das pessoas que trabalham nela interfere no posicionamento que formamos sobre um produto. A companhia aérea Gol vende a idéia de que é a companhia mais jovem do Brasil (de fato, é a mais recente das grandes empresas). Assim, todos os seus comissários são pessoas jovens e bonitas.
Finalmente um outro fator que influencia no posicionamento é a imagem que temos de seus consumidores. A Avon passou por sérias dificuldades no início dos anos 90 porque as pessoas associavam as consumidoras de seus produtos a pessoas velhas, de baixo nível de instrução e renda. Não era uma associação positiva e, para mudar isso, as propagandas insistiram muito em mostrar pessoas jovens e de sucesso. O mesmo ocorreu com as sandálias Havaianas. Na época em que o garoto-propaganda era o Chico Anísio, associavam-se os consumidores dessas sandálias a pessoas idosas e pouco poder aquisitivo. Hoje a percepção que se tem, graças a um bom trabalho de marketing, é exatamente oposta.
segunda-feira, outubro 13, 2008
A família Titã
A Insólita Família Titã
A Insólita Família Titã não faz parte do Universo DC, mas foi inteiramente influenciada por alguns daqueles personagens – A Família Marvel. Entretanto, as aparências ficam apenas na inspiração, pois a trama, na verdade, é uma tragédia grega.
Criada em 1990 por Gian Danton e Joe Bennett, a Insólita Família Titã foi um tremendo sucesso entre os leitores brasileiros, que ainda nutrem a admiração, desejando até mesmo um remake. Leia o restante do texto clicando aqui.
História dos quadrinhos
A Europa sempre foi um reduto das HQs de qualidade. Na década de 30, Hergé havia criado o Tin Tin e, com ele, a escola belga de quadrinhos. Mas o grande boom da oitava arte na Europa viria mesmo depois da II Guerra.
Na época da guerra, os italianos e alemães proibiram que fossem importados quadrinhos americanos, que poderiam incentivar os jovens a entrarem na resistência.
O desenhista Edgar Pierre Jacobs foi chamado para terminar uma história de Flash Gordon. Como não conhecia exatamente o personagem, fez modificações que depois levariam à criação dos personagens Blake e Mortiner, dois aventureiros que se envolvem em diversas situações perigosas e estranhas.
Surgiram vários outros heróis, seguindo a chamada linha clara (com um desenho limpo e elegante): Jijé fez, para a revista Spirou, o cowboy Jerry Spring, que influenciou toda a uma geração de personagens de faroeste.
Já estava ali, em Jerry Spring, a essência do quadrinho franco-belga: desenho limpo, detalhamento de cenários, muitos quadros por página e muita pesquisa. O autor chegou a viajar para os EUA e para o México, a fim de conhecer de perto o cenário no qual se passariam as histórias.
Em 1949, o editor Georges Dargaud adquiriu os direitos de publicação da revista Tintin na França, abrindo espaço para desenhistas locais. Com isso, os mercados francês e belga se aproximaram (a ponto de se tornarem uma só escola) e evoluíram muito.
Seguindo a linha de faroeste, mas com foco no humor, Morris criou um cowboy que viria a se tornar célebre: o cowboy Lucky Luke (conhecido por ser mais rápido que sua própria sombra). Ao visitar os EUA para fazer pesquisa para seu personagem, Morris conheceu Goscinny, um francês que migrara para o novo mundo e passara pela Argentina antes de ir para a terra de Tio Sam. Diante da qualidade do texto do amigo e do humor ferino, Morris convidou-o a escrever as aventuras de Lucky Luke. Mais tarde, em parceria com Uderzo, Goscinny viria a criar o mais importante personagem da escola franco-belga: o gaulês Asterix.
Outro personagem de sucesso desse início da HQ européia foi Alix, com histórias que se passavam na época do Império Romano e envolviam tramas muito bem elaboradas.
Uma curiosidade sobre os quadrinhos europeus é que as histórias são publicadas em revistas seriadas e depois unidas em álbuns de luxo, o que deu ao quadrinho europeu status de arte.
Compre o pack do desenho As aventuras de Tintin no Submarino.
Aprendiz universitário
Exploradores hackeados
sábado, outubro 11, 2008
Música do dia
Oração ao Tempo
Caetano Veloso
És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo tempo tempo tempo...
Compositor de destinos
Tambor de todos os rítmos
Tempo tempo tempo tempo
Entro num acordo contigo
Tempo tempo tempo tempo...
Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo tempo tempo tempo...
Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Tempo tempo tempo tempo
Ouve bem o que te digo
Tempo tempo tempo tempo...
Escolhi para hoje uma bela canção sobre o tempo porque tempo é o que andou me faltando nas últimas semanas. Estava envolvido em um monte de projetos, revisando a diagramação da segunda edição do meu livro de metodologia, corrijindo provas, trabalhos e, principalmente, envolvido na produção de uma revista para a editora Escala sobre a escravidão. A revista deve ser lançada antes do dia da consciência negra (20 de novembro), de modo que eles tinham urgência. Para piorar, a pessoa que tinha ficado de fazer essa revista desistiu no meio do caminho, de modo que eles já me passaram aos 45 minutos do segundo tempo. Não teria conseguido fechar essa revista se não fosse a ajuda do jornalista e roteirista de quadrinhos Matheus Moura, do blog Toka di Rato.
Aliás, sempre gostei de fazer matérias de história, o que, provavelmente deve ter relação com meu fascínio sobre o tempo. Quando trabalhava como jornalista em Curitiba, os editores sempre me escalavam para matérias sobre história. Eu adorava pesquisar nos arquivos da biblioteca pública... (na época toda a coleção de jornais tinha sido microfilmada e era possível consultar jornais BEM antigos).
Che em quadrinhos
Sua produção reuniu os dois principais nomes da história dos quadrinhos no continente: o roteirista argentino Hector Oesterheld e o desenhista uruguaio Alberto Breccia, mais o filho deste, Enrique. O sucesso foi estrondoso e imediato, mas deu início a uma terrível perseguição política aos autores.
Poucos meses depois de lançada, a editora que a publicara foi invadida, o estoque da obra e seu originais foram sequestrados e destruídos. Em 1973, o livro foi proibido. A perseguição culminou, em 1977, com a prisão, tortura e assassinato, pela Ditadura Argentina, de Oesterheld e suas quatro filhas. Uma história que chocou a Argentina e o mundo.
Em 1979, o jornalista italiano Alberto Ongaro fez uma reportagem sobre o caso Oesterheld e conseguiu falar com um oficial do exército argentino, que confessa: "Demos um sumiço nele, por ter feito a mais bela história de Che Guevara já escrita".
É uma obra-prima de texto e desenho. Ao ponto de levar o quadrinista norte-americano Frank Miller (de Sin City e Batman – O Cavaleiro das Trevas) a dizer que "a história em quadrinhos se divide entre antes e depois de Alberto Breccia".
Agora, pela primeira vez, esse clássico emocionante dos quadrinhos é publicado no Brasil. Em uma edição de luxo, a ser lançada na segunda semana de novembro.
sexta-feira, outubro 10, 2008
Edgar Morin, as estrelas e os mitos
Morin parte da idéia de que o cinema é o atual difusor de mitologias.
É muito comum ouvirmos pessoas que usam a palavra mito como sinônimo de algo irreal, falso: “Isso é mito, não aconteceu de verdade”. Esse ponto de vista é equivocado. Os mitos são realidades psicológicas que vivem em nosso inconsciente coletivo. São como vírus de computador. Da mesma forma que um vírus precisa, para sobreviver, infectar outros computadores (através da internet ou de disquetes), os mitos precisam passar de uma pessoa para outra para continuarem existindo. Antigamente isso era feito através das narrativas orais. A tribo se reunia ao redor da fogueira e uma pessoa, geralmente um ancião, contava a história. Essa história apresentava ideais humanos de beleza, coragem, amizade, amor. Enquanto ouviam essas narrativas, os jovens entravam nelas e viviam como seus heróis. Ouvir histórias era como ter também um pouco das qualidades de seus ídolos.
O desenvolvimento da sociedade de massa tornou esse tipo de encontro para contar histórias uma raridade. As pessoas simplesmente não tinham mais tempo para esse tipo de coisa. Os mitos, então, encontraram uma outra forma de se difundir: os meios de comunicação de massa. Hoje os mitos podem ser encontrados em filmes, novelas, histórias em quadrinhos e até na internet.
Morin vai se preocupar em analisar especificamente os mitos cinematográficos.
Ele percebe que ao redor das estrelas se instala um culto (como aliás, havia um culto aos deuses antigos. Hollywood é o novo Olimpo). O culto aos atores toma às vezes caráter de religião. Há papas (presidentes de fã-clubes) e até cerimônias em que os fiéis entram em estado de êxtase, como se estivessem de fato em um ambiente religioso (basta lembrar a reação histérica das meninas nos shows do Beatles).
Da mesma forma que fiéis faziam oferendas aos deuses antigos e, em troca, faziam pedidos, os fãs fazem as mais diversas ofertas e os mais diversos pedidos para seus ídolos. Morin assinala alguns pedidos mais curiosos: o papel usado para limpar o batom da estrela, pedaço de chiclete mastigado, ceroulas autografadas, guimbas de cigarro, um pedaço do rabo de cavalo e até um cheque em branco para fazer supermecado.
As oferendas são igualmente estranhas: onze páginas com I Love you escrito 825 vezes; uma pulga que reconhece o nome da estrela... no Brasil são famosas as calcinhas que a senhoras jogam no palco durante os shows do cantor Wando...
Os fãs fazem de seus ídolos a razão de viver e, muitas vezes, interferem até mesmo em seu cotidiano. Morin conta a história de um ator que não cortou o bigode por pressão das fãs.
Outros sabem tudo sobre seus ídolos. Há uma história curiosa sobre isso, protagonizada pelo ator William Shatner, o Capitão Kirk, do seriado Jornada nas Estrelas. Ele estava em um programa de auditório quando uma pessoa da platéia lhe perguntou quantas ovelhas havia em sua fazenda. Shatner respondeu, ao que o outro retrucou: “Mentira, nasceu uma hoje”. Ou seja, o fã sabia mais sobre a vida de seu ídolo do que ele mesmo.
O roteirista britânico Alan Moore (autor das graphic novels Watchmen e V de Vingança) conta que certa vez recebeu um telefonema de uma amigo parabenizando-o pelo noivado da filha. A notícia já estava correndo a internet e a filha nem havia comunicado o noivado a Moore.
Também característico dessa situação são os fãs que não conseguem distinguir o ator do personagem. Essa situação pode ser tão sufocante que o ator Leonard Limoy chegou a publicar um livro, na década de 70, com o título Eu Não Sou Spock.
Mas qual é a origem psicológica dessa idolatria, às vezes doentia, aos mitos de cinema, TV e até do futebol?
Segundo Morin, a base está num processo de projeção-identificação. O fã se identifica com seu ídolo e, ao mesmo tempo, projeta nele seus desejos, o que ele gostaria de ter ou de ser.
Assim, uma pessoa de vida monótona se projeta em um personagem que vive em meio à ação e ao mistério. Uma pessoa recatada sexualmente se projeta em uma atriz de sexualidade exacerbada, como a Madona.
Na verdade, esse processo ocorre toda vez que assistimos a um filme. Nós escolhemos um personagem com o qual nos identificamos e “vivemos” com ele as situações ocorridas no filme. Quando ele corre perigo, nós corremos perigo junto com ele, quando ele ama, nós amamos junto com ele.
O ídolo é sempre um referencial para o seu fã. Ele se encontra acima dos mortais, em um Olimpo de beleza e perfeição.
Mas não basta a projeção. As estrelas precisam ser também um pouco humanas para que seu público possa se identificar com elas. O Super-homem é um belo exemplo disso. O herói era tão perfeito, tão olímpico, que era impossível se identificar com ele. Assim foi criado seu alter-ego, Clark Kent, um repórter tímido, que sempre é passado para trás por sua colega Lois Lane. Nós nos projetamos no Super-homem, mas nos identificamos com Clark Kent.
Segundo Edgar Morin, a Indústria Cultural se aproveita dessa necessidade do homem de se projetar em mitos e transforma isso em mercadoria. É a estrela-mercadoria.
A estrela vende tudo que tenha seu nome. A começar pelo próprio produto no qual ela está. Um filme com Tom Hanks é sucesso garantido de bilheteria. Uma novela com Tarcísio Meira é sucesso garantido.
Além disso, a estrela vende qualquer produto que se associe a ela. Adriane Galisteu vende sandálias, Pelé vende refrigerante, Xuxa vende batom. A figura da estrela agrega valor ao produto, pois, enquanto toma determinado refrigerante, o fã de futebol se identifica um pouco com Pelé.
Toda a estratégia de marketing das Havaianas tem como objetivo único convencer os consumidores que jovens atores globais usam essas sandálias.
Até a vida da estrela é um produto. Revistas como Caras, Quem e Contigo não vendem nada além da vida da estrela. Através de revistas como essas o leitor se identifica um pouco com seu astro, pois ele bebe café como todos nós, mas o leitor também se projeta, afinal a estrela não toma um café qualquer, e sim um capucino de 20 dólares a xícara.
Claro que a estrela só interessa para a Indústria Cultural enquanto estiver dando lucro. Uma estrela que não faz mais sucesso, que não vende mais produtos, é uma estrela morta. Nesses casos, é melhor a morte física. Estrela que morreram jovens ou em situações trágicas viram mito puro e se eternizam, pois é possível projetar qualquer desejo ou qualquer história em uma estrela morta. Renato Russo e Raul Seixas vendem muito mais discos hoje do que quando estavam vivos. Nesse sentido tem toda razão quem diz que Elvis não morreu. Para a Indústria Cultural ele ainda está mais vivo do que nunca.
quinta-feira, outubro 09, 2008
Vestida de vaca, mulher é presa por perturbar a ordem nos EUA
Super-heróis distribuem comida aos mendigos de Nova York
quarta-feira, outubro 08, 2008
Cinco anos!
terça-feira, outubro 07, 2008
Cinco anos
Blog mais antigo do Amapá completa cinco anos
O blog Idéias de Jeca-tatu, o mais antigo do Amapá ainda em funcionamento, completa nesse dia 8 de outubro cinco anos de existência.
Na época em que o Idéias surgiu, os blogs eram na maioria diários virtuais, com pouco conteúdo de interesse público. A novidade introduzida por seu autor, o professor univerisitário Ivan Carlo Andade de Oliveira, foi justamente apresentar um blog com muito conteúdo, textos, contos, crônicas, análises, críticas, resenhas e links para notícias sobre os mais variados assuntos. O idéias foi, provavelmente, o primeiro blog amapaense a falar de temas como histórias em quadrinhos ou marketing.
Nesses cinco anos o blog já ganhou prêmios, como o destaque do Weblogger e já foi linkado por sites e blogs das mais diversas regiões do Brasil e do mundo.
Há dois anos, com as dificuldades técnicas apresentadas no provedor Weblogger, o blog migrou para o Blogspot, onde está atualmente no endereço http://ivancarlo.blogspot.com/.
Como forma de comemorar os cinco anos de existência, estão sendo republicados os textos mais antigos, o que permite ao leitor ter uma idéia da varieade de temas tratados.
Em tempo: o nome do blog é uma referência ao livro Idéias de Jeca Tatu, de Monteiro Lobato, no qual ele apresentava suas idéias sobre estética e literatura.
Top five do CQC
Ps: Alguém viu a cobertura que o CQC fez das eleições? Eles dando de presente para o Gabeira uma sunga foi impagável. Pena que o candidato não entrou na brincadeira...