Já escrevi aqui que Billy Wilder é um dos meus diretores prediletos. É o equivalente cinematográfico de Marcos Rey ou Monteiro Lobato em termos de preferência. Recentemente tive a oportunidade de assistir duas obras-primas desse diretor: Se meu apartamento falasse e O pecado mora ao lado.
O pecado mora ao lado (1965) é mais conhecido pela famosa cena de Marilyn Monroe com a saia levantada pelo vento. É a história de um homem cuja família saiu de férias e que se sente atraído por uma linda vizinha. Wilder consegue fazer dessa premissa boba um filme delicioso, divertido do início ao fim. É um estilo de direção que não cansa, apesar de lento em comparação com a moda atual de edição frenética. Destaque para a metalinguagem: em determinado momento, uma visista pergunta se tem alguém na cozinha e o homem responde: você acha que a Marilyn Monroe está na minha cozinha? Aliás, a atuação de Marilyn é a alma do filme. Só ela conseguiria fazer a garota ingênua e, ao mesmo tempo, extremamente sensual, que o papel exigia.
Apesar de marvilhoso, O pecado mora ao lado é só uma comédia de costumes. Se meu apartamento falasse (1960) vai muito além. Pela profundidade, lembra Chaplin: um empregado de uma grande empresa empresta seu apartamento para os chefes como forma de conseguir uma promoção. Mas as coisas começam a complicar quando ele descobre que o chefe está levando para seu apartamento a garota pela qual é apaixonado. A partir daí o filme oscila entre a comédia, o drama e o romance. Atuação fenomenal de Jack Lemmon e de Shirley McLaine ainda muito novinha e linda.
sábado, julho 31, 2010
sexta-feira, julho 30, 2010
Desenhistas?
Estava olhando em meus arquivos e achei vários roteiros ainda não desenhados. Alguns forma pedidos por desenhistas, que depois desistiram do projeto, outros por editoras que logo depois fecharam suas portas. Em todo caso, são quase 500 páginas de roteiros pequenos, médios e longos, nos mais variados gêneros, do humor ao terror. Agora resolvi disponibilizar esses roteiros para outros desenhistas. Quem estiver interessado, é só deixar um comentário.
Mostra índio-Brasil em Macapá
Macapá integrará um circuito de 111 cidades brasileiras que irão realizar a Mostra Índio Brasil -VIB 2010. O evento será realizado através de parcecia do projeto de extensão audiovisual da Unifap
(Univercinema) com o Sesc-AP e será uma excelente oportunidade do público amapaense prestigiar o dinâmico e amplo universo indígena brasileiro. Durante a programação serão estimulados debates sobre as nuances da questão indígena nacional com a participação de pesquisadores do tema. A VIB 2010 acontecerá de 31 de julho a 07 de agosto, sempre às 18h, na Sala Charles Chaplin do Sesc Araxá (mesmo local onde acontecem as reuniões do Clube de Cinema).
Sítio oficial:
http://www.videoindiobrasil.org.br
(Univercinema) com o Sesc-AP e será uma excelente oportunidade do público amapaense prestigiar o dinâmico e amplo universo indígena brasileiro. Durante a programação serão estimulados debates sobre as nuances da questão indígena nacional com a participação de pesquisadores do tema. A VIB 2010 acontecerá de 31 de julho a 07 de agosto, sempre às 18h, na Sala Charles Chaplin do Sesc Araxá (mesmo local onde acontecem as reuniões do Clube de Cinema).
Sítio oficial:
http://www.videoindiobrasil.org.br
quinta-feira, julho 29, 2010
Gandhi
Assisti, de novo, Gandhi, filme de Richard Attenborough com Ben Kingsley no papel principal. Belíssimo filme, sobre uma das principais figuras do século 19. Gandhi era mais do que um homem santo, era um grande estrategista, um homem inteligentíssimo, que conseguia o que queria sem usar de violência.
Vale lembrar a principal frase do filme (resumida): "Na história da humanidade houve vários assassinos e ditadores e parecia que eles seriam eternos, mas no fim, o bem sempre vence".
E é assim mesmo: quantos ditadores são hoje lembrados ou queridos e quantas pessoas, perseguidas por eles, são idolatradas? Hitler, os ditadores militares latino-americanos, o regime racista da África do Sul não sobreviveram, mas quem lutou contra eles é lembrado até hoje como herói.
Vale lembrar a principal frase do filme (resumida): "Na história da humanidade houve vários assassinos e ditadores e parecia que eles seriam eternos, mas no fim, o bem sempre vence".
E é assim mesmo: quantos ditadores são hoje lembrados ou queridos e quantas pessoas, perseguidas por eles, são idolatradas? Hitler, os ditadores militares latino-americanos, o regime racista da África do Sul não sobreviveram, mas quem lutou contra eles é lembrado até hoje como herói.
III Encontro estadual dos estudantes de história
O Centro Acadêmico de História da Universidade Federal do Amapá – CAHIS-UNIFAP apresenta para a comunidade em geral o III Encontro Estadual dos Estudantes de História, com o tema: “História e economia: O ‘crescimento’ econômico e suas implicações para o Amapá”. O evento acontece de 2 a 9 de agosto. Para maiores informações, clique aqui.
quarta-feira, julho 28, 2010
Quadrinho nacional na banca do Civaldo
Para os leitores amapaenses que apreciam quadrinho nacional, já está disponível, na banca do Civaldo, dois novos lançamentos nacionais: Space Opera (FC) e Boca do Inferno (terrror). As duas contam com minha colaboração: um texto meu na Space Opera e o roteiro da história Zumbi, desenhada pelo paraense E. Thomaz. Cada uma está sendo vendida ao preço de R$ 3,00.
terça-feira, julho 27, 2010
Revista A3 é lançada
A Revista “A3 Quadrinhos” primeira edição, chega aos leitores de HQBs por meio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura, através do Fundo Municipal de Cultura, da Secretaria de Cultura de Uberlândia- MG. Mais uma publicação para saciar a sede por histórias de terror, aventura e ficção, com um total de nove histórias na edição de lançamento.
Para fechar a edição, Walter Klattu apresenta Zulu, uma releitura do mito da Medusa contada por Gian Danton com traços e cores de Will.
Além dos quadrinhos, três ilustrações exclusivas adornam as páginas da edição, sendo a do editorial feita por Fábio Purper Machado, a que encerra as páginas internas por Dudu Torres e a da 4ª capa por D. Ramírez.
A revista A3 Quadrinhos # 1 é editada pelo jornalista Matheus Moura e pode ser adquirida nos pontos de venda atendidos pelo coletivo 4º Mundo, lojas especializadas, com os autores e na Bodega do Leo (a maior loja virtual de HQBs do Brasil) ao preço de R$ 3,50. Mais informações pelo email: revistaa3@gmail.com e pelo blog www.revistaa3.wordpress.com
Serviço:
Revista A3 Quadrinhos # 1
Formato: 15,5x22 cm
Miolo: Papel jornal, cores e preto/branco
Páginas: 112
R$ 3,50 – já incluso o frete
segunda-feira, julho 26, 2010
QUADRINHOS SÃO TEMA DE EVENTO EM SÃO PAULO
Segunda edição do HQ em Pauta acontece nos dias 31 de julho e 1º de agosto e apresenta um panorama do mercado nacional de quadrinhos por meio de palestras, debates e mesas-redondas. Como parte da programação, durante todo o mês de julho a Biblioteca Viriato Corrêa vai abrigar a exposição Os Personagens de Spacca.
Cada vez mais presente nas salas de aula, na publicidade, na mídia e em espaços nobres das grandes livrarias, as histórias em quadrinhos – inclusive aquelas produzidas por artistas brasileiros – vêm recebendo atenção como há mais de vinte anos não se via.
Em sua segunda edição, o HQ em Pauta – Encontro de profissionais e leitores de Histórias em Quadrinhos, que acontece nos dias 31 de julho e 1º de agosto em São Paulo, foi ampliado para abordar alguns dos temas que envolvem a produção, distribuição e influências da chamada nona arte.
O evento terá um dia a mais que a edição anterior e vai contar com exibição comentada de filmes, palestras, debates, mesas-redondas e a exposição Os Personagens de Spacca – Do esboço à publicação, detalhando como o cartunista desenvolve suas criações. Todas estas atrações são gratuitas e estarão reunidas na Biblioteca Viriato Corrêa, na zona Sul da cidade.
Entre os nomes confirmados estão os artistas Spacca (Dom João Carioca), Eddy Barrows (Superman), Felipe Massafera (Jambocks), Danilo Beyruth (Necronauta), Eloar Guazzelli (O pagador de promessas) e Laudo Ferreira Jr. (Yeshuah); os jornalistas, escritores e roteiristas Paulo Ramos (Bienvenido – Um passeio pelos quadrinhos argentinos), Gonçalo Jr. (A Guerra dos Gibis), André Morelli (Super-Heróis nos Desenhos Animados), Edson Rossatto (História do Brasil em Quadrinhos), Marcelo Naranjo (Universo HQ) e Jota Silvestre (Revista Mundo dos Super-Heróis); e os editores Maurício Muniz (Gal), Levi Trindade (Panini) e Cláudio Martini (Zarabatana).
Filmes, debates e outras atrações
A programação de cada um dos dias será aberta com a exibição comentada de filmes inspirados nos quadrinhos: dia 31, Rocketeer (1991) e dia 1, Superman II – A aventura continua (1980).
Em seguida, vêm as palestras, mesas-redondas e debates sobre criação de personagens, quadrinhos argentinos, nostalgia vs. modernidade, a trajetória dos quadrinhos no Brasil, o mercado nacional e estrangeiro para desenhistas e a pirataria na Internet (veja programação completa abaixo).
Dia 31, os desenhistas Eddy Barrows e Felipe Massafera farão a análise do portfólio de artistas em início de carreira que ambicionam trabalhar para o mercado norte-americano ou simplesmente aperfeiçoar sua técnica.
No intervalo das atrações e no final de cada dia, os participantes distribuirão autógrafos no saguão da biblioteca. Durante os debates e mesas no auditório, o desenhista Lauro Ferreira Jr. fará o registro do evento por meio de caricaturas.
Todas as atividades são gratuitas e abertas ao público. Para a programação no auditório é necessário retirar senha com 30 minutos de antecedência.
Site oficial do evento: www.hqempauta.com
PROGRAMAÇÃO
SÁBADO, 31 DE JULHO DE 2010
11h00: Documentário Guia rápido de como entender os quadrinhos, de Scott McCloud
11h30: Sessão comentada do filme Rocketeer, com André Morelli
14h00: Análise de portfolios, com Eddy Barrows e Felipe Massafera
14h30: Palestra O personagem de quadrinhos: simulacro da realidade, com Spacca
16h00: Mesa-redonda Além da barreira editorial entre o Brasil e a Argentina, com Eloar Guazzelli e Claudio Martini, sob mediação de Paulo Ramos
18h00: Debate HQs nostálgicas e modernas: é possível gostar das duas?, com Maurício Muniz e Marcelo Naranjo, sob mediação de Jota Silvestre
19h00: Sessão de autógrafos
DOMINGO, 1º DE AGOSTO DE 2010
11h00: Sessão comentada do filme Superman II – A aventura continua, com André Morelli
14h00: Palestra A guerra dos gibis: heróis de papel vs. vilões de carne e osso, com Gonçalo Jr.
15h30: Mesa-redonda Quadrinhos no Brasil e no Exterior: como nosso mercado deveria funcionar, com Eddy Barrows e Danilo Beyruth, sob mediação de Maurício Muniz
17h30: Debate Scan: ilegal, mas irreversível?, com Levi Trindade e André Morelli, sob mediação de Jota Silvestre
18h30: Sessão de autógrafos e encerramento.
Cada vez mais presente nas salas de aula, na publicidade, na mídia e em espaços nobres das grandes livrarias, as histórias em quadrinhos – inclusive aquelas produzidas por artistas brasileiros – vêm recebendo atenção como há mais de vinte anos não se via.
Em sua segunda edição, o HQ em Pauta – Encontro de profissionais e leitores de Histórias em Quadrinhos, que acontece nos dias 31 de julho e 1º de agosto em São Paulo, foi ampliado para abordar alguns dos temas que envolvem a produção, distribuição e influências da chamada nona arte.
O evento terá um dia a mais que a edição anterior e vai contar com exibição comentada de filmes, palestras, debates, mesas-redondas e a exposição Os Personagens de Spacca – Do esboço à publicação, detalhando como o cartunista desenvolve suas criações. Todas estas atrações são gratuitas e estarão reunidas na Biblioteca Viriato Corrêa, na zona Sul da cidade.
Entre os nomes confirmados estão os artistas Spacca (Dom João Carioca), Eddy Barrows (Superman), Felipe Massafera (Jambocks), Danilo Beyruth (Necronauta), Eloar Guazzelli (O pagador de promessas) e Laudo Ferreira Jr. (Yeshuah); os jornalistas, escritores e roteiristas Paulo Ramos (Bienvenido – Um passeio pelos quadrinhos argentinos), Gonçalo Jr. (A Guerra dos Gibis), André Morelli (Super-Heróis nos Desenhos Animados), Edson Rossatto (História do Brasil em Quadrinhos), Marcelo Naranjo (Universo HQ) e Jota Silvestre (Revista Mundo dos Super-Heróis); e os editores Maurício Muniz (Gal), Levi Trindade (Panini) e Cláudio Martini (Zarabatana).
Filmes, debates e outras atrações
A programação de cada um dos dias será aberta com a exibição comentada de filmes inspirados nos quadrinhos: dia 31, Rocketeer (1991) e dia 1, Superman II – A aventura continua (1980).
Em seguida, vêm as palestras, mesas-redondas e debates sobre criação de personagens, quadrinhos argentinos, nostalgia vs. modernidade, a trajetória dos quadrinhos no Brasil, o mercado nacional e estrangeiro para desenhistas e a pirataria na Internet (veja programação completa abaixo).
Dia 31, os desenhistas Eddy Barrows e Felipe Massafera farão a análise do portfólio de artistas em início de carreira que ambicionam trabalhar para o mercado norte-americano ou simplesmente aperfeiçoar sua técnica.
No intervalo das atrações e no final de cada dia, os participantes distribuirão autógrafos no saguão da biblioteca. Durante os debates e mesas no auditório, o desenhista Lauro Ferreira Jr. fará o registro do evento por meio de caricaturas.
Todas as atividades são gratuitas e abertas ao público. Para a programação no auditório é necessário retirar senha com 30 minutos de antecedência.
Site oficial do evento: www.hqempauta.com
PROGRAMAÇÃO
SÁBADO, 31 DE JULHO DE 2010
11h00: Documentário Guia rápido de como entender os quadrinhos, de Scott McCloud
11h30: Sessão comentada do filme Rocketeer, com André Morelli
14h00: Análise de portfolios, com Eddy Barrows e Felipe Massafera
14h30: Palestra O personagem de quadrinhos: simulacro da realidade, com Spacca
16h00: Mesa-redonda Além da barreira editorial entre o Brasil e a Argentina, com Eloar Guazzelli e Claudio Martini, sob mediação de Paulo Ramos
18h00: Debate HQs nostálgicas e modernas: é possível gostar das duas?, com Maurício Muniz e Marcelo Naranjo, sob mediação de Jota Silvestre
19h00: Sessão de autógrafos
DOMINGO, 1º DE AGOSTO DE 2010
11h00: Sessão comentada do filme Superman II – A aventura continua, com André Morelli
14h00: Palestra A guerra dos gibis: heróis de papel vs. vilões de carne e osso, com Gonçalo Jr.
15h30: Mesa-redonda Quadrinhos no Brasil e no Exterior: como nosso mercado deveria funcionar, com Eddy Barrows e Danilo Beyruth, sob mediação de Maurício Muniz
17h30: Debate Scan: ilegal, mas irreversível?, com Levi Trindade e André Morelli, sob mediação de Jota Silvestre
18h30: Sessão de autógrafos e encerramento.
Entrevista comigo
O blog do Professor Flávio, bem recente, fala sobre história, ficção-científica e quadrinhos. Seu autor pediu para me entrevistar. O resultado você confere clicando aqui.
sábado, julho 24, 2010
Baudolino, de Umberto Eco
Em Baudolino, Umberto Eco faz o que sempre fez melhor: contar histórias ambientadas na Idade Média. Seu outro grande sucesso, O Nome da Rosa, também acontece na chamada Idade das Trevas e talvez venha daí seu sucesso.
Eco tem outros textos, mais acadêmicos, em que compara a Idade Média com nossa época e diz que as semelhanças são maiores que as diferenças.
De fato, é grande a semelhança do período em que se passa Baudolino (1152 –1204) e os dias atuais.
Na época reinava na Europa o Imperador Frederico, que gastava mais tempo administrando os conflitos entre as cidades italianas do que com qualquer outra coisa. Da mesma forma, os pequenos países do Oriente Médio têm dado grande dor de cabeça para o todo-poderoso de nossa época, os EUA.
E, se os italianos tinham o ouro da época (as especiarias), os mulçulmanos têm o ouro atual (o petróleo).
“Vale a pena viver nessas terras, onde todos parecem ter feito voto de suicídio, e onde uns ajudam os outros a se matarem?”, diz Baudolino, à certa altura do livro. Parece estar falando dos países do Oriente Médio, mas está se referindo à Itália.
Coincidências à parte, o livro vale pela inventividade. A história é contada a partir do relato de Baudolino, um mentiroso por natureza, que acabou sendo adotado pelo imperador Frederico após fazer uma previsão absolutamente falsa: “Quando se diz uma coisa que se imagina, e os outros dizem que é exatamente assim, acaba-se por acreditar nela, afinal. Assim, eu vagava pela Frascheta e via santos e unicórnios na floresta, e quando encontrei o imperador, sem saber quem fosse, falei em sua língua, e disse-lhe que São Baudolino me dissera que ele conquistaria Terdona. Disse-lhe isso para contentá-lo, mas para ele era conveniente que eu o dissesse a todos, e de modo especial aos mensageiros de Terdona, para que eles se convencessem de que também os santos estavam contra eles, eis a razão pela qual me comprou de meu pai”.
O livro começa com Baudolino salvando Nicetas, um sábio da corte de Constantinopla à época em que ela foi invadida pelas tropas européias. Nicetas faz um favor a seu salvador: ouve e escreve seu relato, na tentativa de contar a história de uma época.
Mas a empreitada é difícil. Baudolino é tão mentiroso que o sábio não consegue distinguir, entre o que ele fala o que é real e o que é falso. Muitas vezes o que parece real é falso e o que é falso parece real.
Baudolino é uma espécie de Forrest Gump da Idade Média. Com uma diferença: enquanto Forrest era um tolo, Baudolino é um espertalhão mentiroso.
A graça do livro está justamente aí: em ouvir uma história sem estar certo da idoneidade de quem a conta. De todos os fatos narrados, muitos são mentira e muitos são verdade, mas é impossível separa o joio do trigo.
Baudolino dá a impressão de ter sido escrito para provar uma das teses mais importantes de Eco: a obra aberta.
Na década de 60, quando o mundo das artes era sacudido por uma vanguarda pós-moderna, Eco escreveu um livro definindo o que ele chamou de Obra Aberta em oposição ao que ele chamou de discurso persuasivo, ou fechado.
O discurso persuasivo traz a mensagem pronta para o receptor. O leitor de um livro tem apenas o trabalho de descobrir o que o escritor pretendia com seu livro. Uma única leitura era a permitida.
A obra aberta revolucionava o sentido da arte forçando o receptor a ter participação ativa no processo de fruição. Assim, cada pessoa que lesse um livro ou ouvisse uma música deveria ter um entendimento próprio sobre seu significado. Já não havia mais certezas a serem desveladas. O próprio conceito de realidade é colocado em questão. Pela teoria da relatividade, cada observador teria sua própria interpretação de realidade, dependendo do ponto em que estivesse observando determinado fenômeno.
Da mesma forma, em Baudolino, realidade é o que o protagonista conta, mas ele pode estar mentindo e, assim, a realidade é relativizada. O leitor não deve confiar nem mesmo no narrador.
Mas não é necessário conhecer o conceito de obra aberta para gosta de Baudolino. Eco, como sempre, consegue transformar temas complicados (como a política medieval) em uma leitura deliciosa que envolve uma história policial, lendas medievais, uma expedição em busca do Santo Graal e até uma referência à Alexandria, cidade natal do escritor.
Um livro para ler e reler e encontrar novos significados a cada nova leitura.
Eco tem outros textos, mais acadêmicos, em que compara a Idade Média com nossa época e diz que as semelhanças são maiores que as diferenças.
De fato, é grande a semelhança do período em que se passa Baudolino (1152 –1204) e os dias atuais.
Na época reinava na Europa o Imperador Frederico, que gastava mais tempo administrando os conflitos entre as cidades italianas do que com qualquer outra coisa. Da mesma forma, os pequenos países do Oriente Médio têm dado grande dor de cabeça para o todo-poderoso de nossa época, os EUA.
E, se os italianos tinham o ouro da época (as especiarias), os mulçulmanos têm o ouro atual (o petróleo).
“Vale a pena viver nessas terras, onde todos parecem ter feito voto de suicídio, e onde uns ajudam os outros a se matarem?”, diz Baudolino, à certa altura do livro. Parece estar falando dos países do Oriente Médio, mas está se referindo à Itália.
Coincidências à parte, o livro vale pela inventividade. A história é contada a partir do relato de Baudolino, um mentiroso por natureza, que acabou sendo adotado pelo imperador Frederico após fazer uma previsão absolutamente falsa: “Quando se diz uma coisa que se imagina, e os outros dizem que é exatamente assim, acaba-se por acreditar nela, afinal. Assim, eu vagava pela Frascheta e via santos e unicórnios na floresta, e quando encontrei o imperador, sem saber quem fosse, falei em sua língua, e disse-lhe que São Baudolino me dissera que ele conquistaria Terdona. Disse-lhe isso para contentá-lo, mas para ele era conveniente que eu o dissesse a todos, e de modo especial aos mensageiros de Terdona, para que eles se convencessem de que também os santos estavam contra eles, eis a razão pela qual me comprou de meu pai”.
O livro começa com Baudolino salvando Nicetas, um sábio da corte de Constantinopla à época em que ela foi invadida pelas tropas européias. Nicetas faz um favor a seu salvador: ouve e escreve seu relato, na tentativa de contar a história de uma época.
Mas a empreitada é difícil. Baudolino é tão mentiroso que o sábio não consegue distinguir, entre o que ele fala o que é real e o que é falso. Muitas vezes o que parece real é falso e o que é falso parece real.
Baudolino é uma espécie de Forrest Gump da Idade Média. Com uma diferença: enquanto Forrest era um tolo, Baudolino é um espertalhão mentiroso.
A graça do livro está justamente aí: em ouvir uma história sem estar certo da idoneidade de quem a conta. De todos os fatos narrados, muitos são mentira e muitos são verdade, mas é impossível separa o joio do trigo.
Baudolino dá a impressão de ter sido escrito para provar uma das teses mais importantes de Eco: a obra aberta.
Na década de 60, quando o mundo das artes era sacudido por uma vanguarda pós-moderna, Eco escreveu um livro definindo o que ele chamou de Obra Aberta em oposição ao que ele chamou de discurso persuasivo, ou fechado.
O discurso persuasivo traz a mensagem pronta para o receptor. O leitor de um livro tem apenas o trabalho de descobrir o que o escritor pretendia com seu livro. Uma única leitura era a permitida.
A obra aberta revolucionava o sentido da arte forçando o receptor a ter participação ativa no processo de fruição. Assim, cada pessoa que lesse um livro ou ouvisse uma música deveria ter um entendimento próprio sobre seu significado. Já não havia mais certezas a serem desveladas. O próprio conceito de realidade é colocado em questão. Pela teoria da relatividade, cada observador teria sua própria interpretação de realidade, dependendo do ponto em que estivesse observando determinado fenômeno.
Da mesma forma, em Baudolino, realidade é o que o protagonista conta, mas ele pode estar mentindo e, assim, a realidade é relativizada. O leitor não deve confiar nem mesmo no narrador.
Mas não é necessário conhecer o conceito de obra aberta para gosta de Baudolino. Eco, como sempre, consegue transformar temas complicados (como a política medieval) em uma leitura deliciosa que envolve uma história policial, lendas medievais, uma expedição em busca do Santo Graal e até uma referência à Alexandria, cidade natal do escritor.
Um livro para ler e reler e encontrar novos significados a cada nova leitura.
sexta-feira, julho 23, 2010
Ainda sobre Lost
Lost é uma daquelas séries em que o meio é melhor que o final. Apesar de todos os problemas do final, houve episódios realmente muito bons.
Para começar, a primeira temporada é toda muito boa. Aliás, é aí que surge a primeira grande incoerência da série: no começo, os outros pareciam seres invencíveis. Eles podiam, por exemplo, arrastar duas pessoas pela selva e pendurar uma delas no alto de uma árvore sem muito esforço. Nas temporadas seguintes os outros são mostrados como pessoas absolutamente normais. Parece que os roteiristas simplesmente se esqueceram dessa característica ao escrever os episódios seguintes. Ainda sobre a primeira temporada, as ações deles na primeira temporada não faz sentido. Se os outros recebiam ordens de Jacob, e os sobreviventes foram levados à ilha por Jacob, por eles foram atacados?
Mais uma vez, parece que eram apenas um elemento narrativo para introduzir suspense na trama.
Mostrar os Outros foi, provavelmente, o maior erro dos roteirista, pois jogaram na lama boa parte da mítica do seriado.
Ainda sobre episódios bons, aqueles focados no Hurley, que inclusive dão a entender que tudo é imaginação de um louco também são bons por lidarem bem com a noção de realidade, lembraando Philip K. Dick. Da mesma forma, os episódios focados no Desmond Hume e sua capacidade de prever o futuro funcionaram bem e permitem algumas discussões filosóficas. Pena que depois os roteiristas abandonaram essa característica do personagem.
Finalmente, na última temporada, o melhor episódio, de longe, é aquele que conta a origem de Richard. A história do homem desesperado, tentando sobreviver e que no final escolhe ser imortal é perfeita como narrativa e muito coerente com o resto do seriado.
Para começar, a primeira temporada é toda muito boa. Aliás, é aí que surge a primeira grande incoerência da série: no começo, os outros pareciam seres invencíveis. Eles podiam, por exemplo, arrastar duas pessoas pela selva e pendurar uma delas no alto de uma árvore sem muito esforço. Nas temporadas seguintes os outros são mostrados como pessoas absolutamente normais. Parece que os roteiristas simplesmente se esqueceram dessa característica ao escrever os episódios seguintes. Ainda sobre a primeira temporada, as ações deles na primeira temporada não faz sentido. Se os outros recebiam ordens de Jacob, e os sobreviventes foram levados à ilha por Jacob, por eles foram atacados?
Mais uma vez, parece que eram apenas um elemento narrativo para introduzir suspense na trama.
Mostrar os Outros foi, provavelmente, o maior erro dos roteirista, pois jogaram na lama boa parte da mítica do seriado.
Ainda sobre episódios bons, aqueles focados no Hurley, que inclusive dão a entender que tudo é imaginação de um louco também são bons por lidarem bem com a noção de realidade, lembraando Philip K. Dick. Da mesma forma, os episódios focados no Desmond Hume e sua capacidade de prever o futuro funcionaram bem e permitem algumas discussões filosóficas. Pena que depois os roteiristas abandonaram essa característica do personagem.
Finalmente, na última temporada, o melhor episódio, de longe, é aquele que conta a origem de Richard. A história do homem desesperado, tentando sobreviver e que no final escolhe ser imortal é perfeita como narrativa e muito coerente com o resto do seriado.
quinta-feira, julho 22, 2010
Franco de Rosa no sábado da memória
O próximo convidado a participar do Projeto Sábados da Memória das Artes Gráficas para a gravação de depoimento é o grande mestre dos quadrinhos Franco de Rosa, quadrinista, editor e critico de HQ.
A gravação acontecerá no próximo sábado, dia 24 de julho na Biblioteca de São Paulo, a partir das 14h, com mediação de Worney Almeida de Souza.
O Projeto Sábados da Memória das Artes Gráficas Biblioteca de São Paulo é uma iniciativa inédita de resgate da memória dos artistas gráficos brasileiros.
Todo sábado no auditório da Biblioteca de São Paulo, um renomado artista gráfico prestará um depoimento sobre sua vida, sua obra e sua técnica para o público presente. Este depoimento será gravado e transcrito, gerando cadernos biográficos que serão vendidos a preço de custo na Biblioteca, e disponível ao público em geral.
Esta homenagem não para por aí, após a sessão de depoimento o homenageado deixará a marca de sua mão em uma lajota de concreto, que será aplicada num totem da fama dentro da Biblioteca.
Em pouco tempo o Brasil terá um abrangente histórico dessa importante arte, que pouco foi preservada. Seus protagonistas serão os artistas e todos aqueles que de alguma forma colaboraram pro crescimento dessa arte no Brasil.
Certamente Sábados da Memória das Artes Gráficas será um presente para a atual e futuras gerações.
Sábado da Memória das Artes Gráficas
Biblioteca de São Paulo
Parque da Juventude
A gravação acontecerá no próximo sábado, dia 24 de julho na Biblioteca de São Paulo, a partir das 14h, com mediação de Worney Almeida de Souza.
O Projeto Sábados da Memória das Artes Gráficas Biblioteca de São Paulo é uma iniciativa inédita de resgate da memória dos artistas gráficos brasileiros.
Todo sábado no auditório da Biblioteca de São Paulo, um renomado artista gráfico prestará um depoimento sobre sua vida, sua obra e sua técnica para o público presente. Este depoimento será gravado e transcrito, gerando cadernos biográficos que serão vendidos a preço de custo na Biblioteca, e disponível ao público em geral.
Esta homenagem não para por aí, após a sessão de depoimento o homenageado deixará a marca de sua mão em uma lajota de concreto, que será aplicada num totem da fama dentro da Biblioteca.
Em pouco tempo o Brasil terá um abrangente histórico dessa importante arte, que pouco foi preservada. Seus protagonistas serão os artistas e todos aqueles que de alguma forma colaboraram pro crescimento dessa arte no Brasil.
Certamente Sábados da Memória das Artes Gráficas será um presente para a atual e futuras gerações.
Sábado da Memória das Artes Gráficas
Biblioteca de São Paulo
Parque da Juventude
Av. Cruzeiro do Sul, 2630 – Santana – São Paulo (SP)
Tel.: (11) 2089-0800
http://www.bibliotecadesaopaulo.org.br/quarta-feira, julho 21, 2010
Divulgada a capa do MSP+50
O álbum MSP+50, o segundo lançado em homenagem aos 50 anos de carreira de Maurício de Sousa, é um dos lançamentos mais aguardados do ano por reunir um time incrível de artistas. Para aumentar ainda mais a curiosidade, Sidney Gusman, coordenador editorial da MSP, divulgou a capa do projeto, que você vê acima. Ficou bonito, não? Em tempo: eu participo desse álbum com uma história do astronauta, em parceria com o grande JJ Marreiro. Dia 14 de agosto vou estar na Bienal do Livro de São Paulo, para o lançamento. Quem quiser um autógrafo, é só passar por lá.
Sobre o final de Lost
Anteção: o texto abaixo contém Spoillers sobre a série Lost. Se você não assistiu à última temporada e não gosta de saber o que vai acontecer no seriado, não leia esse texto.
Finalmente assisti a última temporada de Lost. Há toda uma discussão a respeito do final trazer uma explicação religiosa e não científica que acho irrelevante. Ficção não é realidade, basta a verossimilhança. Então, tanto explicações religiosas quanto míticas são válidas.
Do ponto de vista das explicações míticas, há uma abordagem possível, que não foi explorada pela série: a de que tudo que aconteceu era um jogo entre dois irmãos. Há um precedente interessante: na mitologia hindu, a realidade muitas vezes é vista como um espetáculo para divertir Krishna.
O meu final de Lost seria exatamente assim: tudo é um jogo entre duas forças que usam os humanos como peças de um tabuleiro, algo como a história de Jó. Infelizmente essa premissa foi abandonada na última temporada na medida em que a trama se desenvolveu no sentido da busca de um substituto para Jacob.
O final que de fato foi ao ar peca por deixar inúmeras pontas soltas. Vejam bem, não é necessário explicar tudo. Muitas vezes um final em aberto pode ser ótimo. O final do livro Cemitério, de Stephen King, é aberto e é muito bom. Mas não se pode encerrar uma trama sem resolver possíveis incoerências.
Por exemplo, no final da quinta temporada, os sobreviventes tentam mudar o passado explodindo uma bomba nuclear. A personagem Juliet deixa uma mensagem mediúnica dizendo que "Funcionou", o que nos leva a crer que a realidade alternativa que vemos na história foi criada pela explosão da bomba. Depois descobrimos que aquilo não é uma realidade alternativa, mas um mundo espiritual. Esse aspecto não é esclarecido e fica apenas como uma pista falsa, um recurso narrativo para enganar o expectador, e apenas isso.
Outro problema: quando Desmond começa a despertar os outros, a esposa de Wildmore insiste para que ele pare com isso. Se o local onde eles estão é uma espécie de passo intermediário antes de chegar à luz, porque esse pedido. A mulher seria um representante do mal? Na verdade, ela é apenas uma figura narrativa a serviço do alongamento da história.
Aliás, há muitas figuras com função puramente narrativa. Wildmore é um exemplo. No final, ele parece apenas um boneco do destino e morre de forma patética. Se fosse adotada a proposta narrativa de uma realidade-jogo, isso faria sentido. Ele seria apenas um peão nas mãos de forças muito poderosas. Como se deu o final, ele é apenas um peão na mão das poderosas forças dos roteiristas.
Por exigência do roteiro e de suas reviravoltas, outros personagens agem como peões, mudando de lado, de personalidade e até de motivação. Sayid é o melhor exemplo. Na última temporada ele abandona o temperamento passional que sempre teve e se torna simplesmente um zumbi. Depois torna-se quase um mocinho. Benjamim Linus igualmente muda muito, embora no caso dele se mantenha a motivação de salvar a ilha e ser dono dela.
No final, o ponto mais fraco da última temporada é a realidade paralela, que não se sustenta, já que não funciona como purgatório, como muitos têm especulado. Segundo a religião católica, o purgatório é um local onde as pessoas pagam por seus pecados antes de ir para o céu. No seriado, para alguns ela é um local de felicidade, para outros um local para cometer novos crimes, para outros um local para se redimir.
A realidade alternativa é, assim, apenas um artifício narrativo que permitiu aos roteiristas unir todos os personagens num final emotivo. É apenas uma muleta narrativa.
Finalmente assisti a última temporada de Lost. Há toda uma discussão a respeito do final trazer uma explicação religiosa e não científica que acho irrelevante. Ficção não é realidade, basta a verossimilhança. Então, tanto explicações religiosas quanto míticas são válidas.
Do ponto de vista das explicações míticas, há uma abordagem possível, que não foi explorada pela série: a de que tudo que aconteceu era um jogo entre dois irmãos. Há um precedente interessante: na mitologia hindu, a realidade muitas vezes é vista como um espetáculo para divertir Krishna.
O meu final de Lost seria exatamente assim: tudo é um jogo entre duas forças que usam os humanos como peças de um tabuleiro, algo como a história de Jó. Infelizmente essa premissa foi abandonada na última temporada na medida em que a trama se desenvolveu no sentido da busca de um substituto para Jacob.
O final que de fato foi ao ar peca por deixar inúmeras pontas soltas. Vejam bem, não é necessário explicar tudo. Muitas vezes um final em aberto pode ser ótimo. O final do livro Cemitério, de Stephen King, é aberto e é muito bom. Mas não se pode encerrar uma trama sem resolver possíveis incoerências.
Por exemplo, no final da quinta temporada, os sobreviventes tentam mudar o passado explodindo uma bomba nuclear. A personagem Juliet deixa uma mensagem mediúnica dizendo que "Funcionou", o que nos leva a crer que a realidade alternativa que vemos na história foi criada pela explosão da bomba. Depois descobrimos que aquilo não é uma realidade alternativa, mas um mundo espiritual. Esse aspecto não é esclarecido e fica apenas como uma pista falsa, um recurso narrativo para enganar o expectador, e apenas isso.
Outro problema: quando Desmond começa a despertar os outros, a esposa de Wildmore insiste para que ele pare com isso. Se o local onde eles estão é uma espécie de passo intermediário antes de chegar à luz, porque esse pedido. A mulher seria um representante do mal? Na verdade, ela é apenas uma figura narrativa a serviço do alongamento da história.
Aliás, há muitas figuras com função puramente narrativa. Wildmore é um exemplo. No final, ele parece apenas um boneco do destino e morre de forma patética. Se fosse adotada a proposta narrativa de uma realidade-jogo, isso faria sentido. Ele seria apenas um peão nas mãos de forças muito poderosas. Como se deu o final, ele é apenas um peão na mão das poderosas forças dos roteiristas.
Por exigência do roteiro e de suas reviravoltas, outros personagens agem como peões, mudando de lado, de personalidade e até de motivação. Sayid é o melhor exemplo. Na última temporada ele abandona o temperamento passional que sempre teve e se torna simplesmente um zumbi. Depois torna-se quase um mocinho. Benjamim Linus igualmente muda muito, embora no caso dele se mantenha a motivação de salvar a ilha e ser dono dela.
No final, o ponto mais fraco da última temporada é a realidade paralela, que não se sustenta, já que não funciona como purgatório, como muitos têm especulado. Segundo a religião católica, o purgatório é um local onde as pessoas pagam por seus pecados antes de ir para o céu. No seriado, para alguns ela é um local de felicidade, para outros um local para cometer novos crimes, para outros um local para se redimir.
A realidade alternativa é, assim, apenas um artifício narrativo que permitiu aos roteiristas unir todos os personagens num final emotivo. É apenas uma muleta narrativa.
terça-feira, julho 20, 2010
Revista A3 já tem capa definitiva
A revista A3, editada pelo amigo Matheus Moura, já está com a capa definitiva, pronta para ir para a gráfica. Gostou? Para saber mais sobre a revista, visite o blog.
segunda-feira, julho 19, 2010
Almanaque Meteoro 2
O selo editorial Guedes Manifesto acaba de lançar a segunda edição do Almanaque Meteoro, dando continuidade às aventuras do super-herói Meteoro, criação do roteirista e editor Roberto Guedes, com desenhos de Aluísio de Souza e Júlio Cesar Zvir.
A empolgante saga de Roger Mandari continua. Chegou o momento de o Mascarado Voador encarar seu primeiro supervilão: Chino, O Executor. De quebra, a primeira aparição do Encapuzado, o chefão do submundo (o cara que tentou matar o pai do herói no primeiro número). E ainda ficamos com a pergunta que não quer calar “Qual é a de Laura Lopez?” – aquela gata do Colégio Central.
Mas as estreias não param por aí. Zan-Garr, um príncipe cigano que percorreu as terras da Ásia e da Europa em meados do primeiro século da Era Cristã, surge para defender um homem inocente da fúria e crueldade dos soldados romanos. Arte do jovem prodígio Fábio Cerqueira (guarde este nome, pois ele ainda será muito reverenciado no fandom).
Já O Patrulheiro Audacioso é outra série criada por Guedes que pinta em ritmo acelerado, protagonizada por um sujeito que parece fazer mágica com sua moto, combatendo toda e qualquer espécie de marginais pelas estradas do interior do país. Lápis do sensacional Aluísio de Souza (o mesmo desenhista de Meteoro) e arte-final do competentíssimo André Valle – que, por sua vez, também é o roteirista do conto de horror “O Último Vampiro”, desenhado pelo professor de Arte Leopoldo Alves.
Mas o Almanaque Meteoro 2 não tem só Quadrinhos. O especialista em Disney Cesar Brito, o trekker Sandro José dos Santos e Gérson “Homem-Mofo” Fasano trazem curiosidades interessantíssimas sobre os gibis Pato Donald, Jornada Nas Estrelas e Dico, O Artilheiro; enquanto que o cartunista Bira Dantas vem com uma divertida pin-up colorida.
Por fim, uma reportagem especial de nada menos do que 13 páginas assinada por Guedes, mapeia a trajetória das Histórias em Quadrinhos no Brasil, desde Angelo Agostini, passando pela fase dos Suplementos, do nascimento de editoras como EBAL, Abril e RGE e dos gibis da Edrel, Vecchi e Grafipar, até chegar aos dias atuais.
A belíssima arte da capa é uma produção do Mestre da HQB Sebastião Seabra, com cores de Zé Borba. Assim como ocorreu com a primeira edição, Almanaque Meteoro 2 possui uma tiragem limitada. Para adquirir seu exemplar, basta entrar em contato com Roberto Guedes por intermédio de seu blog (http://guedes-manifesto.blogspot.com/) ou diretamente pelo e-mail guedesbook@gmail.com. O preço é o mesmo para qualquer parte do Brasil, com frete já incluso.
Almanaque Meteoro 2
Guedes Manifesto Produções Editorais
Editor: Roberto Guedes
Formato italiano – 16 x 23 cm
52 páginas
Capa colorida, papel cartão supremo 250g (Arte: Seabra – Cores: Zé Borba)
Miolo P/B, papel offset 90g
R$ 5,00
domingo, julho 18, 2010
Dunga dia de fúria concorre ao VMB
Pra quem ainda não assistiu ao vídeo, o link está aqui
Para votar CLIQUE AQUI!
sábado, julho 17, 2010
sexta-feira, julho 16, 2010
quinta-feira, julho 15, 2010
8º Salão de Artes do SESC Amapá
Pintura, escultura, gravura, fotografia, objetos, desenhos, instalações, vídeo-arte, performances e intervenções urbanas farão parte do 8º Salão de Artes do SESC Amapá. Para isso, artistas interessados devem inscrever seus trabalhos até o dia 30 de julho, de acordo com o regulamento e ficha de inscrição que estão no sitewww.sescamapa.com.br
O Salão de Artes do SESC Amapá acontece bienalmente desde 1996, como instrumento de amadurecimento e reciclagem dos participantes e colaboração para a formação de cidadãos apreciadores, reflexivos e críticos em relação às experiências estéticas proporcionadas. A temática do Salão é a contemporaneidade.
O Salão proporciona premiações:
1º categoria (fotografia, escultura, objeto, pintura, gravura e desenho): R$4mil
2º categoria (instalação, vídeo-arte, áudio-instalação, performance e intervenção urbana): R$ 3.500,00
5 Prêmios incentivo: R$1.000,00
Cronograma:
Inscrição: até 30 de julho de 2010
Seleção: 13 a 15 de agosto de 2010
Resultado da Seleção: 16 de agosto de 2010
Recepção das obras: 17 a 25 de agosto de 2010
Montagem da exposição: 09 a 15 de setembro de 2010
Abertura: 17 de setembro de 2010
Duração: 17 de setembro a 18 de outubro de 2010
HQM Editora estreia selo de mangás com três lançamentos
No dia 17 de julho, no Anime Friends 2010 Special Edition, que acontece este mês em São Paulo, a HQM Editora traz três novos lançamentos: Who Fighter e O Coração das Trevas, Vitral e O Príncipe do Best Seller.
Who Fighter e O Coração das Trevas é a estreia do cativante trabalho de Seiho Takizawa no Brasil, em uma intensa coletânea de "contos estranhos" de guerra!
Já Vitral e O Príncipe do Best Seller são duas produções brasileiras realizadas peloFutago Studio, das autoras Shirubana e Soni, no melhor estilo dos mangás japoneses.
Os previews podem ser conferidos no endereço www.hqmeditora.com.br.
quarta-feira, julho 14, 2010
Em Natal
Nestas férias, passei alguns dias em Natal e tive a felicidade de encontrar com os quadrinistas locais em duas reuniões informais organizadas pela amiga Milena Azevedo. É muito bom encontrar com pessoas tão atenciosas e simpáticas. E talentosas. Já conhecia um pouco do que quadrinho do Rio Grande do Norte, mas fiquei impressionado com que vi. Sem dúvida, o estado é um dos grandes celeiros de talentos de nona arte.
Eu e Joseniz.A Milena Azevedo publicou, no site GHQ, um balanço dos meus dois encontros com quadrinistas de Natal. Clique aqui para conferir o texto da Milena e aqui para ler o texto do Josenis.
domingo, julho 11, 2010
Esquadrão Classe A
Hollywood vive de velhas ideias. Depois de fazer remakes de séries da década de 1960, como Missão Impossível e Perdidos no Espaço, parece que os produtores estão começando a se interessar até por temas mais recentes. O recente lançamento de Esquadrão Classe A é exemplo disso.
O Esquadrão foi um dos seriados de maior sucesso em meados da década de 1980. No Brasil, passava no SBT e era um programa obrigatório para a garotada.
Em muitos sentidos, o Esquadrão era uma releitura de Os Sete Samurais, filme clássico de Akira Kurosawa, no qual um grupo de samurais desempregados ajuda uma vila de agricultores atormentada por bandidos. Esse tema de heróis lidando com seus próprios problemas, mas encontrando tempo para ajudar pessoas necessitadas será a base de todos os episódios do seriado. Em todos eles, o grupo de soldados da fortuna é contratado por alguém com dificuldade com malfeitores.
O texto de abertura resumia bem o clima das histórias: "Em 1972 uma unidade especial das forças armadas foi condenada no tribunal militar por um crime que não cometeu. Esses soldados logo conseguiram escapar da prisão de segurança máxima, se estabelecendo clandestinamente em Los angeles. Hoje, procurados pelo governo, eles sobrevivem como soldados da fortuna. Se você tem um problema, se ninguém pode ajudá-lo e se você puder achá-los, talvez você possa contratar o Esquadrão Classe A".
A estrutura narrativa era quase sempre a mesma: fugindo dos militares, os heróis chegam em um local e se deparam com pessoas sendo oprimidas, seja por patrões cruéis, bandidos ou políticos. Comovidos, resolvem ajudar, mesmo sabendo que essa ajuda poderá fazer com que sejam finalmente pegos, o que quase acontecia, em todos os episódios.
Para concretizar seus planos, Hannibal conta com uma equipe bastante heterodoxa.
O Capitão H.M. Murdock é um especialista em pilotar qualquer tipo de aeronave, mas gastava a maior parte do tempo fazendo macacadas, conversando com a própria mão ou algo do gênero. Careteiro, Dwight Schultz, que interpretava o personagem, era um espécie de Jim Carrey da época e dava o toque humorístico ao seriado.
O tenente Templeton Cara-de-Pau, interpretado por Dirk Benedict, era o galã da série e o responsável por conseguir tudo necessário para colocar em ação os planos do Coronel. Com seu charme, ele conseguia tudo, mesmo que para isso precisasse trocar seus sapatos novos por uma bota de trabalhador.
Completando o grupo, havia o carismático Sargento Bosco Barracus ou B.A. (abreviação de "bad attitude ou "temperamento ruim"), interpretado por Mr.T., um grosso de cabelos moicanos, mas que adorava leite, crianças e morria de medo de voar. Como em muitas missões era necessário embarcar num avião, ou num helicóptero, uma das atrações era tentar adivinhar que estratégia seria usada pelos outros para dopá-lo. Além disso, as brigas de B.A. com o Murdock criavam uma das grandes tensões do seriado, geralmente com resultados humorísticos. O personagem também era um gênio em mecânica e era essencial para colocar em prática os planos.
Como a televisão da época não podia mostrar nada mais violento que algumas explosões e pessoas saltando, os roteiristas tinham que inventar geringonças engraçadas, como uma máquina que atirava repolhos.
Mesmo com uma estrutura rígida e personagens estereotipados, oEsquadrão Classe A conseguia surpreender e dar uma grande lição: é necessário ajudar os outros, deixando nossos interesses em segundo plano.
É justamente esse o ponto fraco do filme dirigido por Joe Carnahan: a história é focada apenas na tentativa dos heróis em provar sua inocência. O filme esclarece alguns pontos que no seriado eram obscuros, como do que eles estavam sendo acusados ou porque B.A. tem medo de avião. Além disso, existem várias referências que vão agradar aos fãs, como o furgão preto, dirigido por B.A., que aparece logo nas primeiras cenas. Os personagens não são descaracterizados e, para quem assistiu ao seriado nos anos 1980, parece que eles estão renascendo na tela. Até mesmo Quinton Jackson consegue substituir o canastrão mas simpático Mr. T. E Liam Neeson está perfeito como o Coronel Hannibal.
As cenas de ação são tão loucas quanto no seriado, embora haja menos foco na estratégia. Além disso, nem sempre os planos são tão geniais. Num roteiro de cinema, que permite muito mais elaboração do que a correria de um seriado, esperava-se planos realmente surpreendentes. Mas tudo isso é compensado pelas boas interpretações e boa direção.
O que estranha mesmo a falta do altruísmo que havia no seriado. Com heróis mais preocupados em salvar suas próprias peles, parece que está faltando alguma coisa. Algo que ficou lá atrás, no ingênuo seriado de TV ou no filme clássico de Kurosawa.
Texto originalmente publicado no Digestivo Cultural.
O Esquadrão foi um dos seriados de maior sucesso em meados da década de 1980. No Brasil, passava no SBT e era um programa obrigatório para a garotada.
Em muitos sentidos, o Esquadrão era uma releitura de Os Sete Samurais, filme clássico de Akira Kurosawa, no qual um grupo de samurais desempregados ajuda uma vila de agricultores atormentada por bandidos. Esse tema de heróis lidando com seus próprios problemas, mas encontrando tempo para ajudar pessoas necessitadas será a base de todos os episódios do seriado. Em todos eles, o grupo de soldados da fortuna é contratado por alguém com dificuldade com malfeitores.
Além da referência básica a Os Sete Samurais, o Esquadrão trazia um contexto histórico. Veteranos da Guerra do Vietnã, eles são condenados por um crime que não cometeram, conseguem fugir, mas têm sempre os militares em seus calcanhares.
O texto de abertura resumia bem o clima das histórias: "Em 1972 uma unidade especial das forças armadas foi condenada no tribunal militar por um crime que não cometeu. Esses soldados logo conseguiram escapar da prisão de segurança máxima, se estabelecendo clandestinamente em Los angeles. Hoje, procurados pelo governo, eles sobrevivem como soldados da fortuna. Se você tem um problema, se ninguém pode ajudá-lo e se você puder achá-los, talvez você possa contratar o Esquadrão Classe A".
A estrutura narrativa era quase sempre a mesma: fugindo dos militares, os heróis chegam em um local e se deparam com pessoas sendo oprimidas, seja por patrões cruéis, bandidos ou políticos. Comovidos, resolvem ajudar, mesmo sabendo que essa ajuda poderá fazer com que sejam finalmente pegos, o que quase acontecia, em todos os episódios.
A equipe era liderada pelo Coronel John Hannibal Smith (George Peppard), um líder nato, fanático por charutos. Bom ator, Hannibal costumava protagonizar o início dos únicos episódios em que a estrutura era um pouco diferente: nestes, alguém tentava contatar o grupo de soldados da fortuna, mas se deparava com alguém inconveniente, como um vendedor de cachorros quentes muito chato. Era o coronel. A maquiagem fazia com que mesmo os telespectadores mais assíduos fossem enganados, de modo que uma das diversões do seriado era tentar descobrir quem era Hannibal disfarçado. O nome do personagem é uma referência ao general cartaginês que quase destruiu o exército romano. Assim como o seu homônimo histórico, o líder da equipe é um grande estrategista e seus planos mirabolantes eram uma das atrações da série.
Para concretizar seus planos, Hannibal conta com uma equipe bastante heterodoxa.
O Capitão H.M. Murdock é um especialista em pilotar qualquer tipo de aeronave, mas gastava a maior parte do tempo fazendo macacadas, conversando com a própria mão ou algo do gênero. Careteiro, Dwight Schultz, que interpretava o personagem, era um espécie de Jim Carrey da época e dava o toque humorístico ao seriado.
O tenente Templeton Cara-de-Pau, interpretado por Dirk Benedict, era o galã da série e o responsável por conseguir tudo necessário para colocar em ação os planos do Coronel. Com seu charme, ele conseguia tudo, mesmo que para isso precisasse trocar seus sapatos novos por uma bota de trabalhador.
Completando o grupo, havia o carismático Sargento Bosco Barracus ou B.A. (abreviação de "bad attitude ou "temperamento ruim"), interpretado por Mr.T., um grosso de cabelos moicanos, mas que adorava leite, crianças e morria de medo de voar. Como em muitas missões era necessário embarcar num avião, ou num helicóptero, uma das atrações era tentar adivinhar que estratégia seria usada pelos outros para dopá-lo. Além disso, as brigas de B.A. com o Murdock criavam uma das grandes tensões do seriado, geralmente com resultados humorísticos. O personagem também era um gênio em mecânica e era essencial para colocar em prática os planos.
Como a televisão da época não podia mostrar nada mais violento que algumas explosões e pessoas saltando, os roteiristas tinham que inventar geringonças engraçadas, como uma máquina que atirava repolhos.
Mesmo com uma estrutura rígida e personagens estereotipados, oEsquadrão Classe A conseguia surpreender e dar uma grande lição: é necessário ajudar os outros, deixando nossos interesses em segundo plano.
É justamente esse o ponto fraco do filme dirigido por Joe Carnahan: a história é focada apenas na tentativa dos heróis em provar sua inocência. O filme esclarece alguns pontos que no seriado eram obscuros, como do que eles estavam sendo acusados ou porque B.A. tem medo de avião. Além disso, existem várias referências que vão agradar aos fãs, como o furgão preto, dirigido por B.A., que aparece logo nas primeiras cenas. Os personagens não são descaracterizados e, para quem assistiu ao seriado nos anos 1980, parece que eles estão renascendo na tela. Até mesmo Quinton Jackson consegue substituir o canastrão mas simpático Mr. T. E Liam Neeson está perfeito como o Coronel Hannibal.
As cenas de ação são tão loucas quanto no seriado, embora haja menos foco na estratégia. Além disso, nem sempre os planos são tão geniais. Num roteiro de cinema, que permite muito mais elaboração do que a correria de um seriado, esperava-se planos realmente surpreendentes. Mas tudo isso é compensado pelas boas interpretações e boa direção.
O que estranha mesmo a falta do altruísmo que havia no seriado. Com heróis mais preocupados em salvar suas próprias peles, parece que está faltando alguma coisa. Algo que ficou lá atrás, no ingênuo seriado de TV ou no filme clássico de Kurosawa.
Texto originalmente publicado no Digestivo Cultural.
Prédios de Natal
Uma das coisas que chamam atenção em Natal são os prédios, todos com algo de diferente. Os arquitetos da cidade são muito criativos, colocando sempre algum detalhe que fuja do convencional. A velha briga entre estética e funcionalidade parece ter sido ganha, em Natal, pela estética. Abaixo alguns edifícios que consegui fotografar.
Esse último, a foto ficou ruim, mas se você observar bem, lembram a arquitetura retrô dos desenhos do Batman e Superman.
Toy Story
Fomos assistir Toy Story. Belíssimo filme, que não deixa nada a dever para os outros dois.
Toy Story revolucionou o cinema de ação não só por causa da técnica de animação, mas principalmente por causa do ótimo roteiro, com um equilíbrio perfeito entre ação e emoção. Também quebrou com aquela irritante mania da Disney de colocar música a cada minuto. Em Toy Story, a música entrava na hora certa.
O interessante desse último filme da franquia é justamente o fato de que o garoto, dono dos bonecos, cresceu, assim como as crianças que assistiram o primeiro filme. Isso gera uma interessante reflexão que arrancou lágrimas de muitas pessoas no cinema.
Toy Story revolucionou o cinema de ação não só por causa da técnica de animação, mas principalmente por causa do ótimo roteiro, com um equilíbrio perfeito entre ação e emoção. Também quebrou com aquela irritante mania da Disney de colocar música a cada minuto. Em Toy Story, a música entrava na hora certa.
O interessante desse último filme da franquia é justamente o fato de que o garoto, dono dos bonecos, cresceu, assim como as crianças que assistiram o primeiro filme. Isso gera uma interessante reflexão que arrancou lágrimas de muitas pessoas no cinema.
Programação do Clube de Cinema
Museu da Imagem e do Som (MIS/AP) e SESC-AP
Sala Charles Chaplin
Dia 10 de julho de 2010
A partir das 18 horas
Tema: Documentário
Mostra Principal:
• Colosso Cizento :: AP 2009 :: 20'
• Canoa Veloz :: CE 2005 :: 14'
• R$ 0,05 :: AP 2009 :: 9' – Cinegrafia
• Para que olhos tão grandes :: DF 2006 :: 10'
• Caminho das Pedras :: AP 2006 :: 4'
• Pela Tela Pela Janela :: PB 2007 :: 16'
• A Modelo :: RJ 2005 :: 15'
• Cine Zé Sozinho :: CE 2008 :: 16'
Mostra Bônus:
A idade do vendo :: PB 2008 :: 15'
Satori Uso :: PR 2006 :: 17'
Débeis :: MG 2007 :: 10'
Destaque da Produção Amapaense:
Travessia da Ilusão :: AP :2006 :: 56'
Sala Charles Chaplin
Dia 10 de julho de 2010
A partir das 18 horas
Tema: Documentário
Mostra Principal:
• Colosso Cizento :: AP 2009 :: 20'
• Canoa Veloz :: CE 2005 :: 14'
• R$ 0,05 :: AP 2009 :: 9' – Cinegrafia
• Para que olhos tão grandes :: DF 2006 :: 10'
• Caminho das Pedras :: AP 2006 :: 4'
• Pela Tela Pela Janela :: PB 2007 :: 16'
• A Modelo :: RJ 2005 :: 15'
• Cine Zé Sozinho :: CE 2008 :: 16'
Mostra Bônus:
A idade do vendo :: PB 2008 :: 15'
Satori Uso :: PR 2006 :: 17'
Débeis :: MG 2007 :: 10'
Destaque da Produção Amapaense:
Travessia da Ilusão :: AP :2006 :: 56'
segunda-feira, julho 05, 2010
Os piratas e o gosto estético
Os filmes piratas estão não só invertendo os valores, mas também alterando, para pior, o gosto estético da população.
Dois exemplos:
1) Dia desses o sobrinho da minha esposa chegou aqui com alguns filmes piratas, que dizia muito bons, muito bem gravados. Colocou um deles. A imagem era horrível e os atores pareciam estar falando dentro de um poço.
2) Hoje o amigo Jefferson Nunes me levou num local que vende DVDs usados. A maioria comprada de locadoras que faliram. Os preços baixíssimos: 5 reais. Lá tinha uma menina com a sua mãe, muito interessadas em uns desenhos animados. Mas, quando descobriram que eram originais, desistiram: "Só compramos DVD pirata!", disse a mãe.
É o fim!
Dois exemplos:
1) Dia desses o sobrinho da minha esposa chegou aqui com alguns filmes piratas, que dizia muito bons, muito bem gravados. Colocou um deles. A imagem era horrível e os atores pareciam estar falando dentro de um poço.
2) Hoje o amigo Jefferson Nunes me levou num local que vende DVDs usados. A maioria comprada de locadoras que faliram. Os preços baixíssimos: 5 reais. Lá tinha uma menina com a sua mãe, muito interessadas em uns desenhos animados. Mas, quando descobriram que eram originais, desistiram: "Só compramos DVD pirata!", disse a mãe.
É o fim!
Judiciário concede tutela antecipada em ACP da Prodemac contra poluição sonora
Na última quinta-feira (01), o Juiz Luiz Carlos Kopes Brandão, da 6ª Vara Cível e de Fazenda Pública da capital, concedeu tutela antecipada em Ação Civil Pública (ACP) proposta pela Promotoria de Justiça do Meio Ambiente de Macapá (Prodemac), proibindo a Associação SEFAZ, Bit Society, Peak Training DM e Cia. Ltda., Bar da Rosa, Toca da Onça, Bar Consulado, Botequim Rola Papo e Associação AVRA de realizarem ou promoverem qualquer atividade que envolva som mecânico ou ao vivo se não estiverem dentro das normas referentesao isolamento acústico e/ou licença ambiental.
A ação foi proposta em 2007, e, de acordo com informações da Promotoria de Justiça, contabilizando os atendimentos realizados na PRODEMAC, tomou-se conhecimento de muitas casas noturnas que desenvolvem atividades altamente poluidoras, inclusive de madrugada, o que causa incômodo às pessoas” que residem às proximidades.
Na decisão, o Juiz relata que, após “vistoria realizada no dia 7 de maio de 2010, pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, foi constatado que vários réus, mais de dois anos depois, ainda se encontravam em situação irregular, fosse pela falta do necessário isolamento acústico, fosse por não contarem com a licença ambiental, indispensável à atividade”.
O Promotor de Justiça Haroldo Franco informou que, no mesmo ano em que foi proposta a ACP, também foi realizada audiência conciliatória, com a presença de todos os intimados. “Os empresários das casas noturnas tiveram 60 dias para adequar-se aos padrões técnicos de funcionamento; foram advertidos de que o descumprimento do acordo acarretaria a interdição de seus estabelecimentos”, confirma.
O Juiz Kopes ressaltou ainda, que os empresários tiveram prazo suficiente para se adequarem aos padrões legais e técnicos de funcionamento. “Nada fizeram, e continuam a reincidir, perturbando a paz pública e ameaçando a saúde dos cidadãos com o alto volume de seus sistemas de som, e violando a lei em mais de um aspecto. Tal atitude, de desrespeito para com a sociedade e a Justiça, não pode ser tolerada”, acentua Kopes. (Camila Karina Ferreira).
PS: Parabéns ao MP. Espero que agora outros locais sejam alvo da mesma preocupação, como o lugar bonito do Congós, onde todo sábado a música rola no mais elevado som.
domingo, julho 04, 2010
Capítulo novo no blog Galeão
Foi publicado mais um capítulo da história Galeão. Para quem não conhece, Galeão é um romance de fantasia histórica misturado com triller: em um navio à deriva em pleno oceano atlântico, coisas estranhas começam a acontecer e alguém está matando os passageiros. Para ler a história, clique aqui.
Quem poderá salvar os filmes de ação?
Sob o comando de Sylvester Stallone, a horda de brucutus reunida no filme “Os Mercenários” (“The expendables”), agendado para 13 de agosto em todo o planeta, terá pela frente uma missão que, aos olhos de críticos e analistas do mercado exibidor, parece... impossível: salvar o cinema de ação. Corre especial perigo o formato delineado nas décadas de 80 e 90, estrelado por “exércitos de um homem só”, tipo “Máquina Mortífera” (1987), “Duro de Matar” (1988) ou “A Força em Alerta” (1992). Seus astros hoje já não são mais capazes de atrair multidões, vide o recente fiasco de “O Fim da Escuridão” (“Edge of darkness”), com Mel Gibson.
No mês passado, o fracasso comercial de “Esquadrão Classe A” — raro exemplar do gênero a ser saudado, quase com unanimidade, com resenhas elogiosas — serviu de argumento a favor de uma tese, “O Ocaso do Filme-adrenalina”, defendida pelo livro “Yippe ki-yay moviegoer — Writings on Bruce Willis, badass cinema and other important topics” (Titan Books), recém-lançado nos EUA. Seu autor, chamado apenas de Vern, consagrou-se no site “Ain’t it cool news” como um dos mais lidos analistas da arte pop na internet. Leia mais no Diário do Pará.
No mês passado, o fracasso comercial de “Esquadrão Classe A” — raro exemplar do gênero a ser saudado, quase com unanimidade, com resenhas elogiosas — serviu de argumento a favor de uma tese, “O Ocaso do Filme-adrenalina”, defendida pelo livro “Yippe ki-yay moviegoer — Writings on Bruce Willis, badass cinema and other important topics” (Titan Books), recém-lançado nos EUA. Seu autor, chamado apenas de Vern, consagrou-se no site “Ain’t it cool news” como um dos mais lidos analistas da arte pop na internet. Leia mais no Diário do Pará.
Eu, eu mesmo e Irene
Assistimos Eu, eu mesmo e Irene, ótimo filme de Bobby Farrelly e Peter Farrelly. A história trata de um policial (Jim Carrey) que, humilhado por todos, acaba desenvolvendo uma dupla personalidade: uma totalmente boa e ingênua e a outra sacana. Em meio a essa situação ele vai escoltar uma moça que está sendo procurada por policiais corruptos, que pretendem matá-la. Mistura de humor e ação, o filme tem bom roteiro, atrapalhado apenas pela necessidade de fazer piadas de mal-gosto. Um personagem com dupla personalidade é uma maravilha em termos de desenvolvimento de trama e permite ótimos momentos, como quando os dois brigam entre si. Há também algumas piadas que lembram Monthy Pyton, como a da vaca supostamente morta na estrada, mas que sobrevive a seis tiros na cabeça.
Subscrever:
Mensagens (Atom)