domingo, fevereiro 27, 2011
sábado, fevereiro 26, 2011
Tá sobrando dinheiro na Secult
Está passando um carro de som aqui perto, agradecendo o Governo do Estado do Amapá por ter dado dinheiro para a Congozada. Para um evento particular, que cobra ingresso, que ocorre em área residencial e que, da última vez que aconteceu, provocou duas mortes. A desculpa do Zé Miguel é que a Congozada traz turistas para o Amapá. Sei...
Trailer Sem sinal
Sem Sinal, o mais novo curta-metragem realizado pelo meu filho já tem trailer, inclusive com a música que será usada mesmo na trilha sonora. Confira abaixo.
Bloco homenageará o quadrinista Homobono
Antonino Homobono foi uma das grandes figuras dos quadrinhos brasileiros nas décadas de 1970 e 1980. Conhecido por ser rápido, sempre cumprir prazos e ter um traço elegante, ele passou por várias editoras, entre elas a Vecchi, onde publicou na Spektro. Para a bloch fez Drácula e na Abril fez, entre outros trabalhos, a versão em quadrinhos do boneco Falcon. Embora fosse paraense, é considerado amapaense, por ter passado a infância e a adolescência em Macapá antes de se mudar para o Rio de Janeiro a fim de realizar o sonho de ser quadrinista.
Este ano Homobono será homenageado pelo bloco Rolará. A notícia foi antecipada semana passada pela sobrinha dele, Karla Balieiro, no Twitter e confirmada hoje pelo blog da Alcinea Cavalcante. Parabéns ao bloco pela iniciativa de resgatar o nome desse grande artista amapaense.
Abaixo, a letra da música:
A VIDA E ARTE DE ANTONINO HOMOBONO BALIEIRO,
O NOSSO HERÓI BRASILEIRO
COMPOSITORES: NONATO SOLEDADE E AURELIANO NECK
NA VENEZA MARAJOÁRA
O MESTRE DO DESENHO NASCEU
ECLÉTICO, VERDADEIRO
RECONHECIDO O BRASIL INTEIRO
DESDE MENINO
JÁ MOSTRAVA SUA INSPIRAÇÃO
SACAVA RÁPIDO
ATIRANDO COMPETÊNCIAS COM SUAS MÃOS
BETTY BOOP, GASPARZINHO
PERNALONGA, PATOLINO
ERA SEU DOM DIVINO (BIS)
HUMILDE, TALENTOSO
ADMIRADO, RESPEITADO, HOMEM BONDOSO
UM CORINGA NAS HISTÓRIAS QUE FEZ
QUE PARECIA TRÊS
SAUDADE NOS DEIXOU
HOJE ROLARÁ NA AVENIDA
TONHO, SUA ARTE E SUA VIDA
REFRÃO
NESTA FOLIA SOU ROLARÁ
A HISTÓRIA DESSE ARTISTA VOU CONTAR
ANTONINO HOMOBONO BALIEIRO
NOSSO HERÓI BRASILEIRO
sexta-feira, fevereiro 25, 2011
Deus tem senso de humor?
Lembro que quando era criança frequentava o catecismo e ouvia da catecista uma certeza: Jesus nunca tinha sorrido. Era uma forma de demarcar bem que ele não era uma pessoa normal, mas um ser divino. E um ser divino não podia sorrir, já que o riso estava mais próximo do pecado e do diabo.
Essa discussão sobre o riso ocupa boa parte do livro O nome da Rosa. Em uma das sequências mais lembradas, o protagonista Guilherme conversa com o monge cego Jorge sobre o assunto. Jorge argumenta que o riso deforma o rosto, tornando o homem semelhante ao macaco.
Guilherme responde que macacos não riem. Só o homem ri, pois o riso é sinal de sua racionalidade.
Jorge implica com o riso porque o mesmo leva à dúvida.
Guilherme responde que a muitas vezes é justo duvidar: "Para minar a falsa autoridade duma proposição absurda, que repugna a razão, também o riso pode ser um instrumento justo. O riso serve amiúde também para confundir os maus e fazer refulgir sua estultice".
É natural que Guilherme defenda o riso sendo franciscano, pois São Francisco não via mal nenhum em rir. Ao contrário, constantemente aproveitava as pregações para cantar e contar histórias divertidas.
Quanto à alegação de que Jesus nunca riu, não há qualquer sustentação histórica para ela. A Bíblia em nenhum momento diz isso. Além disso, em mais de um momento é dito que as crianças adoravam Jesus. Como crianças podem gostar de alguém que nunca ri, que está sempre sério?
Em outras religiões não existe esse horror ao riso. Na religião hindu, por exemplo, o humor e a santidade não são vistos como opostos. O deus Krishna adorava pregar peças, cantar e dançar com as kopis. O deus Ganesha tem uma história famosa. Ele e seu irmão apostaram quem conseguiria dar a volta ao mundo em menos tempo. O irmão saiu correndo. Ganesha só fez dar uma volta ao redor dos pais, pois, para ele, seus pais eram o seu mundo.
No zen budismo as histórias humorísticas fazem parte da prática religiosa. No taoismo, Lao Tsé é constantemente mostrado como um velhinho sorridente.
Felizmente hoje já se vê em muitas igrejas cristãs a aceitação do riso. Mas por que razão isso não aconteceu antes?
A principal razão deve estar no caráter subversivo do riso. Quem ri não tem medo. E quem não tem medo não obedece à autoridade. Assim, a autoridade que se impõe pelo medo (e que não suporta a dúvida e razão) teme o riso.
Essa discussão sobre o riso ocupa boa parte do livro O nome da Rosa. Em uma das sequências mais lembradas, o protagonista Guilherme conversa com o monge cego Jorge sobre o assunto. Jorge argumenta que o riso deforma o rosto, tornando o homem semelhante ao macaco.
Guilherme responde que macacos não riem. Só o homem ri, pois o riso é sinal de sua racionalidade.
Jorge implica com o riso porque o mesmo leva à dúvida.
Guilherme responde que a muitas vezes é justo duvidar: "Para minar a falsa autoridade duma proposição absurda, que repugna a razão, também o riso pode ser um instrumento justo. O riso serve amiúde também para confundir os maus e fazer refulgir sua estultice".
É natural que Guilherme defenda o riso sendo franciscano, pois São Francisco não via mal nenhum em rir. Ao contrário, constantemente aproveitava as pregações para cantar e contar histórias divertidas.
Quanto à alegação de que Jesus nunca riu, não há qualquer sustentação histórica para ela. A Bíblia em nenhum momento diz isso. Além disso, em mais de um momento é dito que as crianças adoravam Jesus. Como crianças podem gostar de alguém que nunca ri, que está sempre sério?
Em outras religiões não existe esse horror ao riso. Na religião hindu, por exemplo, o humor e a santidade não são vistos como opostos. O deus Krishna adorava pregar peças, cantar e dançar com as kopis. O deus Ganesha tem uma história famosa. Ele e seu irmão apostaram quem conseguiria dar a volta ao mundo em menos tempo. O irmão saiu correndo. Ganesha só fez dar uma volta ao redor dos pais, pois, para ele, seus pais eram o seu mundo.
No zen budismo as histórias humorísticas fazem parte da prática religiosa. No taoismo, Lao Tsé é constantemente mostrado como um velhinho sorridente.
Felizmente hoje já se vê em muitas igrejas cristãs a aceitação do riso. Mas por que razão isso não aconteceu antes?
A principal razão deve estar no caráter subversivo do riso. Quem ri não tem medo. E quem não tem medo não obedece à autoridade. Assim, a autoridade que se impõe pelo medo (e que não suporta a dúvida e razão) teme o riso.
quarta-feira, fevereiro 23, 2011
Processos midiáticos e novos tipos de interação
O interesse no estudo do processo de comunicação surge justamente no período em que, na maior parte do mundo, os meios de comunicação de massa afloraram. As análises passaram de uma visão autoritária, da mídia como toda poderosa, às propostas de meios interativos. Hoje, a linha de pesquisa em processos midiáticos abre a porta para possibilidade de ver todos os meios como interativos, inclusive aqueles que são vistos como de sentido único.
Durante muitos anos, a mídia foi vista como uma flecha, de sentido único e autoritário, a exemplo do que pregava a teoria hipodérmica. Essa visão de uma mídia toda poderosa influenciou muito a corrente apocalíptica, que via as novas mídias, tais como o cinema e o rádio, como estando a serviço do autoritarismo.
Uma tentativa de tirar das novas tecnologias esse caráter autoritário surge com as propostas de interação. Assim, se existem veículos de sentido único, existem também mídias que permite um feedeback ativo, a exemplo do MSN, do chat e do e-mail.
Esse modelo dialogal de interação será criticado por José Luiz Braga. Para ele, todos os processos midiáticos permitem interação.
Sua proposta de interação não se prende apenas à possibilidade de resposta ao emissor por parte do receptor. Existe também a possibilidade de interação receptor-produto e receptor-sociedade ou sociedade-produto.
Esse modelo quebra totalmente com a ideia hipodérmica de receptor passivo.
Uma das formas de interação pode ser configurada na apropriação. Se existem pessoas que recebem os produtos da mídia de forma passiva e a-crítica, existe aqueles que reconfiguram sua simbologia, numa atitude que lembra a música Geração Coca-cola, do Legião Urbana (Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês). Utilizar um símbolo da mídia e reconfigurar seu significado, como a Coca-cola, é uma forma de interação.
Mesmo quando não é uma crítica negativa, essa resignificação pode ser uma forma de apropriação. Em um texto eu meu blog, eu faço uma relação do seriado Terra de Gigantes com paradigmas científicos, uma discussão que provavelmente não estava nos planos dos criadores do mesmo. O fato de não sabermos se os protagonistas diminuíram de tamanho e estão em um mundo de pessoas com estatura normal, ou se estão de fato numa terra de gigantes abre espaço para discutir a teoria da relatividade, a física quântica e o relativismo filosófico.
Formas mais elaboradas de interação podem ser encontradas nos fanfics, em que fãs interagem com a obra original, mostrando outras possibilidades de interpretação. O fanfic O portal das probabilidades, de minha autoria, por exemplo, introduz a teoria do caos no universo da série alemã de ficção científica Perry Rhodan.
Claro que essa possibilidade de interação com os MCM é tanto maior quanto maior for a capacidade crítica dos indivíduos. Daí a importância, levantada por Braga, da criação de um sistema crítico.
Quanto mais preparadas estiverem o indivíduo e a sociedade, melhor a sua capacidade de interação e menores as chances de manipulação ou de recepção ingênua (se está publicado, é porque é verdade). Setores organizados da sociedade podem ter importância fundamental nesse processo.
Exemplo recente dessa possibilidade de interação crítica aconteceu com a publicação de uma reportagem da Veja contrária à demarcação de terras indígenas (A farra da antropologia oportunista). Um antropólogo citado na matéria veio a público denunciar que a revista teria inventado uma entrevista com ele. A revista argumentou que a citação fora tirada de um dos livros do pesquisador. Este contra-argumentou que a citação fora deturpada para servir aos interesses da publicação.
O SBPC lançou uma nota pública de repúdio à Veja e de apoio ao antropólogo. No Twiter, surgiu a tag #boicoteveja, que pretendia aglutinar casos semelhantes de manipulação. Blogs, num processo de apropriação, fizeram capas fictícias da Veja, denunciando o perfil manipulador das matérias da revista. Numa delas, por exemplo, aparecia Darth Vader com o título “Ele salvou você”. Na mesma capa, sob uma imagem do mestre Yoda, a legenda: “Descoberto o líder espiritual dos terroristas rebeldes”.
Teaser trailer - Sem sinal
Confiram abaixo o teaser trailer do curta-metragem Sem sinal, uma história de terror-suspense dirigida pelo meu filho (Alexandre Magno). O filme tem patrocínio do CEAP, Center Kennedy e do senador Randolfe Rodrigues.
Christopher Kastensmidt é finalista do prêmio Nebula
Conhecido como o Oscar da literatura fantástica por ser votado pelos profissionais da área, o Prêmio Nebula destaca, anualmente, os melhores trabalhos de ficção científica e fantasia publicados nos Estados Unidos. Na edição 2011, um dos finalistas é conhecido do público-leitor do gênero no Brasil. O norte-americano Christopher Kastensmidt, que vive no País há mais de 10 anos e reside em Porto Alegre (RS), está concorrendo na categoria melhor noveleta do Nebula com a história O encontro fortuito de Gerard van Oost e Oludara.
Essa primeira aventura da dupla de heróis criada por Kastensmidt fez sua estreia na revista norte-americana Realms of Fantasy (uma das mais importantes da área) em abril de 2010, com o título The fortuitous meeting of Gerard van Oost and Oludara. No Brasil, O encontro fortuito de Gerard van Oost e Oludara foi lançado em São Paulo pela Devir Editora no fim de 2010, no primeiro volume da coleção Duplo Fantasia Heróica. Em Porto Alegre, o lançamento ocorreu em janeiro de 2011. Ao contrário da grande maioria dos lançamentos do gênero, essa história é ambientada em território brasileiro.
A série, que terá continuação, é intitulada A bandeira do elefante e da arara, ou The elephant and macaw banner. Para divulgar a série, o escritor criou um site, onde publica arte, notícias e explicações sobre as referências históricas e culturais da série. O endereço é http://www.eamb.org/brasil/.
Christopher Kastensmidt nasceu nos Estados Unidos, mas vive no Brasil há mais de dez anos, residindo em Porto Alegre. Cursou engenharia de computação na Rice University, em Houston, Texas. No Brasil, foi sócio da empresa Southlogic Studios, que mais tarde foi vendida para a Ubisoft, uma empresa multinacional de videogames junto à qual Kastensmidt se tornou diretor criativo. Criou o conceito original e design do jogo brasileiro mais vendido no exterior, o Casamento dos Sonhos, com mais de um milhão de vendas. Atualmente é professor e consultor, especialista em criação de narrativas e propriedade intelectual. Já publicou ficção em diversos países, incluindo Brasil, Estados Unidos, Dinamarca, Escócia, Grécia, Polônia e República Checa.
Duplo Fantasia Heróica - Devir Editora (2010)
O ENCONTRO FORTUITO DE GERARD VAN OOST E OLUDARA, de Christopher Kastensmidt.
A TRAVESSIA, de Roberto de Sousa Causo (que também integra a edição)
Preço: R$ 15,90 (exemplar) / Formato: 9 x 15 cm / 128 páginas
domingo, fevereiro 20, 2011
Curta-metragem Sem sinal - as fotos dos bastidores
Sem sinal é o quarto curta-metragem dirigido por meu filho (Alexandre Magno) e sua primeira incursão no suspense-terror. As filmagens aconteceram hoje, num sítio próximo de Macapá. O curta tem patrocínio do CEAP, da professora Maria Ângela, da Center Kennedy e do senador Randolfe Rodrigues. Abaixo algumas fotos dos bastidores das filmagens.
O diretor e os atores. |
O diretor gravando uma das primeiras cenas. |
sábado, fevereiro 19, 2011
Comida e arte
A artista chinesa Ju Duoqui faz releituras de obras clássicas da pintura usando para isso... comida. Muito bom, não?
Museu Sacaca - recuperação
Um grupo multidisciplinar se reuniu esta semana no Museu Sacaca para discutir a revitalização do Museu, que já foi referência aqui no Amapá (clique aqui para ler a matéria do Paulo Zab sobre o assunto).
O local está praticamente parado e dizem que a exposição a céu aberto virou uma lixeira a céu aberto. Resultado de oito anos de abandono.
Lembro de uma época em que o local era parada obrigatória para qualquer um que visitasse o estado. Lá o visitante podia conhecer, por exemplo, a forma como vivem os índios, as tradições culturais, como o marabaixo, ver réplicas de cemitérios indígenas encontrados em sítios arqueológicos... e ainda podia saborear uma comida típica.
Lembro quando organizei o Intercom Norte e levei a presidente da Intercom, Cecília Peruzzo, no local. Ela ficou maravilhada, assim como ficavam todos que visitavam o local.
Assim, é triste que ele tenha sido abandonado, destruído e vandalizado durante oito anos. É revoltante pensar que o mesmo governo que fazia isso com um dos principais pontos turísticos do estado, jogava milhões nas contas da Beija-flor com a desculpa de que estava estimulando o turismo. Ou patrocinava a congozada, usando o mesmo argumento.
Casa Waiapi, destruída. |
Lembro de uma época em que o local era parada obrigatória para qualquer um que visitasse o estado. Lá o visitante podia conhecer, por exemplo, a forma como vivem os índios, as tradições culturais, como o marabaixo, ver réplicas de cemitérios indígenas encontrados em sítios arqueológicos... e ainda podia saborear uma comida típica.
Lembro quando organizei o Intercom Norte e levei a presidente da Intercom, Cecília Peruzzo, no local. Ela ficou maravilhada, assim como ficavam todos que visitavam o local.
Assim, é triste que ele tenha sido abandonado, destruído e vandalizado durante oito anos. É revoltante pensar que o mesmo governo que fazia isso com um dos principais pontos turísticos do estado, jogava milhões nas contas da Beija-flor com a desculpa de que estava estimulando o turismo. Ou patrocinava a congozada, usando o mesmo argumento.
Leitura e escola
A preocupação com a leitura parece cada vez mais urgente num país como o Brasil. Há tempos não se consegue formar uma geração de leitores, mas a situação parece ter piorado. A escola, que deveria ser a grande incentivadora da leitura, está provocando dois fenômenos preocupantes: o analfabetismo funcional e a fobia de livros.
Os analfabetos funcionais são aqueles que frequentaram a escola mas, por falta de contato com a leitura e a escrita, foram perdendo a capacidade de compreensão do mundo das palavras. Luzia de Maria, no livro Leitura e colheita, conta que realizava uma oficina de leitura quando disse que um analfabeto funcional era aquele que não conseguia entender revistas como Veja, Isto e Época, e três professoras da plateia disseram: "eu".
A fobia de livros é perfeitamente percebida quando se ouve alguém dizer que tem dor de cabeça quando começa a ler. É como se o organismo reagisse patologicamente a uma experiência traumática.
Certa vez, eu lecionava um curso de histórias em quadrinhos para crianças da periferia de Belém e perguntei a elas qual era a diferença entre um gibi e um livro. Eu esperava que elas apontassem a ilustração como diferença, pois é possível publicar um livro sem desenhos, mas não é possível o mesmo com uma HQ. A resposta, dada por uma menina, surpreendeu-me: "O livro é chato; história em quadrinho é divertida".
Na cabeça dela, o livro era algo lido por obrigação puramente escolar, sem nenhum prazer ou contato com a vida.
A grande pergunta que surge é: onde a escola errou? Por que, ao invés de despertar os alunos para a magia da leitura, ela os afastou dessa mesma magia?
Esse desvio no caminho tem sua origem na noção de leitura que acompanha a maior parte da vida escolar. Nas escolas ainda predomina a visão do livro como objeto sagrado, típica da Idade Média. Nessa época, os escritos eram encadernados em couro, com ornamentação de metais preciosos. As Bíblias que existiam nas igrejas ficavam presas por correntes. O livro era um objeto caro, raro e distante.
Com a invenção da imprensa, surge aquilo que Marshall McLuhanchamou de "Galáxia Gutenberg". É inaugurado o pensamento linear e a visão cartesiana de mundo.
É também a época das gramáticas normativas. Esses gramáticos viam na palavra escrita o lugar de acerto, de uma linguagem correta, a linguagem dos bons doutos. A linguagem oral, ao contrário, era o lugar do erro, do caos, da inconstância. Orientados pelo pensamento cartesiano, esses gramáticos se interessaram apenas pela ordem expressa da palavra escrita.
Na escola, essa visão separou a fala e a escrita como ações contrárias, e os textos perderam contato com a vida real. Sua utilização na sala de aula privilegiava não o entendimento, não a atribuição de significado, mas a capacidade de decodificar os signos e de identificar classes gramaticais ou sintáticas.
Assim, alfabetizado era aquele capaz de ler um texto em voz alta, ou tirar dele os substantivos, os verbos ou identificar as construções sintáticas. Pouco interessava se a pessoa estava conseguindo atribuir significado ao que lia.
Isso não faz parte de um passado remoto. Dia desses, meu filho trouxe um dever de caso que era a "interpretação" de um texto. A tal interpretação consistia apenas em descobrir encontros vocálicos no texto. Ou seja, a narrativa era apenas uma espécie refinada de tortura, com pouquíssima utilidade prática e sem nenhum significado.
Rubem Alves diz que tem calafrios quando sabe que um de seus textos está sendo utilizado para isso. Enquanto escreve, nenhum escritor pensa em verbos, substantivos, ditongos, hiatos ou algo do gênero.
Certa vez utilizaram um texto meu, sobre McLuhan, em um vestibular. Fui resolver as questões relacionadas ao meu texto e errei algumas. No texto eu explicava a teoria do filósofo canadense segundo a qual o homem inventou extensões de seu próprio corpo para melhorar seu desempenho. Uma das questões perguntava o que não era extensão do corpo humano. A resposta, segundo os elaboradores da prova, era roupa, porque eu não citava o vestuário em meu texto. Entretanto, uma compreensão correta do artigo levaria a identificar que o conceito era ampliável também para as roupas, afinal, elas são uma extensão da pele. O exemplo mostra que até a interpretação de um texto pode ser transformada em um ato mecânico, de retirar informações de um conjunto de palavras, sem a necessidade de entender seus conceitos.
A falta de sentido desses exercícios é exemplificada num fato simples: gramática nenhuma jamais transformou alguém em escritor. Escrever é um ato criativo e pensar em hiatos e ditongos enquanto se escreve é provavelmente a melhor forma de se ter um bloqueio.
Tenho um livro infantil, Os Gatos, publicado por uma editora de Curitiba. Na época a editora estava iniciando na área de literatura infantil e chamou um gramático para revisar os originais. A revisão tornou o texto totalmente incompreensível para uma criança e a editora foi obrigada a chamar uma professora de literatura infantil para refazer a revisão. Para o gramático, era mais importante que o livro fosse escrito nos moldes renascentistas da gramática normativa. Se haveria compreensão por parte da criança, pouco importava.
Só existe uma maneira de tomar gosto pela leitura: lendo. Só existe uma forma de aprender a escrever bem: escrevendo. Nunca conheci um grande autor que não fosse um leitor voraz e um escritor compulsivo.
Enquanto o texto for encarado apenas pelos seus aspectos gramaticais, enquanto a interpretação for a simples decodificação, sem a possibilidade de variedade de leituras ou de interpretação, a escola será sempre a criadora de analfabetos funcionais e de pessoas que têm dor de cabeça à simples visão de um livro.
Texto originalmente publicado no Digestivo Cultural.
Os analfabetos funcionais são aqueles que frequentaram a escola mas, por falta de contato com a leitura e a escrita, foram perdendo a capacidade de compreensão do mundo das palavras. Luzia de Maria, no livro Leitura e colheita, conta que realizava uma oficina de leitura quando disse que um analfabeto funcional era aquele que não conseguia entender revistas como Veja, Isto e Época, e três professoras da plateia disseram: "eu".
A fobia de livros é perfeitamente percebida quando se ouve alguém dizer que tem dor de cabeça quando começa a ler. É como se o organismo reagisse patologicamente a uma experiência traumática.
Certa vez, eu lecionava um curso de histórias em quadrinhos para crianças da periferia de Belém e perguntei a elas qual era a diferença entre um gibi e um livro. Eu esperava que elas apontassem a ilustração como diferença, pois é possível publicar um livro sem desenhos, mas não é possível o mesmo com uma HQ. A resposta, dada por uma menina, surpreendeu-me: "O livro é chato; história em quadrinho é divertida".
Na cabeça dela, o livro era algo lido por obrigação puramente escolar, sem nenhum prazer ou contato com a vida.
A grande pergunta que surge é: onde a escola errou? Por que, ao invés de despertar os alunos para a magia da leitura, ela os afastou dessa mesma magia?
Esse desvio no caminho tem sua origem na noção de leitura que acompanha a maior parte da vida escolar. Nas escolas ainda predomina a visão do livro como objeto sagrado, típica da Idade Média. Nessa época, os escritos eram encadernados em couro, com ornamentação de metais preciosos. As Bíblias que existiam nas igrejas ficavam presas por correntes. O livro era um objeto caro, raro e distante.
Com a invenção da imprensa, surge aquilo que Marshall McLuhanchamou de "Galáxia Gutenberg". É inaugurado o pensamento linear e a visão cartesiana de mundo.
É também a época das gramáticas normativas. Esses gramáticos viam na palavra escrita o lugar de acerto, de uma linguagem correta, a linguagem dos bons doutos. A linguagem oral, ao contrário, era o lugar do erro, do caos, da inconstância. Orientados pelo pensamento cartesiano, esses gramáticos se interessaram apenas pela ordem expressa da palavra escrita.
Na escola, essa visão separou a fala e a escrita como ações contrárias, e os textos perderam contato com a vida real. Sua utilização na sala de aula privilegiava não o entendimento, não a atribuição de significado, mas a capacidade de decodificar os signos e de identificar classes gramaticais ou sintáticas.
Assim, alfabetizado era aquele capaz de ler um texto em voz alta, ou tirar dele os substantivos, os verbos ou identificar as construções sintáticas. Pouco interessava se a pessoa estava conseguindo atribuir significado ao que lia.
Isso não faz parte de um passado remoto. Dia desses, meu filho trouxe um dever de caso que era a "interpretação" de um texto. A tal interpretação consistia apenas em descobrir encontros vocálicos no texto. Ou seja, a narrativa era apenas uma espécie refinada de tortura, com pouquíssima utilidade prática e sem nenhum significado.
Rubem Alves diz que tem calafrios quando sabe que um de seus textos está sendo utilizado para isso. Enquanto escreve, nenhum escritor pensa em verbos, substantivos, ditongos, hiatos ou algo do gênero.
Certa vez utilizaram um texto meu, sobre McLuhan, em um vestibular. Fui resolver as questões relacionadas ao meu texto e errei algumas. No texto eu explicava a teoria do filósofo canadense segundo a qual o homem inventou extensões de seu próprio corpo para melhorar seu desempenho. Uma das questões perguntava o que não era extensão do corpo humano. A resposta, segundo os elaboradores da prova, era roupa, porque eu não citava o vestuário em meu texto. Entretanto, uma compreensão correta do artigo levaria a identificar que o conceito era ampliável também para as roupas, afinal, elas são uma extensão da pele. O exemplo mostra que até a interpretação de um texto pode ser transformada em um ato mecânico, de retirar informações de um conjunto de palavras, sem a necessidade de entender seus conceitos.
A falta de sentido desses exercícios é exemplificada num fato simples: gramática nenhuma jamais transformou alguém em escritor. Escrever é um ato criativo e pensar em hiatos e ditongos enquanto se escreve é provavelmente a melhor forma de se ter um bloqueio.
Tenho um livro infantil, Os Gatos, publicado por uma editora de Curitiba. Na época a editora estava iniciando na área de literatura infantil e chamou um gramático para revisar os originais. A revisão tornou o texto totalmente incompreensível para uma criança e a editora foi obrigada a chamar uma professora de literatura infantil para refazer a revisão. Para o gramático, era mais importante que o livro fosse escrito nos moldes renascentistas da gramática normativa. Se haveria compreensão por parte da criança, pouco importava.
Só existe uma maneira de tomar gosto pela leitura: lendo. Só existe uma forma de aprender a escrever bem: escrevendo. Nunca conheci um grande autor que não fosse um leitor voraz e um escritor compulsivo.
Enquanto o texto for encarado apenas pelos seus aspectos gramaticais, enquanto a interpretação for a simples decodificação, sem a possibilidade de variedade de leituras ou de interpretação, a escola será sempre a criadora de analfabetos funcionais e de pessoas que têm dor de cabeça à simples visão de um livro.
Texto originalmente publicado no Digestivo Cultural.
sexta-feira, fevereiro 18, 2011
Lançamento e doação de livros no curso de Jornalismo da UNIFAP
A biblioteca da UNIFAP foi palco de um lançamento e doações de livros por parte dos professores do curso de Jornalismo, nesta sexta-feira. A professor Roberta Scheibe, coordenadora do curso, lançou a coletânea Extremo Norte- Extremo sul, com artigos de alunos orientados por ela no Rio Grande do Sul e no Amapá. Além disso, fez a doaçãod e livros para a biblioteca. Os outros professores aproveitaram para doarem suas produções para a instituição. Abaixo, algumas fotos do evento.
Professora Roberta explicou o conteúdo dos artigos do livro lançado pela Virtual Books. |
O professor Jeferson contou casos de sua pesquisa para o mestrado, sobre o marketing esportivo, que deram origem ao livro Pensando o marketing esportivo. |
A professora Cláudia explicou como seu livro analisa as mudanças no telejornalismo da Rede Globo. |
quinta-feira, fevereiro 17, 2011
quarta-feira, fevereiro 16, 2011
Animação infantil no clube do cinema
Sábado, 19.02, o Clube de Cinema apresentará o filme de animação "Medo(s) do Escuro (Peur(s) du noir)". Que tem como temática histórias de terror infantil.
Sinopse:
Seis animadores contam seis histórias de terror infantil. A seleção inclui os cartunistas Charles Burns, Blutch, Lorenzo Mattotti e Richard McGuire
Medo[s] do escuro, em tradução literal, soma o talento de criadores gráficos de variados estilos, para colocar na tela seus maiores medos em relação ao escuro – um medo que, não importa em que situação, toda e qualquer pessoa já sentiu ao menos uma vez.
Dia? Sábado 19.02 Local? Auditório do MIS, segundo piso do Teatro das Bacabeiras. Hora? 18h30
Mais informações: http://www. fimdecinema.blogspot.com/
Calouros de jornalismo da UNIFAP participam de trote literário
Ontem aconteceu o trote dos calouros de Jornalismo da UNIFAP. Os alunos foram estimulados a colaborar com o projeto Livro Livre Amapá, de estímulo à leitura. Muitos livros foram levados, etiquetados e soltos na universidade e outros locais. Abaixo, algumas fotos.
A coordenadora do curso, Roberta Scheibe, com o seu livro de crônicas, doado ao projeto.
terça-feira, fevereiro 15, 2011
Os 10 melhores quadrinhos
O site Bigorna publicou a lista dos meus 10 quadrinhos prediletos. Além da lista, vale a pena conferir o texto de abertura do Baraldi, que é uma atração à parte por conta do humor. Clique aqui para conferir.
segunda-feira, fevereiro 14, 2011
Trote literário no curso de jornalismo da UNIFAP
O trote dos calouros do curso de Jornalismo da Unifap será de estímulo à leitura. Os alunos irão libertar livros no campus Marco Zero amanhã, dia 15 de fevereiro.
A inciativa faz parte do movimento Livro Livre Amapá, de estímulo à leitura. A ideia é colocar em circulação livros em pontos de grande movimentação de pessoas. Os que pegarem as obras não devem guardar em casa, mas soltar em outro local público após a leitura. Assim, mais e mais pessoas têm acesso à literatura.
O projeto faz parte de uma inciativa nacional que pode ser acompanhada no endereço http://www.livrolivre.art.br/. No Amapá, o movimento ganhou um blog (http://livrolivreap.blogspot.com/) e teve várias ações de libertação no ano de 2009. A proposta do curso de Jornalismo da UNIFAP é retomar as ações.
Entre os livros libertos estarão dois de professores do curso: O crônicas faquianas, de autoria da professora Roberta Scheibe (editora UPF) e Bem Hur, uma vesão juvenil escrito pelo professor Ivan Carlo e publicado na coleção Clássicos da Literatura Juvenil, da editora Minuano.
Livro sobre roteiro nas livrarias de Macapá
O meu livro sobre roteiro para quadrinhos já está à venda nas livrarias Amapaense (Presidente Vargas) e Transa Amazônica (Padre Júlio).
Resultado da Congozada
Além da poluição sonora e do lixo, a Congozada teve mais um resultado: 2 mortes. Uma com facada e outra com tiro.
domingo, fevereiro 13, 2011
O resultado do carnamelody
Muito lixo e um cheiro insuportável de urina. Curiosamente, as lixeiras da praça ficaram vazias.
O mosquito da dengue agradece.
O mosquito da dengue agradece.
sábado, fevereiro 12, 2011
Que poder você gostaria de ter?
Acho que todo mundo já pensou em ter algum tipo de poder. Que poder você gostaria?
Ser de borracha, para poder driblar os problemas cotidianos.
Ter super-velocidade, para fugir dos bandidos.
Poder se dividir em vários para conseguir fazer todas as atividades do dia.
Eu gostaria de ter o poder do Lanterna Verde para criar uma cúpula de isolamento acústico e colocar lá dentro o pessoal da Congozada.
Ser de borracha, para poder driblar os problemas cotidianos.
Ter super-velocidade, para fugir dos bandidos.
Poder se dividir em vários para conseguir fazer todas as atividades do dia.
Eu gostaria de ter o poder do Lanterna Verde para criar uma cúpula de isolamento acústico e colocar lá dentro o pessoal da Congozada.
sexta-feira, fevereiro 11, 2011
Desenhista paraibano fará Kirby: Genesis
O desenhista paraibano Jackson Herbert (Jack Herbert), que trabalha para a editora Dynamite Comics, foi selecionado por Alex Ross, para assumir o título Kirby: Genesis.
Alex ross acompanhava o trabalho de Jackson na edirtora desde sua participação na minissérie Avengers/Invaders, após o termino de seu trabalho na revista Queen Sonja, Alex Ross convidou Jackson para produzir um one shot do personagem Scarb, para o projeto Super Powers.
Recentemente Jackson produziu 2 edições de Black Terror, personagem que também faz parte do projeto Super Powers de Ross.
A algum tem Ross já conversava com Jackson sobre o projeto Kibrby: Genesis, e o artista americano o selecionou para assumir o título.
O site CBR fez o anúncio oficial sobre o projeto e a participação de Jackson Herbert, bem como a opinião de Alex Rosso sobre o artista paraibano.
Clique aqui para conhecer o blog do artista.
Alex ross acompanhava o trabalho de Jackson na edirtora desde sua participação na minissérie Avengers/Invaders, após o termino de seu trabalho na revista Queen Sonja, Alex Ross convidou Jackson para produzir um one shot do personagem Scarb, para o projeto Super Powers.
Recentemente Jackson produziu 2 edições de Black Terror, personagem que também faz parte do projeto Super Powers de Ross.
A algum tem Ross já conversava com Jackson sobre o projeto Kibrby: Genesis, e o artista americano o selecionou para assumir o título.
O site CBR fez o anúncio oficial sobre o projeto e a participação de Jackson Herbert, bem como a opinião de Alex Rosso sobre o artista paraibano.
Clique aqui para conhecer o blog do artista.
Prioridades
Ontem estava conversando com um funcionário da Biblioteca Pública Elcy Lacerda. Ele lamentando a falta de estrutura, dizendo que vão ter que abrir com a biblioteca ainda em reforma, pois estão fechados há bastante tempo, e eu lhe perguntei qual é o orçamento anual da Biblioteca. Ele riu:
- Orçamento? Nós não temos orçamento.
Fiquei pensando aqui: isso é até justificável, já que o estado passa por uma crise sem igual. Mas então, porque o governo resolveu financiar a Congozada (carnaval fora de época que acontece na área residencial do Congós e este ano promete tocar só melody)?
Parece uma questão não de falta de dinheiro, mas de prioridade. O governo parece achar que financiar um bloco de melody é mais importante que formar novos leitores...
- Orçamento? Nós não temos orçamento.
Fiquei pensando aqui: isso é até justificável, já que o estado passa por uma crise sem igual. Mas então, porque o governo resolveu financiar a Congozada (carnaval fora de época que acontece na área residencial do Congós e este ano promete tocar só melody)?
Parece uma questão não de falta de dinheiro, mas de prioridade. O governo parece achar que financiar um bloco de melody é mais importante que formar novos leitores...
X-men first class
Foi divulgado o primeiro trailer de X-men first class, quarto filme da franquia que deu fôlego aos super-heróis na telona. Dessa vez, como o título sugere, será uma história de origem. O diretor é Matthew Vaughn, do ótimo Kick Ass. Estou botando fé nessa produção.
terça-feira, fevereiro 08, 2011
Coletânea reunirá contos queer
A editora Tarja está programando uma coletânea chamada A fantástica literatura Queer.
Segundo a Wikipédia, Queer literalmente quer dizer "Literalmente significa "estranho" ou "esquisito", mas a palavra foi usada em uma superposição de significado com a palavra queen, ou "rainha". Assim, seu significado completo seria de um homossexual masculino bastante afeminado, pois este seria ao mesmo tempo uma rainha e algo de muito estranho.Na verdade, a palavra Queer tem sido adotada pela comunidade LGBT no intuito de ser ressignificada. De um termo pejorativo, que colocava constantemente à margem os apontados por ela, a palavra Queer passou a denominar um grupo de pessoas dispostas a romper com a ordem heterossexual compulsória estabelecida na sociedade contemporânea, e mesmo com a ordem homossexual padronizante, que exclui as formas mais populares, caricativas e até artísticas de condutas sexuais. Assim, travestis, drag-queens, transsexuais e outras personagens consideradas estranhas, e por isso, não aceitas socialmente, ao se denominarem queer ganham espaço social e individualidade, se distanciando cada vez mais de conceitos tais como desviantes ou aberrações".
A Tarja define o livro que promove "a diversidade sexual na cultura brasileira, incluindo não somente a luta pela cidadania de gays, lésbicas e transgêneros, mas também a derrubada de tabus e preconceitos enferrujados dentro da nossa própria literatura".
Achei curioso e interessante e mostra a amplitude de possibilidades tanto da ficção científica quanto da fantasia.
Para maiores informações, clique aqui .
Segundo a Wikipédia, Queer literalmente quer dizer "Literalmente significa "estranho" ou "esquisito", mas a palavra foi usada em uma superposição de significado com a palavra queen, ou "rainha". Assim, seu significado completo seria de um homossexual masculino bastante afeminado, pois este seria ao mesmo tempo uma rainha e algo de muito estranho.Na verdade, a palavra Queer tem sido adotada pela comunidade LGBT no intuito de ser ressignificada. De um termo pejorativo, que colocava constantemente à margem os apontados por ela, a palavra Queer passou a denominar um grupo de pessoas dispostas a romper com a ordem heterossexual compulsória estabelecida na sociedade contemporânea, e mesmo com a ordem homossexual padronizante, que exclui as formas mais populares, caricativas e até artísticas de condutas sexuais. Assim, travestis, drag-queens, transsexuais e outras personagens consideradas estranhas, e por isso, não aceitas socialmente, ao se denominarem queer ganham espaço social e individualidade, se distanciando cada vez mais de conceitos tais como desviantes ou aberrações".
A Tarja define o livro que promove "a diversidade sexual na cultura brasileira, incluindo não somente a luta pela cidadania de gays, lésbicas e transgêneros, mas também a derrubada de tabus e preconceitos enferrujados dentro da nossa própria literatura".
Achei curioso e interessante e mostra a amplitude de possibilidades tanto da ficção científica quanto da fantasia.
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