No início dos 1970, um vaga-lume usando boina, cavanhaque, calça boca-de-sino e medalhão começou a surgir em escolas de todo o Brasil.
Batizado de Luminoso, o personagem aparecia desenhado nas orelhas de livros de títulos intrigantes como "O Escaravelho do Diabo" e "Menino de Asas". Usando expressões como "tudo joinha?", o inseto apresentava os enredos dos romances.
Boinas, medalhas e "joinhas" foram parar, há décadas, nos brechós, mas os livros de Luminoso continuam, como diria ele, "supimpas".
Lançada na virada de 1972 para 1973, a Série Vaga-Lume, coleção de romances infantojuvenis, chega aos 40 anos com mais de 70 livros em catálogo, num caso de inédita longevidade editorial. Leia mais
Fora da série Vaga-Lume, obras de Marcos Rey ganharão as telas
"Quanto?", exclamou Marcos Rey, quando, num almoço com os editores da Ática, em 1980, recebeu a primeira proposta para fazer um romance infantojuvenil."Quanto?", perguntou novamente, ao lhe informarem que a tiragem inicial poderia ser de 120 mil exemplares.
Rey, pseudônimo de Edmundo Nonato, era um autor bem estabelecido de contos e romances adultos, e estava acostumado a tiragens na casa de 3.000 exemplares.
A história, narrada na saborosa biografia "Maldição e Glória" (Companhia das Letras), de Carlos Maranhão, dá a dimensão do tamanho da aposta que Jiro Takahashi, editor da Ática, e Anderson Fernandes Dias, fundador da editora, fizeram em Rey.
Mas nenhum deles poderia imaginar quão longe o autor iria no gênero. O primeiro e maior sucesso juvenil, "O Mistério do Cinco Estrelas" (1981), com mais de 2,5 milhões de exemplares vendidos, ele concluiu em dois meses. Escreveria outros 15, incluindo os sucessos da Vaga-Lume "O Rapto do Garoto de Ouro" (1982) e "Um Cadáver Ouve Rádio" (1983).
Neste ano, os direitos destas três obras para o cinema foram compradas pela produtora RT Features, de Rodrigo Teixeira, e começam a ser filmadas no final de 2013. Leia mais