O termo 'gueto' é um exemplo de como as palavras, em sua viagem pelo tempo, às vezes resultam em um significado inteiramente distinto do seu sentido original. Gueto provém do latim 'jacere' (atirar), que é a raiz de palavras como 'projeto', 'injetar', 'adjetivo' e 'jato'. A palavra veneziana 'getto' era o nome de uma ilha onde existia uma fundição que fabricava peças para a artilharia da cidade. Mais tarde, quando os judeus de Veneza foram obrigados a viver nesta ilha, fugindo de perseguições, o local passou a designar uma zona isolada onde vivia um povo confinado.
O gueto de Veneza era uma área nobre da cidade, para onde iam cidadãos ricos, mas com o tempo a palavra gueto passou a designar locais para onde iam (forçados ou não) grupos étnicos, geralmente em péssimas condições de vida.
Grande parte dos guetos eram criados para judeus, um dos povos mais perseguidos na Europa. Até mesmo papas chegaram a criar ou recomendar a criação de guetos para a separação da população judaica.
Como os judeus não podiam comprar terras em outros locais, os guetos ficavam estreitos, altos e com casas superlotadas. As condições de higiene deterioravam de maneira assustadora, levando à proliferação de doenças. No gueto de Praga, o cemitério judeu ficou tão lotado que os mortos eram enterrados junto ao chão, sobre sepulturas antigas.
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