Os judeus chegavam viajavam em vagões de gado. Cada locomotiva
continha de 50 a
60 vagões, com seis a sete mil pessoas que viajavam apertadas, sem água ou
comida.
Quando os vagões estavam para entrar no campo, homens da
SS tomavam posição na plataforma de ferrovia e na área de recepção.
Quando os trens paravam, os portões eram abertos de uma
vez e os judeus saiam o mais rápido que podiam para evitar as chicotadas.
“Ficávamos numa plataforma comprida e estreita, cheia de
pessoas até o limite da sua capacidade. Todos rostos familiares – vizinhos e
conhecidos. A poeira era tão grande, ela obscurecia a luz do sol. O cheiro de
carne queimada sufocava a respiração. Sem saber de nada, eu dei uma olhada nas
montanhas de roupas, sapatos, roupas de cama e todo o tipo de utensílios que
podiam ser vistos além da cerca. Mas não havia tempo para pensar... A densa
massa de pessoas é empurrada e conduzida através de um portão...", lembra
um sobrevivente.
O ritual então podia variar. No campo de Treblinka, um
dos mais eficientes no holocausto, um oficial falava com os recém-chegas e
dizia que estavam num campo de trânsito e que deveriam tomar um banho por
razões higiênicas e ter suas roupas desinfetadas. Deveriam entregar todo o
dinheiro e valores aos soldados, pois, depois do banho, eles seriam devolvidos.
Na “quadra de despir”, os homens eram mandados para a
direita e as mulheres e crianças para a esquerda. Depois de despidos, os
prisioneiros entravam em um tubo que levava às câmeras de gás. Em alguns casos
os homens eram gaseados primeiro. Em outros casos, isso acontecia primeiro com
as mulheres e os homens deveriam ficar de joelhos na “quadra de despir”.
Em alguns casos separava-se, entre os homens, aqueles que
poderiam ser úteis, como os artesãos e pedreiros.
As vítimas eram trancadas em câmeras onde era expelido
monóxido de carbono. Em no máximo 30 minutos estavam mortas.
Enquanto o primeiro lote era assassinado, prisioneiros
limpavam os vagões nos quais eles tinham sido transportados. Depois de limpos,
os vagões eram empurrados para fora do campo para dar lugar à segunda leva de
vítimas.
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