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Dani sentou-se em um banco, no
corredor do shopping, num local afastado da praça de alimentação e Edgar fez o
mesmo. O professor não deixara de notar que Alan os observara atentamente
enquanto se afastavam. Mas estava ali e precisava conversar com ela.
- E então? – perguntou a moça.
Edgar pigarreou de leve, indeciso
sobre como começar.
- Bem, é sobre sua história.
- Minha história?
- Sim, há algo que me intriga
nela.
A moça olhou-o, intrigada:
- Como assim?
- Se você soubesse o que estava
acontecendo lá fora, todo esse apocalipse, eu conseguiria entender porque não
tentou voltar para casa. Mas, segundo suas próprias palavras, você só soube dos
zumbis muito depois. O que quero saber é porque não saiu e simplesmente pegou
um taxi quando percebeu que sua mãe não vinha?
A moça ficou em silêncio,
mordendo o lábio inferior.
- Então? – perguntou Edgar.
- Já ouviu falar em agorafobia?
- Agorafobia. Medo de locais
abertos, ou com muitas pessoas.
A moça fez que sim com a cabeça.
- Há quanto tempo você tem isso?
- Eu sempre percebi algo estranho.
Mas minha mãe não acreditava que realmente fosse algo grave. Até bem pouco
tempo. Eu estava começando um tratamento antes de começar essa coisa toda. Já
tinha visitado um psicólogo...
Edgar coçou o queixo:
- Isso pode vir a se tornar um
problema. Enquanto estamos aqui, no shopping, não haverá grande dificuldade,
mas se precisarmos sair...
- Eu não vou conseguir.
- Vamos precisar lidar com isso.
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