Uma
das grandes pistas de qualidade é o design do produto. Nele são apresentados
vários elementos que podem destacar o produto no ponto de venda,
diferenciando-o de todos os outros.
A
cor, por exemplo, é um elemento essencial. Um carro branco tem muito menos
valor do que um carro de colorido metalizado. A cor aí
está associada ao status.
Pense
na cor dos detergentes, usados para lavar louça. Você já viu um da cor marrom?
Provavelmente não, pois essa cor não passa a ideia de limpeza. Já a
transparência está intimamente ligada à higiene.
Certa
vez fizeram uma experiência para identificar os aspectos psicológicos
relacionados à cor dos alimentos. Fizeram dois pudins de baunilha, mas
colocaram corantes da cor marrom. Um deles recebeu pouco corante, o outro,
bastante. Serviram essas sobremesas para um grupo de pessoas e perguntaram qual
era o sabor. A resposta foi unânime: chocolate. Então perguntaram qual tinha
sabor mais acentuado de chocolate. A resposta: aquele que estava mais escuro
(pois tinha recebido mais anilina). A terceira pergunta pediu que o grupo
identificasse o mais cremoso. A resposta: o que estava mais claro.
A
cor pode ser usada para identificar o produto (o amarelo para a Maizena, o
vermelho para a Coca-Cola, o azul para a Pepsi) ou para dar uma pista de
qualidade (transparente, azul ou verde para produtos de limpeza).
As
imagens constituem outro elemento importante do design. É comum ter fotos de
pessoas que representam o público-alvo consumindo o produto ou fazendo
atividades que demonstrem benefícios (a embalagem do Nescau Cereal costuma
trazer pessoas praticando esportes).
Alguns
cuidados são importantes na hora de escolher uma imagem para a embalagem. Os
produtos alimentícios, por exemplo, apresentam fotos que provocam fome. A
comida é fotografada de cima para baixo, da posição que a pessoa vê quando está
comendo.
No
caso de lingerie, as fotos nunca apresentam o rosto da modelo, para que a
cliente possa “colocar seu rosto” ali, imaginando-se usando o produto.
Fotos
e desenhos esquemáticos, geralmente no verso da embalagem, também ajudam o
cliente a entender como usar o produto.
Outro elemento importante é a tipologia da
embalagem. Uma letra gorda em um produto light estraga toda a embalagem. Assim,
a escolha da tipologia é essencial para dar personalidade ao produto. Letras
mais joviais podem ser usadas em produtos para jovens. Letras tradicionais em
produtos cujo público seja conservador, ou que se queira dar um ar de
sofisticação.
Existe uma certa ordem das palavras na embalagem.
Primeiro, em destaque, vem o nome do produto. Depois vêm a designação do
produtos e as informações complementares, que comunicam os atributos dele.
Depois vêm os textos legais e obrigatórios, de acordo com a legislação.
A forma da embalagem é um elemento essencial para
passar a personalidade do produto. Ela pode servir para diferenciá-lo, como
aconteceu com a Coca-Cola, a aguardente Velho Barreiro e o queijo Polenguinho.
Também é um ótimo elemento para destacar o produto no ponto de venda. O Nescau
Cereal, quando surgiu, veio em uma embalagem grande, maior que a dos outros
cereais, que era um verdadeiro outdoor no ponto de venda.
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