Fornecer produtos novos é o mais difícil, porque o
consumidor não sabe que precisa de algo que ainda não conhece. Se perguntado,
nenhum cliente diria que gostaria de ter um iPhone ou um walkman ou um mp3 ou
um celular, antes que esses produtos existissem.
Pesquisas de mercado podem ajudar, mas exigem uma
leitura inteligente. Um exemplo: sabia-se que os leitores da Turma da Mônica
estavam envelhecendo e sabia-se que os mangás (os quadrinhos japoneses) estavam
fazendo cada vez mais sucesso. Numa leitura inteligente das tendências de
mercado, a Maurício de Souza Produções lançou a Turma da Mônica Jovem, uma
História em Quadrinhos (HQ) no estilo mangá, o maior sucesso do mercado
editorial nos últimos anos, tendo chegado a vender um milhão e meio de
exemplares por mês.
Se as pesquisas de mercado, por si só, não
permitem identificar oportunidades para produtos novos, como fazer?
Uma das formas é manter aberto um canal para
sugestões de novos produtos. Funcionários, por exemplo, por lidarem diretamente
com clientes e com o produto, podem perceber oportunidades de inovação mesmo
nos erros. Exemplo disso foi o Post-it, que
surgiu de um produto que tinha dado errado (uma cola que descolava com muita
facilidade) e foi inventado por um funcionário.
Existem empresas que têm programas de incentivo a
novas ideias. A Todeschini, considerada pela revista
Exame uma das melhores empresas para trabalhar no Brasil, premia novas
ideias que são colocadas em prática com uma moeda própria, a Libra Sisterlina.
Esse dinheiro fictício pode ser convertido em reais e sua cotação está atrelada
às metas atingidas. Ou seja, quanto mais metas são atingidas maior a
cotação.
Walt Disney pagava por cada boa ideia de gag
humorística que seus desenhistas tivessem.
Outra forma é estabelecer um canal por meio do
qual os clientes possam enviar sugestões. Os bons SAC (Serviço de Atendimento
ao Cliente) costumam ser ótimas fontes de ideias para novos produtos.
Outra forma de encontrar novas soluções é o
chamado modelo de revolução estratégica. Exemplo desse modelo foi o que
aconteceu com a GE. O diretor-presidente da empresa, Jack
Welch, solicitou a cada divisão da GE que encontrasse uma ou duas ideias
revolucionárias que elevassem significativamente tanto o desempenho da empresa
quanto suas vendas e lucros. Ele não queria melhorias, queria um raciocínio
revolucionário.
Os gerentes, normalmente acostumados a fazer as
coisas sempre da mesma maneira, tiveram que se reunir e encontrar soluções que
permitissem a descoberta de novos clientes ou segmentos, novos produtos, novas
características para produtos já existentes e novas estratégias de vendas.
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