Ele não se tornou propriamente um mendigo, mas chegou
muito perto disso. Em 1907, ele sacou toda a herança deixada pelo pai e partiu
para Viena, na Áustria, onde pretendia entrar na famosa Academia de Belas-artes
de Viena. Ele fez os exames sem conseguir êxito, mas ficou por lá mesmo, para
fazer novas tentativas. Com o tempo, o dinheiro da herança foi acabando e em
1910 ele deixou de receber a pensão a que tinha direito como órfão.
Ele foi ficando cada vez mais isolado e excêntrico. Ele
perambulava pela cidade como um vagabundo, dormindo em quartos baratos ou
abrigos municipais, alimentando-se de pão, leite e da sopa distribuídas nas
igrejas. O pouco dinheiro que tinha vinha de pinturas que ele fazia de
edifícios famosos da capital austríaca e que vendia como cartões postais.
Segundo o historiador Sebastian Haffner, os mendigos o
chamavam de Ohm Kruger.
Era conhecido pelos desocupados como indolente e
mau-humorado, mas muito austero, pois nunca bebia, não fumava e nunca era visto
com mulheres.
Suas únicas paixões eram a ópera e a política. Ele falava
sobre a superioridade da raça ariana a qualquer hora, a qualquer um que tivesse
disponibilidade para ouvi-lo e ficava particularmente histérico quando
discursava sobre o perigo que os judeus representavam para o glorioso povo
alemão.
Ele gostava também de ler jornais, especialmente os de
conteúdo anti-semita.
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