Na Dinamarca desde o início do século XX os homens,
quando fazem o alistamento militar, são obrigados a se submeterem a um teste de
inteligência, o QI. Isso permitiu medir e comparar a inteligência, geração a
geração. E aconteceu algo estranho: depois de crescer continuamente durante
todo o século XX, a inteligência média começou a cair, a partir de 1998. Uma média
de 3 pontos a cada 10 anos. E não é um fenômeno isolado. Em diversos outros países,
em que o teste de QI é comum, o índices de inteligência só têm caído.
O tema é tão relevante que ganhou capa da revista
Superinteressante de novembro de 2018.
Os dados são assustadores e preocupantes. Afinal, na comparação
com outros animais, somos inferiores fisicamente. O que permitiu ao homem não só
sobreviver, como dominar o planeta, foi a inteligência e a capacidade de adaptação.
Com a inteligência decaindo, qual será o futuro da humanidade? Exemplo perfeito
dos riscos dessa queda na inteligência são as campanhas contra as vacinas, que
circulam nas redes sociais, que já provocaram mortes e volta de doenças
erradicadas.
Há duas hipóteses para esse fenômeno. O primeiro é que
as pessoas inteligentes estão tendo menos filhos, enquanto as pessoas burras
continuam tendo muitos filhos. A segunda é que as redes sociais estão tornando
as pessoas mais burras. Provavelmente é uma junção das duas coisas.
As redes sociais como promotoras de burrice é um fenômeno
visível: temos a difusão de aberrações como terra plana, campanhas anti-vacinas,
campanhas contra o ensino da teoria da evolução e sentimento anti-intelectual e
anti-ciência que têm se disseminado pelas redes (basta lembrar que o guru da
nova geração é justamente alguém que se destacou pelo anti-intelectualismo e
pelas ideias anti-ciência).
Essa burrice generalizada também é cada vez mais visível
nos comentários de matérias seja em sites de notícias ou no Facebook. No blog
eu fui obrigado a bloquear os comentários. A pessoa discordava de mim, mas não
apresentava argumentos, dados, nada. Eram apenas ofensas e frases de efeito. Na
era da burrice, uma frase feita vale por mil argumentos.
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