O autismo é um transtono pouco conhecido na
nossa sociedade. Muitas pessoas que apresentam sintomas de espectro autista não
sabem, pois na maioria das vezes se imagina o autista como alguém incomunicável,
incapaz de viver em sociedade.
Só por ajudar a diminuir esse estígma a série
Atypical já tem seu mérito. Criada pela roteirista Robia Rashid, a série conta a história de Sam,
um rapaz de 18 anos que trabalha em uma loja de aparelhos eletrônicos, está
terminando o ensino médio e precisa lidar com novos desafios, como a ida para a
faculdade, a adolescência e o relacionamento com uma namorada. Fascinado pela Antártica,
ele narra em off os episódios, fazendo sempre referência a pinguis e outros
animais antárticos. A narrativa que lembra seriados célebres, como anos incríveis,
tem uma razão muito bem definida em Atypical: é Sam contando para sua terapeuta
os acontecimentos e comentando-os.
Kier Gilchrist, o ator que vive o protagonista
tem uma atuação realmente digna de nota. Sem exageros, ele consegue interpretar
alguém com espectro autista de forma realmente marcante. Pequenos detalhes,
como tiques caracterizam a psiquê do personagem.
Atypical consegue mostrar como pequenas coisas,
como dormir pela primeira vez fora de casa, podem ser grandes desafios para
pessoas com espectro autista – e como esses podem ser capazes de superar esses desafios.
Além disso, há um bom elenco de apoio, com
tramas paralelas que conseguem sustentar a atenção do público.
O sucesso do seriado, que já está em sua segunda
temporada, deve ajudar a dar visibilidade para o tema. Muitos pais não procuram
orientação por não saberem que seus pais são autistas, em especial quando se
trata de casos leves.
A principal característica do autismo é a
dificuldade de estabelecer relações sociais. Foco em um único tema,
comportamentos repetitivos, dificuldade para lidar com som alto, inabilidade
social e rituais são algumas das características. Uma curiosidade é que muitas
pessoas com espectro de autismo gostam de colecionar coisas e organizar a coleção
é uma atividade prazerosa para eles (daí pode-se adivinhar que muitas pessoas
no meio nerd tenham algum nível de autismo).
Em tempo: leia aqui uma matéria com as principais características do autismo.
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