Em 1975 um agente literário procurou a direção
das duas maiores editoras de quadrinhos dos EUA com uma proposta que
considerava um sucesso certo: um encontro entre os heróis mais populares de
cada editora. O encontro levou a uma enorme negociação, que delimitava, entre
outras coisas, que nenhum herói teria mais protagonismo que outro ou seria
mostrado como vilão.
Para escrever a história, a DC escolheu o jovem
Gerry Conway, que com apenas 23 anos já era uma estrela dos comics, com uma
memorável passagem pela Marvel e na época trabalhando na DC. O desenho ficou
por conta de Ross Andru com arte-final de Dick Giordano.
O resultado foi um dos momentos mais clássicos
dos quadrinhos de super-heróis. É uma revista totalmente antológica, a começar
pela capa, com os heróis prontos a se enfrentar em uma linda composição com a
cidade em perspectiva abaixo. Uma capa tão icônica que foi depois imitada e
homenageada dezenas de vezes.
E o desenho interno é certamente espetacular.
Ross Andru é um dos melhores desenhistas de heróis de todos os tempos – e esse
certamente é seu melhor trabalho, especialmente nas splash pages. É um trabalho
tão bom que quando chamaram Garcia-Lopez para fazer o outro crossover, do Hulk
com o Batman, e mostraram o encontro anterior, o desenhista argentino duvidou
que conseguiria fazer algo à altura (conseguiu).
O roteiro é competente, divertido e explora
muito bem os personagens. Conway havia escrito ambos os heróis e conhecia bem
suas características, personagens secundários, estilo das histórias. A trama é
simples: dois vilões, Lex Luthor e Dr. Octopus, se unem para derrotar os seus respectivos
heróis – e claro que a trama envolve fazer os dois lutarem entre si, o que
proporciona os momentos visualmente mais impressionantes da HQ. Pena que no
formatinho da Abril muito dessa arte se perca.
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