Green book era uma espécie de guia turístico para negros em viagem
ao sul dos EUA. Em uma época de extrema segregação e racismo, o livro mostra os
locais onde negros poderiam se hospedar sem correr o risco de levar uma surra.
Green Book é o título do ganhador do Oscar de melhor filme de
2018.
Na história, um brutamontes italiano é contratado como motorista
de um famoso pianista negro em turnê pela região sul dos EUA.
O que chama a atenção logo de cara é a inversão que o filme
apresenta: um branco trabalhando para um negro em uma época em que isso era
praticamente impensável.
Mas o filme vai muito além disso, mostrando uma relação complexa
entre empregador e empregado. Tony Lip é um sujeito preconceituoso, como vemos
logo no início quando ele joga fora os copos em negros que faziam serviço em
sua casa beberam água. Mas, no convívio com o pianista Don Shirley passa a
rever seus conceitos enquanto passam por regiões dos EUA em que um negro pode
ser preso apenas por sair de casa à noite.
A relação dos dois é muito bem construída, indo do estranhamento
inicial à amizade (que se prologou por toda a vida dos dois). A viagem torna-se
uma jornada na quais os dois saem transformados.
Peter Farrelly, o diretor, consegue equilibrar perfeitamente
denúncia social, humor e drama. Em um ano em que a concorrência ao Oscar
apresentou obras-primas, como Roma e Infiltrado na Klan, Green Book mereceu o
prêmio.
Uma curiosidade: um dos autores do roteiro é Nick Vallelonga, filho
de Tony Lip na vida real.
Sem comentários:
Enviar um comentário