terça-feira, abril 23, 2019

Micronautas



Na década de 1970 a Marvel era mais do que nunca a Casa das ideias. Enquanto a DC patinava, a Marvel lançava diversas séries que se tornariam sucesso de público e clássicos dos quadrinhos. Um desses clássicos é a série Micronautas, de Bill Mantlo (roteiro) e Michael Golden (desenhos).
Micronautas, uma curiosa mistura de Guerra nas Estrelas com Terra de Gigantes mostrava um grupo de pequenos rebeldes que vem para nosso mundo após sua dimensão ser dominada por um vilão, o Barão Karza (um personagem muito parecido com Dart Vader, diga-se de passagem). Em nosso mundo os personagens e suas naves eram pequenos como brinquedos.
Os personagens eram baseados em uma série de brinquedos japoneses chamados microman e lançados nos EUA pela Mego como Micronauts.
A ideia de transformar esses brinquedos toscos em uma história em quadrinhos veio do roteirista Bill Mantlo ao observar o filho brincar com um dos presentes que ganhara de Natal. Especializado em histórias de fantasia e FC, com passagens memoráveis pelo Hulk e Rom (que era também baseado em um brinquedo), o roteirista conseguiu convencer o editor-chefe da Marvel, Jim Shooter a lincenciar os direitos dos personagens. 
Os brinquedos que deram origem aos quadrinhos

Mantlo conseguiu dar profundidade à história, incluindo detalhes como o fato de que o Barão oferecia à elite aliada a imortalidade através da troca de corpos (de opositores ou das classes mais baixas).
Para ilustrar a HQ fizeram uma aposta arriscada: escalaram Michael Golden, até então desconhecido. Golden começa de forma insegura (e convenhamos que o material original, os brinquedos, não ajudavam). Mas consegue uma grande evolução já ao longo da primeira história. Com o tempo ele se tornaria um dos mais cultuados desenhistas da Marvel, com um estilo que se preocupava pouco com regras anatômicas, mas era muito expressivo e inovador, sendo uma das principais referências de artistas como Arthur Adams e Todd McFarlane.
Lançada em 1979, a revista dos Micronautas ganhou o Eagle Award daquele ano como a melhor estréia nos quadrinhos.
Essas histórias foram publicadas no Brasil na revista Heróis da TV, arrebatando uma legião de fãs, especialmente para o desenhista. Infelizmente a Abril não publicou todas as 59 histórias, deixando a saga incompleta.

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