O roteirista Geoff Johns e o desenhista Gary Frank
foram responsáveis por uma das fases mais interessantes do Homem-de-aço em época
recente. Foram histórias que se tornaram imediatamente clássicas. E o melhor
dessa fase foi o encontro do Superman com a Legião dos Super-heróis.
Na história, Superman recebe um pedido de socorro e
uma cápsula do tempo enviadas por brainiac 5. Ao viajar para o século 31, o
herói descobre que a Terra se tornou uma distopia. Membros rejeitados pela
Legião se uniram, formando a nova Liga da Justiça, e transformaram o planeta
numa ditadura xenofóbica. Mas a ida do Homem de aço para o futuro pode ter sido
um erro: o sol se tornou vermelho, tirando boa parte de seus poderes. Se o
herói morrer no futuro, o que pode acontecer com a realidade?
Geoff Johns usa como fio motor da história o fato
de grande parte da Legião ser formada por extraterrestres e cria uma metáfora
política. Assim, a nova Liga introduz uma cruzada contra extraterrestres,
aprisionando-os ou simplesmente levando-os ao exílio. Mas há um problema aí: no
futuro a figura do Superman é simplesmente idolatrada pela população. Como
adequar isso a essa campanha? Inventando que o Homem de aço não veio de
Kripton, mas nasceu na Terra e lutou a vida inteira contra alienígenas,
incluindo Ajax, o caçador de Marte. Ou seja: criam uma campanha xenofóbica a
partir de uma fake News.
O prelúdio da história é genial: um casal vê seu
planeta ser destruído e envia seu único filho ao planeta Terra. Aqui a nave é
encontrada por um casal de lavradores, que simplesmente mata o bebê. Essa
sequência, além de ecoar a própria origem do super-homem, também mostra o
quanto a realidade foi alterada a partir do boato criado pelos vilões.
Outra grande sacada foi a percepção de que os membros
rejeitados da Legião o foram não apenas por não dominarem seus poderes, mas por
terem problemas de caráter, como tendências psicóticas. Aliás, o trecho que
mostra a nova Liga detalha isso: são obcecados por poder, depravados, têm ódio
por terem sido rejeitados.
Geoff Johns maneja muito bem tanto esses momentos
barra-pesada quanto os momentos idílicos, como os flash backs que mostram o
primeiro encontro do Superboy com a Legião. Aliás, ele é um dos roteiristas que
melhor entenderam o Homem de aço e o que ele representa.
Já o desenho de Gary Frank é simplesmente
encantador. Ele caracteriza o Superman exatamente como Christopher Reeve no
antológico filme da década de 1980, o que, por si só já agrada aos fãs. O mesmo
vale para sua representação da Legião: é soberba, especialmente nas cenas em
aparecem muitos personagens.
Sem comentários:
Enviar um comentário