Sucesso absoluto da Marvel
durante mais de duas décadas, a revista do Conan, quando surgiu, demorou para
acertar. O texto de Roy Thomas, embora fosse competente, ainda parecia muito
preso ao gênero super-heróis e o desenho de Barry Windsor-Smith titubeava,
imitando Jack Kirby e guardando pouca relação com as histórias de espada e
magia. O número 3 ficou tão fraco que Thomas preferiu não publicá-lo na
sequência, dando tempo para que Windsor-Smith pudesse fazer as alterações no
desenho.
A adaptação do conto A
torre do elefante, publicada no número quatro da revista foi o ponto de virada
que fez com que o título começasse a seguir o estilo pelo qual ficou conhecido.
Segundo Roy Thomas,
“ilustrar um texto do próprio Howard em vez de trabalhar apenas com meus
enredos deve ter sido extremamente inspirador para Barry Smith, cuja arte ficou
maravilhosa. Esse foi o nosso divisor de águas, ambos nos demos conta de que podíamos
esquecer os três primeiros números, pois em CB 4 estabelecemos o padrão de
qualidade a ser mantido”.
O padrão de qualidade
estava não só na arte, mas também no roteiro. Nas histórias anteriores, Conan
parece um personagem convencional de espada e magia, um benfeitor que livra
fazendeiros de um feiticeiro, por exemplo. O Conan anti-herói, puramente
bárbaro, cuja moralidade se distancia da moralidade civilizada, vai surgir nos
quadrinhos nessa adaptação da Torre do elefante.
Os desenhos de Barry
Windsor-Smith também melhoram muito, em especial na sequência da subida da
torre. O detalhamento das pedras encrustadas na parede da torre é um dos pontos
altos da HQ, sendo superior, inclusive à versão que seria feita, anos depois,
por John Buscema. Tínhamos ali uma antecipação do que o desenhista viria se
tornar.
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