sexta-feira, maio 22, 2020

A criada


A criada é o novo filme do cineasta sul-coreano ParkChan-Wook, conhecido no Brasil por Oldboy. A trama se passa durante a II Guerra Mundial, quando a Coréia foi invadida pelo Japão e trata de um golpe: um falso conde pretende conquistar uma rica moça japonesa, casar com ela e interná-la em hospício, apropriando-se de sua fortuna. Para isso, ele introduz na casa uma criada de confiança, que o ajudará em seus planos. A moça vive em uma mansão construída por seu tio, um pervertido, que treinou a sobrinha para ler contos eróticos para uma plateia seleta e pretende se casar com ela para ficar com sua herança. O golpe, entretanto, se complica quando a criada se apaixona pela patroa.
O filme é construído em três atos, cada um mostrando o ponto de vista de um personagem – e aí está a grande sacada do roteiro: uma mesma cena adquire outros significados de acordo com o olhar de cada personagem. Isso permite ao diretor introduzir viradas na trama, surpreendendo o expectador quando ele parece ter certeza do que está acontecendo.
A única certeza desse filme é: nada é o que aparenta ser.  
Soma-se a isso a ambientação estranha, uma mistura de roupas e arquitetura inglesas, coreanas e japonesas, os personagens bizarros, a sensualidade única, o cuidado apurado com o cenário e suas simbologias e a violência, que finalmente explode no final – tudo é desconcertante nesse filme.
A criada é um daqueles tesouros escondidos da Netflix.

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