segunda-feira, setembro 28, 2020
Viúva negra – a mais fria das guerras
Gerry Conway é um caso interessante de roteirista. Ele consegue ser muito bom quando trabalha com grandes artistas, como Garcia-Lopez. Vide a obra-prima Esquadrão Atari. Mas é totalmente mediano quando é ilustrado por desenhistas menos eficientes.
Um exemplo dessa última categoria é a graphic novel Viúva negra – a mais fria das guerras, desenhada por George Freeman.
A história começa bem, com a espiã impedindo a venda de um disquete com informações secretas do departamento de defesa dos EUA.
Ela é então abordada por agentes da KGB que lhe revelam que Alexei Shostakov está vivo. Paixão da vida de Natasha Romanov, ele era também o herói russo Guardião Vermelho. O personagem havia aparentemente morrido em uma aventura antiga dos Vingadores, quando a base onde estava foi destruída.
Os agentes usam essa informação para chantagear a viúva e obrigá-la conseguir informações secretas da SHIELD – se ela não o fizer, ele será morto.
Vindo da escola Stan Lee de roteiro, Conway dependia demais da narrativa visual do desenhista e a de Freeman não era das melhores, com muitos quadros por página e pouco uso de quadros de impacto. Ou seja: a história não tinha o ritmo narrativo adequado, mas mesmo assim se sustenta.
O final, entretanto, é forçado, com uma solução praticamente tirada da cartola e pouco condizente com a personagem conhecida por sua astúcia.
Entretanto, embora não seja uma grande obra, é uma leitura divertida e descomprometida.
Essa história foi publicada no número 7 da coleção Graphic Marvel, da editora Abril.
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