Ágora é um filme de 2009, Alejandro Amenábar, sobre a filósofa Hipátia, uma das mentes mais brilhantes de sua época e que acabou morrendo nas mãos dos cristãos depois de ter sido torturada e humilhada por eles.
A película permite uma reflexão sobre vários assuntos e torna-se, desde já, grande candidato a ser exibido em aulas de história e filosofia, à semelhança de O nome da Rosa.
Além das questões filosóficas levantadas no filme (curioso ver os filósofos discutindo o sistema de Ptolomeu em que os planetas tinham uma órbita em torno da terra e uma outra órbita em torno de si mesmos), há as questões teológicas e históricas.
Os cristãos daquela época eram o equivalente hoje dos fanáticos islâmicos. A destruição da Biblioteca de Alexandria pelos cristãos foi um crime contra humanidade equivalente ou até maior que a destruição do World Trade Center. Em termos culturais, maior, pois muito do conhecimento acumulado à época se perdeu. Na cena, Amenábar simplesmente inverte a câmera para mostrar que o mundo virou de cabeça para baixo.
O mais triste é perceber que as lições de Ágora ainda não foram aprendidas.
Ps: Quem me apresentou esse filme foi um ex-amigo, que virou bolsonarista e hoje em dia diz que a Hipátia era comunista e que esse filme é marxismo cultural. Se a filósofa voltasse hoje em dia, tenho certeza de que ele seria um dos que ajudariam a matá-la, rasgando-a com conchas e chamando-a de comunista.
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