quinta-feira, novembro 19, 2020

Bohemian Raphsody

 

Confesso que acompanhei pouco a carreira do Queen (exceto, claro, a música tema de Flash, provavelmente a melhor coisa do filme). Assim, para mim o filme de Bryan Singer foi uma agradável surpresa. Diretor, roteiro, tudo afinado. Mais do que uma biografia, é um musical. O filme se debruça menos em contar a história do grupo e mais nas razões de seu sucesso. A voz incrível e a interação com a platéia (transformando-a em parte do show), a banca competentíssima. Músicas inteiras são tocadas, em especial, e isso não parece enrolação. Há tempos não via um musical tão bem conduzido. E a caracterização de Rami Malek como Fred Mercury é simplesmente impressionante. É como se tivessem clonado o cantor. 
O final, com a apresentação no Live Aid é apoteótico. 
No entanto, é curioso observar como tanta coisa mudou de lá para cá. Em 1985 uma das maiores figuras da música era um refugiado paquistanês gay, tendo o seu maior momento em um evento em prol das pessoas que passavam fome na África. Hoje, a intolerância é cada vez maior, refugiados são tratados como escória e se fala em guerra contra países em que pessoas passam fome.

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