Fundo do baú - A gata e o rato

A gata e o rato era um seriado policial que se diferenciava da concorrência pelo uso do humor e a química entre os dois protagonistas. Criado por Glenn Gordon Caro, o seriado estreou em 1985 e foi exibido até 1989, alavancado a carreira de Bruce Willis, até então um total desconhecido.

Na série, a ex-modelo Maddie Hayes (interpretada por Cybill Shepherd) sofre uma desfalque de seu contador e, para cobrir o prejuízo, resolve vender suas empresas, entre elas a Lua Azul, uma firma de detetives, chefiada por David Addison (interpretado por Bruce Willis), que tenta a todo custo convencê-la a ficar com a empresa. Quando os dois acabam resolvendo um caso, Maddie resolve não só ficar com a empresa, mas também trabalhar junto com David.

Começa aí uma parceria que era todo segredo do sucesso do seriado.   Shepherd e Willis tinham química. A relação entre eles soltava faíscas e era repleta de insinuações sexuais sem de fato nunca se realizar – os dois nem mesmo se beijavam. Willis também fugia completamente do padrão dos galãs, ao puxar o seu personagem muito mais para o humor (anos depois ele também revolucionaria as histórias de ação ao interpretar o protagonista de Duro de Matar).

Os dois passavam a maior parte dos episódios brigando (daí o título em português, a gata e o rato) e, em meio a essas brigas, resolviam casos policiais.

Os roteiros também eram muito bem elaborados e exploravam tanto a química entre os dois quanto os nuances das histórias policiais. Em “O próximo assassinato que você escuta no rádio”, por exemplo, eles decidem investigar a morte de um radialista como forma de conseguir publicidade para a firma. Mas, ao ouvir as os áudios do programa, Maddie se apaixona pelo apresentador. Lá pelas tantas eles descobrem que o homem na verdade está vivo, mas na sequência ele se torna principal suspeito de um assassinato numa reviravolta sensacional. Lá pelas tantas Bruce Willis solta uma fala que define bem o personagem: “Dia desses eu estava aqui no bar e três garotas se interessaram por mim. Eu disse a elas: - sou um cara convencional, uma de vocês vai ter que desistir!”.