A fase de Peter David no incrível Hulk pode não ter sido
genial, mas sempre gerou
boas histórias, que escapavam do senso comum mesmo no período
mais negro dos quadrinhos (os anos Image). A história publicada no número 419
do título, desenhada pelo brasileiro Roger Cruz, exemplifica bem isso.
Na história, Rick Jones acabou de se casar e o Hulk (nessa
época ele se tornara inteligente) valsa com sua amada Betty Ross.
É quando surge, para estragar a festa, um Skrull, Talos. Até
aí tudo dentro do esperado. O diferencial aí é que o vilão quer... ser morto
pelo Hulk! A razão é que ele nasceu “defeituoso”, ou seja, sem a capacidade de
se transformar. Ao invés disso, é extremamente forte: “Se não pertencesse à
família real, teria sido morto ao nascer! Eu supri essa deficiência com força
bruta! Conquistei! Chacinei! Ninguém era mais temido e respeitado do que eu!
Então veio o dia e que caí numa covarde armadilha Kree! Eu poderia ter mordido
a cápsula letal em minha boca... ter sido um cadáver em vez de um prisioneiro!
Seria honroso! Mas, pela primeira vez em minha vida... eu tive medo”.
A motivação do antagonista: ser morto pelo Hulk. |
Incapaz de se matar, o srkrull decide provocar o Hulk para
que este o mate. Só por essa premissa a história já valeria a pena. Mas, usando
e seu pendão natural para o humor, Peter David ainda acresenta um final
totalmente irônico.
Os desenhos de Roger Cruz não decepcionam, mas infelizmente
naquela época todo mundo era orientado a copiar os desenhistas da Image,
inclusive na diagramação. Para um bom desenhista era como piorar seu desenho
para acompanhar uma moda.
No Brasil essa história foi publicada em O incrível Hulk 163,
da editora Abril.
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