sexta-feira, julho 02, 2021

Propagandas que não parecem propaganda

 

Uma das estratégias da Bombril era satirizar ou homenagear figuras famosas

 

                Goebbels, o ministro da propaganda nazista afirmava que uma propaganda não deve parecer como tal. Não precisamos ir muito longe para descobrir como esse conceito foi apropriado por praticamente toda a propaganda e publicidade ocientais desde então.        Quando pensamos em publicidade, nos vem logo à mente de nós, brasileiros, aquele comercial da Bombril. Todo mundo conhece. O garoto bombril vai lá, canta, conta piadas, faz algumas palhaçadas, e todo mundo acha graça. Tem gente que até corria para a frente da TV quando percebe que é ele. É uma propaganda que não parece propaganda. Parece mais uma piada, não é? Lembram do primeiro comercial dessa série? O garoto bombril aparecia imitando aqueles políticos bem característicos e convencia a amiga eleitora a eleger bombril, “o único que tem passado limpo”. Não é por coincidência que fez tanto sucesso. O garoto fazia aquilo que todo brasileiro adora fazer: ridicularizar os políticos.

                Mas não, não precisa ser engraçado para funcionar. Todo mundo deve se lembrar daquele belíssimo filme em que dois garotos brincam em um daqueles cavalinhos de circo. Um deles era um menino de rua, o outro um portador de síndrome de dawn. Quem não se emocionou com aquele comercial?

                Outro igualmente famoso e emocionante foi o do primeiro sutiã. Você lembra? A mocinha começa a perceber que seus seios estão crescendo. No vestiário, ela sente inveja das amigas que já usam sutiã. Quando chega em casa, seu pai deixou sobre a cama um presente: um sutiã. A moça o experimenta alegre da vida e termina o filme com ela andando na rua e a locução: “O primeiro sutiã a gente nunca esquece”. Parece mais um filme, com início, meio e fim.

                Quando se pensa em fazer publicidade, a idéia mais óbvia é mostrar o produto e dizer: compre isto! O preço é este. Compre! Esse tipo de comercial pode até funcionar com produtos caros, que necessitem de muita informação para se determinar a escolha. É o caso, por exemplo, de um carro. Mas nem sempre isso funciona, pois todos nós temos uma certa aversão à propaganda. Todo mundo pensa em trocar de canal quando começa o intervalo, mas quem consegue resistir a uma propaganda bem feita?

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