O homem-máquina é um personagem terciário da Marvel. Um daqueles heróis que só apareciam como coadjuvantes em histórias de outros personagens mais famosos. No entanto, em 1984, ele ganhou uma minissérie em quatro partes realmente memorável.
A razão dessa série ser tão memorável pode ser resumida em um nome: Barry Widsor-Smith.
A minissérie se passava no ano de 2020 (futuro longíncuo naquela época) e mostrava um robô em uma fábrica descartando uma caixa antiga, que é enviada para o lixão. Lá são resgatados pelos sucateiros, foras da lei especializados em coletar lixo tecnológico para construir suas próprias máquinas.
Mas a descoberta faz com que eles sejam duramente perseguidos por Sunset Bain, a proprietária da Baintronics, a empresa que monopoliza o mercado mundial de robótica. A caçada inclui até mesmo um Homem de Ferro numa versão futurista.
O roteiro é de Tom DeFalco e, como se vê, não é nenhuma obra-prima, embora seja divertido e tenha algumas boas sequências. Mas, como disse, o diferencial é Barry Widsor-Smith. No começo, a HQ tinha esboços de Herb Trimpe e apenas a finalização era do desenhista britânico. Mas no último número ele assumiu totalmente a arte e mostrou porque é considerado um dos melhores artistas do mercado americano de todos os tempos.
Widsor-Smith era muito detalhista – e a história de um homem máquina era o elemento perfeito para ele demonstrar toda a sua aptidão. Em uma das sequencias de luta, o herói perde boa parte do revestimento da cabeça e vemos uma profusão de fios, circuitos e peças que, curiosamente, conseguem dar personalidade a uma máquina.
A história vale também como curiosidade sobre como se imaginava 2020 no ano de 1984. Por um lado o roteiro acerta, ao mostrar pessoas viciadas numa espécie de rede social. Por outro lado, temos carros voadores, motos voadoras e toda uma tecnologia que ainda está muito longe de ser alcançada.
Essa história foi publicada no Brasil em heróis da TV e, mais recentemente, pela Panini numa edição com uma linda capa de Widsor-Smith com detalhes metálicos que valorizam ainda mais o desenho.
1 comentário:
Tenho,uma obra prima.
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