quarta-feira, setembro 15, 2021

Drive - filme valoriza os silêncios

 


Um roteiro de filme, para ser bom, não precisa de longos diálogos. Essa é uma visão equivocada provocada, provavelmente, pelo sucesso dos filmes de Tarantino. Muitas vezes a força de um filme pode estar justamente nos silêncios.

Drive, filme de Nicolas Winding Refn escrito por Hossein Amini, de 2011, é um ótimo exemplo disso.

A trama conta a história de um motorista que trabalha como dublê e mecânico durante o dia e à noite aluga seus serviços a assaltantes, tirando-os da cena do crime e despistando a polícia. É tão bom nisso que jamais foi pego. Ele está em vias de se tornar um motorista de corridas oficial quando conhece uma vizinha e se apaixona por ela. Mas a moça é esposa de um ladrão, que é libertado, mas se vê numa sinuca de bico: os antigos empregadores querem que ele cometa um assalto para pagar uma “dívida de proteção” ou irão atrás da esposa e do filho. O motorista se oferece para ajudá-lo na fuga. Mas tudo dá errado, o assaltante é morto e parece haver algo por trás do dinheiro roubado que pode levar todos à morte.

A sequência inicial, com o motorista ajudando dois ladrões a fugirem é uma obra-prima de direção e roteiro. Praticamente sem diálogos, conseguimos captar tudo: como o motorista consegue despistar a polícia, a tensão do momento, a personalidade do protagonista.

As cenas dele com a garota também têm diálogos minimalistas. A relação entre os dois se estabelece principalmente em olhares, que revelam mais que palavras. Além disso, temos o uso muito competente de trilha sonora e da câmera lenta. Acrescente a isso uma traba bem elabora, cheia de reviravolta e temos um filme que funciona perfeitamente.

Em tempo: Drive está disponível no Amazon Prime Vídeo.

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