No ano de 1997, os
Vingadores, o Quarteto Fantástico e alguns dos principais heróis da Marvel
foram aparentemente mortos ao tentar conter uma ameaça chamada Massacre.
No mesmo ano, para
substitui-los, a Marvel lançou uma nova equipe de heróis, os Thunderbolts, com
roteiro de Kurt Busiek e arte de Mark Bagley. A equipe estreou numa aventura do
Hulk escrita por Peter David e desenhad por Mike Deodato Jr. Era um teste e
agradou os leitores.
Quando a revista finalmente
foi lançada, o impacto foi enorme, principalmente graças à reviravolta final:
os Thunderbolts eram, na verdade, os vilões Mestres do Mal, liderados pelo
Barão Zemo. A ideia de Zemo era aproveitar o vácuo deixado pelos heróis,
substitui-los e, assim, conseguir informações privilegiadas.
A ideia tinha ocorrido a
Busiek anos antes, quando dirigia para visitar os pais. Para se manter
acordado, ele bolava histórias para os vingadores e, numa delas, a equipe
Mestres do Mal se fazia passar por um novo grupo de heróis para aos poucos
substituir os vingadores
A equipe era formada por
Zemo, ironicamente rebatizado de Cidadão V (um herói dos anos 40 que foi morto
pelo pai nazista de Zemo), Armador (que se tornou Tecno), Besouro (que adotou o
nome de MACH-1), Golias (que passou a se chamar Atlas), Rocha Lunar (agora
Meteorita) e Colombina (rebatizada de Soprano).
O curioso aí é que esse
grupo realmente existia antes de sua versão heroica e os leitores mais antento
podiam comparar as versões antigas com suas novas encarnações.
Outro ponto importante é que
alguns dos personagens vão aos poucos gostando do seu papel de heróis e começam
a ficar contra Zemo.
A melhor história é o anual
da equipe de 97, escrito por Busiek e desenhado por vários artistas, incluindo
o veterano Gene Colan.
Na história, uma heroína é
ajudada pelo grupo e, por sugestão de Meteorita, passa a integrar a equipe. Ela
não sabe as reais intenções da equipe, mas quer saber como a equipe se formou.
Cabe ao cidadão v explicar como isso ocorreu sem mentir, mas ao mesmo tempo sem
dizer a verdade (o que revelaria que eles são vilões). Aí entra a maestria do
texto de Busiek, com falas que têm duplo sentido. Dessa forma, a narrativa
conta o que parece ser uma história heroica quando o desenho e os diálogos
mostram um grupo de malfeitores se reunindo. O momento em que Zemo decide o
nome da equipe é um dos mais interessantes. O nome deveria remeter à II Guerra Mundial,
como Stormtroppers e Blitzkrieg: “algo
criptofascista... porém amigável”.
O roteiro é tão bem
elaborado que até mesmo Mark Bagley na sua fase Image fica suportável.
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