sexta-feira, outubro 08, 2021

A menina que matou os pais/O menino que matou meus pais

 


Os filmes A menina que matou os pais e O menino que matou meus pais apresentam uma experiência cinematográfica instigante: contam a mesma história de dois pontos de vista completamente diferentes.

Escritos por Ilana Casoy e Raphael Montes, os filmes contam as versões de Suzane Von Richthofen e Daniel Cravinhos para a morte dos pais de Suzane, baseados nos depoimentos dois dois réus.

Embora narrem essencialmente os mesmos fatos, tornam-se filmes muito diferentes.

Uma das cenas emblemáticas é a primeira relação sexual do casal.

Na versão de Suzane, ela era virgem, foi apresentada às drogas na ocasião e teve uma relação não totalmente consentida. Na versão de Daniel, Suzane lhe apresentou às drogas e comandou toda a relação. Roteiro, direção e atuação se juntam para fazer duas cenas com o mesmo fato, mas totalmente diversas.

Os filmes ganham muito com a ótima atuação de Carla Diaz. O fato dela ser pequena ajuda a compor a versão de Suzane, na qual ela era apenas uma criança manipulada pelo namorado ganancioso para matar os pais. E, curiosamente, a mesma atriz consegue compor uma mulher fatal, fria e mergulhada nas drogas, na versão de Daniel.

O grande desafio dos filmes é tentar identificar o que é verdade e o que é mentira em cada uma das versões, pois é uma obra na qual sabemos que um dos dois – ou, muito provavelmente os dois – está mentindo.  

A menina que matou os pais e O menino que matou meus pais estão disponível na plataforma Amazon Video.

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