Os filmes A menina que matou os pais e O menino que matou
meus pais apresentam uma experiência cinematográfica instigante: contam a mesma
história de dois pontos de vista completamente diferentes.
Escritos por Ilana Casoy e Raphael Montes, os filmes contam
as versões de Suzane Von Richthofen e Daniel Cravinhos para a morte dos pais de
Suzane, baseados nos depoimentos dois dois réus.
Embora narrem essencialmente os mesmos fatos, tornam-se
filmes muito diferentes.
Uma das cenas emblemáticas é a primeira relação sexual do casal.
Na versão de Suzane, ela era virgem, foi apresentada às
drogas na ocasião e teve uma relação não totalmente consentida. Na versão de
Daniel, Suzane lhe apresentou às drogas e comandou toda a relação. Roteiro,
direção e atuação se juntam para fazer duas cenas com o mesmo fato, mas
totalmente diversas.
Os filmes ganham muito com a ótima atuação de Carla Diaz. O
fato dela ser pequena ajuda a compor a versão de Suzane, na qual ela era apenas
uma criança manipulada pelo namorado ganancioso para matar os pais. E,
curiosamente, a mesma atriz consegue compor uma mulher fatal, fria e mergulhada
nas drogas, na versão de Daniel.
O grande desafio dos filmes é tentar identificar o que é
verdade e o que é mentira em cada uma das versões, pois é uma obra na qual sabemos
que um dos dois – ou, muito provavelmente os dois – está mentindo.
A menina que matou os pais e O menino que matou meus pais
estão disponível na plataforma Amazon Video.
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