quinta-feira, novembro 25, 2021

Superman – o último fllho

 


A premissa da história Superman – o último filho, terceiro volume da colução de graphic novels da DC Comics (Eaglemoss) é muito interessante. Uma astronave cai no centro de Metrópolis e sai dela uma criança. Tudo leva a crer que a criança é kriptoniana. Mas como isso seria possível, já que Kripton foi destruída quando Kal-El chegou à Terra?
A história tem roteiro de Richard Donner e Geoff Johns. Se conhecemos bem como funcionam as coisas na indústria, Donner deve ter entrado apenas com o argumento e Johns deve ter escrito o texto. Os desenhos ficaram por conta de Adam Kubert.
Filho do lendário Joe Kubert, Adam é um bom desenhista, mas aqui parece estar imitando Jim Lee ou alguém similar. O resultado é horrível, tanto do ponto de vista de desenho quanto de narrativa. Há momentos em que você só vai entender o que está acontecendo dois ou três quadrinhos depois, quando alguém comenta o fato.
O roteiro começa tão interessante quanto à premissa. O governo tenta sequestrar o menino e o Super-homem o resgata. Kent e Lois Lane resolvem adotar o menino – o que nos leva a uma sequência divertida e auto-referente em que o garoto se disfarça usando óculos!
Aí descobrimos que a coisa toda faz parte de uma trama do General Zod, que usa a nave do garoto para abrir um portal da zona fantasma para Metrópolis, libertando todos que estão ali presos.
No processo, Superman é enviado para a zona fantasma e quando volta, os exilados da zona fantasma tomaram conta da cidade, derrotando toda a Liga da Justiça. Isso obriga o Homem de aço a se aliar a Lex Luthor, Parasita, Metallo e Bizarro. É nesse ponto que a porca torce o rabo.
Os exilados da zona fantasma conseguem derrotar com a maior facilidade a Liga da Justiça e depois, são facilmente derrotados por Luthor com equipamentos criados por ele para derrotar kriptonianos! O mesmo Luthor que nunca conseguiu derrotar o Superman! É tão pouco crível que dá vontade de jogar a revista no lixo...
O que vale a edição é uma história solo, publicada no final do álbum, “O melhor do dia”, com roteiro de Fabian Nicieza e Kurt Buziek e desenhos do brasileiro Renato Guedes (que assina a linda capa do volume). A história se passa no meio da trama de “o último filho” e gira em torno do Superman levando seus pais adotivos, Lois Lane e o garoto kriptoniano para um piquenique em um planeta paradisíaco. Como se vê é um plot simples, sem super-vilões ou grandes conflitos. Mas os autores conseguem tornar isso em algo interessante e até divertido focando mais nos personagens e suas relações. Ajuda muito a belíssima arte de Renato Guedes, que consegue dar verossimilhança para o planeta alienígena e, ao mesmo tempo, ecoar o saudosismo inerente à HQ.

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