quarta-feira, novembro 24, 2021

X-men – para salvar a terra selvagem

 


Em 1978, graças à parceria de Chris Claremont no roteiro e John Byrne no desenho, o título dos X-men estavam em plena ascenção em uma escalada constante de qualidade que faria com que a revista se tornasse uma das mais empolgantes do mercado de super-heróis.

Uma representação perfeita desse momento é a saga dos mutantes na Terra Selvagem, uma trama que veio logo depois de outro momento empolgante: o confronto com Magneto. Na história, a fortaleza de Magneto é destruída, Fênix e Fera conseguem escapar graças ao poder da primeira e o restante dos X-men escapam em decorrência da ação conjunta de Ororo e Banshee. Salvos, cada grupo acha que o outro morreu. Essa trama de enganos tornou-se tão emblemática que seria repetida diversas outras vezes no futuro.

Resumo da ópera: Cíclope, Banshee, Noturno, Colossus, Ororo e Wolverine vão parar na Terra selvagem, um ambiente tropical em plena Antártida, e a partir daí é ação pura. Para começar são atacados por um pterodátilo. Depois, Sauron suga o poder de Tempestade e se torna extremamente poderoso a ponto de controlar Wolverine, depois os mutantes precisam enfrentar um deus de pedra que está construindo uma cidade que irá destruir a terra selvagem.

Essa saga demonstrava os motivos pela qual a série era tão revolucionária na época. Para começar, o desenho de Byrne em perfeita sintonia com a arte-final de Terry Austin criava imagens grandiosas, como a primeira visão da terra selvagem ou a splash page em que os heróis estão escalando uma montanha gelada no número 116 ou a splash de Sauron, ameaçador, segurando Ororo pelos cabelos sob o olhar assustado de Cíclope. Além disso, Byrne era ótimo em retratar o grupo, com imagens vistas de baixo para cima dos personagens reagindo a situações chave.

Por outro lado, Chris Claremont conseguia desenvolver os personagens e aprofundar suas personalidades mesmo em plena ação. As motivações dos heróis são muito claras, assim como suas reações aos acontecimentos são totalmente verossímeis e de acordo com a personalidade de cada um. Se Wolverine simplesmente matava sem remorsos (algo totalmente inédito nos comics americanos – nessa época super-heróis não matavam nem morriam), Ororo se sentia depressiva quando não conseguia salvar alguém, mesmo que fosse um vilão.

Essa história foi publicada pela RGE no almanaque do Hulk 8 e pela panini no álbum Magneto triunfa. A RGE anunciou a história como a “maior aventura dos X-men”. Até aquele momento era mesmo.

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