quarta-feira, março 09, 2022

No limite da traição

 


Os problemas no filme No limite da traição, filme de Tyler Perry lançado pela Netflix  começam no título nacional. O título original, “A Fall From Grace” poderia ser traduzido mais ou menos como Caída em desgraça, algo que faz muito mais sentido na trama do que a “tradução”.
Na história, uma advogada inexperiente é escalada para negociar um acordo de confissão com o Ministério Público para uma mulher que matou o marido muitos anos mais jovem que ela, um caso que mobiliza a opinião pública. Mas, conforme investiga o caso, vai descobrindo que a história pode não ser o que aparenta.
O plot em si é interessante, mas é um daqueles casos em que a gente fica pensando: caramba, como conseguiram arruinar uma boa história com uma direção ruim e problemas no roteiro?
Os problemas começam na cena inicial, com o marido da advogada tentando impedir uma idosa de se suicidar. A cena é mal dirigida a ponto de parecer patético o que deveria ser dramático. O problema maior é que essa cena será essencial para o final, mas se ela realmente tivesse acontecido, na vida real, toda a trama já teria sido descoberta pela polícia nos primeiros segundos do filme.
A direção ruim se mantém por toda película, fazendo com que as cenas de conversa do casal de protagonistas, que deveriam dar profundidade aos personagens, sejam apenas chatas.
Mas o bolo da cereja é o final, em que a advogada descobre o que está acontecendo por um puro acaso, um tremendo deus ex machina.
Como dito anteriormente, o que sobra do filme é a sensação de uma boa história que foi desperdiçada.  

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