domingo, abril 03, 2022

O golpista do Tinder


O israelense Shimon Hayut usava o aplicativo de namoro Tinder para aplicar golpes. Usando o nome de Simon Liev, ele se fazia passar por herdeiro de uma família do ramo da exploração de diamantes e enganava mulheres, fazendo-as contrair dívidas que chegavam a um milhão de dólares. Era um esquema de pirâmide, em que ele usava o dinheiro de uma mulher para impressionar outras vítimas. Quando achava que chegara o momento certo, ele aplicava o golpe, dizendo-se perseguido por inimigos e pedindo que as vítimas contraíssem empréstimos e cedessem seus cartões de crédito para ele.

É essa história real que é contada no documentário O golpista do Tinder, dirigido por Felicity Morris e disponível na Netflix.

Morris constrói seu documentário como um triller de suspense. O documentário é todo baseado no depoimento de três vítimas, mas esses depoimentos são entremeados de imagens e vídeos de redes sociais e até mesmo filmes e desenhos animados. Por exemplo, quando uma das vítimas comenta sua busca por um príncipe encantado, cenas de filmes antigos e do desenho A Bela e a Fera são mostrados. Isso somado a uma edição extremamente dinâmica faz com que o expectador pense que está assistindo não a um documentário, mas a um filme.  

Ademais, a própria história é interessante por mostrar a forma de pensar e agir de um psicopata, a maneira como ele seduz suas vítimas, como eles as convence a qualquer coisa e a forma fria com que ele as explora. Psicopatas usam a máscara social para encantarem todos a seu redor, mas quando contrariados, sua verdadeira face se revela. Os áudios de uma das vítimas, com Hayut indo do romântico ao ameaçador, é uma perfeita demonstração disso.

A união de uma história impressionante com uma direção segura e criativa fizeram de O golpista do Tinder um dos filmes mais assistidos da Netflix. 

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