Clark Darlton era conhecido entre os autores da série Perry Rhodan por humanizar seus relatos. E é exatamente isso que ele faz no número 26 da série.
Na trama, Perry Rhodan
encontra um adversário à altura: um super-mutante apelidado de supercrânio, que
usando suas capacidades hipnóticas, formara seu próprio exército de mutantes e,
com eles, pretendia conquistar o poder mundial através de assassinatos, greves,
guerras e atentados. O volume trata do ponto em que dois exércitos de mutantes
entram em rota de colisão.
A história inicia no
espaço, com um dos destróiers roubados pelo Supercrânio atacando uma
nave-escola da terceira potência. O texto de Darlton foca em um dos recrutas:
“Julian Tifflor, que seus amigos e colegas chamavam apenas de Tiff, enganava os
que o cervavam. Atrás daqueles olhos sonhadores escondia-se a energia de uma
pequena bomba atômica. Apesar de seus vinte anos, Tiff era um gênio matemático
e um exemplar de coragem e resolução”.
Mais à frente, quando o Supercrânio
usa uma unidade do exército da terceira potência para atacar a própria terceira
potência, a narrativa é toda focada em um dos soldados, o sargento Harras, que
vai do cansaço e do desejo era tirar o uniforme suado e dar um salto na piscina
à necessidade irracional de guerrear.
O volume é um pouco
decepcionante para quem se deixa levar pelo título. Não há de fato um duelo
entre mutantes uma vez que assim que os mutantes do exército do supercrânio são
tirados de sua influência hipnótica, eles aderem à terceira potência. Além
disso, o mais poderoso dos mutantes, Gucky, acaba não participando do duelo,
embora tenha uma atuação importante em outro momento da trama.
Ao contrário da capa americana, a capa alemã mostra uma cena que existe no livro. |
No volume há algumas frase
que parecem estranhas. Quando é tirado da influência do Supercranio, é dito que
um dos mutantes mudou de dono. Sobre outro é dito que mudou de mestre, o que vai
na contramão da ideia de que Rhodan representa uma visão não-autoritária.
Ainda assim, com todos os
volumes escritos por Darlton, esse é uma leitura deliciosa.
Em tempo: a capa da
Ediouro, baseada na edição americanda, não tem mínima relação com a trama. Aparentemente
o desenhista Gray Morrow sequer lia o volume, ou recebia um resumo. Assim,
seguia o padrão de desenhar uma imagem de um homem com “roupa futurista” e uma
mulher loura em apuros.
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