terça-feira, maio 31, 2022
Os smurfs
Jornada nas estrelas – a licença
Emily Banks interpretou o par romântico de McCoy. |
Mercenárias - Provérbios do Inferno (William Blake)
A geração do imediatismo
Parecia impossível, mas a internet no celular conseguiu deixar a comunicação ainda mais intrusiva. O surgimento dos smarthphones está criando uma geração que passa 24 horas por dia logada. Para essa geração, estar off line é como estar morto. E estar on-line é estar disponível para conversar. Antes mandava-se uma carta e esperava-se muitas vezes um mês inteiro para receber resposta. Hoje, espera-se que todas as pessoas estejam disponíveis para responder às mensagens instantaneamente.
Eu tenho sérios problemas com internet no celular. Para começar, meus dedos são grandes demais para a tela digital e quando digito um “d” sai um “s”, quando digito “p” sai um “o”, de modo que quando sou obrigado a escrever saem coisas como “xasa”, no lugar de “casa”, ou “pafamento” no lugar de pagamento. Além disso, nas poucas vezes em que ligo a internet é para usar o GPS (o GPS do meu celular só funciona com o Google Maps), de modo que, se alguém me chama no MSN do Facebook no celular, provavelmente vai me encontrar com sérias dificuldades para digitar, sem óculos de leitura e no meio da rua. Mas para a maioria das pessoas isso não parece ser impedimento para responder às mensagens. Se estou online, estou disponível para bater-papo.
Homem-Aranha – Nas garras do Lagarto
O Lagarto é um vilão
surgido nas primeiras histórias do aracnídeo, ainda na fase Steve Ditko. Um
personagem que ficou no limbo por muito tempo, até ressurgir em The Amazing
Spiderman 44.
Na história, Peter Parker
deixa sua tia na estação de trem, onde ela irá seguir numa viagem de descanso
recomendado pelo médico. Mas na mesma estação está o Dr. Connors, que espera a
esposa. Mas a espera é interrompida por sua transformação no Lagarto. Claro que
caberá ao cabeça de teia impedir que o vilão realize seu plano de extermínio da
humanidade.
A arte de John Romita já se destacava... |
Alguém já disse que a
maioria dos vilões do aranha não existiria se consultasse com um psicólogo. De
fato, o Lagarto é oposto do Dr. Connors, enquanto aquele é compassivo e tem
como objetivo ajudar a humanidade, o Lagarto é um ser sem compaixão que acha
inclusive que deve se vingar do seu alter-ego. Seria um caso de dupla
identidade? Alguém já explorou essa possibilidade?
Algo que salta aos olhos
nessa trama, que se estendeu até o número seguinte, é a arte impressionante de
John Romita. Nessa época ele ainda imitava Steve Ditko (Romita achava que
inevitavelmente Ditko voltaria ao título – o que não aconteceu) e limitava sua
arte a uma diagramação apertada, muitas vezes com nove quadros por página. Mas
mesmo assim já era possível ver ali a
arte refinada de um dos melhores desenhistas dos quadrinhos americanos de todos
os tempos.
... embora nessa fase ele ainda imitasse Steve Ditko. |
Ditko poderia ser um
grande narrador gráfico, mas Romita era um mestre do desenho – e isso pode ser
visto na sequencia inicial, da estação de trem. A primeira página mostra de um
lado Parker e a Tia May indo na direção do trem e, do outro, o doutor olhando
para a mão semi-transformada, sendo assombrado pela imagem do lagarto. Aqui
romita dá um show e mostra o grande fisionomista que era, além de mestre da
composição.
E a dupla parecia afinada.
Se romita fazia quadros impressionantes, Stan Lee conseguia criar sequencias
interessantes de heroísmo e, ao mesmo tempo, de interação entre os jovens –
embora ele pudesse ser mais econômico nos diálogos, dando mais espaço para a
arte.
Os diálogos eram afinados, embora excessivos. |
Stan Lee nitidamente
estava se divertindo. Na segunda parte da história, publicada no número 45 a
revista, ele deixa os balões de um quadro em branco e acrescenta o texto: “Mais
uma medida inédita da Marvel. Sabendo quão talentosos são nossos leitores,
vamos deixar esse quadrinho com balões em branco para você escrever o diálogo
de despedida se quiser. Também escolha a trilha sonora para tocar de fundo”.
A relação com romita
deveria ser um alívio depois de todos os atritos com Steve Ditko.
segunda-feira, maio 30, 2022
Entenda por que os comentários estão sendo moderados
- Gian, entrei no seu blog e tentei comentar numa matéria, mas não ele não foi publicado imediatamente
- Infelizmente eu tive que acionar a moderação de comentários.
- Caramba, são dezenas de comentários iguais o cara já começa te chamando de stalinista!
The Spirit – as novas aventuras
Encontrei em um sebo na França
Olhem o que achei num sebo... O kit gay!!! E, quem poderia imaginar..... ELE É FRANCÊS?!?!?!!!!! Ainda bem que nosso presidente nunca vai deixar publicarem aqui. Nossa bandeira jamais será vermelha, azul e branca. O Brasil nunca vai ser a França!!!!!!!!!!
O Kit gay ensina que os bebês são feitos na máquina de xerox!!!! |
O Kit gay fala de garçons, mas não fala de gays. Não entendi nada. |
Maria Erótica e o clamor do sexo
O budismo e a superação do sofrimento
A questão do sofrimento é
a espinha dorsal da doutrina budista. Na verdade, a própria transformação de
Sidarta Gautama em Buda inicia com uma jornada de sofrimento.
Gautama era um príncipe
que foi criado pelo pai longe de tudo que pudesse ser desagradável. Preso dentro
de um palácio em que tinha de tudo do bom e do melhor, um dia ele resolveu sair
e encontrou um homem doente. Quando descobriu que ele também um dia ficaria
doente, isso o deixou extremamente abalado. Em outra vez que saiu do palácio,
ele encontrou com um homem velho. Ele nunca havia visto pessoas velhas e quando
soube que também ele ficaria velho, isso o aterrorizou. Finalmente, numa
terceira vez, ele viu um enterro e descobriu que ele também um dia iria morrer.
Imaginem o horror da situação.
Para se livrar desse
sofrimento, Sidarta inicia uma jornada que o faria se elevar à condição de Buda.
Em sua iluminação, ele descobriu quatro nobres verdades: A verdade da
existência do sofrimento; a verdade da causa e da origem do sofrimento; a
verdade da cessação do do sofrimento; o caminho que conduz à extinção do
sofrimento.
Embora seja normalmente
traduzida como sofrimento, a palavra usada por Buda era “dukkha”. Dukkha era
uma roda de carro de boi mal-feita, em que o orifício está mal centrado, o que
faz com que ela se encaixe imperfeitamente no eixo, deixando a roda desalinhada.
A dukkha fazia com que o carro sacolejasse e a viagem fosse acidentada,
incômoda, um sofrimento.
Era uma metáfora: quando
nossa mente não está centrada, o resultado é sofrimento.
As escrituras budistas
dividem a dukkha em três categorias: dukkha do sofrimento comum; dukkha da
transformação; dukkha do condicionamento.
Dukkha do sofrimento comum
é o tipo mais óbvio de sofrimento: a doença, a velhice, a morte. Damos uma
topada na mesa e sentimos dor. Ficamos velhos e sentimos dor nas mais variadas
partes do corpo, adoecemos com mais facilidade. Esse tipo de dor é inevitável,
mas o budismo nos ensina a lidar com ele de forma a sofrermos menos.
Dukkha da transformação é
um tipo mais sutil e psicológico. O mundo está em constante transformação, em
eterna mudança, mas tememos isso e nos protegemos numa fortaleza pessoal.
Vivemos um momento de alegria e queremos que esse momento dure para sempre.
Vivemos um momento de glória e queremos que esse momento dure para sempre. Experimentamos
uma vitória e queremos jamais experimentar a derrota.
Mas é impossível agarrar
esses momentos. O mundo está em eterna transformação. Num momento estamos
felizes, no outro tristes. Num momento estamos no auge da vitória, no momento
seguinte experimentamos a queda e a derrota.
Quando o mundo à nossa
volta se transforma, isso provoca sofrimento porque nos negamos a aceitar essa
mudança.
O medo da transformação
pode provocar inclusive tragédias, como nos casos dos homens que matam suas
companheiras por ciúmes. Há um caso emblemático de um homem que era casado com
um mulher de sorriso lindo, que garantia elogios de todos. Com ciúmes, ele
pegou um martelo e quebrou todos os dentes dela. Ele tinha uma mulher linda,
com um sorriso perfeito e deveria se sentir feliz com isso, mas, com medo de
perdê-la, preferiu machucá-la e acabar com aquele sorriso. O medo da mudança
fez com que ele não conseguisse aproveitar a companhia de uma pessoa tão bela.
O budismo nos ensina a
viver o momento presente, sem nos atormentarmos com o futuro ou com o passado. O
presente é o que realmente importa. Ao focarmos no futuro, perdemos o momento
presente. Quantas vezes não olhamos para o passado e não percebermos o quanto tínhamos
sido felizes em determinada situação, mas não havíamos valorizado isso?
O Dukkha do
condicionamento é também chamado de sofrimento de fundo. É uma sensação de
ansiedade, nos que nos leva a criar uma fortaleza à nossa volta para nos
defender do fluxo da vida. "Renato Russo sintetizou isso nos versos: Tudo é dor e toda dor vem do desejo de não sentirmos dor".
Ao aprendermos a lidar com
as situações, mantemos centralizada a nossa mente, superando a dukkha.
Resgate
O filme é baseado na hstória em quadrinhos Ciudad. |
domingo, maio 29, 2022
Jornada nas estrelas – Nômade
Quem matou Sara?
Para quem está acostumado às novelas mexicanas, com suas tramas previsíveis e personagens estereotipados, Quem matou Sara, série mexicana da Netflix, é uma grata surpresa.
Escrita pelo chileno José Ignacio Valenzuela, Quem matou Sara é uma história repleta de reviravoltas em uma trama que é tudo, menos linear.
O que mais surpreende não é tanto o enredo policial, todo baseado no segredo enunciando no título, mas na forma como foi elaborado o roteiro, com várias linhas temporais e várias tramas paralelas em sucessão rápida e frenética, assim como o uso inteligente das elipses.
A série tem como protagonista Alex Guzmán, que, acusado de matar a própria irmã, Sara, passa 18 anos preso e quando sai tem apenas dois objetivos na vida: vingar-se de quem o incriminou e descobrir quem matou sua irmã. Para isso ele precisará enfretar a poderosa família Lazcano, cujo patriarca, César, é dono de um cassino e está envolvido com tráfico internacional de mulheres.
Sara morreu quando o paraquedas no qual estava se rompeu. O paraquedas é puxado por uma lancha então o suspeito de ter danificado o equipamento é um dos que estavam naquele local fechado. Uma típica trama a la Agatha Christie, com um crime acontecendo num local fechado e poucos suspeitos. Mas Quem matou Sara vai muito além desse enredo básico ao mostrar que todos têm algo a esconder, todos parecem ter um passado negro, algo a ser explorado na trama – o que faz com que mesmo a história se esticando por dez episódios, raramente sentimos que estamos sendo enrolados (exceto talvez a trama do filho gay de César Lazcano e sua trama com o marido tentando ter um filho, que parece realmente desnecessária).
De todos os episódios, o mais impressionante é o sexto, “Caça”, focado em um dos empregados dos Lazcanos que tenta o suicídio. No episódio anterior vemos ele apontando a arma para a cabeça. Nesse, uma sucessão muito rápida de flashs backs explica como as coisas chegaram até ali, completando todas as lacunas deixadas pela elipse temporal do episódio anterior. O roteiro é completado por uma edição em ritmo frenético que, incrivelmente, consegue manter a coerência da narrativa no meio de tantas linhas narrativas temporais diferentes.
Quem matou Sara é um verdadeiro quebra-cabeças que desafia os expectadores, gerando inclusive várias teorias sobre detalhes da trama. Esse quebra-cabeça instigante unido a um roteiro certeiro e uma direção competente fazem com que essa série seja a nova mania da Netflix, tanto que a série já foi confirmada para segunda temporada. Será que finalmente conseguiremos descobrir quem matou Sara?
Fundo do baú - Smurfs
Os Smurfs são uma criação do quadrinista francês Peyo. A ideia surgiu durante um jantar com o amigo e também quadrinista André Franquin. Peyo que já tinha bebido um pouco de vinho, queria pedir sal, mas o que acabou saindo foi Schtroump. O amigo respondeu: "Bem, aqui está seu schtroumpf e quando acabar de schtroumpfar, schtroumpfe de volta".
Peyo gostou da brincadeira e resolveu aproveitar na série sobre a Idade Média que fazia na época. Assim, ele introduziu um grupo de duendes azuis chamados Schtroumpfs que falavam de um modo estranho. Esses personagens que deveriam aparecer em uma única história fizeram tanto sucesso que tomaram conta da série.
Quando um produtor comprou os direitos dos para os EUA, o nome foi trocado por algo mais fácil de ser pronunciado: os Smurfs. Em 1981 os personagens já faziam tanto sucesso mundo afora que foi criado um desenho animado, uma produção da Hanna-Barbera, que se transformou numa febre. Foram 256 episódios, fora os especiais. Mais recentemente, os personagens também ganharam filmes com animação em 3D.