O número 33 da série Perry Rhodan destaca-se dos demais por abordar um tema delicado e, ao mesmo tempo essecial: o genocídio de uma raça inteira.
Na trama, Perry Rhodan
acabou de voltar do planeta Peregrino e trouxe com ele uma arma impressionante:
o transmissor fictício, capaz de transportar uma bomba atômica para dentro de
qualquer nave, ultrapassando suas defesas energéticas.
Mas os perigos agora são
dois: de um lado o clã dos superpesados querem dominar ou destruir a terra, do
outro lado, o clã de Etzatak está prestes a destruir o mundo de gelo, onde se
encontra abrigado Jullian Tifflor, Gucky e mais um grupo.
Quem se destaca no livro é
justamente Gucky, que descobre uma civilização escondida nos recondidos do
planeta gelado: os sonolentos, uma raça vegetal parecida com tulipas. Com seu
texto primoroso, Clark Darlton faz uma ótima descrição dos mesmos: “Os longos
talos sustentavam enormes coroas, que se mantinham fechadas. O formato típico
das tulipas era inconfundível. O vermelho e alaranjado dominavam o quadro, mas
também havia flores azuis, amarelas e roxas (...) têm pés delicados, que também
desempenham a função de raízes. Podem mergulhar os pés no solo a fim de
absorver água e alimentos. No verão, levam vida nômade, andam de um lugar para
o outro”. Polisexuados, os casais de sonolentos são compostos por cinco
indivíduos. Esses seres vegetais são também telepatas de elevada potência.
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A capa original alemã. |
Quando percebe que foi
enganado (Tifflor era apenas uma distração para que Perry Rhodan tivesse tempo
de conseguir a arma com a qual venceria os adversários), o saltador Etzatak
ordena a destruição do planeta gelado, lar dos sonolentos – e aqui a história
ganha não só em suspense e drama, como também torna-se uma metáfora de todos os
povos que já foram exterminados, a exemplo dos indígenas quando da ocupação das
américas.
A descrição que Darlton
faz do extermínio dos sonolentos é tocante: “No mesmo instante as moças
sentiram-se dominadas por uma onda de pânico, emitidas pelos sonolentos
morimbundos. As ideias que brotaram na mente da raça condenada à morte
penetraram nos cérebro dos homens, enchendo-os de pavor e tristeza”.
Apesar de todas as
qualidades, o livro tem uma nítida falha: Rhodan fica sabendo da existência dos
sonolentos em um período em que Tifflor e Gucky estavam desaparecidos e,
portanto, não poderiam ter repassado essa informação à frota.
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