John Byrne é uma das figuras mais importantes dos quadrinhos de super-heróis norte-americanos a ponto de não conseguirmos imaginá-lo em outro gênero. Mas quem comprar Depois do fim do mundo, lançado em 2018 pela Mythos, verá que ele consegue se sair bem em um tipo completamente diferente de história: o pós-apocalíptico.
Na história, a humanidade é arrasada por uma monstruosa erupção solar, que destrói boa parte do planeta. A história é contada do ponto de vista de um grupo de astronautas, que consegue fugir do fenômeno e, voltando à terra, encontra o planeta devastado.
Byrne maneja bem o roteiro, criando situações interessantes, como uma cidade em que os únicos sobreviventes parecem ser ratos e baratas multiplicados aos milhões ou um penitenciária em que os detentos tomaram o poder.
Era de esperar que Byrne, acostumado ao gênero super-herói, exagerasse em algumas situações ou até mesmo destacasse a atuação de heróis salvadores, mas a história é bastante comedida nesse sentido.
Outro aspecto interessante é a narrativa, com capítulos inciando após um salto temporal e flash backs explicando o que veio antes.
Uma curiosidade é que esse álbum, embora pareça um trabalho totalmente fora da curva do estilo de John Byrne, é, na verdade, uma volta do artista ao seu primeiro trabalho, Doomsday, publicado pela Charlton Comics em the 1976. A história original, entretanto, era bem menos realista, com o grupo de astronautas enfrentando robôs, sereias e aliens.
De negativo, a capa, com a estátua da liberdade encoberta por sombras, que diz muito pouco sobre a série.
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