O número 47 da revista Swamp Thing parecia pouco relevante à
época em que foi lançado. Para começar, era uma pausa no meio de uma das tramas
mais marcantes do personagem, uma história em que não acontecia praticamente
nada. Mas é, talvez a mais influente e revolucionária história do personagem
depois de Lição de anatomia.
Na trama, John Constantine leva o Monstro do Pântano para o
meio da floresta amazônica onde ele espera encontrar respostas que o ajudarão
no combate a perigosa ameaça representada pelo grupo brujeria.
Lá, o personagem espanta-se ao encontrar diversos seres
semelhantes a ele, mas todos imóveis, transformados em árvores. Apenas um ainda
consegue falar.
Escondido, no meio dos monstros do pântano, temos uma homenagem ao Homem-coisa da Marvel. Seria ele também um elemental?
Entrando em conexão com esses seres, o protagonista descobre
que não foi o primeiro monstro do pântano. Diversas outras pessoas morreram de
alguma forma queimadas num pântano e emergiram dele como seres vegetais. Moorre
já tinha dado uma pista disso ao resgatar a primeira história do Monstro do
Pântano, quando os autores Len Wein e Bernie Wrightson tinham colocado o personagem
na era vitoriana.
Essa é a grande revelação do volume: o Monstro do Pântano não é um caso isolado, mas o herdeiro de uma longa geração de elementais da floresta. O impacto que isso teria sobre o título seria incomensurável.
Outro fator importante, que certamente escapou
dos leitores à época, é o conselho do parlamento: Evitar o poder e evitar a
raiva: “Pulgão come folha. Joaninha come pulgão. Solo absorve joaninha morta.
Planta se nutre do solo. O pulgão é maligno? A joaninha é maligna? O solo é maligno?
Onde está o mal na mata toda?”. Esse conselho misterioso e aparentemente inútil
será fundamental quando a ameaça despertada pela brujeria finalmente surgir.
Essa edição também traz o gancho para a trama seguinte da
série ao mostrar um fotógrafo que clicou o Monstro do Pântano com Abee e tenta
vender as fotos para um jornal. Moore usa a situação para criar uma metáfora
poderosa a ser explorada nos números seguintes.
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