O volume 50 inicia o segundo ciclo da série Perry Rhodan e não
poderia ser um começo mais auspicioso.
Escrito por K. H. Scheer, o livro é focado em Atlan, um
personagem que àquela altura era extremamente misterioso. Aparentemente ele era
um arcônida que ficara preso na Terra por séculos e, por algum processo que não
não é totalmente esclarecido neste volume, não envelheceu. Também não foi
afetado pela decadência que tomou das outras pessoas de sua raça.
A narrativa é em primeira pessoa, o que por si só já é uma
quebra com os paradigmas da série, já que todos os livros até ali eram escritos
em terceira pessoa.
O leitor acompanha Atlan acordando de um sonho de 69 anos e
descobre que ele se se refugiou numa cúpula no fundo do Oceano assim que
começaram a subir as primeiras bombas nucleares. Eles sobe à superfície
pensando em encontrar um mundo em ruínas e poucos sobreviventes afetados pela
radiação, mas se espanta ao descobrir uma civilização muito mais avançada do
que a que encontrou. “A Terra é grande, ampla e bela. Os desertos foram
aproveitados e nós controlamos o clima. Não existem mais doenças. Perry Rhodan é
hoje o administrador-geral do Império Solar. O IS foi fundado em 1990 depois de
ter surgido o governo mundial”, informa a primeira pessoa com a qual ele tem
contato.
A estratégia de Scheer é extremamente inteligente, já que a
história desse ciclo se passa muitos anos depois de A morte da Terra, último
volume do primeiro ciclo.
Através das descobertas de Atlan, o leitor vai também
descobrindo o que aconteceu nesse período – e para os que estavam iniciando na
série naquele livro, havia de fato um resumo de toda a história até ali.
Com isso Scheer consegue situar o leitor de forma orgânica,
sem parecer que está simplesemente relacionando fatos.
Claro que a trama precisaria ter ação e essa acontece quando
Atlan, disposto a voltar para Árcon, entra numa nave terrana pilotada por Perry
Rhodan. Quando este tenta tomar a nave, ela fica avariada e acaba explodindo,
de modo que os dois personagens ficam perdidos num planeta de calor extremo. Eles
viriam a se tornar grandes amigos, mas àquela altura eram supostamente inimigos
e empreendem um duelo que poderá terminar com a morte de um ou dos dois. Um duelo
épico.
Atlan, o solitário do tempo é um livro que empolga os
leitores a acompanhar o segundo ciclo. Se
tem algum defeito é não apresentar já nessa história, uma trama que seria o
espinha dorsal do ciclo.
1 comentário:
Perry Rhodan é sempre uma excelente leitura! Infelizmente não tenho esse ciclo em minha coleção, mas se a SSPG o lançar (a editora está relançando os primeiros livros da série) com certeza comprarei...
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