Empresas que entram em falência devido a golpes por parte de seus
proprietários e contabilidades criativas não são novidade. Recentemente no
Brasil tivemos os exemplos das Americanas e da 123 Milhas. Nesses casos, o foco
da mídia geralmente está nos clientes, mas o que acontece com os funcionários
dessas empresas? O filme As loucuras de Dick e Jane, filme de 2005 dirigido por
Dean Parisot se debruça sobre esse lado
da história.
Na trama, Jim Carrey é Dick
Harper um executivo repentinamente alçado ao cargo de vice-presidente de
comunicação de uma grande corporação. Mas a promoção na verdade é uma
armadilha. O primeiro trabalho de Dick na nova função é conceder uma entrevista
a um programa de economia e isso acontece exatamente quando explode o escândalo
da empresa.
Dick não só perde o emprego.
Ele fica marcado com o homem que deu uma entrevista tentando defender uma
empresa no exato momento em que ela entrava em falência. Além disso, ele e a
esposa colocaram todas as economias em ações da empresa, que, claro, passaram a
não valer nada depois do escândalo.
O filme acompanha as “loucuras”
do casal na tentiva de sobreviver: primeiro vendendo o carros e todos os móveis
e eletros da casa, depois tentando empregos de baixo salário. Dick chega a ser
confundido com um imigrante ilegal e deportado para o México.
A sinopse acima poderia dar
a entender que se trata de um dramalhão, mas o que temos aqui é exatamente o
oposto. Tudo é contado num ritmo bem humorado e divertido. O clima de humor é
destacado pela atuação de Carrey, que chega a ser exagerado em determinados
pontos, mas nada que comprometa o resultado final. Destaque para a longa sequência
em que o casal tenta implementar um assalto, sempre de maneira mais desastrada
possível.
Curiosamente, a primeira vez
que assisti, peguei no final apoteótico, em que o casal elabora um plano para
roubar o dinheiro desviado pelo executivo, como forma de vingança. Estava passando
em um restaurante e gostei muito, mas não sabia sequer o título (lembem-se: eu
peguei o filme pelo final). Só muito recentemente ele apareceu para mim na
Netflix e consegui assistir inteiro. Não me arrependi. O restante é tão bom
quanto o final.
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