segunda-feira, fevereiro 19, 2024

Homem de ferro contra o fabuloso Unicórnio

  

Uma das características que diferenciam os heróis da Marvel dos de outras editoras era o fato de que na maioria das vezes os superpoderes eram para eles um fardo e não uma benção. Essa relação conflituosa com as próprias habilidades é o mote central da história publicada em Tales of Suspense 56. 

A história inicia com o herói ferroso tendo uma crise de identidade: “Estou cheio de ser o Homem de Ferro! Farto de ter que usar placa peitoral eletrônica 24 horas por dia! Cansado de viver com os dias contados... sem nunca saber qual momento será o último!”.

Assim, ele resolve aposentar o herói e viver plenamente sua vida de playboy. 

Tony Stark considera um Homem de Ferro um fardo. 


Mas exatamente quando ele coloca em prática essa mudança de atitude, sua fábrica é atacada por um vilão comunista, o Unicórnio.

Nessa época, os quadrinhos Marvel eram extremamente políticos e era comum que os vilões, especialmente nas histórias do Homem de Ferro viessem do outro lado da cortina de ferro. Considerando se que Tony Stark é um capitalista, faz sentido. Já quanto ao nome do vilão, era uma demonstração de como as boas ideias já pareciam ter sido todas usadas. Não sei como foi na época, mas hoje em dia duvido que um vilão chamado Unicórnio fosse levado a sério. 

Don Heck sabia desenhar mulheres. 


Quando o vilão de nome fofinho invade a fábrica e ataca Happy Hogan, o Homem de Ferro percebe que não pode abdicar de seus poderes ou pessoas poderão se machucar. Esse é um padrão que se repetiria em várias outras séries da Marvel, em especial no aranha, que tentou aposentar seu lado heroiesco várias vezes, mas logo percebia que isso era impossível. 

Em tempo: embora seja muito pouco badalado que Kirby ou Ditko, Don Heck, o desenhista dessas primeiras histórias era um artista espetacular que conseguia captar perfeitamente o estilo divertido do título. Além disso, ele era ótimo para desenhar mulheres. 

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