Uma das características que diferenciam os heróis da Marvel dos de
outras editoras era o fato de que na maioria das vezes os superpoderes eram
para eles um fardo e não uma benção. Essa relação conflituosa com as próprias
habilidades é o mote central da história publicada em Tales of Suspense
56.
A história inicia com o herói ferroso tendo uma crise de
identidade: “Estou cheio de ser o Homem de Ferro! Farto de ter que usar placa
peitoral eletrônica 24 horas por dia! Cansado de viver com os dias contados...
sem nunca saber qual momento será o último!”.
Assim, ele resolve aposentar o herói e viver plenamente sua vida
de playboy.
Tony Stark considera um Homem de Ferro um fardo.
Mas exatamente quando ele coloca em prática essa mudança de
atitude, sua fábrica é atacada por um vilão comunista, o Unicórnio.
Nessa época, os quadrinhos Marvel eram extremamente políticos e
era comum que os vilões, especialmente nas histórias do Homem de Ferro viessem
do outro lado da cortina de ferro. Considerando se que Tony Stark é um
capitalista, faz sentido. Já quanto ao nome do vilão, era uma demonstração de
como as boas ideias já pareciam ter sido todas usadas. Não sei como foi na
época, mas hoje em dia duvido que um vilão chamado Unicórnio fosse levado a
sério.
Don Heck sabia desenhar mulheres.
Quando o vilão de nome fofinho invade a fábrica e ataca Happy
Hogan, o Homem de Ferro percebe que não pode abdicar de seus poderes ou pessoas
poderão se machucar. Esse é um padrão que se repetiria em várias outras séries
da Marvel, em especial no aranha, que tentou aposentar seu lado heroiesco
várias vezes, mas logo percebia que isso era impossível.
Em tempo: embora seja muito pouco badalado que Kirby ou Ditko, Don
Heck, o desenhista dessas primeiras histórias era um artista espetacular que
conseguia captar perfeitamente o estilo divertido do título. Além disso, ele
era ótimo para desenhar mulheres.
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