Uma das razões que faziam os livros escritos por William Voltz (além da qualidade do texto) se diferenciarem dos outros da série Perry Rhodan era a forma como o autor conseguia manejar o suspense, escrevendo um livro que se tornava interessante da primeira à última página. Isso pode ser visto, por exemplo, no número 91, o terceiro escrito por ele.
Na história, Rhodan resolve tentar contato
com os deformadores de matéria com o objetivo de conseguir aliados, afinal,
agora todos sabem a localização da Terra, o que faz com que ela seja um alvo
preferencial.
Os cálculos indicam que os deformadores podem
ser encontrados em planeta chamado Moluque e para lá é enviada uma nave da
classe estado comandada pelo coronel Marcus Everson, que já havia tido contato
com um deformador de matéria no volume O pavor (também escrito por Voltz).
Mas quando a nave desce no planeta, o sistema
antigravitacional falha, fazendo com que ela simplesmente desabe. Isso é só o
início de uma série de eventos que vão mostrado aos poucos que os terranos
caíram em uma armadilha.
Voltz vai aumentando cada vez mais essa
sensação de armadilha ao mesmo tempo em que joga com o suspense, colocando
algumas informações sobre eventos futuros, a exemplo de: “Não acreditou nem em
Petsteven nem no nativo... até que acontecesse alguma coisa com Edward
Bellinger”.
Isso faz com que os suspense se mantenha o
tempo todo. Aliás, esse é um dos livros em que o leitor acredita piamente que
tudo inevitavelmente vai dar errado, mas literalmente na última página tudo se resolve
de maneira lógica.
Se isso não fosse mérito suficiente, em sua
visão humanista, Voltz detalha cada um dos personagens do livro, trazendo uma
caracterização ou informação sobre ele, a exemplo do próprio Coronel Everson:
“Poucos comandantes da frota estelar eram tão estimados como Everson. Seus
homens o veneravam. Sabia dar o máximo de liberdade e exigir apenas o mínimo de
disciplina, sem que isso afetasse sua autoridade”.
Considerando que Perry Rhodan era uma série
de ficção científica produzida de modo quase industrial, o que William Voltz
fazia é muito mais do que se poderia esperar.
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