sexta-feira, julho 26, 2024

Thor contra Zarrko, o homem do amanhã

 


Thor era o herói mais poderoso da Marvel, tão poderoso que Stan Lee precisava criar artifícios para produzir algum tipo de suspense e fazer com que a vitória sobre os vilões não fosse tão fácil. Foi o que aconteceu em Journey into Mystery 101, na qual o deus do trovão enfrenta Zarkko, o homem do amanhã.

A história inicia de maneira inusitada, com o personagem atravessando a cidade e destruindo tudo em seu caminho, de latas de lixo a carros (e Homem-de-Ferro indo atrás e pagando os prejuízos). A razão é que ele continua apaixonado pela enfermeira Jane Foster e Odin, seu pai, não autoriza o relacionamento. Como um garoto mimado, o deus do trovão sai destruindo tudo por onde passa.

Irritado, Thor sai destruindo tudo pelo caminho... 


Odin vê o episódio e, instigado por Loki, resolve punir o filho, tirando dele metade de seus poderes.

Acontece que justamente nessa situação surge do futuro um antigo inimigo de Thor, Zarkko. Como no futuro não existem armas ou máquinas de guerra, ele traz um robô de mineração para botar o terror no século XX.

... o que faz com que ele perca metade dos poderes exatamente quando surge uma ameaça do futuro. 


A história é arte-finalizada por George Bell, que parece não entender muito bem o estilo de Jack Kirby, deixando seu desenho sujo e tirando um pouco do impacto. A saga se estenderia até o número 102, que já teria a arte-final de Chic Stone, alguém que se adaptava melhor ao estilo do rei.

Kirby, aliás, parece feliz da vida com esse roteiro, que lhe dá a oportunidade de desenhar robôs e máquinas futuristas (embora não com tanta maestria quanto ele faria mais à frente).

Um enredo perfeito para Kirby usar sua criatividade. 


Uma curiosidade sobre essa história é que pela primeira vez vemos uma menção ao fato do martelo mjorn voltar para as mãos de Thor, um recurso maneiro, que, no entanto, acabava com um expediente de suspense comum até então: o de que o herói voltava a ser Don Blake depois de 60 segundos longe do seu martelo.

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