terça-feira, agosto 20, 2024

Patrulha do Destino, de Gerard Way

 


Quando era adolescente, Gerard Way comprou um exemplar da Patrulha do Destino, de Grant Morrison, na pequena loja de quadrinhos perto de casa e ficou impressionado: era a primeira vez que via uma equipe de super-heróis fazendo terapia de grupo. Segundo ele, o gibi mudou sua vida e fez dele uma pessoa melhor.
Anos depois ele teve a oportunidade de escrever a Patrulha do Destino e é óbvio em cada página o quanto ele está se divertindo com tudo aquilo. É uma baita homenagem à fase de Morrison no título e é isso que os leitores poderão conferir no primeiro volume publicado pela Panini em 2019.
Como o próprio Way comenta no prefácio, é uma obra difícil de ser resenhada, e mais fácil de ser sentida. Mais difícil ainda de ser resumida. Na história, Danny, a rua que adquiriu vida da fase de Morrison, transformou-se numa ambulância, dirigida por uma garota ruiva, que não sabe ser uma heroína de quadrinhos. Mas tudo se revela quando uma corporação decide invadir Danny para triturar todas as pessoas ali com o objetivo de produzir comida para um fast-food.
Parece maluco – e é, da mesma forma que a fase de Morrison. Mas a narrativa é muito agradável, principalmente graças ao traço de Nick Derington. O desenho é simples, mas muito expressivo e, segundo o roteirista, Nick Derington ajudou com boa parte das ideias para a história.
É uma dupla que nitidamente funciona e um dos melhores exemplos disso é quando Casey (a heroína dos quadrinhos) descobre a verdade sobre sua origem: ela é toda contada com referências a quadrinhos clássicos. À certa altura, por exemplo, o texto diz: “Imagino que a essa altura você esteja tendo algum tipo de crise existencial, mas isso é de esperar” e o desenho mostra Casey na mesma posição do Super-homem na capa da clássica edição de Crise nas infinitas terras em que a super-moça morre.  
Vamos ver como essa série irá de desenvolver, mas até então é uma boa pedida para os fãs.

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