sábado, agosto 03, 2024

Tropa Alfa – Pigmeu

 

Como parte de sua estratégia de tornar a Tropa Alfa conhecida dos novos leitores, John Byrne focou cada uma das primeiras histórias em um personagem. No número cinco da revista, o protagonista foi Pigmeu, que já aparece na capa fazendo acobracias.

Na saga anterior, ele havia sido praticamente estripado pela Marina e nessa edição já aparece no hospital, sendo tratado por Shaman em sua identidade secreta, o médico Michael Twoyoungmen.

Pigmeu está no hospital, depois de quase ter sido morto. 


Byrne coloca uma sequência das enfermeiras fofocando como forma de mostrar como os heróis são vistos por outras pessoas, mesmo em suas identidades civis.

- Novidades, Maggie? Já descobriu por que é o Dr. Twoyoungmen que cuida de Judd? – pergunta uma das enfermeiras.

- Faz tanta diferença? Eu só queria uma meia dúzia de Judds para levar para casa. – diz outra.

- Ele é encantandor mesmo. Fala como um valentão de boteco, mas lê Shakespeare. – suspira outra.

- Só sei que se me dissessem na escola de enfermagem que eu iria trocar uniróis de hospital para Michael Twoyoungmen.... bom, eu ia ter um piti na hora! – afirma outra.

Byrne usa uma fofoca entre enfermeiras para repasssar informações sobre os personagens.


A sequência mostra a genialidade narrativa de Byrne. Em um único quadro ele revela, de forma natural, informações sobre os personagens, caracterizando-os. Descobrimos, por exemplo, que Shaman, em sua identidade civil, é um médico idolatrado e que o Judd, o pigmeu, é um homem, que, apesar do seu tamanho, é adorado pelas mulheres por sua boa conversa.

O herói enfrenta traficantes.


Mas uma boa história de super-herói não é feita apenas de caraceterização e Byrne dá um jeito de introduzir uma trama policial na HQ quando o Pigmeu começa a sentir dores e encontra uma enfermeira aparentemente se drogando. Isso faz com que ele, mesmo enfermo, inicie uma investigação que revelará uma quadrilha desviando medicamentos do hospital para o tráfico de drogas. E faz isso incluindo até mesmo um plot twist no final.

Byrne cria uma narrativa simples, mas contagiante em uma trama que, surpreendentemente, não apresenta nenhum vilão. 

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